domingo, 22 de dezembro de 2019



Morre Bira, o baixista do programa de Jô Soares
O músico Bira, baixista do Programa do Jô Soares, morreu na manhã deste domingo (22), aos 85 anos, em São Paulo, em um hospital. A informação foi confirmada pelo Portal G1 com familiares.
Ele estava internado no Hospital Sancta Maggiore desde a última sexta-feira (20), após ter sofrido um AVC.
Natural de Salvador, Ubirajara Penacho dos Reis ficou conhecido como "Bira do Jô". O baiano era um dos integrantes da banda Sexteto, que acompanhou o apresentador Jô Soares nos programas Jô Soares Onze e Meia, no SBT, e no Programa do Jô, da TV Globo.

Papai Noel é preso por exibir pornografia
para crianças em São José dos Campos
Um homem de 67 anos que trabalhava como Papai Noel em um shopping foi preso na tarde de sexta-feira (20) acusado de exibir material pornográfico para duas meninas, em São José dos Campos, interior de São Paulo. O suspeito acabou solto neste sábado, 21, durante audiência de custódia, e vai responder pela acusação em liberdade.
Familiares das meninas, de 11 e 12 anos, disseram que, quando elas se acercaram do Papai Noel, em um shopping do Jardim América, zona sul da cidade, ele mostrou a elas um vídeo pornográfico pelo celular. O homem nega o crime, mas foi afastado da função.
Conforme o relato da família à Polícia Civil, as duas crianças estavam no shopping com o pai de uma delas e se afastaram para comprar sorvete, quando viram o Papai Noel. Ao se aproximarem do "bom velhinho", ele teria mostrado a elas o conteúdo do seu celular: um vídeo pornográfico.
Ainda segundo o relato dos familiares, o homem se ofereceu para pagar um lanche e pediu o contato de WhatsApp das meninas. Elas se afastaram e relataram o acontecido ao familiar que as acompanhava. Outros parentes também foram acionados.

Após mais de 40 anos, Cuba
volta a ter um primeiro-ministro
O dirigente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, nomeou no sábado (21) Manuel Marrero como primeiro-ministro - cargo que havia sido extinto 43 anos atrás por Fidel Castro. Marrero chefiou o Ministério do Turismo entre 2004 e 2018.
O novo primeiro-ministro assume em um momento de tensão entre Cuba e Estados Unidos, que têm reforçado medidas contra a ditadura cubana. Marrero, o único candidato proposto por Díaz-Canel, foi aprovado por unanimidade pela Assembleia Nacional.

Bolívia entra no Grupo de Lima, bloco da
região que condena a ditadura de Maduro
O governo interino da Bolívia informou no domingo que o país ingressou no Grupo de Lima, que tem como objetivo contribuir com uma solução à crise política na Venezuela. A presidente interina Jeanine Áñez decidiu incorporar o país ao grupo depois da renúncia de Evo Morales à presidência. Morales era um dos últimos apoiadores do ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, na região.
Após a queda de Morales, a chancelaria de Áñez já havia decidido reconhecer o presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Juan Guaidó, como presidente interino do país. Pelo Twitter, o representante de assuntos exteriores de Guaidó, Julio Borges, celebrou o ingresso da Bolívia no Grupo de Lima e disse que este é "um passo fundamental para fortalecer a luta internacional pela democracia na Venezuela".

Mega da Virada: apostas exclusivas a partir deste domingo
As apostas para a Mega da Virada começam a ser exclusivas a partir deste domingo (22). Com isso, os outros concursos regulares da Mega-Sena estão suspensos até o dia 31 de dezembro. O prêmio do concurso da Virada é estimado em R$ 300 milhões, segundo a Caixa Econômica Federal.
As apostas para a Mega da Virada começaram no dia 11 de novembro e podem ser feitas até as 16h do dia 31.
Como ocorre em todos os concursos especiais, o prêmio da Mega-Sena da Virada não acumula. Caso ninguém acerte os seis números, o prêmio será dividido entre os apostadores que acertarem cinco dezenas, e assim por diante. Em 2018, o valor estimado era de R$ 200 milhões, no dia do sorteio chegou a R$ 302,5 milhões e 52 apostas dividiram o prêmio.



