terça-feira, 18 de fevereiro de 2020
Senadoras kirchneristas
propõem limitar
cobertura jornalística de
casos de corrupção
Vice-presidente da
Argentina, Cristina Kirchner
Foto: YAMIL LAGE/AFP
Senadoras argentinas
ligadas a vice-presidente, Cristina Kirchner, estão propondo uma lei bastante
questionável que permitira a anulação da prisão preventiva de acusados em casos
de corrupção cobertos pela mídia, informou o jornal Clarín nesta terça-feira (18).
A jogada beneficiaria Kirchner diretamente, já que ela é investigada em oito
processos, e, sobretudo, limitaria a liberdade de imprensa na Argentina e
praticamente enterraria o uso da medida cautelar em casos de corrupção.
Segundo o Clarín, a iniciativa
prevê um "controle de convencionalidade" – um mecanismo para
garantir, dentro do país, os direitos humanos acordados internacionalmente –
para as prisões preventivas quando o acusado se sinta prejudicado por uma série
de suposições, entre as quais, a divulgação das acusações contra ele em
veículos da mídia. O objetivo do projeto seria evitar prisões arbitrárias e
garantir o princípio de inocência, mas a lei só se aplicaria em casos se
corrupção.
Além disso, segundo o
jornal, a nulidade da prisão preventiva poderia ser exigida por aqueles que
acreditam que houve uma "implementação deficiente das garantias
processuais que regem a intervenção de uma testemunha protegida ou de um
arrependido", e pelos que suspeitam de “deficiências em relação às
garantias do juiz natural por razões de intromissão na atribuição de
competências, de designações ou abordagens nos sorteios dos juízes" –
alegações que foram reclamadas por Kirchner no processo "cadernos de
propina", conhecido como a Lava Jato argentina.
Pela 1ª vez, China tem
menos de 2 mil
casos de coronavírus em um dia
Autoridades sanitárias da
China informaram que mais 98 pessoas, a maioria na província de Hubei, morreram
por causa do novo coronavírus, nesta segunda-feira (17), fazendo com que o
total de mortes no país chegasse a 1.868.
Segundo funcionários da
Comissão Nacional de Saúde, havia 1.886 novas infecções e o número de casos em
território chinês subiu para 72.436.
O número de novas
infecções registradas em um único dia permaneceu abaixo de 2 mil pela primeira
vez desde 30 de janeiro.
Alta médica
As autoridades informaram
ainda que mais 1.701 pessoas receberam alta de hospitais ontem, fazendo com que
o total atingisse 12.552. Elas disseram que mais de mil pessoas haviam recebido
alta pelo sexto dia consecutivo e que o tratamento está surtindo efeito.
A imprensa chinesa
mencionou uma declaração de Zhong Nanshan, chefe de uma equipe de especialistas
formada por autoridades sanitárias do país encarregada de conter o surto. Ele
teria dito que ainda não está claro se o surto atingiu o ápice.
De acordo com relatos da
imprensa, na segunda-feira, Zhong disse a uma equipe médica durante uma
videoconferência que o surto deve atingir o ápice até o final deste mês.
Zhong Nanshan também teria
dito que transmissões entre pessoas em Wuhan ainda não acabaram.
Fonte: Agência Brasil
Justiça libera corpo de
miliciano morto na Bahia
Uma decisão do Tribunal de
Justiça do Rio de Janeiro liberou a cremação do corpo do miliciano Adriano da
Nóbrega. Na decisão, o magistrado afirma que não é necessário preservar o corpo
e que não serão feitos novos exames periciais. A Justiça havia barrado a
cremação após pedido da família. No processo há o inquérito sobre as
circunstâncias da morte de Adriano e o atestado de óbito. Cabe à Justiça da
Bahia a liberação onde o miliciano foi morto.
Bolsonaro questiona morte
de miliciano:
“Queima de arquivo”?
O presidente Jair
Bolsonaro reagiu à informação de que a Justiça liberou a preservação do corpo
do miliciano Adriano da Nóbrega. Nesta terça-feira (18), o presidente
questionou o assunto nas redes sociais. “A quem interessa não haver uma perícia
independente? Sua possível execução foi ‘queima de arquivo’?”, indagou. O
presidente ainda afirmou que “sem uma perícia isenta os verdadeiros criminosos
continuam livres até para acusar inocentes do caso Marielle”. Em seguida,
Bolsonaro fez outro questionamento: “Quem fará a perícia nos telefones do
Adriano? Poderiam forjar trocas de mensagens e áudios recebidos? Inocentes
seriam acusados do crime?”, disse."
BC quer liberar uso do
mesmo imóvel
para garantia em vários empréstimos
Uma proposta do Banco
Central prevê que o mesmo imóvel seja utilizado como garantia em mais de um
empréstimo em diferentes instituições financeiras e prazos diferentes. Pela
proposta, diz o Estadão, os juros devem ser menores. A modalidade já é
utilizada em outros países em que o mesmo imóvel é garantia em mais de um
financiamento. Para implementar o “home equity” o Banco Central precisa
realizar uma alteração na alienação fiduciária com garantia, pois a legislação
atual não permite a garantia em mais de uma operação.
Ministro do TST autoriza
sanções a
petroleiros e considera greve abusiva e ilegal
O ministro Ives Gandra, do
Tribunal Superior do Trabalho (TST), atendeu a um pedido da Petrobras e
autorizou a aplicação de sanções aos petroleiros que permanecerem em greve.
