segunda-feira, 30 de novembro de 2020


 

O que o resultado das eleições municipais diz sobre a disputa pela Presidência em 2022

Palácio da Alvorada

Prever o impacto das eleições municipais na disputa pela Presidência e pelos governos estaduais em 2022 é um arriscado exercício de futurologia. Daqui até lá, muito pode mudar. O fato, porém, é que a distribuição de poder nas prefeituras dos mais de 5 mil municípios brasileiros é parte importante do caminho que culmina em Brasília. A razão é simples: ter mais prefeituras – ou comandar grandes centros urbanos do país – dá capital simbólico e político aos partidos. 

"Eu concordo que as eleições municipais são muito marcadas por temáticas locais. Mas, por outro lado, elas têm uma importância muito grande na consolidação de bases eleitorais para as eleições nacionais", explica Mayra Goulart, professora do Departamento de Ciência Política da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). "Esses prefeitos e vereadores eleitos em 2020 vão ser cabos eleitorais para os candidatos de 2022", completa a professora.  

É a partir dessa perspectiva que se pode inferir, com mais precisão, quais devem ser os impactos dos resultados das eleições de 2020 no pleito geral que ocorre daqui a dois anos. A primeira consequência do raciocínio é óbvia: partidos de centro e centro-direita, como PP, PSD e DEM – os grandes vencedores das disputas municipais –, saem fortalecidos.

"Principalmente no que a gente chama de Brasil profundo, as eleições para prefeito formam a base política para candidaturas a deputado, senador, etc. O Centrão – que tinha uma força mais concentrada em partidos como o MDB – agora ampliou esse quadro partidário. Essa dispersão vai tornar o eleito em 2022 mais dependente desse quadro disperso, provocando [a realização de] alianças e concessões", opina Eduardo Viveiros, cientista político e pesquisador da PUC-SP. 

O poder de barganha ampliado por essas legendas deve se refletir, ainda, na composição das chapas na disputa para 2022. O DEM e o PSD, por exemplo, já cogitam lançar candidaturas próprias à Presidência na próxima eleição. E, mesmo se não o fizerem, ainda assim podem indicar nomes para vice nas chapas. 

"O PP pode ser o partido que vai receber Jair Bolsonaro de volta. O DEM se fortaleceu de tal modo que, mesmo não tendo um nome para 2022, tem grande poder de negociação. O partido pode, inclusive, negociar um vice com o PSDB e sair como cabeça de chapa para o governo de São Paulo, por exemplo", analisa Marco Teixeira, coordenador do curso de Administração Pública da FGV EAESP.  

Sem partido e sem eleger seus candidatos, Bolsonaro fica sem apoio nos municípios

E, falando no presidente Jair Bolsonaro (sem partido), é sobre ele que as eleições municipais devem ter seu maior impacto. Em primeiro lugar porque, apesar de ter negado a participação nas eleições, Bolsonaro apoiou alguns candidatos – e viu a maior parte deles ser reprovada nas urnas pelos eleitores. Os dois maiores exemplos são Celso Russomanno (Republicanos), que não chegou nem ao segundo turno em São Paulo; e Marcelo Crivella (Republicanos) que, apesar de ter avançado para a segunda etapa do pleito, sofreu uma derrota por larga margem de votos de Eduardo Paes (que, aliás, é filiado ao DEM). 

No Recife, por exemplo, a candidata que Bolsonaro decidiu apoiar – Delegada Patrícia, do Podemos – começou a derreter nas pesquisas de intenção de voto justamente depois de radicalizar o discurso e receber o endosso do presidente. Entre os candidatos a prefeito apoiados por Bolsonaro, só se elegeram Mão Santa (DEM), em Parnaíba, no Piauí; e Gustavo Nunes (PSL), em Ipatinga, Minas Gerais. Tião Bocalom (PP), que ganhou em Rio Branco, também foi apoiado pelo presidente – mas só depois que surfava, tranquilo, nas pesquisas de intenção de voto. 

Para Teixeira, da FGV EAESP, o fracasso se relaciona ao fato de Bolsonaro ter escolhido candidatos sem qualquer articulação de apoios. "Ele escolheu interferir nas eleições em grandes cidades: São Paulo, Rio, Fortaleza, Recife. Se deu mal em todas. Não negociou isso com a base aliada. No Recife, por exemplo, apoiou uma candidata [Delegada Patrícia], enquanto o líder do governo, Fernando Bezerra [MDB], apoiava outro [Mendonça Filho, do DEM]. Por isso, foi uma derrota pessoal", opina o professor. 

Outro fator importante a ser considerado no caso de Bolsonaro é que, depois de se desentender com lideranças do PSL, o presidente ainda não se filiou a um novo partido. Com isso, na opinião de Mayra Goulart, da UFRJ, Bolsonaro perdeu a chance de consolidar a máquina partidária que pode lhe garantir uma rede de apoios em 2022. "Tanto o PSDB quanto o PT aumentaram significativamente o número de prefeituras depois que chegaram à Presidência. Bolsonaro perdeu essa oportunidade. Confiando muito no seu personalismo, ele não teve um partido para usufruir desse bônus", afirma a professora. 

Ocorre que, a julgar pelos sinais dados pelos eleitores nas eleições municipais de agora, a onda personalista que levou o presidente ao poder já deve ter passado. "O 'mito' serviu para aquele momento. O contexto hoje é outro. O eleitor buscou políticos experientes. Na minha opinião, o maior derrotado é o presidente", afirma Teixeira. 

