quinta-feira, 18 de junho de 2020



Fica feio para a democracia brasileira
que um dos poderes esteja extrapolando

Por Alexandre Garcia

Quarta-feira (17), foi um dia triste para a Justiça brasileira, para a liberdade de expressão e opinião e para a democracia. O Supremo Tribunal Federal decidiu que vai continuar com o inquérito das fake news.

Essa investigação é uma forma de amordaçar as pessoas que criticam a Corte. A crítica deveria ser livre. O que foi apresentado como provas no julgamento de ontem são ameaças terríveis contra ministros da Casa e suas famílias

Essas ameaças precisam ser desprezadas por todos que tem consciência. Mas, ainda assim, são ameaças. A Polícia Federal tem um departamento de crimes cibernéticos. É fácil achar esses criminosos e processá-los.

Parece que estão se aproveitando dessas ameaças para perseguir politicamente o presidente Bolsonaro e liberar o outro lado. Dois pesos e duas medidas. Quem joga tinta vermelha na casa na casa do presidente da República não recebe punição.

As pessoas que colocam fogo no Ministério da Agricultura, quebram a fachada do Congresso, de bancos em São Paulo; ou vão para manifestação com faca não recebem punição. O problema são as palavras, por que será?

Quem ameaça fechar o Supremo Tribunal Federal, o Congresso e pede golpe militar fala da boca para fora. Essas pessoas não têm poder de fazer isso. Mesmo assim, ameaças são crimes e liberdade de expressão para criticar é outra coisa.

Fica feio para a democracia brasileira que um dos poderes esteja extrapolando. Os presidentes do Senado, Câmara e da República recebem ameaças e não reagem dessa forma.

Eles reclamam, respondem, ficam bravos, mas não processam ninguém. Tem gente presa por manifestar uma opinião e por soltar foguete. Que complicação que o STF está se metendo. Ontem foi a oportunidade deles saírem dessa.

A queixa da Venezuela
A Venezuela se queixou para a ONU que o Brasil é uma bomba sanitária e por isso pode exportar o coronavírus para o país. O que é uma ironia porque a Operação Acolhida já recebeu 264 mil venezuelanos.

Essas pessoas foram vacinadas, tratadas, alimentadas e algumas até hospitalizadas. E agora a Venezuela fala que o Brasil é uma bomba sanitária. Coisas de ditadura. A Suprema Corte venezuelana tirou todos os direitos do partido de oposição.

O novo ministro
Ontem (17) foi a posse do novo ministro das Comunicações, Fábio Faria. Ele fez um apelo aos presidentes da República, Câmara e Senado, pedindo para deixar a arena eleitoral para 2022 e focar, no momento, nas crises atuais.


Novo plano Safra
Também ontem, foi lançado o plano Safra 2020/21. Foi oferecido muito financiamento e crédito a juros pequenos. Mas é preciso lembrar também de quem está sofrendo com a estiagem e com as invasões de terra – principalmente no Mato Grosso.

É bom lembrar que, com a pandemia, o sonho de quem mora na cidade é ir para o campo, onde há espaço e mais saúde. O futuro é o campo. O agronegócio alimenta o Brasil e boa parte do mundo.



Fabrício Queiroz é preso em Atibaia, 
interior de São Paulo

Ele deverá ser levado para o Rio de Janeiro

Fabrício Queiroz, ex-assessor do hoje senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), foi preso no início da manhã desta quinta-feira (18) em Atibaia, interior de São Paulo. Ele deverá ser levado para o Rio de Janeiro.https://agenciabrasil.ebc.com.br/ebc.png?id=1309817&o=node

A ação faz parte da Operação Anjo, que cumpre ainda outras medidas cautelares autorizadas pela Justiça, relacionadas ao inquérito que investiga a chamada rachadinha, em que servidores da Assembleia Legislativa do Estado (Alerj) devolveriam parte dos seus vencimentos ao então deputado estadual Flávio Bolsonaro. 

Queiroz era lotado no gabinete do parlamentar à época em que Flávio era deputado estadual.

O nome de Fabrício Queiroz consta em um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que aponta uma movimentação atípica de R$ 1,2 milhão em uma conta em nome do ex-assessor.

O relatório integrou a investigação da Operação Furna da Onça, desdobramento da Lava Jato no Rio de Janeiro, que prendeu deputados estaduais no início de novembro do ano passado.

Contra outros suspeitos de participação no esquema (o servidor Matheus Azeredo Coutinho, os ex-funcionários Luiza Paes Souza e Alessandra Esteve Marins e o advogado Luis Gustavo Botto Maia), o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro obteve na Justiça a decretação de medidas cautelares que incluem busca e apreensão, afastamento da função pública, comparecimento mensal em juízo e a proibição de contato com testemunhas. 

Fonte: Agência Brasil