sexta-feira, 3 de abril de 2020



Senado aprova projeto que flexibiliza 
contratos durante pandemia



Os senadores aprovaram, nesta sexta-feira (3), o substitutivo do PL 1179 de 2020, do senador Antônio Anastasia (PSD-MG), que flexibiliza contratos durante a pandemia do coronavírus. O projeto, bastante ambicioso, acabou "desidratado" antes da apresentação no plenário. Uma das propostas mais polêmicas do PL 1179, de suspender o pagamento de alugueis durante este período, foi retirada do texto antes da votação. Foram 88 emendas propostas ao projeto, que agora segue para a Câmara dos Deputados.

Graças a um acordo de líderes, a votação da proposta no Senado foi tranquila: todos os líderes de partido orientaram pela aprovação do substitutivo do PL 1179, que foi relatado e apresentado pela senadora Simone Tebet (MDB-MS). A proposta foi aprovada em votação simbólica.

Alguns partidos também abriram mão da apreciação de destaques propostos, para agilizar a tramitação do projeto. A exceção foi a Rede Sustentabilidade, que apresentou um destaque, a ser analisado a parte.

A senadora já havia adiantado a retirada do trecho que permitiria a suspensão dos alugueis. Na parte de habitação, também foi modificada a data limite para proibição de concessão de liminares em ações de despejo -- foi antecipada para 30 de outubro.

Além das regras de habitação, a proposta aprovada aumenta o poder de síndicos, estabelece prisão domiciliar para casos de atraso no pagamento de pensão alimentícia e fixa nova data para a lei geral de proteção de dados entrar em vigor, em janeiro de 2021.

Como ficou o texto aprovado do PL 1179

Entenda os principais pontos do projeto que instituiu o Regime Jurídico Emergencial e Transitório das relações jurídicas de Direito Privado (RJET) no período da pandemia

·        Foi considerada a data de 20 de março de 2020, dia da publicação do decreto legislativo nº 6 (calamidade pública), como termo inicial dos eventos derivados da pandemia no país. Do mesmo modo, é estimada a data de 30 de outubro de 2020 para determinar o fim do período.
·        Atos associativos, como reuniões de colegiados e assembleias, poderão ser realizados de forma remota.
·        As liminares para ações de despejos de imóveis prediais ficam suspensos até 30 de outubro, a não ser que o locador retome o local para uso próprio ou de familiares.
·        As regras para contratos agrários ficam flexibilizadas. Mas a contagem do tempo de ocupação de terrenos, para efeito de usucapião, é suspensa.
·        Os síndicos e responsáveis pela gestão de condomínios ficam autorizados a criar restrições temporárias para o acesso a áreas comuns e a realização de obra. E as assembleias podem ser realizadas de forma remota até 30 de outubro.
·        Os dividendos fornecidos por sociedades comerciais a seus sócios poderão ser antecipados.
·        Passa a ser liberada, até 30 de outubro, a celebração de contratos de arrendamento com empresas nacionais cujo capital social pertença majoritariamente a pessoas naturais ou jurídicas estrangeiras.
·        A falta de pagamento de pensão alimentícia passa a ter a prisão domiciliar como pena.
·        No caso de compras em delivery – apenas de produtos perecíveis ou de consumo imediato e medicamentos – fica suspenso o artigo 49 do Código de Defesa do Consumidor, que afirma: “O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de 7 dias a contar de sua assinatura ou do ato de recebimento do produto ou serviço, sempre que a contratação de fornecimento de produtos e serviços ocorrer fora do estabelecimento comercial, especialmente por telefone ou a domicílio”.
·        A data de vigência da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) foi adiada para janeiro de 2021.

Fonte: Gazeta do Povo



Governo zera impostos de produtos
usados no combate ao coronavírus


A Câmara de Comércio Exterior (Camex) ampliou a lista de produtos necessários ao combate do novo coronavírus com redução temporária para zero da alíquota do Imposto de Importação. A resolução nº 28 foi publicada na edição de hoje (3) do Diário Oficial da União.

Entre os produtos com redução do imposto estão tecidos para fabricação de máscaras; suporte para circuitos respiratórios; válvulas de ventiladores pulmonares; baterias; cartão de memória, entre outros dispositivos.

A Camex já havia reduzido a tarifa a zero para álcool etílico e imunoglobulina, na Resolução nº 22, de 25 de março. Nesta resolução de hoje, a câmara corrigiu a descrição técnica dos produtos.