Agromito

Pergunte a um alemão ou holandês qualquer, desses que você pode encontrar em cada esquina de primeiro mundo, o que ele acha da agricultura brasileira. Ou, então, faça a mesma pergunta a essa menina sueca que anda a pé através do planeta para não emitir carbono, e se transformou na santidade máxima de todas as cruzadas ambientalistas atuais – uma fraude em escala mundial que é bajulada por chefes de Estado assustados, presidentes de multinacionais trilionárias e 100% das celebridades existentes sobre a face da Terra, de Jane Fonda a Michelle Obama. Pergunte, já que se falou de gente graúda, ao presidente da França, à rainha da Noruega ou a algum sumo sacerdote de Oxford ou de Harvard. Todos podem dar uma resposta mais ou menos assim: “Cada saca de soja colhida no Brasil representa 100 árvores destruídas na Amazônia” – ou 1.000, ou quantas lhes der na telha.

É um desses disparates absolutos que as pessoas ouvem o tempo todo em nossos dias – uma agressão grosseira à matemática, à geologia, ao resto do conhecimento científico da humanidade e ao mero bom senso comum.

No entanto, vá o sujeito tentar demonstrar, com base em evidências físicas, que uma saca de soja não equivale à derrubada de árvore nenhuma na Amazônia. Se tiver sorte ouvirá apenas que é um agente, talvez pago, do agronegócio, da indústria de “tóxicos” ou do capitalismo no campo – um pecado só permitido para as propriedades agrícolas e pecuárias do Primeiro Mundo. Na pior das hipóteses pode se ver transformado em réu por crime de lesa-ambiente.

Estamos de volta, aí, à Idade Média plena, quando o conhecimento era condenado como pecado mortal. Fatos eram proibidos. As Gretas, Michelles e Janes da época tinham certeza de que, se um cidadão passasse na sua frente numa encruzilhada e não fizesse sombra, então não tinha jeito – era lobisomem. O que temos hoje, em toda essa questão, não é ciência. É vodu ambiental. É curioso observar uma onda de ignorância tão maciça quanto a que reina hoje nas sociedades mais instruídas, mais ricas e mais civilizadas do mundo quando falam de “ambientalismo”. Essa gente ouve Beethoven, assiste a Molière e ganha prêmios Nobel, mas acredita em qualquer coisa que lhe dizem sobre a “destruição” da Amazônica. É um fenômeno da nossa época: o avanço da ignorância induzida, fabricada sob medida e altamente financiada, para obter resultados materiais que não têm nada a ver com a conservação da “floresta” em estado virgem.

Os fatos, e nada mais, provam a completa irrelevância da Amazônia para a agropecuária brasileira. Pouco mais de 2% de todo o bioma Amazônia é ocupado por algum tipo de lavoura, incluindo as temporárias – o pé de mandioca que o infeliz planta aqui e ali para não morrer de fome, se a senhorita Greta dá licença. Das 530.000 propriedades agrícolas locais, menos de 4% são classificadas como “grandes” – ou seja, capazes de produzir a soja ou o milho que deixam o Primeiro Mundo horrorizado. Não dá para enganar, quando se trata desses números – é o que sai nas fotos dos satélites.

O problema é outro – totalmente outro. Ele não tem nada a ver com a Amazônia, e sim com o resto do Brasil, do Rio Grande do Sul ao norte de Mato Grosso, que está produzindo 240 milhões de toneladas de grãos na safra deste ano, a maior de todos os tempos. Apenas 10 anos atrás, o total foi de 135 milhões de toneladas – e é impossível um país aumentar em quase 80% a sua produção em tão pouco tempo, tornando-se o maior produtor agrícola do mundo ao lado do Estados Unidos, sem incomodar ninguém. Em 2020, aliás, a safra deve continuar subindo.

Você pode acreditar que isso é só mania de “conspiração”. Também pode acreditar em lobisomem.