Com encolhimento do PT, esquerda se fragmenta

No outro extremo do contexto polarizado que vive o país, o PT tem pouquíssimos motivos para celebrar nas eleições de 2020. O desempenho da legenda foi pior que o de quatro anos atrás (que já era considerado ruim por dirigentes partidários): em 2020, o PT elegeu apenas 181 prefeitos. "Mesmo assim, o PT, simbolicamente, recuperou Diadema e Mauá, duas cidades na Grande São Paulo, o que representa uma espécie de volta às origens", analisa Viveiros, da PUC-SP. Entre as grandes cidades, petistas também se elegeram em Contagem e Juiz de Fora, ambas em Minas Gerais. 

Considerando a esquerda de forma mais ampla, outros partidos desse espectro – como PDT, PCdoB e PSB – também perderam prefeituras. Olhando apenas para as capitais, o PSB conquistou duas prefeituras (Recife e Maceió); o PDT, outras duas (Fortaleza e Aracaju); e o Psol, uma (Belém). Um marco importante foi a candidatura de Guilherme Boulos (Psol) em São Paulo – que, mesmo não tendo sido eleito, conquistou 40% dos votos válidos, o que equivale a mais de 2 milhões de votos. 

"Os partidos de esquerda ganharam onde já ganhavam. O avanço foi tímido. No Recife, por exemplo, há um litígio enorme do PSB com o PT para ser resolvido. Acho muito difícil que a esquerda saia unida para as eleições de 2022", avalia Teixeira. 

Na opinião de Mayra, porém, a divisão da esquerda não necessariamente será ruim para os candidatos desse espectro político. "Não acho que essa fragmentação tenha sido negativa. A esquerda está se apresentando multicêntrica, e não mais com uma hegemonia demasiada do PT. É a construção de uma esquerda que não nega o PT – e que, muitas vezes, inclui o próprio PT nas suas composições", diz a professora da UFRJ. 

O que disseram as urnas: o Psol é o “novo PT”? E Boulos pode se tornar o “novo Lula”?

O que fica para 2022? 

Se Bolsonaro, de um lado, e a esquerda, de outro, saem com desafios para o próximo pleito, quem se beneficia? O centro. E, nesse caso, entenda centro como sinônimo de moderação e diálogo.  

"É o perfil de liderança do Bruno Covas – discreto, que reconhece a importância da política, da gestão, que não é tão midiático, que não faz qualquer tipo de investida de negação da política", exemplifica Mayra. 

Fonte: Gazeta do Povo


 


 

Os prefeitos eleitos nas capitais

Porto Alegre

Melo (MDB) 54,63% - Manuela (PC do B) 45,47%

São Paulo

Covas (PSDB) 59,38% - Boulos (PSOL) 40,62%

Rio de Janeiro

Paes (DEM) 64,07% - Crivella (Republicano) 35,93%

Vitória

Del. Fazoni (Republicano) 58,50% - Coser (PT) 41,50

Cuiabá

Emanuel (MDB) 51,15%- Atilio (Podemos) 48,85%

Goiânia

Maguito (MDB) 52,60% - Vanderlan (PSD) 47,40%

Aracajú

Edvaldo (PDT) 57,86% - Del. Danielle (Cidadania) 42,14%

São Luis

Braide (Podemos) 55,53% - Duarte (Republicano) 44,47%

Recife

João Carlos (PSB) 56,77% – Márcia Arraes (PT) 43,73%

Maceió

JHC (PSB) 58,64% - Mendonça (MDB) 41,36%

João Pessoa

Lucena (PP) 53,16% - Nilvan (MDB) 46,84

Fortaleza

Sarto (PDT) 51,69% – Cap. Wagner (Podemos) 48,32%

Teresina

Dr. Pessoa (MDB) 62,31% - Montezuma (PSDB) 37,69%

Belém

Edmilson (PSOL) 51,76% - Eguchi (Patriota) 46,24%

Manaus

Almeida (Avante) 51,27% - Amazonino (Podemos) 48,73%

Porto Velho

Hildon (PSDB) 54,45% - Cristiane (PP) 45,55%

Rio Branco

Bocalom (PP) 62,92% - Socorro (PSB) 37,08%

Boa Vista

Arthur (MDB) 85,36% - Otlaci (Solidariedade) 14,64%


sexta-feira, 27 de novembro de 2020

 



Diplomacia não se faz por redes sociais 

Alexandre Garcia 

O deputado e o presidente das Relações Exteriores da Câmara, Eduardo Bolsonaro, postou no Twitter “o governo Jair Bolsonaro declarou apoio à aliança Clean Network, lançada pelo governo Donald Trump, criando uma aliança global para um 5G seguro, sem espionagem da China”. 

O governo chinês não gostou da publicação, visto que o deputado afirmou que a China tenta espionar o mundo. O porta voz da embaixada da China no Brasil repudiou o comentário do filho do presidente. 

Ele ainda disse “instamos essas personalidades a deixar de seguir a retórica da extrema direita norte-americana, cessar as desinformações e calúnias sobre a China”. “Caso contrário, vão arcar com as consequências negativas e carregar a responsabilidade histórica de perturbar a normalidade da parceria China-Brasi.” ameaçou o porta voz. 

Como isso causou um atrito nas relações entre os dois países, o Itamaraty respondeu dizendo que o assunto estava sendo encaminhado para os meios diplomáticos. Afirmou, ainda, que diplomacia não se faz por rede social e que o porta voz foi ofensivo e desrespeitoso. 

O artigo 53 da Constituição Brasileira determina que “os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos”. Mas o costume chinês não é esse. 

Como Eduardo é filho do presidente, pressupõe que a opinião dele é compatível com a de Jair Bolsonaro. A China deveria se referir exclusivamente à Câmara dos Deputados já que foi um deputado que fez a afirmação. 

A Câmara não se manifestou depois do ocorrido. O único que fez declaração foi o líder da bancada ruralista. Ele criticou Eduardo Bolsonaro porque falas que atrapalharam relações com a China interferem nas exportações dos agropecuaristas. 

