domingo, 19 de abril de 2020



Brasil tem 2.462 mortes 
e 38.654 casos

Balanço foi divulgado neste domingo (19) pela pasta apontou 115 óbitos a mais que o total do dia anterior, o que equivale a um aumento de 4,9%. Taxa de letalidade é de 6,4%.

O Ministério da Saúde divulgou neste domingo (19) o mais recente balanço dos casos de coronavírus no Brasil. Os principais dados são:

2.462 mortes – no sábado, eram 2.347 (um aumento de 4,9%)

38.654 confirmados – no sábado , eram 36.599 (um aumento de 5,6%)

6,4% é a taxa de letalidade

em 7 dias foram 1.239 mortes a mais (aumento de 101%)

São Paulo tem 1.015 mortes e 14.267 casos

Os estados com mais mortes confirmadas são:

São Paulo - 1.015

Rio de Janeiro – 402

Pernambuco – 216

Ceará – 186

Amazonas - 182

Fonte: G1



Casos e número de mortes 
no Brasil em 19 de abril

As secretarias estaduais de Saúde divulgaram, até as 7h30 deste domingo (19), 36.925 casos confirmados do novo coronavírus (Sars-Cov-2) no Brasil, com 2.372 mortes.

O maior número de casos ocorreu em São Paulo: o estado agora tem 13.894 casos e 991 mortes. Em seguida vem o Rio de Janeiro, com 4.543 casos e 387 mortes.



Politicagem virou ciência

Por Guilherme Fiuza

Se você acha que os elogios comovidos de Fernando Haddad a Henrique Mandetta têm alguma coisa a ver com enfrentamento de epidemia, você está aprovado como figurante no show de simulação e confinamento. Você com certeza também viu no súbito enlace de João Dória com Lula uma conjunção de forças democráticas pelo bem da saúde pública. Governador, ex-ministro, ex-presidiário e ex-suplente de presidiário certamente estão juntos nesse enredo para ajudar você.

Todos sabem que o mais importante numa emergência sanitária é ter autoridades falando sobre a tragédia 24 horas por dia, de forma que o público não se distraia com besteira. Foi assim que o país assistiu durante pelo menos um mês ao ex-ministro Mandetta falando um pouco de tudo – das informações gerais sobre o combate ao coronavírus a reflexões, projeções, correção de projeções, expectativas, desabafos, teorizações sobre o enclave entre o SUS e a democracia, digressões sobre a importância do diálogo com os traficantes de drogas e exaltações à ciência.

Nessa parte da elegia científica faltou só um detalhe que, por coincidência, foi abordado pelo seu substituto, Nelson Teich, logo na primeira entrevista: a paralisação da sociedade armou uma bomba mortífera na saúde da população.

O novo ministro não usou essas palavras e evitou o tom de alarme, mas foi muito claro ao reportar uma perspectiva que era óbvia, e mesmo assim tinha sumido das preocupações oficiais: a suspensão de exames, tratamentos e diagnósticos de todos os males que não fossem coronavírus vai fazer explodir no curto prazo um quadro geral de doenças agravadas em estágio avançado. Para muita gente será tarde demais. Exames, tratamentos e diagnósticos são recursos científicos. A história vai dizer se a ciência foi atropelada pela retórica.

A devoção científica também estava nos elogios dirigidos ao ex-ministro pelo professor Haddad – membro da quadrilha que revolucionou a ciência da corrupção – e na troca de afagos entre o governador Dória e Lula, PhD em subtração. Todos unidos pelo teorema da paralisia geral, com propósitos que, considerando seus currículos e prontuários, só podem ser humanitários.

Se considerarmos, com certa boa vontade, que ficção científica também não deixa de ser ciência, Dória deu sua contribuição com as equações ornamentais do lockdown de São Paulo. Um homem à frente do seu tempo (2022), o governador esteve entre as primeiras autoridades a anunciar o fechamento geral. Depois recuou um pouco – sobre fábricas, por exemplo – para não parecer que desejava paralisar por paralisar. Mas não deixou de ameaçar na primeira hora os agentes econômicos, constrangendo-os com a advertência de que não era hora de empresário pensar em lucro. Depois ameaçou prender na rua o cidadão que desrespeitasse a quarentena.

Nenhum cientista no mundo ousou estabelecer um modelo matemático relacionando de forma exata percentual de confinamento, progressão da epidemia entre vulneráveis e consequente expansão de demanda por leitos de UTI. Mas as autoridades de São Paulo dizem que têm esse modelo – e que se a quarentena não chegasse aos níveis determinados por elas o sistema hospitalar iria colapsar em exatos 15 dias. Ciência é tudo – e chute é para os fortes.

Há países com isolamento total – a maioria – e há outros com isolamento parcial, focado nos grupos de risco e nas atividades que provocam aglomeração. No balanço entre resultados melhores e piores contra a epidemia nenhuma fórmula de combate está consagrada – é tudo hipótese e tentativa. Mas em alguns lugares o fechamento geral virou dogma.

Se não é ciência e não é religião, só pode ser política.