Fonte: Agência Brasil



Casos no Brasil em 3 de abril

 

Secretarias estaduais de saúde contabilizam 8.076 infectados em 
todos os estados e 329 mortos. Mato Grosso registra primeira morte.

As secretarias estaduais de Saúde divulgaram, até as 10h desta sexta-feira (3), 8.076 casos confirmados do novo coronavírus (Sars-Cov-2) no Brasil, com 329 mortes pela Covid-19.

Mato Grosso registrou a primeira morte nesta manhã: um homem de 54 anos, que foi internado no dia 29 de março. Ele era hipertenso e diabético e estava internado com síndrome respiratória aguda.

Na Bahia, um homem de 79 anos morreu com diagnóstico positivo para coronavírus nesta manhã, segundo confirmação da secretaria estadual de saúde. Com este caso, o estado chega a quatro mortes pela doença.

Na manhã desta sexta, município de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, divulgou a primeira morte pela Covid-19. A secretaria estadual de Saúde ainda não confirmou o caso.

O último balanço do Ministério da Saúde, divulgado na tarde de quinta-feira (2), apontava 299 mortes e 7.910 casos confirmados de coronavírus no Brasil.

Fonte: G1



Os mais novos namorados 
da esquerda nacional

Por J.R. Guzzo

Até muito pouco atrás o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), era tratado como uma espécie inferior de bactéria pelo ex-presidente Lula, por toda a esquerda nacional e pela mídia – para não falar das classes intelectuais, filosóficas e sociológicas do país. Poucos políticos brasileiros, em tempos recentes, foram desprezados com tanto empenho e rancor como Doria. A aversão começou quando ele derrotou o PT e Fernando Haddad na eleição para a prefeitura de São Paulo, em 2016.

Piorou muito dois anos depois, quando se grudou desesperadamente a Jair Bolsonaro após ter abandonado a prefeitura e se ver ameaçado de perder a eleição ao governo do estado para um ex-prefeito de São Vicente. Na ocasião, inventou um negócio chamado “Bolsodoria”, e só por isso, na última hora, conseguiu se eleger. Sua imagem junto à esquerda chegou, então, ao ponto mais baixo que alguém pode alcançar.

Mas nada é tão fácil de se arrumar na política brasileira de hoje quanto um milagre. Basta se exibir como um adversário do presidente da República e pronto: a imagem de qualquer um, até mesmo de Doria, é imediatamente retirada do lixo e promovida pela esquerda e pelos meios de comunicação ao grau de estadista responsável, equilibrado, sereno, patriota e quem sabe quanta coisa mais.

Seu ponto culminante nessa virada de casaca acaba de ser atingido: ninguém menos que Lula, em pessoa, nomeou Doria, pelo Twitter, como um grande homem, na categoria de salvador do Brasil. Doria devolveu a puxada de ego. Eis aí, quem diria, os dois mais novos namorados da esquerda nacional.

Doria começou a aparecer em público como um destemido opositor de Bolsonaro assim que fez as contas e chegou a duas conclusões. A primeira é que não precisava mais da ajuda do presidente. A segunda é que a elite mais subdesenvolvida do Brasil, e que mais faz a pose de “civilizada”, não consegue admitir a hipótese de que Bolsonaro seja eleito para mais um mandato. Já não aceitam que ganhou as eleições de 2018. Não podem nem pensar em 2022. Como essa gente anda órfã de candidatos (chegam a pensar, até, num apresentador de programa de auditório para resolver o seu problema), Doria se ofereceu: “Alô, antibolsonaristas do Brasil, que tal eu?”. Desde então, não pensa em outra coisa. Com a chance do coronavírus que lhe caiu de graça no colo, se animou de vez.

Doria se meteu agora com Lula, na suposição de que o ex-presidente já é um defunto político mal enterrado, e não será mais nada, nunca, na política brasileira; poderia, então, já que não será candidato a coisa nenhuma, passar para o governador os votos e os apoios que tem hoje, em troca de vantagens em sua eventual e futura presidência. O grau de confiança que Lula tem em Doria, pelo que se sabe da mentalidade do ex-presidente, oscila entre zero e menos um. Doria, pelo seu histórico, tem o mesmo tipo de consideração pelo novo amigo. Mas política é dia a dia. Os abraços de hoje são os abraços de hoje. Amanhã é amanhã.