A retomada do emprego

O mês de novembro criou 394 mil com carteira assinada, o maior número dos últimos 30 anos. É a retomada. A economia subiu, a Bolsa atingiu 110 mil pontos, a construção civil também gerou muitos empregos e os preços também estão em alta - mas por outros motivos.  

Radioterapia em queda

Um levantamento apontou que 61% dos institutos de radioterapia tiveram mais de 20% de queda no movimento durante o mês de maio no Brasil. Os dados são da Sociedade Brasileira de Radioterapia.





O PSOL e a empreiteira 

J.R. Guzzo 

Eis aqui mais um retrato da vida como ela é, e não como imaginam que ela seja nas mesas redondas que discutem política na televisão. Um dos maiores doadores para a campanha do candidato do que se apresenta como de “esquerda-raiz” para a prefeitura de São Paulo não é nenhum sindicato de trabalhadores – e o dinheiro não vem de nenhuma vaquinha de “pessoas em situação de rua”, os grandes clientes nominais do Partido Socialismo e Liberdade (Psol).

Quem aparece na papelada da justiça eleitoral como a terceira maior doadora da campanha paulistana do Psol, com um total de 88.000 reais, é uma herdeira da empreiteira de obras públicas Andrade Gutierrez. E daí? Milionário também é gente; tem todo o direito de doar seu dinheiro para quem bem entende. O problema não está aí. Está numa razão social: “Andrade Gutierrez”. 

A construtora, como se sabe, é uma das empresas mais corruptas do Brasil – não porque costumava aparecer regularmente no noticiário da ladroagem nacional, mas porque são seus próprios diretores que dizem que ela é corrupta. Tanto é assim que eles mesmos, por sua livre e espontânea vontade, confessaram os crimes da empresa no assalto geral ao dinheiro público empreendido durante os governos Lula-Dilma. 

Mais: fizeram “delação premiada” na Operação Lava Jato. Mais ainda: devolveram ao erário R$ 1 bilhão do dinheiro roubado. (Alguém, “na jurídica” ou “na física”, devolve voluntariamente dinheiro que não roubou? Ainda não se sabe de nenhum caso.) 

É a velha história: quando se trata de dinheiro, dizia Voltaire, todo mundo é da mesma religião. A diferença entre os altos propósitos socialistas do partido e o dinheiro da herdeira é igual a zero; política real é isso, e não conversa que só aparece em jornal, rádio e televisão. 

O PSOL tem o direito de receber e a doadora tem o direito de doar, é claro, mas sempre é bom ficar claro que as coisas são assim – e que não têm nada a ver com o palavrório de campanha. É o “mecanismo”. É assim que ele funciona. 

O maior doador da campanha do PSOL em São Paulo é o cantor Caetano Veloso, outra estrela da nossa elite capitalista, com R$ 100 mil. Mas há uma diferença, aí. Caetano ganhou esse dinheiro unicamente com o seu trabalho – e não se chama Andrade, nem Gutierrez. 

quinta-feira, 26 de novembro de 2020

 



Brasil cria quase 400 mil empregos formais em outubro e bate novo recorde histórico


Quase 400 mil novos empregos em outubro 

Pelo quarto mês consecutivo, o Brasil registrou saldo positivo na geração de empregos com carteira assinada, em um sinal de retomada do mercado após o auge pandemia de Covid-19. Foram criados 394.989 postos de trabalho em outubro, resultado decorrente de 1.548.628 admissões e 1.153.639 desligamentos. Foi o melhor resultado para o ano e para um mês em toda a série histórica, iniciada em 1992. 

Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e foram divulgados nesta quinta-feira (26) pelo Ministério da Economia. O ministro da Economia, Paulo Guedes, comemorou o resultado em entrevista coletiva virtual: "nunca o Brasil criou tantos empregos". 

"Notícia extraordinariamente favorável hoje. Esse mês de outubro de 2020 foi o mês em que geramos mais empregos na série histórica do Caged. Desde 1992 o Brasil não criava tanto emprego em um mês. Criamos quase 400 mil empregos. A economia brasileira continua retomando em V e gerando empregos a um ritmo acelerado", afirmou.

Dos cinco setores da economia analisados, quatro criaram vagas em outubro. O principal foi o setor de serviços, que abriu 156.766 postos de trabalho. No comércio foram criadas 115.647 vagas; na indústria, 86.426; e na construção, 36.296. Somente o setor agropecuário teve resultado negativo, com o fechamento de 120 vagas em outubro.

O mês também foi positivo nas cinco regiões do país, com destaque para o Sudeste, onde o saldo ficou em 186.884 postos criados. Depois, aparece o Sul, com resultado de 92.932. No Nordeste foram criados 69.519 empregos formais; no Centro-Oeste, 25.024; e no Norte, 20.658 vagas. 

Emprego formal no acumulado do ano, segundo o Caged

No acumulado do ano até outubro, o dado de geração de vagas ainda é negativo. Foram fechados 171.139 postos de trabalho, resultado de 12.231.462 admissões e 12.402.601 desligamentos no período. O desempenho negativo é por causa da crise causada pela Covid-19 no primeiro semestre. 

Segundo dados do Caged, 1,53 milhão de postos de trabalho foram perdidos no auge da pandemia, de março a junho. O fundo do poço foi em abril, quando o país fechou 918,2 mil vagas. Nesse mesmo mês, muitos estados e municípios adotaram medidas de isolamento social para conter o avanço do vírus. 

O resultado dos quatro meses de fechamento de vagas (março a junho) está sendo parcialmente revertido neste segundo semestre. Em julho, foram criadas 131 mil vagas. Em agosto, foram mais 294,4 mil postos de trabalho. Já em setembro, 313 mil vagas Agora em outubro, um novo recorde: quase 400 mil. 

