terça-feira, 17 de março de 2020



Juro máximo do consignado para pensionista 
do INSS é reduzido para 1,8% ao mês
O Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) aprovou nesta terça-feira (17) a redução do limite de taxa de juros nas operações de empréstimo consignado para aposentados e pensionistas do INSS de 2,08% para 1,80% ao mês. A medida faz parte do conjunto de ações elaboradas pela equipe econômica para tentar conter os efeitos negativos para a economia pelo avanço do novo coronavírus no país. A decisão foi tomada em reunião extraordinária. "Essa é uma medida bastante fundamental", disse o secretário especial de Previdência e Trabalho, Bruno Bianco. Segundo ele, é importante que os beneficiários do INSS possam acessar mais facilmente o crédito e com menor taxa de juros. "É uma situação difícil, o crédito pode ajudá-los", afirmou. O CNPS aprovou ainda a ampliação do prazo máximo dos contratos, de 72 meses para 84 meses. Outra medida é a redução da taxa máxima de juros do cartão de crédito consignado de 3% ao mês para 2,7% ao mês.






Homem de 62 anos é o primeiro 
morrer de coronavírus no país

Paciente tinha comorbidades como diabetes e hipertensão

A primeira morte de coronavírus no Brasil é de um homem, de 62 anos, morador de São Paulo, que também tinha comorbidades como diabetes e hipertensão. Ele deu entrada em um hospital privado, não identificado, no sábado (14), e faleceu ontem (16). Os primeiros sintomas se manifestaram no dia 10 de março. O paciente não tinha histórico de viagem.

Segundo o coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus de São Paulo, David Uip, quatro óbitos no estado estão sendo investigados para saber se foram infectados por coronavírus. No caso do paciente de 62 anos, Uip destacou que era do grupo de risco, pela idade e por apresentar outras doenças. “Foi uma manifestação rápida da doença”, disse Uip.

O secretário estadual da Saúde de São Paulo, José Henrique Germann, disse que a ocorrência de óbitos por coronavírus já era esperada, devido à situação de pandemia. “Infelizmente os óbitos são esperados. Mas lamentamos muito o óbito, e manifestamos consideração à família. Isso é muito triste. Mas esse óbito não deve criar pânico na população”, acrescentou Uip.

Segundo o coordenador, até o momento não é possível informar quantas pessoas estão em estado grave por causa de coronavírus, já que os pacientes estão sendo atendidos em hospitais privados, que não costumam fornecer informações sobre a saúde de seus pacientes. “Não temos controle da rede privada neste momento. Mas precisamos dessas informações da rede privada”, disse Uip.

Durante entrevista, na tarde de hoje (17), na capital paulista, Uip pediu para que as pessoas doem sangue, já que os estoques estão muito baixos.

Fonte: Agência Brasil



Coronavírus vai arrasar nossa economia 
igual a greve dos caminhoneiros

Por Alexandre Garcia

O mundo inteiro está se mobilizando para combater o coronavírus, menos a China. O país asiático está fornecendo know-how para a Itália, depois de conseguir controlar o número de casos.

A economia chinesa já voltou a trabalhar, com grandes vantagens porque a China está comprando mais barato até empresas ocidentais. França, Alemanha e Estados Unidos adotaram medidas restritivas para impedir a proliferação do vírus.

Embora o vírus não seja letal, ele é muito contagioso. A Itália está apavorada porque o número de UTIs disponíveis não é suficiente para atender a todos, principalmente aos mais velhos que geralmente têm doenças pulmonares ou virais.

Os especialistas estão pedindo calma porque o pânico enfraquece as defesas. Nós somos um país tropical, o que vai nos ajudar. Mas o país vai sofrer consequências econômicas em decorrência da doença.

A greve dos caminhoneiros durou 11 dias e destruiu a economia. O Brasil estava voltando a crescer e esse crescimento foi interrompido. A greve também não ajudou a aumentar a taxa de emprego, as exportações despencaram e a inflação bateu o recorde dos últimos 20 anos no mês posterior.

Passageiros desembarcam em Guarulhos com máscaras pra se proteger do novo coronavírus. Foto: Nelson Almeida/AFP
Por conta do coronavírus, a indústria do turismo está sendo muito atingida. Está prejudicando os empregos em companhias aéreas, empresas de turismo, hotéis e cruzeiros. Aliás, alguns cruzeiros estão atracados no porto e as pessoas estão em quarentena dentro do navio.

