sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020



Regina Duarte encerra vínculo com a 
Globo e deve ser nomeada na Cultura
A atriz Regina Duarte, indicada para a Secretaria da Cultura do governo do presidente Jair Bolsonaro, chegou a um acordo com a Globo e encerrou o vínculo após 50 anos nesta sexta-feira (28). De acordo com um comunicado enviado pela emissora, o rompimento se deu em comum acordo e ocorreu devido à decisão da atriz de assumir a secretaria. "Que Deus me ilumine para que eu possa agora, na Secretaria Especial de Cultura do Governo Bolsonaro, honrar meus aprendizados em benefício das Artes e das Expressões Culturais da população do meu país", declarou Regina. A nomeação da atriz deve ocorrer até o dia 11 de março.



Mega-Sena: 
Dois acertam as seis dezenas e 
faturam cada um R$ 105,8 milhões
Uma aposta de Rio Branco (AC) e outra de Fortaleza (CE) acertaram as seis dezenas do concurso 2.237 da Mega-Sena. Elas receberão, cada uma, R$ 105.826.358,87. O sorteio ocorreu nesta quinta-feira (27) no Terminal Rodoviário Tietê, em São Paulo. A aposta mínima custa R$ 4,50.

Veja as dezenas sorteadas: 11 - 20 - 27 - 28 - 53 - 60.

Será o segundo maior prêmio da história da Mega-Sena a ser pago pela Caixa em concursos regulares. O maior é de R$ 289 milhões e foi pago em abril de 2019. Se incluídos os prêmios de Mega da Virada, será o décimo maior prêmio já pago pela Caixa.

A quina teve 263 apostas ganhadoras; cada uma levará R$ 44.509,85. A quadra teve 15.054 apostas ganhadoras; cada uma receberá R$ 1.110,86.

O próximo concurso (2.238) será no sábado (29). O prêmio é estimado em R$ 3 milhões.



Últimas notícias de coronavírus

Bielorrússia, País de Gales e Nova Zelândia tiveram os primeiros registros do novo coronavírus nesta sexta-feira (28), depois de a Nigéria se tornar o terceiro país do continente africano a ser atingido pela Covid-19, a doença causada pelo vírus, na quinta-feira (27).

Destaques sobre o coronavírus nesta sexta:

Brasil
O país tem 132 casos suspeitos, segundo levantamento de quinta (27) do Ministério da Saúde.

Europa
Bielorrússia e País de Gales registraram os primeiros casos da doença.
A Itália tem 650 casos confirmados da doença, 122 a mais que no último levantamento, segundo dados da agência de proteção civil italiana.

África
Nigéria confirmou o primeiro caso do país na quinta-feira (27). O paciente, um italiano que trabalha no país e viajou de Milão a Lagos no dia 25 de fevereiro, está clinicamente estável e sem sintomas sérios, segundo o governo. É o terceiro caso no continente africano - os primeiros foram no Egito e na Argélia - e o primeiro na África subsaariana.

Oriente Médio
O Irã tem 34 mortes confirmadas, 8 a mais que em levantamento anterior do governo; o país tem o número de mortes mais alto fora da China. São 388 casos no país.

Ásia
O Azerbaijão confirmou o primeiro caso da doença. Segundo a agência de notícias "Interfax", o paciente é um cidadão russo que chegou ao país pelo Irã. O Azerbaijão fica na fronteira noroeste iraniana.
A China tem 78.959 casos confirmados de Covid-19, com 2.791 mortos.

Outros países
Nova Zelândia confirmou o primeiro caso nesta sexta (28). O paciente está na casa dos 60 anos e chegou ao país na quarta-feira (26) em um voo vindo de Teerã e que passou por Bali, na Indonésia, de acordo com o ministério da Saúde do país.