É possível terminar o ano com zero perda de empregos, diz Guedes

Apesar do resultado do acumulado do ano ainda estar negativo, o ministro Paulo Guedes disse que é perfeitamente possível terminar o ano com zero perda de empregos formais. Se isso acontecer, afirmou o ministro, terá sido um ano histórico para a economia brasileira. 

"Nessa recessão, que veio de fora, que nos jogou no fundo do poço, nós não perdemos o rumo, nos levantamentos e estamos criando empregos com alta velocidade. Podemos chegar ao fim do ano com zero de perda de empregos no mercado formal", projetou Guedes. 

"Se terminarmos o ano com zero perda de empregos formais, terá sido um ano histórico para a economia brasileira", completou. 

Tradicionalmente, o mês de dezembro tem um forte fechamento de vagas, o que poderia fazer com que o resultado do ano ainda ficasse negativo. Porém, segundo o secretário de Trabalho, Bruno Dalcomo, é possível que neste ano a tendência seja diferente, já que milhares de trabalhadores terão estabilidade garantida em virtude dos acordos de suspensão de trabalho e redução de jornada e salário fechados neste ano. 

Fonte: Gazeta do Povo





“Vidas negras” importam? Que tal desfinanciar o tráfico? 

Bruna Frascolla 

Toda vez que houver quebradeira por causa de uma vítima com pedigree racial, anotem: acontecerá em área urbana do Sudeste ou no Sul, e o defunto não foi vitimado por traficante nem ladrão. Quem não olhar dados sobre violência achará que o Nordeste e o Norte são uma maravilha, uma vez que concentram muito mais negros e pardos do que o Sudeste e o Sul, mas os mortos só aparecem aí. Os rincões rurais devem ser tranquilos, e os soldados do tráfico, que se matam uns aos outros, devem ser todos alemães de Blumenau. Afinal, olhando os progressistas da TV e do Twitter, parece até que uma morte violenta de um adulto violento é uma coisa excepcional, em vez de rotineira. 

Dizem que quebram tudo por se importarem com “vidas negras”. Aspas, porque eu não estou disposta a dizer que tenho uma “vida branca”, nem uma “vida baixinha”, nem uma “vida de cabelo liso escorrido”, nem uma “vida com sangue negro”, muito embora eu seja branca, baixinha, com cabelo liso escorrido e tenha sangue negro. Se eu não me chamo de vida branca, vou chamar o negro de vida negra por quê? E se eu me chamar de vida branca, por que não vou me chamar de vida baixinha? 

Algum filósofo do Iluminismo escocês, não me lembro se David Hume ou se Adam Smith, fez uma consideração muito astuta sobre a natureza humana e suas paixões: se soubéssemos que uma catástrofe abateu muitas vidas do outro lado do mundo, ficaríamos tristes, mas não perderíamos o sono por isso. Por outro lado, se fôssemos para a cama com a notícia de que no dia seguinte iriam amputar um dedinho nosso, ficaríamos aflitíssimos, e dormiríamos muito mal. Mesmo considerando que nosso dedinho vale muito menos do que as muitas vidas do outro lado do mundo.  

É da constituição humana, afinal de contas, termos nossas emoções muito afetadas por coisas que nos são próximas, independentemente do quão humanistas e universalistas sejam os nossos valores. E como ficar chorando aqui não muda a vida de ninguém do outro lado do mundo, não há nada de errado nisso. Que bom que conseguimos ler estatísticas e notícias de homicídios sem ficar pranteando; do contrário, ficaríamos ou muito mal informados, ou muito deprimidos… Ou as duas coisas! 

Assim, quando o puxadinho brasileiro do Black Lives Matter diz que está em prantos por causa do “marido errático” falecido, é claro que mente. Está procurando um pretexto para a quebradeira, e deve ter até ficado feliz quando encontrou um George Floyd para chamar de seu. Melhor, só se o marido errático fosse preto retinto, e o segurança fosse um louro. 

Paixões e valores

Ainda que durmamos tranquilamente após um maremoto na Indonésia, temos toda a certeza de que aquelas vidas todas valem mais do que um dedinho nosso. Se houvesse um Deus dos mares que suspendesse o maremoto mediante um dedinho nosso em oferenda, perderíamos o sono e daríamos o dedinho. Independentemente do nosso estado de espírito, temos valores e convicções acerca dos quais raciocinamos, e com os quais embasamos os nossos raciocínios. Assim, embora não fiquemos arrasados com a morte do “marido errático”, como se fosse um conhecido nosso, temos toda presteza em admitir que é uma ótima ideia cobrar do Carrefour uma responsabilidade maior na contratação de seguranças, porque aquilo que aconteceu é errado. Sai algo de útil da pressão? Não.

Eis que o representante do Carrefour se defende em idioma progressista, reconhecendo-se um homem branco opressor e garantindo que vai ampliar a “diversidade” da empresa (o que, em progressistês, é o mesmo que cota racial). Então ficamos assim: na próxima vez que morrer alguém espancado por um segurança despreparado do Carrefour, vamos aferir a quantidade de melanina. Sendo branco, ok, bota na conta da dívida histórica. Sendo negro, ao menos ele terá sido morto com “diversidade”. Como “representatividade” importa, o assassinado ficará muito feliz ao ver que seu assassino o representa, pois tem uma quantidade satisfatória de melanina assim como ele. As pessoas serão rotuladas brancas ou negras, negro mata negro, e branco mata branco. Não é uma beleza? Muito antirracista e empático! 

