O presidente foi eleito
para ser responsável
por todas as nomeações do seu governo
Por Alexandre Garcia
O depoimento de Sergio
Moro foi divulgado. A própria defesa do ex-ministro autorizou, o que é muito
bom. Se isso não tivesse tornado público, poderiam ser vazadas algumas frases.
De qualquer maneira, o
depoimento é grande e quem não se der ao trabalho de ler tudo vai ler por meio
de veículos de imprensa que também pinça frases de acordo com o critério de
cada um.
No último debate que tive
com com Miguel Daoud, do Canal Rural, ele disse “é muita espuma para pouco
sabão”, eu acho que essa frase se aplica a situação que estamos vivendo.
O delegado Tuma diz algo
parecido “depois de tudo isso saiu pouco café desse bule”. Como ex-juiz de formação,
Sergio Moro foi comedido, deixou bem claro que não viu crime por parte do
governo e do presidente.
Eu vi no noticiário que
Sergio Moro está mostrando que Bolsonaro queria interferir nos ministérios.
Parece gozação essa afirmação, imagina se o presidente da República não
mandasse nos ministérios.
Nenhum ministro foi eleito
para o cargo, mas o presidente foi eleito para ser responsável pelos
ministérios e todas as nomeações do seu governo. Parecem jocosas essas
afirmações por parte do noticiário.
Promoção na PF
Carlos Henrique Oliveira,
ex-superintendente do Rio de Janeiro se tornou mais importante, agora ele é o
executivo da Polícia Federal. Uma pessoa que estava sendo apontada como a
pessoa que Bolsonaro queria tirar do cargo ganhou importância.
A investigação
contra o senador Flávio Bolsonaro está no âmbito da Polícia Civil e do
Ministério Público estadual do Rio de Janeiro, a PF não tem nada a ver com
isso. Então não há relação a ser feita.
Reação ao STF
Foram a liminar de
Alexandre de Moraes impedindo a nomeação de Ramagem e a decisão de Barroso de
impedir que o poder executivo expulsasse os diplomatas venezuelanos que
originaram as críticas e os as manifestações do domingo.
O ministro Marco Aurélio
entende de problemas que dizem respeito a independência dos poderes. Ele já
passou por isso quando tentou tirar o presidente do Senado Renan Calheiros, em
dezembro de 2016, e a Casa não deu a mínima.
Marco Aurélio aconselhou o
presidente do Supremo a mudar o regimento interno da Corte para que não saia
mais liminares de ministros isolados e quando isso acontecer a decisão teria
que ser imediatamente examinada pelo plenário do STF.
São 11 juízes que integram
o STF, ou seja, seria diferente. Essa resolução só aconteceria quando uma
liminar interferir na administração de um outro poder seja ele legislativo ou
executivo. A manifestação de domingo teve efeito.
O ministro Marco Aurélio
chegou a dizer que os que se julgam semideuses talvez não vão gostar dessa
mudança, e disse que se os outros ministros tiverem juízos e percepção do
contexto mudarão.
O contexto é a revolta da
população em relação ao STF interferindo em atos do poder executivo. Mas essa
interferência já está acontecendo há algum tempo. Está na hora da Corte dar uma
pensada porque a praça é dos Três Poderes.
Agressão a jornalistas
Falou-se muito sobre a
agressão a um fotógrafo do Estadão durante a manifestação de domingo. Chegaram
a dizer que o ato foi uma agressão aos jornalistas, mas foi a um fotógrafo só.
Mas o cidadão, Gustavo
Gaia, que estava do lado disse que viu o fotógrafo em cima de uma escadinha
tentando trabalhar e na frente dele tinha um manifestante que passava a
bandeira que segurava toda hora na frente da câmera.
Neste momento, o fotógrafo
pegou a bandeira e os dois começaram a discutir. Foi por conta dessa discussão
que houve uma aglomeração, os empurrões e a expulsão ao profissional do local.
A situação virou uma
catástrofe. Saiu uma nota do Ministério da Defesa. O presidente também falou.
Esse empurrão e a expulsão do fotógrafo virou algo grande, acho que a gente tem
que se ater aos fatos.