Aqui, no Brasil, os bancos já anunciaram que podem negociar vencimentos com os setores que mais estão sofrendo. O Congresso disse que vai trabalhar a distância, sendo assim, não haverá votação.

Os tribunais estão transferindo as audiências para junho. O Tribunal do Trabalho disse que se houver alguém com sintomas, essa pessoa será afastada, mas que os trabalhos continuam.

Quem está lucrando com o coronavírus são os fabricantes de álcool em gel. Uma das empresas chegou a multiplicar por 50 a produção. Antes, produzia 120 mil frascos por mês e agora vai passar a produzir 6 milhões de frascos no mesmo período.

O setor está empregando. É necessário lavar as mãos com água e sabão e usar o álcool em gel. O que não é preciso é utilizar as máscaras, que antes custavam centavos e agora o valor aumentou absurdamente. Os especialistas não recomendam usar máscaras sem necessidade. A utilização da máscara pode ser prejudicial porque o vírus pode se fixar nela.

Bolsonaro vai fazer mais um exame
O presidente Jair Bolsonaro vai fazer mais um teste para o coronavírus nesta terça-feira (17). O novo exame será feito porque grande parte da comitiva para os Estados Unidos está com a doença.

O exame de Michelle Bolsonaro deu negativo, assim como o do presidente. Mas deu positivo para o embaixador brasileiro em Washington, para o secretário de comunicação e para um dos comissários de bordo.

Infelizmente, o vírus vai causar prejuízos econômicos. É um exagero o medo em torno da doença porque ela é menos letal que a gripe comum ou o sarampo, por mais que seja muito contagiosa. As pessoas começam a apresentar sintomas e já precisam ficar em quarentena.




Bolsas na Ásia fecham 
com “sobe e desce”
As principais bolsas na Ásia fecharam com sinais mistos nesta terça-feira (17). Enquanto o CSI300, com ações listadas em Xangai e Shenzhen fechou em queda de 0,49%, o Xangai registrou queda de 0,34% - o quinto recuou seguido. Já o índice Nikkei subiu 0,06% e o Hang Seng subiu 0,87%, em Hong Kong. Os dados são da Bloomberg.

Bancos anunciam prorrogação de 
vencimento de dívidas por 60 dias

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) anunciou, nesta segunda-feira (16), que seus cinco maiores bancos associados –  Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, Itaú Unibanco e Santander – "estão abertos e comprometidos em atender pedidos de prorrogação, por 60 dias, dos vencimentos de dívidas" de pessoas físicas e micro e pequenas empresas. O benefício vale para aqueles que estão com os contratos em dia, e vale apenas para os valores já utilizados. Segundo a Federação, a medida tem o objetivo de minimizar os efeitos da pandemia do coronavírus sobre o emprego e a renda.


Fiat Chrysler e Volkswagen 
param produção na Europa
A Fiat Chrysler está parando praticamente toda a produção de carros na Europa em razão do coronavírus. Já a Volkswagen fechou as fábricas na Itália e na Espanha, sem suprimentos para manter a produção. Já nos Estados Unidos, por enquanto, as fábricas permanecem abertas até que sejam afetadas pela cadeia de suprimentos ou por determinação de saúde pública, diz o Wall Street Journal.

Coronavírus: 
Azul suspende operação em 11 bases

Em função da queda na demanda gerada pela propagação do coronavírus, a Azul anunciou, nesta segunda-feira (16), que suspenderá operações em 11 bases. A companhia aérea está em contato com os clientes impactados e garante que todos serão reacomodados em outros voos". A suspensão vale para a base em Bariloche, entre o dia 21 de março a 30 de junho. Já entre os dias 23 de março e 30 de junho estão suspensas as operações nas bases de Lages, Pato Branco, Toledo, Ponta Grossa, Guarapuava, Araxá, Valença, Feira de Santana, Paulo Afonso e Parnaíba. Mais cedo, a Azul anunciou que decidiu reduzir sua capacidade consolidada de 20% a 25% no mês de março, e entre 35% a 50% em abril e meses seguintes, até que a situação envolvendo o coronavírus se normalize. A aérea também optou por suspender a partir de hoje todos os voos internacionais, exceto os que partem de Campinas.