Enquanto isso, o Carrefour continua na sua branquitude irremediavelmente opressora — conformismo é isso — e a ONG do Frei David ganha uma oportunidade de encher os bolsos. Deixa o Carrefour contratar negros para matar negros. Se nenhum negro for assassinado, de onde a Educafro tirará dinheiro? Viva a justiça social!  

Efeitos práticos

Não é necessário ser nenhum Sherlock Holmes, nem doutor em ciências sociais, para saber que muita morte é causada no Brasil pelas drogas. Há o drogado que mata por uma ninharia para sustentar o vício, e há um sem número de guerrilhas urbanas, com facções disputando na bala as bocas de fumo nas favelas, matando policiais e espalhando balas perdidas. 

Tribunal do tráfico, Estado paralelo, lei do silêncio: tudo isso é conhecido. O que não é enfatizado é que esse Estado paralelo não é uma democracia. É uma ditadura. Impõe toque de recolher, controla que entra no território, oprime o cidadão das favelas. O narcotráfico tem um custo humano exorbitante. 

O progressista até concorda com isso, mas daí infere que é preciso descriminalizar todas as drogas, e então, magicamente, o tráfico não terá mais controle territorial, e escolherá pagar impostos de bom grado. Isso sem nem mencionarmos que não está ao alcance do Brasil descriminalizar a cocaína, pois ela é produzida em países onde é ilegal. Mais em específico, a cocaína e o crack têm sido usados pelo chavismo para sustentar a sua ditadura. 

Podemos focar na maconha: de fato, é pensável um comércio legal no Brasil, porque nasce em nosso país e em democracias onde é legalizada. Digamos que a maconha deva ser legalizada. Ainda assim, o fato incontornável é que ela é ilegal agora, e que cada centavo gasto com maconha agora equivale a um centavo dado às ditaduras das favelas. Cadê o amor às “vidas negras” e à democracia? 

O consumo de carne não é criminalizado, mas um sem-número de progressistas vira vegano ou vegetariano por razões alegadamente éticas. Parar de comprar drogas enquanto elas significarem o financiamento do narcotráfico, porém, está fora de cogitação. Há mais piedade para uma galinha do que para um favelado. 

quarta-feira, 25 de novembro de 2020




Como fazer plano de vacinação para vacina que ainda nem existe 

Alexandre Garcia 

O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou a favor da ação que obriga o governo a apresentar em 30 dias um plano de vacinação contra a Covid-19. O pedido foi feito pelos partidos Psol, PCdoB, PT, PSB e Cidadania. 

É o que os ministros Luiz Fux e Marco Aurélio costumam dizer: partidos pequenos e sem poder de voto no plenário do Congresso estão usando o STF para incomodar o poder Executivo e o presidente da República. Os outros ministros do Supremo ainda precisam votar. 

Não tem porque definir judicialmente algo que não existe ainda, ou seja, uma vacina para Covid-19. Ainda é preciso terminar os testes e que haja aprovação da Anvisa. Mas o ministro Lewandowski quer que se faça um plano de vacinação. É muito interessante isso! 

Farra com os nossos dados

O Tribunal de Justiça do Distrito Federal decidiu que a empresa Serasa Experian deve parar de vender dados das pessoas para outras empresas. Informações como nome, endereço, CPF, números de telefones, perfil financeiro, renda e classe social são divulgados sem a nossa autorização. E aí ficam ligando para gente à noite, nos fins de semana, na hora do almoço oferecendo serviços que a gente não quer. 

A Constituição proíbe esse tipo de divulgação desde 1988. O artigo 5º garante que todos têm direito à privacidade e prevê punição em caso de descumprimento. Sem autorização, ninguém pode ganhar dinheiro vendendo dados pessoais.Isso é um absurdo! 

Mais sinais de recuperação econômica

Em comparação com o mesmo período do ano passado, neste outubro a arrecadação federal subiu 9,56%. De março a outubro, houve um crescimento no número de pessoas com carteira assinada na construção civil, foram 102 mil a mais. O segmento só ficou atrás do agronegócio.


terça-feira, 24 de novembro de 2020

 



A vacina da nossa liberdade 

J.R. Guzzo 

Os militantes da revolução social através do coronavírus e da quarentena, que têm se mostrado muito mais eficazes na paralisação da vida econômica do que qualquer greve geral ou movimento armado, jogam todas as suas esperanças, agora, na chamada “segunda onda” da epidemia – no mundo e no Brasil. Os critérios de contagem de mortos pela Covid-19 continuam sendo uma charada que ninguém decifra – o que transforma a doença num dos fenômenos menos transparentes e mais sujeitos à manipulação que já ocorreram na história mundial da saúde pública. 

Depois do abrandamento nas restrições à atividade econômica, à vida em sociedade e às liberdades individuais que vem ocorrendo de julho para cá na Europa, o partido da “quarentena” reagiu com tudo. O “lockdown” foi retomado pelo mundo afora – os números oficiais voltaram a subir e a consequência imediata foi uma segunda onda de “fecha tudo/fique em casa”. 

A reação está chegando agora ao Brasil, onde as estatísticas, que continuam sendo divulgadas todos os dias com as mesmas sombras de sempre, voltaram a informar um aumento na “média móvel” do número de vítimas. Já se começa a batalhar por uma volta rigorosa do “distanciamento social” ou, no mínimo, pelo congelamento da abertura permitida nos últimos meses.

Os beneficiários diretos do fechamento – os agentes do Estado e os “especialistas” que fazem as regras a serem obedecidas por todos, e que ganharam uma influência inédita sobre a vida dos demais cidadãos – estão de novo na ofensiva. 