J. R. Guzzo




Tarados pelo capitão

– Estou te achando preocupado.
– Como você adivinhou?
– Tá na cara. Suas rugas na testa estão quase formando uma suástica.
– É, você me conhece mesmo. Capaz de saber até qual é a minha preocupação.
– A imagem do Brasil lá fora.
– Exatamente. Não tenho nem conseguido dormir.
– Entendo. Eu também estou assim.
– Sem dormir?
– Até durmo. Mas tenho pesadelos horríveis.
– Quais?
– Sonho quase toda noite que chego em Paris e a Greta descobre que eu sou brasileiro. Aí começa a berrar com aquele megafone mandando os patrulheiros dela me darem uma surra.
– Mas a Greta é sueca.
– Eu sei, mas os meus pesadelos são muito sofisticados. É como se tivesse um diretor de cena gritando “bota a garota em Paris pra dar mais dramaticidade”. Aí eu apareço naquelas ruas imundas cheias de barricadas e fogueira por todo lado, que é o cenário atual do quintal do Macron.
– Grande líder.
– Grande estadista. Com tanto incêndio em casa, não sei como ainda arruma tempo pra panfletar... quer dizer, pra cuidar das queimadas na Amazônia.
– Ele também aparece nos pesadelos?
– Aparece... (snif, snif)
– Que isso? Tá chorando?
– (snif) ...desculpe. É que é horrível... (snif, snif)
– O Macron?
– É! Ele sempre vem com aquele biquinho nervoso, quase tocando na minha cara e repetindo sempre a mesma palavra.
– Que palavra?
– Bolsonarrô... Bolsonarrô... Bolsonarrô... Tipo uma obsessão, sabe?
– Fica calmo. Entendo essa obsessão. É a minha também.
– Bolsonaro?
– É. Só penso nisso. E a Greta também. E a Merkel, a Bachelet, o DiCaprio, o Incrível Hulk... Todo mundo só pensa em Bolsonaro.
– Fico mais tranquilo, achei que fosse só eu.
– Nada. Você não viu outro dia na TV aquela moça pedindo orientação ao filósofo sobre como falar de Bolsonaro na ceia de Natal?
– E o que o filósofo disse?
– Perguntou se ela não tinha outro assunto.
– Esses filósofos são muito despreparados.
– Amadores. Como pessoas inteligentes e modernas como nós podem se encontrar numa ceia de Natal em 2019 e não falar de Bolsonaro?
– Seria um vazio insuportável.
– Pois é. A filosofia não está atualizada para dissecar os conflitos contemporâneos.
– Até porque tudo indica que vai ser um dos melhores Natais da década e ninguém merece encontrar um parente fascista pra lembrar que todos os indicadores econômicos melhoraram em 2019.
– Cala a boca!
– Desculpe. Me descontrolei.
– Normal. Mas toma cuidado. Ainda nessa época de ceia natalina.
– Vou ficar atento. Se alguém vier me falar de Paulo Guedes e reforma da Previdência leva uma rabanada na cara.
– Isso aí. Não deixa fascista se criar, não.
– Pergunto logo pela imagem do Brasil lá fora. E já vou mostrando uma careta da Greta.
– Perfeito. Tem que ser duro mesmo com essa gente. E se alguém lembrar que o Risco Brasil caiu agora pro menor nível da década, você diz que isso é conspiração da CIA contra os pacifistas e dá uma cusparada.
– Tranquilo. Ainda mostro uma foto da Jane Fonda algemada.
– Aí você já ganhou a discussão. Não precisa nem jogar outra rabanada.
– A Jane Fonda é tão corajosa que declarou que a Dilma Rousseff é símbolo mundial do poder feminino.
– Nessa época sim, a imagem do Brasil lá fora nos enchia de orgulho.
– Nem me fala. Lembra a Sonia Braga em Cannes defendendo as pedaladas da Dilma?
– Momento histórico. Todo mundo sabe que pedalar ajuda a salvar o planeta.
– E que a melhor afirmação cultural de um país é uma presidente que não completa uma frase, porque frases completas são uma caretice.
– Exato. Dilma desafiou o sistema com o seu pensamento inalcançável, portanto impossível de aprisionar.
– Me emocionei agora... (snif). É isso: Dilma representa a liberdade, um novo paradigma intelectual que não precisa da velha ordenação de palavras em frases, ideias, pensamentos, nada. Uma revolucionária.
– Que saudade. Vamos ver um filme cabeça pra relembrar esse tempo em que o Brasil esbanjava carisma no exterior?
– Será? Mas... E o Bolsonaro?
– Verdade... E o Bolsonaro?
– Tá vendo? Nem cinema a gente consegue ter mais.
– Maldito fascismo.

Guilherme Fiuza