sexta-feira, 26 de junho de 2020






Governo aciona comporta do Eixo Norte 
da Integração do São Francisco
“É uma novela enorme que está chegando ao fim”, 
diz Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro disse hoje (26) que o Projeto de Integração do Rio São Francisco é uma “novela enorme que está chegando ao fim”. Bolsonaro participou, nesta sexta-feira, em Penaforte, no Ceará, da cerimônia de acionamento da comporta que será responsável pela chegada das águas do Eixo Norte do projeto ao estado do Ceará.https://agenciabrasil.ebc.com.br/ebc.png?id=1310361&o=node

As primeiras obras, para o deslocamento de parte das águas do São Francisco, foram iniciadas em 2007 pelo Exército. A previsão original do governo da época era inaugurar até 2010 todos os canais, reservatório e estações de bombeamento. A expectativa do governo atual é que o projeto esteja concluído no próximo ano.

“Foi uma recomendação desde o início do governo que não deixaríamos nenhuma obra parada. Faz parte do nosso compromisso e ficamos muito felizes em trazer água para quem precisa”, disse o presidente em entrevista à TV Brasil, ao final do evento. “O projeto vai beneficiar a agricultura, irrigar terras, levar água para casa do cidadão nordestino que sempre teve carência disso. É uma novela enorme que está chegando ao fim”, completou.

Com a ação de hoje, a água que já abastece o Reservatório Milagres, em Pernambuco, passará pelo Túnel Milagres, na fronteira dos dois estados, começará a encher o Reservatório Jati, no Ceará, e seguirá, por fim, até a Paraíba e o Rio Grande do Norte.

O Projeto de Integração do Rio São Francisco soma hoje 477 quilômetros (km) de extensão em dois eixos, o Norte com 260 km e o Leste com 217 km, e, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento Regional, é o maior empreendimento hídrico do país. “Quando todas a estruturas e sistemas complementares nos estados estiverem em operação, cerca de 12 milhões de pessoas em 390 municípios de Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte serão beneficiadas com abastecimento de água”, informou a pasta.

Fonte: Agência Brasil






Bom caminho
O anúncio do fechamento dos hospitais de campanha do Pacaembu, em São Paulo, e de Manaus é indício de que, nas próximas semanas, as boas notícias em torno da pandemia do coronavírus poderão talvez brotar com mais frequência. Apesar do número de casos aumentar, o de mortes tende a se estabilizar, cenário que autoriza a flexibilização da quarentena no Brasil. A reabertura, porém, só será viável se for conduzida com extremo rigor. Isso significa que, mesmo com o bom sinal, não é hora de recuar nos protocolos de cuidados, como higiene e uso de máscara, e assim será até o desenvolvimento de uma vacina.

Ponto para o Remdesivir
A União Europeia deve aprovar em breve o uso do remdesivir no tratamento de pacientes com Covid-19. O parecer favorável à concessão de uma "autorização condicional de comercialização" do medicamento permite que ele seja usado em adultos e adolescentes a partir dos 12 anos de idade que apresentem pneumonia e precisem de oxigênio. A liberação não é definitiva, mas permite que o fármaco seja comercializado nos 27 países do bloco por um período de um ano, antes da aprovação formal, que depende de estudos que comprovem a eficácia e mostrem os efeitos colaterais. Desta forma, o remdesivir será o primeiro remédio disponível no bloco europeu para combater a doença.

Risco menor às crianças
Um novo estudo mostrou que a Covid-19 tende a ser leve em crianças e que as mortes em decorrência da doença nessa faixa etária são muito raras. A pesquisa feita por uma universidade inglesa acompanhou 582 crianças e adolescentes infectados ao longo de 3,5 semanas e os resultados mostraram que 62% dos pacientes precisaram de internação, mas poucos utilizaram oxigênio ou outro suporte, e cerca de 8% foram para a UTI. Quatro pacientes morreram durante o período do estudo, dois dos quais tinham condições médicas pré-existentes, o que corresponde a uma taxa de mortalidade de 0,69%. Os números são bem menores quando comparados com estudos em adultos.