Pela decisão, que considerou a paralisação abusiva e ilegal, pelo menos 90% dos
trabalhadores devem permanecer em atividade. Corte de salários, sanções
disciplinares e demissão por justa causa estão autorizados para punir os
grevistas. Em caso de descumprimento da decisão, os sindicatos terão as contas
bloqueadas e deverão pagar entre R$ 250 mil e R$ 500 mil por dia. A paralisação
começou no dia 1º de fevereiro, contra as demissões na Fábrica de Fertilizantes
Nitrogenados do Paraná (Fafen), uma subsidiária da Petrobras. O julgamento pela
Corte está marcado para o dia 9 de março.
Deflagrada operação de
combate
à exploração sexual infantil
Policiais civis de 12
estados participam desde as primeiras horas da manhã desta terça-fera (18) da
sexta fase da Operação Luz na Infância, que tem como objetivo de identificar
autores de crimes de abuso e exploração sexual.
A operação está sendo
coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e envolve
ainda as agências de aplicação da lei da Colômbia, dos Estados Unidos, do
Paraguai e Panamá.
Os policiais civis cumprem
mandados judiciais de busca e apreensão de arquivos com conteúdo relacionado
aos crimes de exploração sexual praticados contra crianças e adolescentes em
endereços ligados aos investigados, nos estados de Alagoas, do Acre, Ceará, Rio
de Janeiro, de Goiás, do Paraná, Rio Grande do Sul, de São Paulo, Mato Grosso,
Mato Grosso do Sul, do Piauí e de Santa Catarina.
Raiva do governo? Não dá
para fazer oposição assim
Uma das questões mais
curiosas do chamado “quadro político” do Brasil de hoje é a existência de um
dos governos mais intensamente odiados por seus adversários, que jamais pôs os
pés em Brasília. É o diabo, porque esse governo não está aí pela força: foi
eleito democraticamente, em eleições livres e limpas, por quase 58 milhões de
cidadãos, a maioria absoluta do eleitorado que foi votar nas eleições
presidenciais de 2018.
Fazer o que? Democracia
tem mesmo esses problemas; você é obrigado a fazer eleições, e nas eleições o
outro lado pode ganhar. Dá para odiar, é claro – mas, além de odiar, o que
precisamente pode fazer de útil quem está contra o governo Jair Bolsonaro, seu
ministério e seus generais? A resposta clássica é: fazer oposição consistente,
de um lado, e apresentar um ou mais nomes realmente viáveis para ganhar as
próximas eleições, de outro.
Do contrário, fica essa
coisa para lá de esquisita que temos hoje: raiva sem limites do governo e, ao
mesmo tempo, na vida real, céu de brigadeiro (ou mar de almirante) para esse
governo ir tocando muitíssimo à vontade a sua vida.
Grita-se muito alto,
assina-se muito “manifesto” de artista, a mídia vive praticamente em transe
contra o que considera o pior governo que o Brasil já teve e as crises, cada
vez mais fatais e cada vez mais curtas, não param nunca – só que não acontece
nada.
A origem dessa anomalia
está na falta, justamente, de uma oposição coerente e de alguma liderança que
possa ser levada a sério dentro dela, como mencionado acima. Oposição é algo
muito mais fácil de exibir em público do que praticar de verdade.
Protesto de rua contra o
presidente Jair Bolsonaro: oposição está perdida e prefere alimentar o ódio a
ser paciente e propositiva.| Foto: Nelson Almeida/AFP
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Para agir com eficácia,
qualquer força de oposição tem de fazer nexo – e no Brasil de hoje isso não
existe. É preciso ter um programa com propostas alternativas ao que o governo
está fazendo; é preciso dizer o que está errado e o que você vai fazer,
concretamente, para consertar isso. Você precisa ter condições, em suma, de
prometer que fará o contrário do que está sendo feito. Ninguém na oposição
clássica – PT e seus ajudantes, mais o que se chama de “esquerda” – está
fazendo esse trabalho. Quanto à liderança, tudo que se tem é um grande zero.
É difícil. O que a
oposição poderia propor de contrário ao que o governo está fazendo? Juros mais
altos? Aumento nos índices de desemprego? Mais inflação? Mais mulheres no
ministério? Retomada no número de homicídios, que caíram mais de 20% em um ano?
Entregar o país de volta às empreiteiras de obras públicas?
No terreno dos nomes para
liderar a oposição a coisa fica ainda mais opaca. Um nome desses, para ter
força real, precisa em primeiro lugar mostrar que é um candidato com chance de
ganhar de Bolsonaro na eleição de 2022. Onde está ele? Um outro problema sério
para os adversários do governo em geral, e para a esquerda em particular, é a
recusa de enfrentar Bolsonaro no seu campo e em seus termos. Querem ganhar do
presidente, estranhamente, acusando-o de agir como os seus eleitores esperam
que ele aja; não pode dar certo.
A questão é tirar
eleitores de Bolsonaro e trazê-los para o seu lado; ao invés disso, a oposição
passa o tempo todo dizendo que esses eleitores são “fascistas”. Fica complicado
atrair apoio desse jeito. Situação ruim no governo? Está pior fora dele.
J. R. GUZZO
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