sexta-feira, 17 de julho de 2020






MP reserva 30% das vagas 
de estágio, para negros

Percentual se aplica sempre que número de vagas for maior que três

O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) publicou ontem (16) uma portaria que determina a reserva para candidatos negros de 30% das vagas em seleções de estágio no Ministério 

Pelo texto, o percentual se aplica sempre que a quantidade de vagas for maior que três. Poderão concorrer pela cota aqueles que se autodeclararem pretos ou pardos no ato da inscrição, conforme o quesito cor ou raça utilizado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

A norma prevê ainda que os candidatos negros que forem selecionados serão chamados a confirmar a opção feia na inscrição, assinando uma declaração. “Se comprovada falsa a declaração, o candidato será eliminado e, se houver sido contratado, poderá ter sua contratação anulada”, informou o CNMP em seu site.

Fonte/Foto: Agência Brasil



Justiça impede fim de auxílio para 
atingidos pelo desastre de Mariana
A Justiça Federal em Minas Gerais concedeu liminar para garantir a continuidade do pagamento do auxílio financeiro aos atingidos pelo rompimento da barragem do Fundão, em 2015, em Mariana. A decisão foi motivada por uma liminar protocolada pela Advocacia-Geral da União. O despacho foi assinado no dia 12 de julho e divulgado nesta semana. A ação foi proposta pela AGU após a Fundação Renova, criada pelas empresas envolvidas no desastre, ter anunciado a suspensão do pagamento do benefício de R$ 1,4 mil destinado a pessoas que tiveram a renda comprometida pelo desastre, como pescadores, pequenos agricultores e comerciantes que vivem ao longo do Rio Doce, entre Minas e o Espírito Santo. Ao recorrer ao Judiciário para manter o pagamento do benefício, a AGU argumentou que as empresas não podem definir unilateralmente quem não tem mais direito ao auxílio, análise que deve ser aprovada pela Justiça. Além disso, os advogados públicos alegaram que os atingidos podem ficar sem renda em meio à pandemia da Covid-19.

“Não me incomodou”, diz Pazuello 
sobre declaração de Gilmar Mendes
O ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, comentou as declarações do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes sobre o Exército estar se associando a um “genocídio” em referência à pandemia da Covid-19. “Essa acusação não me incomodou. Num combate, o general de divisão é aquele que vai cuidar da sua vida e da vida da sua família. Você acha que esse general pode se sentir atingido porque um fulano falou isso ou aquilo? A missão é muito mais importante”, disse, em entrevista à revista Veja publicada nesta sexta-feira (17). Pazuello disse que a declaração foi “mal colocada, atravessada, num momento errado e de uma pessoa que não precisava falar isso”, mas que já conversou com o ministro e abriu as portas do ministério.




Lula apoia Gilmar por fala sobre genocídio. 
Era melhor ter ficado quieto

Por J.R. Guzzo

Desde que saiu da cadeia, onde cumpriu pena por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, o ex-presidente Lula não acertou mais o passo. É verdade que já não estava acertando antes, e menos ainda durante a sua recente temporada como hóspede do sistema penitenciário do Brasil, mas sempre há expectativas de que peixes graúdos aprendam alguma coisa depois dos seus tombos. Quem sabe?

Perda de tempo: Lula aprende cada vez menos. A demonstração disso é o hábito, que parece estar adquirindo, de interromper sua atividade normal de não fazer nada com tentativas mal acabadas de aparecer no noticiário político. Só dá errado: a cada vez que tenta, o ex-presidente deixa mais claro que nada poderia lhe fazer tão bem como ficar quieto.

Sua última realização foi dizer, já depois da hora, que o ministro Gilmar Mendes estava certo ao acusar o Exército Brasileiro de praticar o “genocídio” por ocasião da presente epidemia do coronavírus – um negócio tão fora de propósito que nem o próprio Gilmar concordou com o que disse. Ao lhe chamarem a atenção sobre a enormidade que havia acabado de cometer, o ministro voltou atrás e veio com o habitual “não foi isso o que eu quis dizer”, etc. etc.

Mas o ex-presidente, distraído, veio dar o seu apoio quando nem Gilmar queria mais ser apoiado – um caso clássico de ficar sem escada e com a brocha na mão. Ninguém tinha lhe pedido opinião nenhuma; por que não aproveitou para ficar quieto? Contribuição não solicitada dá nisso.

Com quem será que Lula anda conversando? Não parece que esteja em companhia de quem o queira bem, se continua a se meter em roubadas como essa. Alguém poderia lembrar ao ex-presidente que Gilmar Mendes é hoje uma das figuras públicas mais odiadas do Brasil. Não daria para elogiar um outro?


Se o seu propósito é bajular os ministros do STF, que hoje viraram seus amigos de infância, pode fazer isso em particular. Dá mais ou menos na mesma e ninguém fica sabendo.