Latam anuncia redução 
de 70% nas operações
A Latam e suas subsidiárias informaram que reduzirão sua capacidade em 70%, devido aos novos anúncios de fechamento de fronteiras de vários países e a consequente queda na demanda por causa do coronavírus. A medida corresponde a uma redução de 90% em seus voos internacionais e 40% nas operações domésticas. O Grupo Latam informou que todos os passageiros com voos nacionais ou internacionais afetados podem reagendar seu voo gratuitamente até 31 de dezembro de 2020. "Estamos trabalhando para garantir a sustentabilidade a longo prazo do Grupo e proteger os empregos dos 43 mil funcionários da Latam. No entanto, a escala e a imprevisibilidade dessa crise dificultam a antecipação de resultados. É por isso que vamos exigir o apoio dos governos para superar a maior crise da história nos setores de turismo e aviação civil", acrescentou a companhia.





Quanto mais apanha, 
mais Bolsonaro encorpa

Por J.R. Guzzo

Às vezes, francamente, a gente fica com a impressão de que os inimigos do presidente Jair Bolsonaro estão cada vez mais empenhados em garantir a sua reeleição nas eleições presidenciais de 2022. Não é o que querem, é claro, mas é o que acabam fazendo na prática em seus atos do dia a dia. Bolsonaro, como sabem até as crianças de 10 anos de idade, cresce e prospera, acima de tudo, em situações em que o colocam sob o fogo de artilharia pesada. É aí que ele realmente brilha.

É óbvio: de um lado está um bando de políticos de quinta categoria, uma mídia na qual o público acredita cada vez menos e detesta cada vez mais, e os grandes interessados em manter o Brasil aprisionado no atraso. Do outro lado está o cavaleiro solitário que tem o peito de enfrentar todos eles. Tanto faz se isso corresponde ou não à realidade dos fatos. É isso, e só isso, que a maioria da população, como ficou contabilizado nas eleições de 2018, tem a certeza de que está acontecendo. Resultado: quanto mais batem, mais ele encorpa.

Não seria o caso, então, de pensar em alguma outra estratégia? Em vez de se entregar, praticamente todo dia, a acessos de cólera cada vez menos equilibrados contra o presidente, não seria talvez o caso de fazer alguma coisa séria para tirar dele o palco permanente que estão lhe dando de graça? É pouco provável, obviamente, que Bolsonaro colabore com o inimigo e aceite, como um bom moço, ir para a geladeira – ele, que precisa do calor de 40 graus para ser politicamente viável. Estará, de um jeito ou de outro, fazendo coisas para manter-se no centro das atenções. Mas aí, pelo menos, o trabalho será dele. Do jeito que está, a oposição se encarrega de fazer esse esforço em seu lugar.


O “domingo do coronavírus” foi um clássico no gênero. As manifestações de protesto originalmente voltadas contra o Congresso — e que Bolsonaro encampou como sendo a favor do seu governo — poderiam ter levado recordes de público às ruas de todo o Brasil. Com o clima antivírus e os esforços gerais para se reduzir os riscos de contágio, seus inimigos ganharam um belíssimo presente – as manifestações foram uma fração do que poderiam ter sido. Era só deixar quieto. Mas o que a oposição faz? Justamente na hora em que o chope do presidente fica aguado, saem de pau em cima dele porque foi cumprimentar, fazer selfies, etc, com grupos que, apesar da epidemia, foram saudá-lo na porta do palácio. Pronto: Bolsonaro, inteiramente sem custo, vira a figura central da história toda.

O presidente passou a imagem do homem que tem coragem de ir onde o povo está, num momento de perigo, enquanto os adversários se escondem pelos cantos. Os bolsonaristas vibram. Ele não perde um voto. Os outros não ganham nada. Aí, para completar a obra prima, entram com um pedido de “impeachment”. E quem apresenta o pedido? O ator Alexandre Frota. É uma piada cinco estrelas; um pedido como esse desmoralizaria o impeachment de Idi Amin. Bolsonaro, desse jeito, vai ter de fazer muita força para perder.