terça-feira, 26 de maio de 2020






PF faz buscas contra governador do RJ 
em investigação sobre hospitais de campanha

Operação Placebo, autorizada pelo STJ, busca provas em 12 endereços. Witzel negou participar de qualquer esquema.

A Polícia Federal (PF) iniciou na manhã desta terça-feira (26) a Operação Placebo, sobre suspeitas de desvios na Saúde do RJ para ações na pandemia de coronavírus. São 12 mandados de busca e apreensão - um deles no Palácio Laranjeiras, residência oficial do governador Wilson Witzel (PSC), e outro na casa dele no Grajaú.

Às 8h40, agentes saíram do Palácio Laranjeiras com um malote com documentos.

Equipes da PF também foram mobilizadas para a casa onde Witzel morava antes de ser eleito, no Grajaú, e no escritório de advocacia do governador, que é ex-juiz federal.

Witzel se manifestou às 9h40 e negou participar de qualquer esquema.

"A interferência anunciada pelo presidente da República [na Polícia Federal] está devidamente oficializada. Estou à disposição da Justiça," disse

A deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP), uma das principais aliadas do presidente Jair Bolsonaro no Congresso, antecipou na segunda-feira (25), em entrevista à Rádio Gaúcha, que a Polícia Federal estava prestes a deflagrar operações contra desvios na área da saúde nos estados.

O presidente Bolsonaro tem criticado Witzel -- de quem foi aliado durante a campanha --, a quem chamou de 'estrume' em uma reunião ministerial em 22 de abril, por conta das medidas de isolamento para conter o coronavírus.

Perguntado sobre a operação nesta terça, Bolsonaro respondeu: "Parabéns à Polícia Federal. Fiquei sabendo agora pela mídia. Parabéns à Polícia Federal, tá ok?"

Ligação suspeita

A investigação aponta ainda "vínculo bastante estreito e suspeito" entre a primeira-dama e as "empresas de interesse de Mário Peixoto" -- o empresário, dono de fornecedoras para governos, foi preso na Operação Favorito, no último dia 14. O empresário nega qualquer ligação irregular.
Helena Witzel, que possui um escritório de advocacia, tem um contrato de prestação de serviços com a DPAD Serviços Diagnósticos, segundo a investigação. O MPF relata ainda comprovantes de transferência de recursos entre a empresa.

No endereço eletrônico de dois suspeitos de integrar a organização chefiada por Mário Peixoto teriam sido encontrados "documentos relacionados a pagamentos para a esposa do governador".

As empresas de Peixoto têm contrato com o governo desde a gestão de Sérgio Cabral (MDB) e os mantêm na de Witzel. Segundo o Ministério Público Federal, a manutenção dos acordos se deu por meio do pagamento de propina.




Casos e número de mortes 
no Brasil em 26 de maio

Dados sobre o coronavírus no Brasil nesta terça-feira (26), segundo levantamento junto às secretarias estaduais de saúde.

Foram registradas 23.522 mortes provocadas pela Covid-19 e 376.669 casos confirmados da doença em todo o país.

O balanço do Ministério da Saúde, divulgado na segunda-feira (25) informa 23.473 mortos e 374.898 casos.

Pacientes Recuperados
Foram recuperados 150.224 pacientes infectados, sendo que os estados de Goiás e São Paulo não divulgaram o número de pessoas recuperadas.