Povo vai às ruas protestar contra os 
parlamentares. E a culpa é toda deles

Por J.R. Guzzo

É muito ruim que uma parte da população brasileira encontre razões para sair de casa no dia 15 de março e ir à praça pública manifestar sua hostilidade, desrespeito e desprezo pelo Congresso Nacional. O Congresso é uma peça essencial da democracia – não pode ser considerado um inimigo do povo em nenhuma sociedade que pretenda ter uma vida democrática.

Tão ruim quanto isso são as tentativas, por parte dos que se apresentam como os marechais-de-campo do Estado de Direito, de negar o direito moral dos manifestantes a fazer o seu protesto, ou de acusar de serem inimigos da democracia os brasileiros dispostos a se manifestar no dia 15. Pior que as duas coisas, porém, parecem ser as demonstrações explícitas de cegueira quanto à questão básica disso tudo: de quem é a culpa pelo que está acontecendo?

Os grupos de direita que organizam as manifestações são, certamente, peças fundamentais na criação dessa fervura. As forças que gostariam de eliminar a democracia no Brasil também existem; estão ativas na ofensiva contra os políticos, simbolizados como um todo pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal. Há nas redes sociais propaganda explícita e agressiva pregando a abolição do Estado de Direito. Também parece haver, dentro do governo, grupos determinados a agir em favor de um regime de força. O presidente e seus filhos atiçam abertamente a fogueira. Tudo isso é verdade.

Mas não estão aí os verdadeiros responsáveis pelo clima criado contra parlamentares e Parlamento. Por mais que façam, nenhum deles conseguiria colocar multidões na rua se essas multidões, por conta absolutamente própria, não estivessem detestando, do fundo da alma, a maioria dos ocupantes de cadeiras no Congresso.

Resumo, em português claro: os responsáveis diretos pela ida do povo às ruas no dia 15 de março são os próprios deputados e senadores, e ninguém mais. Dizer o contrário é mentira. Não mencionar a culpa direta dos parlamentares pelo que está acontecendo pode ajudar a compor belas construções de pensamento, sobretudo quando acabam por jogar a culpa de tudo no presidente da República – mas é apenas mentira.

O Congresso Nacional tornou-se odioso para grande parte da população única e exclusivamente pelos atos dos seus membros. A indignação não é contra o fato de existir um Congresso no Brasil. É contra aquilo que os congressistas fazem. Só isso.

Foram os organizadores do protesto do dia 15, por acaso, que aprovaram o infame “fundo partidário” – assalto à mão desarmada, sem disfarce, ao bolso do contribuinte, para entregar aos políticos dinheiro público que podem usar mais ou menos como querem? Foi a direita, ou os acusados de serem “golpistas”, que aprovaram o “fundo eleitoral”, tão safado quanto o outro ? Quem aprovou a doação de verbas do orçamento aos parlamentares? Quem foi que proibiu a abolição do “seguro obrigatório” para veículos, que o governo tinha decidido? Quem impede o direito da população a ter um acesso mínimo a armas de fogo? Quem protelou a aprovação do pacote anticrime do ministro Sergio Moro? Quem vota o tempo todo a favor dos direitos dos criminosos?

São os deputados e senadores que fazem cada uma dessas coisas, todas elas intoleráveis para a maioria da população. E quando a população quer expressar em público a sua revolta contra o que os congressistas estão fazendo é ela, a população, que acaba acusada de “atacar as instituições”? É o que diz grande parte da mídia, a esquerda em geral e o Brasil moderado do “centro” e do “equilíbrio”. Fica muito difícil convencer a maioria dos cidadãos comuns de que isso possa fazer algum sentido.

É positivamente absurda, enfim, a pretensão cívica de impedir que as manifestações sejam realizadas. Trata-se de um direito elementar de qualquer democracia – no caso do Brasil, esse direito é garantido expressamente pelo inciso XVI do artigo 5º da Constituição, onde se diz que todo o cidadão é livre para se manifestar em público, pacificamente, sem ter de pedir autorização a ninguém. Não se diz, ali, que é proibido fazer manifestações contra o Congresso, e muito menos contra os congressistas.