Movimento perigoso
A pandemia do novo coronavírus contribuiu para que os grupos antivacina voltassem a ganhar visibilidade. O movimento, que surgiu nos Estados Unidos no fim da década de 90, divulga ideias absurdas e mentirosas sobre imunizantes e afirma que a vacina contra a Covid-19 será puro veneno e que os laboratórios vão, na verdade, introduzir chips no corpo das pessoas. O grupo costuma publicar vídeos com informações falsas que viralizam rapidamente e ganham o apoio de milhares de pessoas. Ao contrário do que diz esse perigoso movimento, a vacina é a forma mais eficaz, senão a única, de frear o contágio de doenças infecciosas como o novo coronavírus.




PF faz operação contra hackers que divulgaram 
dados de autoridades e da família Bolsonaro

Uma operação da Polícia Federal nesta sexta-feira (26) cumpre mandados de busca e apreensão no Ceará e no Rio Grande do Sul contra suspeitos de terem acessado e divulgado dados de 200 mil servidores e autoridades, entre eles dados pessoais do presidente Jair Bolsonaro e seus familiares. A invasão teria ocorrido em sistemas de universidades federais, prefeituras e câmaras de vereadores municipais em diversos estados. Entre os crimes cometidos pelos suspeitos estão invasão de dispositivo informático, corrupção de menores, estelionato, fraudes bancárias e organização criminosa.

Governo nomeia novo secretário 
nacional de Segurança Pública

Carlos Renato Machado Paim foi oficializado nesta sexta-feira (26) no cargo de secretário Nacional de Segurança Pública, pasta vinculada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, do ministro André Mendonça. A nomeação foi publicada no "Diário Oficial da União" (DOU). Paim, que é coronel da Polícia Militar do Distrito Federal, atuava como subsecretário da Subsecretaria de Operações Integradas, da Secretaria de Estado de Segurança Pública do Distrito Federal. A exoneração saiu no mesmo decreto.

Ministério da Defesa recebe R$ 300 
milhões para combate à Covid-19

O governo federal destinou crédito extraordinário no valor de R$ 300 milhões em favor do Ministério da Defesa, para ações de enfrentamento da emergência de saúde pública em razão do novo coronavírus. A liberação consta da Medida Provisória 985, publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta sexta-feira (26).




A política brasileira depende o 
tempo todo de falsos problemas

Por J.R. Guzzo

Um dos melhores candidatos ao título de campeão dos falsos problemas da política brasileira é a história deste Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flavio Bolsonaro, do Rio de Janeiro. Queiroz, que foi motorista e segurança do filho do presidente quando ele era deputado no Rio, teve “movimentações atípicas” em sua conta bancária, conforme se viu numa investigação das autoridades fiscais; basicamente, acharam cerca de 1 milhão de reais que não deveriam estar lá. Andava sumido desde o começo do caso e, enfim, acaba de ser preso num sítio de Atibaia, no interior de São Paulo – Atibaia, mais uma vez. E agora?

E agora nada – ou, pelo menos, deveria ser nada. O crime imputado a Queiroz é a “rachadinha”, truque pelo qual milhares de vereadores, deputados estaduais e deputados federais do Oiapoque ao Chuí nomeiam funcionários para seu próprio serviço e dividem com eles os salários que a Constituição Cidadã garante e que você paga. E daí?

Digamos que só ele, entre essa multidão toda, tenha de responder pelo que fez. Nesse caso a justiça deveria seguir o seu curso normal, sem interferência de ninguém, e não haveria por que fazer o barulho que sempre se fez em torno dessa figura.

Queiroz deve ser julgado, com todos os direitos de defesa, apelar da sentença caso seja condenado e ir para a cadeia, se a justiça assim o decidir, quando a decisão “transitar em julgado”, como exige o Supremo Tribunal Federal – coisa que só deve acontecer, se o Ministério Público ganhar o processo, daqui a uns 50 anos.

Quanto ao senador Bolsonaro, também é um mistério saber aonde está o problema: se ficar provado que ele enfiou no próprio bolso dinheiro que o contribuinte pagou para sustentar os seus funcionários, basta seguir o curso da lei. No seu caso, o Senado Federal tem de decidir se o seu mandato deve ser cassado e se ele tem de ir para a prisão. O homem tem o “foro privilegiado”, não é mesmo? Como acontece com Aécio Neves, Renan Calheiros e outros gigantes da política nacional, a lei estabelece que só os seus “pares” têm o direito de julgá-los pelos crimes de que são acusados – uma exigência básica da democracia, não é mesmo?

Falso problema em estado puro – mas a política brasileira depende o tempo todo de falsos problemas.