Sistema de saúde pode
entrar em
colapso em abril, diz ministro
Estimativa é que em agosto
ocorra um movimento de queda da Covid-19
O sistema de saúde pode
entrar em colapso em abril em decorrência da pandemia do novo coronavírus,
disse hoje (20) o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, durante
videoconferência da qual participaram o presidente Jair Bolsonaro e
representantes de associações empresariais brasileiras hoje (20).
“No final de
abril sistema entra em colapso. O colapso é quando você
pode ter o dinheiro, o plano de saúde, a ordem judicial, mas não há o
sistema para entrar”, afirmou o ministro.
A estimativa do Ministério
da Saúde é que haja um crescimento dos casos do Covid-19 nos próximos 10 dias,
uma subida mais aguda em abril, permanecendo
alta em maio e junho. A partir de julho é a expectativa de início da
desaceleração. Em julho começa um plateau (estabilidade)
e em agosto um movimento de queda.
Mas a intensidade depende
das medidas adotadas e do comportamento das pessoas, destacou Mandetta. Neste
sentido, o ministro reiterou a importância da redução de circulação e
iniciativas de isolamento. “Para evitar esse colapso eventualmente pode ser
necessário segurar a movimentação para ver se consegue diminuir a transmissão.
Quando tomamos medida de segurar 14 dias, o impacto só é sentido 28 dias
depois. A cadeia é sustentada e você quebra”, comentou Mandetta.
Isolamento
Ontem (19) o
Ministério divulgou novo protocolo para os postos de saúde.
Nos locais com transmissão
comunitária (São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Porto Alegre, Belo
Horizonte e Santa Catarina) pessoas com sintomas do novo coronavírus terão
um atendimento agilizado, serão colocadas em isolamento por 14 dias assim como
familiares e todos os idosos acima de 60 anos.
Nos locais sem transmissão
comunitária, pessoas com sintoma de Covid-19 devem buscar os postos de saúde e
ficar em isolamento, com monitoramento a cada 48 horas. Caso mais graves serão
encaminhados para atendimento hospitalar.
Governo declara transmissão comunitária em todo o país
Pessoas infectadas e
moradores da mesma
casa devem ficar em isolamento
O Ministério da Saúde
publicou portaria nessa sexta-feira (20) decretando
o estado de transmissão comunitária do novo coronavírus (Covid-19) em todo o
Brasil. Com isso, as orientações para locais nessa modalidade de forma de
disseminação do vírus passam a valer em todo o país.
A transmissão comunitária
é uma modalidade de circulação na qual as autoridades de saúde não conseguem
mais rastrear o primeiro paciente que originou as cadeias de infecção, ou
quando esta já envolve mais de cinco gerações de pessoas.
Ela difere dos casos
importados (quando uma pessoa adquire o vírus em viagens ao exterior) e da
transmissão local (quando alguém é contaminado por contato com alguém infectado
em outro país). As situações de transmissão comunitária significam que o vírus
está mais disseminado, demandando cuidados mais efetivos.
Até ontem, essa
classificação era atribuída pelo Ministério da Saúde a São Paulo, Rio de
Janeiro, Pernambuco, Porto Alegre, Belo Horizonte e a região Sul de Santa Catarina.
Quando há transmissão
comunitária, agora em todo o país, a orientação é de isolamento por duas
semanas de pessoas com sintomas e das que moram no mesmo espaço de quem
apresentou sinais da infecção. Isso implica ficar definitivamente em casa e
evitar a todo custo não apenas aglomerações, como a circulação fora de casa.
Sintomas do
novo coronavírus
De acordo com a portaria,
são considerados sintomas do novo coronavírus “tosse seca, dor de garanta ou
dificuldade respiratória, acompanhada ou não de febre, desde que seja
confirmado por atestado médico”. Além dos sintomas, o isolamento também depende
de prescrição médica, razão pela qual pessoas com sintomas devem procurar um
médico para verificar o estado de saúde e confirmar a orientação.
Atestado
médico
O atestado ofertado pelo
médico para a pessoa que apresentar esses sinais será estendido também aos
familiares ou outros que residem com ela. Para isso, o paciente deve informar o
nome completo dos demais parentes ou moradores da casa. Se esses coabitantes
vierem a apresentar sintomas, poderão solicitar um novo atestado médico, dentro
do prazo previsto de 14 dias.
O atestado faz-se
necessário para justificar o afastamento do trabalho, evitando, assim, qualquer
sanção caso o empregador mantenha as atividades.
Idosos
Já os idosos acima de 60
anos devem “observar o distanciamento social, restringindo seus deslocamentos
para realização de atividades estritamente necessárias, evitando transporte
coletivo, viagens e eventos esportivos, artísticos, culturais, científicos, comerciais
e religiosos e outros com concentração próxima de pessoas.