Seu problema, no presente momento, são as vacinas que os grandes laboratórios se aprontam para colocar na praça; caso bem sucedidas, elas podem ser um complicador para o progresso do confinamento geral e permanente no Brasil e no resto do mundo. Seu êxito será mais que uma defesa contra a epidemia – poderá ter, também, um peso decisivo na manutenção da liberdade.



quinta-feira, 19 de novembro de 2020

 



PT está furioso com Obama só porque ele falou a verdade 

Alexandre Garcia

Apesar do lockdown no início da pandemia, a Argentina ultrapassou o Brasil em números de mortes pelo coronavírus por milhão de habitantes. Já morreram 796 argentinos por milhão enquanto no Brasil foram 783 por milhão. Estão na nossa frente a Bélgica, o Peru e agora a Argentina. 

Lockdown significa juntar todo mundo em casa, em ambiente fechado, sem o ar puro da rua, estimulando a contaminação. E agora se fala em segunda onda da Covid-19... A doença parece ter um departamento de marketing. Parece haver um desejo de uma segunda onda no Brasil para a gente “imitar” a Europa. 

Quando vejo esse tipo de coisa logo recorro aos números dos cartórios. Em São Paulo, do dia 16 de março até o dia 16 de novembro, morreram de Covid-19 um total de 43.980 pessoas. Se somar todas as outras doenças respiratórias foram 55.265; de todas as doenças cardiovasculares, 50.283. A gente tem que perceber o exagero das coisas. 

Obama versus PT

O pessoal do PT está furioso com o ex-presidente dos EUA Barack Obama porque este levantou suspeitas sobre a honestidade de Lula em seu livro, recém-lançado, sobre os oito anos que passou na Casa Branca. 

O ex-chanceler Celso Amorim espinafrou o Obama, a presidente do partido, Gleisi Hoffmann, idem. Agora o novo queridinho do PT é o republicano George W. Bush, outro ex-presidente americano. 

O PT, aliás, vai apoiar o Psol de Guilherme Boulos no segundo turno da corrida pela prefeitura de São Paulo. Será a união da esquerda com a extrema esquerda. De modo geral, os partidos de centro estão anunciando apoio a Bruno Covas, do PSDB. 

De volta ao PP?

O senador Luis Carlos Heinze (PP-RS) confirmou a site O Antagonista que existe a possibilidade do presidente Jair Bolsonaro voltar para o PP, partido em que ficou 11 dos 27 anos em que foi deputado federal. O partido, aliás, teve um excelente desempenho nas eleições municipais, inclusive no Nordeste, tradicional reduto do PT. 

O presidente pode entrar em um partido agora de olho na eleição de 2022, porque aparentemente o Aliança Pelo Brasil não vai sair do papel. Isso se deu por diversos motivos.  

O primeiro é que milhares de assinaturas apresentadas à Justiça Eleitoral não foram confirmadas. Segundo: teve muita gente que assinou, mas que já pertence a outro partido e essa migração para um partido inexistente não é permitida. 

São necessárias quase 500 mil assinaturas. É muita coisa e Bolsonaro já está indo para a segunda metade de seu mandato. A corrida presidencial logo começa e até por isso o presidente não se envolveu nas eleições 2020. 

Houve o medo de que apoiando alguns candidatos, Bolsonaro criasse atrito com partidos que há pouco tempo se tornaram base aliada do governo e os quais ele pode vir a contar na disputa pela reeleição em 2022. 

A concorrência não vai ser fácil. O DEM, depois de sair fortalecido dessa eleição, pode lançar candidato próprio. A grande força daqui dois anos estará no centro e na centro direita. 

quarta-feira, 18 de novembro de 2020

 



Vacina contra Covid-19 da Pfizer registrou 95% de eficácia em resultados finais

Resultados finais dos estudos clínicos de fase 3 da vacina demonstraram eficácia contra a Covid-19 e segurança| 
Foto: Google

A vacina experimental contra a Covid-19 desenvolvida pela farmacêutica americana Pfizer em parceria com a alemã BioNTech registrou 95% de eficácia nos resultados finais dos estudos de fase 3 e se mostrou segura. Na semana passada, as empresas haviam anunciado que a taxa de eficácia do potencial imunizante para o novo coronavírus havia sido de 90% nos resultados preliminares dos testes da fase 3.

A Pfizer também informou que planeja solicitar à agência regulatória nos Estados Unidos, a FDA, na sigla em inglês, uma autorização de uso emergencial da vacina nos próximos dias, o que abriria caminho para que a distribuição começasse até o final de 2020, caso a agência reguladora aprove o pedido. 

De 170 voluntários adultos que desenvolveram a Covid-19 com pelo menos um sintoma, 162 receberam um placebo, enquanto oito receberam a vacina, disseram a Pfizer e a BioNTech. É justamente essa diferença no surgimento da doença entre os grupos que receberam a vacina e os que receberam o placebo (substância inócua) que demonstra a eficácia de uma vacina durante os testes clínicos. Ao todo, fizeram parte estudo quase 44 mil indivíduos. 

Ainda segundo as farmacêuticas, a eficácia da vacina foi verificada consistente entre todas as idades, gêneros, raças e etnias. Entre as pessoas acima de 65 anos, a eficácia se mostrou acima de 94%.

Segurança

Segundo as farmacêuticas, os pesquisadores não encontraram nenhum problema sério de segurança na vacina, que pareceu ser bem tolerada após uma revisão dos dados de 8 mil participantes. Um efeito colateral grave foi a fadiga, relatada por 3,8% dos indivíduos, de acordo com as empresas. Além disso, 2% dos indivíduos relataram dores de cabeça. 

"Os resultados do estudo marcam um passo importante nesta jornada histórica de oito meses para apresentar uma vacina capaz de ajudar a acabar com esta pandemia devastadora", disse o CEO da Pfizer, Albert Bourla. "Continuamos avançando na velocidade da ciência para compilar todos os dados coletados até agora e compartilhar com os reguladores em todo o mundo", acrescentou. 

