sábado, 14 de dezembro de 2019



'Marta não é bem-vinda',
diz Stédile em evento do MST

É a primeira vez que uma liderança do PT manifesta 
publicamente o veto à volta de Marta ao partido

Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) fechou a porta para a volta da ex-prefeita Marta Suplicy ao PT. Em evento realizado neste sábado, em Guararema (SP), João Pedro Stédile, da coordenação nacional movimento, manifestou diante de lideranças petistas o descontentamento com uma possível volta de Marta ao PT.

“Marta não é bem-vinda (de volta ao PT)”, resumiu Stédile.

O MST é hoje uma das principais forças na base do PT. Na plateia estavam o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), um dos vice-presidentes da legenda e Juliano Medeiros, presidente nacional do PSOL.

Marta deixou o partido em 2015 com fortes críticas aos casos de corrupção envolvendo integrantes do partido revelados nos escândalos do Mensalão e Lava Jato e se filiou ao MDB. No ano seguinte a então senadora votou a favor do impeachment da então presidente Dilma Rousseff e, depois, se incorporou à base de apoio de Michel Temer.

Há alguns meses, no entanto, ela tenta uma reaproximação com o a esquerda depois de se desfiliar do MDB. O movimento teve reação positiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que em uma entrevista disse que Marta foi a “melhor prefeita que São Paulo já teve”.

Respaldados por Lula, alguns líderes do PT tentaram articular a volta dela ao partido, mas a hipótese mais provável é que Marta se filie a outra legenda. Lula projeta uma chapa com a ex-prefeita como candidata a vice de Fernando Haddad.

Em jantar com advogados do grupo Prerrogativas, duas semanas atrás, ele disse estar à disposição para cumprir qualquer papel que ajude na formação de uma frente de centro-esquerda capaz de se opor ao governo Jair Bolsonaro.

Segundo João Paulo Rodrigues, que também integra a coordenação nacional do MST, o movimento aceitaria a presença de Marta em uma chapa com Haddad (que também é o preferido dos sem-terra). “Aliança é possível. Já votamos no (Mário) Covas contra o (Paulo) Maluf (na eleição para o governo de São Paulo em 1998), né?”, lembrou o líder sem-terra.

O veto do movimento a Marta aconteceu durante o encontro de fim de ano dos amigos do MST na Escola Nacional de Formação Florestan Fernandes, em Guararema (SP).

Fonte: Estadão



MPF suspeita que ex-secretário de Paes
favoreceu empresa de sócio de Lulinha
O Ministério Público Federal (MPF) suspeita que em 2011, quando ocupava a Secretaria Municipal da Casa Civil do Rio de Janeiro, o deputado federal Pedro Paulo (DEM-RJ) direcionou um contrato da prefeitura para favorecer uma empresa de Jonas Suassuna, sócio do filho do ex-presidente Lula, Fábio Luis Lula da Silva (o Lulinha). Segundo reportagem deste sábado (14) da Folha de S.Paulo, a Gol Mobile, de Suassuna, recebeu R$ 10,9 milhões entre 2011 e 2014 pelos serviços de envio de SMS da Central 1746, serviço de queixas da prefeitura, e de tecnologia da informação. A gestão do município à época era de Eduardo Paes (DEM).
Embora os contratos com a prefeitura tenham sido firmados com a Oi e a Contax (à época ligada à companhia telefônica), era a empresa de Suassuna, subcontratada, quem executava os serviços e ficava com a maior parte do pagamento referente aos SMSs. O Tribunal de Contas do Município aponta ainda indícios de superfaturamento em um dos contratos. Ao jornal, o deputado negou direcionamento à Gol Mobile e disse não conhecer o filho do ex-presidente. Suassuna não se manifestou, mas, há dois anos, havia afirmado não ser responsável pelos termos do acordo entre a Oi e a prefeitura. Paes também nega qualquer ato em favor da empresa.



A democracia fascista

A escalada fascista é um sucesso e está em cartaz num discurso febril perto de você. Mas você não sabia direito o que era fascismo e nós explicamos aqui: fascismo, na sua conotação moderna, é tudo aquilo que rasgue a minha fantasia progressista, desmascare o meu humanismo de butique e me impeça de ganhar a vida fingindo salvar o mundo de um inimigo imaginário – e eu aceito débito, crédito, dinheiro público e privado, mas prefiro público, que não é de ninguém.

Agora que você já entendeu o que é fascismo, vamos explicar o que é democracia. Existem várias formas de democracia – e a seguir apresentaremos algumas delas:

Democracia é roubar o Brasil e ir fazer palestra na USP para intelectuais de cabresto;

Democracia é usar o filho como laranja para receber 132 milhões de reais de empresa de telefonia (você não leu 132 mil, ok?) e investir no seu sítio que não é seu – para depois se deliciar lendo pesquisas arranjadas que dizem que você merece estar solto, porque afinal você é um bom ladrão;

Democracia é fingir fazer jornalismo e passar um ano inteiro escondendo indicadores de recuperação econômica – inclusive queda consistente da inflação – para depois transformar o preço da carne em tragédia nacional;

Democracia é se fantasiar de analista político para ficar panfletando a favor do mais demagogo e sectário trabalhismo inglês, espalhando que ele é a salvação contra o obscurantismo xenófobo protofascista – que por sua vez só ganha eleição com manipulação de redes sociais;

Democracia é dizer que toda eleição vencida por candidato que atrapalha sua narrativa hipócrita foi fraudada em conluio com a Rússia e as tias do WhatsApp;

Democracia é produzir fake news em veículos tradicionais fingindo combater fake news em redes sociais;

Democracia é defender uma agenda liberal e jogar pedra em quem está implantando exatamente essa agenda no país porque só serve se for feita por você, pelo seu partido ou pela sua ONG, de forma que você possa se beneficiar pessoalmente daquilo que você diz que é interesse público;

Democracia é tentar transformar o catastrofismo envernizado de uma adolescente em coisa séria – para investir nessa vida boa de ficar dizendo que Trump é belzebu e acusando todo mundo de tudo sem precisar propor nada, muito menos trabalhar por alguém;

Democracia é ver um governo trabalhando duro – com resultados consistentes – para libertar o povo do flagelo daqueles que sequestraram o Estado e a liberdade e ficar perguntando pelo AI-5;

Democracia é sabotar a construção do presente evocando a boçalidade do passado para viver eternamente como vítima profissional e herói de coisa alguma;

Democracia é atacar sistematicamente o grande contingente de pessoas comuns que se manifestam nas redes sociais em apoio às reformas governamentais acusando-as de serem robôs;

Democracia é fraudar a representação da classe dos advogados, se juntando aos que atropelaram a lei, para conspirar contra os que flagraram e puniram a delinquência dos seus parceiros de politicagem;

Democracia é ser porta-voz de empreiteiro ladrão espalhando suas lamúrias por aí para ver se cola;

Democracia é fazer militância dentro do tribunal de contas censurando e perseguindo de forma fútil os principais ministros do governo contra o qual você quer panfletar, porque os seus padrinhos foram parar na jaula.

Se após esse resumo ainda não estiver claro para você o que é fascismo e o que é democracia, não se desespere: sintonize agora um desses canais onde Gilmar Mendes era vilão e passou a herói no exato momento em que deu o golpe na prisão em segunda instância, declarando guerra a Sergio Moro. Ali você vai entender tudo sobre democratismo e fascia – ou vice-versa.

Guilherme Fiuza