De acordo com um porta-voz, a Pfizer está esperando para analisar completamente os dados e compilar a documentação necessária antes de pedir a autorização à FDA.

Fonte: Gazeta do Povo


 




EUA enfrentam segunda onda com recorde de internações e novas restrições 

Americanos enfrentam nova onda de Covid 19 (Foto AP)

Nas duas últimas semanas, os olhares de todo o mundo estiveram voltados para as eleições presidenciais dos Estados Unidos. A disputa acirrada entre o republicano Donald Trump e o democrata Joe Biden, a demora na contagem de votos e a judicialização do pleito tomaram os noticiários. Ao mesmo tempo, outro fenômeno, mais silencioso, avançava pelo país: a segunda onda da pandemia de Covid-19. Até o momento, os EUA registram, aproximadamente, 11,3 milhões de casos da doença e 247 mil mortes em decorrência da Covid-19. 

O número de pessoas hospitalizadas por conta do vírus vem crescendo nos EUA desde o último dia 10, quando o país superou a marca de 60 mil internados, quantidade que não tinha sido atingida desde o início da pandemia, em março. Na segunda-feira (16), o registro foi de 73 mil pessoas hospitalizadas infectadas pelo vírus, um novo recorde no país, segundo o Covid Tracking Project. Já o número de pacientes em unidades de terapia intensiva chegou à maior cifra desde abril, com 14,3 mil internados. 

A segunda onda de coronavírus nos Estados Unidos tem algumas particularidades em comparação à primeira, que assolou o país no semestre passado. Na primavera (do Hemisfério Norte), a região mais atingida foi a Nordeste, tendo em Nova York o epicentro da doença. Na Big Apple, em abril, caminhões refrigerados precisaram ser usados como necrotérios improvisados, causando cenas que pareciam ter saído diretamente de um filme de terror.

Escolas afetadas

Escolas fechadas por 3 semanas

No Michigan, no Meio-Oeste, o governo anunciou, no último domingo (15), a suspensão, por três semanas, de aulas presenciais nas escolas e faculdades do estado. Outras restrições, que começam a valer a partir desta quarta (18), incluem a proibição de comer em restaurantes e bares durante o período, além da suspensão de atividades esportivas em grupo, incluindo as realizadas em academias de ginástica, exceto para os atletas profissionais ou que representam instituições de ensino. Cinemas e cassinos também serão fechados e as reuniões particulares estão limitadas a duas famílias. 

Outras medidas

Em Iowa, a governadora Kim Reynolds estipulou que reuniões em espaços fechados estão limitadas a 15 pessoas e que casamentos e funerais realizados em espaços abertos podem receber até 30 convidados. Assim como em Nova York, os bares e restaurantes do estado devem fechar às 22h, no máximo. Foi baixada, ainda, a obrigatoriedade de máscaras em situações nas quais não for possível manter o distanciamento social (em locais públicos, por exemplo).

Outros estados que tornaram obrigatório o uso de máscara de proteção foram Dakota do Norte, Ohio, Utah e Virgínia Ocidental. Ainda, em Ohio, o governo estadual não descarta fechar restaurantes, bares e academia se os casos continuarem crescendo por lá. 305 mil pessoas já foram infectadas pelo coronavírus no estado e 5,7 mil pessoas perderam a vida para a doença na localidade.

No Wisconsin e Nevada, autoridades pediram aos moradores que façam o possível para permanecer em isolamento em casa pelos próximos 15 dias, a fim de evitar que medidas restritivas mais duras sejam tomadas. Em Chicago, por sua vez, negócios não essenciais devem fechar às 23h e encontros particulares estão limitados a 10 convidados. Já em Maryland, restaurantes tiveram que reduzir sua capacidade de atendimento presencial para 50%, enquanto o governo de Indiana limitou eventos e reuniões e interrompeu o processo de reabertura econômica

terça-feira, 17 de novembro de 2020



Marco Aurélio insiste em manter André do Rap nas ruas 

Alexandre Garcia 

O ministro Marco Aurélio Mello, em novo julgamento no Supremo Tribunal Federal, votou novamente a favor da concessão de habeas corpus para o traficante André do Rap, aquele mesmo que foi solto por ordem de Marco Aurélio. 

O caso causou repercussão negativa porque o criminoso, que é de alta periculosidade, se aproveitou de uma brecha na lei para deixar a cadeia. A decisão monocrática do ministro foi derrubada mais tarde por unanimidade pelo plenário do STF, mas já era tarde — André do Rap está foragido desde então. 

Desta vez, Marco Aurélio manteve seu posicionamento pela liberdade do réu, justificando que a lei garante esse benefício — e talvez ele esteja certo. Na minha opinião, casos como esse jamais poderiam parar no STF — deveriam no máximo ir até a segunda instância. 

Quem realmente deve resolver isso são os juízes de primeira instância e não a Corte constitucional, que tem mais o que fazer. 

Excesso de declaratório

O noticiário está viciado em declaratório. Foi o que se viu na cobertura das eleições no último domingo (15). Como disse o professor Carlos Alberto Di Franco, em um excelente artigo no Estadão, “o jornalismo virou declaratório em vez de ir atrás dos fatos”. 

Quem ganhou e perdeu

O PT e o PSL, que elegeram os últimos três presidentes da República, não conseguiram eleger muitos candidatos neste pleito. Isso porque são dois partidos representantes do fisiologismo. O PT ainda tem o agravante dos escândalos de corrupção. 

Em contrapartida, os partidos tradicionais são os que mais ganharam força nesta eleição. O MDB é o que mais elegeu prefeitos no país. O DEM deu um banho, vencendo no primeiro turno em Salvador, Curitiba e Florianópolis. O PP foi outro que teve um excelente desempenho — foi o que mais elegeu prefeitos no Nordeste. 

Casos curiosos

Em Cacequi (RS) uma prefeita que ganhou a eleição teve menos votos que o total de votos nulos computados. Isso derruba aquela tese de que as pessoas deveriam votar nulo para que haja um novo pleito. 

Já em Porto Feliz (SP), a hidroxicloroquina ajudou a reeleger o prefeito, doutor Cássio. Ele concorria com mais duas pessoas, mas recebeu 92,1% dos votos válidos. Em 2016, ele foi eleito com um pouco mais de 50% dos votos.

 

segunda-feira, 16 de novembro de 2020

 



A incrível história do amor não correspondido que fundou a República 

Alexandre Garcia 

Os brasileiros foram às urnas neste domingo de eleições, 15 de novembro, e muita gente esqueceu que é também o dia da Proclamação República. Vamos recordar como foi que a república começou: na verdade, foi um golpe militar, de uma minoria republicana e positivista, que não contou com o acompanhamento e muito menos o apoio do povo. 

Marechal Deodoro da Fonseca, proclamador da república, foi usado pelos positivistas para derrubar a monarquia e o imperador Dom Pedro 2º. Deodoro era a maior figura militar da época — era um herói da guerra do Paraguai e tinha sido ferido em batalha. Uma boato na época dizia que o primeiro-ministro do reinado, o Visconde de Ouro Preto, teria mandado prender o marechal. 

Deodoro ficou furioso com isso e, com apoio de soldados, destituiu Ouro Preto do cargo, mas sem proclamar a República. O marechal então voltou para casa para descansar, pois estava meio adoentado — tinha enfisema e a respiração ofegante. Foi então que Benjamin Constant, líder dos republicanos, procurou Deodoro para lhe contar que o imperador havia convocado de Porto Alegre outra pessoa para primeiro-ministro: Gaspar Silveira Martins. 

Gaspar era rival de Deodoro, quando este serviu em Porto Alegre como chefe militar, na conquista do coração da Baronesa de Triunfo, Maria Adelaide de Andrade Neves, que era viúva. Deodoro foi preterido pela baronesa e nunca se conformou. Anos depois, tomado de ciúmes, não permitiu que o rival assumisse as rédeas da monarquia, proclamando a República e derrubando o Imperador. 

Gaspar, quando morreu, estava no Uruguai e a baronesa fez uma grande homenagem fúnebre para ele. Esse acontecimento é carregado de simbolismo, pois significa que por trás do surgimento da República teve a força de uma mulher. 

Outra mulher aí envolvida foi Isabel Cristina de Bragança, a Redentora. A princesa Isabel morreu em Paris 99 anos atrás, no dia 14 de novembro de 1921, com 75 anos, de pneumonia. Ela seria a imperatriz do Brasil se não houvesse a proclamação da República. Fica aqui o registo histórico. 

Grandes vitórias do DEM nas urnas

A apuração das eleições municipais deste ano mostra que a extrema esquerda vai para o segundo turno em Porto Alegre e em São Paulo, duas capitais importantíssimas. 

São Paulo terá Guilherme Boulos, do Psol, a disputar com o prefeito Bruno Covas, do PSDB, que quer ser reeleito. Em Porto Alegre, Manuela d 'Ávila, do Partido Comunista do Brasil, companheira derrotada da chapa de Fernando Haddad (PT) na última eleição presidencial, vai enfrentar Sebastião Melo, do MDB.  

Grandes vitórias do DEM já no primeiro turno em Salvador, com Bruno Reis, terra do ACM Neto; com Gean Loureiro, em Florianópolis; e com o Rafael Greca, em Curitiba, reeleito com uma grande aprovação de sua administração. Outro prefeito que concorre à reeleição e tem boa aprovação é Alexandre Kalil, do PSD, em Belo Horizonte. 

No Rio de Janeiro vai ter segundo turno com Eduardo Paes, do DEM, que já foi prefeito, e Marcelo Crivella, do Republicanos. Em Natal, outra reeleição: Alvaro Dias, do PSDB, com mais de 60% dos votos. Em Goiânia, o ex-governador de Goiás Maguito Vilela, do MDB, que estava sendo objeto de muitas acusações, saiu na frente no primeiro turno para prefeito. Ele vai disputar o segundo turno com Wanderley Cardoso, do PSD. 

Também haverá segundo turno no Recife com João Campos, do PSB, e Marília Arraes, do PT. São dois candidatos de esquerda. Em Fortaleza, o segundo turno vai ter disputa entre Capitão Wagner, do Pros, e Sarto, do PDT. 

São resultados que ainda carecem de mais análise para saber quais ideias e ideologias foram as preferidas pelo eleitorado brasileiro.


sábado, 14 de novembro de 2020

 

21ª RODADA

14 e 16 de novembro

 

SÁBADO – 14

16h30

SANTOS 2X0 INTERNACIONAL – Vila Belmiro

SPORT 0X2 VASCO – Ilha Retiro

17 horas

GOIÁS 0X1 ATHLÉTICO PR – Serrinha

19 horas

GRÊMIO 4X2 CEARÁ – Arena Grêmio

CORINTHIANS 2X3 ATLÉTICO MG – Néo Química

FORTALEZA 2X3 SÃO PAULO -  Castelão

21h30

FLAMENGO 1X1 ATLÉTICO GO – Maracanã

PALMEIRAS 2X0 FLUMINENSE – Arena Palmeiras

SEGUNDA – 16

18 horas

CORITIBA_ X _BAHIA – Couto Pereira

20 horas

BOTAFOGO _ X _ BRAGANTINO - Engenhão