quarta-feira, 4 de setembro de 2019

Consumidor em Pauta - 03.09.2019 - Direito do Trabalho - Dr. Marcelo A. de Jesus e Dr. Marcio Lima do Amaral






Bolsonaro reconsidera, e transmite cargo 
a Mourão no período de cirurgia


O vice-presidente Hamilton Mourão vai assumir a presidência da República durante o período em que Jair Bolsonaro estiver em cirurgia e em recuperação, de domingo a terça-feira (10). De acordo com o portal G1, a primeira informação era de que não haveria transmissão de cargo, mas um telefone do gabinete do presidente Jair Bolsonaro a Mourão informou que a decisão foi reconsiderada. A cirurgia está prevista para domingo (8), em São Paulo. Será a quarta vez que Bolsonaro será levado ao centro cirúrgico após o ataque a facadas em 6 setembro de 2018. Em janeiro, o presidente fez a transmissão do cargo durante uma cirurgia. Porém, em outra intervenção cirúrgica o mesmo não ocorreu. Ainda segundo o G1, havia uma indefinição sobre a transmissão desde terça. Primeiro, transmitiria. Depois, à noite, não mais. E nesta quarta a decisão de que Mourão fica no cargo por três dias. O vice-presidente cancelou a viagem que faria ao Reino Unido a pedido de Bolsonaro para se aproximar do “novo governo".





STF permite a condenado em segunda instância recorrer em liberdade
A segunda turma do Supremo Tribunal Federal (STF) permitiu nesta terça-feira (3) que um condenado em segunda instância recorra em liberdade até o trânsito em julgado do processo - quando não há mais recursos possíveis. O caso começou a ser julgado em sessão virtual do colegiado, quando o relator, ministro Ricardo Lewandowski, votou pelo desprovimento do recurso, reafirmando seu posicionamento contrário à execução provisória da pena antes do trânsito em julgado da condenação. No caso concreto, ele observou que a sentença garantiu ao réu o direito de recorrer em liberdade, e o Ministério Público não apelou deste ponto da decisão, o que, segundo seu entendimento, levou ao trânsito em julgado dessa parte. O placar foi de 2 a 2 e, em caso de empate, o regimento do STF determina que prevalece a posição mais benéfica para o réu. A decisão ocorre em meio à discussão sobre a prisão após condenação em segunda instância.

Bolsonaro defende soberania da Amazônia na entrega de novo avião da FAB
O presidente Jair Bolsonaro participou da entrega do novo avião da Força Aérea Brasileira (FAB) nesta quarta-feira (4). A cerimônia, realizada na Base Aérea de Anápolis, em Goiás, foi para receber a aeronave militar KC-390, fabricada em parceria com a Embraer. Ddurante a cerimônia, Bolsonaro falou em soberania e voltou a criticar declarações de líderes estrangeiros sobre o hipotético estabelecimento de uma governança internacional sobre a Amazônia, como chegou a ser sugerido pelo presidente da França, Emannuel Macron. "O Brasil é um país pacífico, mas não pode continuar, nem continuará sendo passivo a esse tipo de agressão. A Amazônia brasileira é nossa", disse.

Angelo Coronel (PSD-BA) é eleito presidente da CPMI das Fake News
O senador Angelo Coronel (PSD-BA) foi eleito, nesta quarta-feira (4), presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que vai investigar a disseminação de Fake News, no Congresso Nacional. Apesar de ser candidato único, o deputado Felipe Barros (PSL-PR) exigiu que houvesse eleição. Inicialmente, o deputado queria que a votação fosse feita em cédulas, mas depois aceitou que fosse por meio eletrônico, com voto secreto. A relatora da CPMI deve ser a deputada Lídice da Mata (PSB-BA). Como ela ainda não foi efetivada como membro titular da comissão, a indicação vai ficar pendente. 





Vetos ao projeto de abuso de autoridade, 
veto à ideologia de gênero

O presidente Jair Bolsonaro iria na sexta-feira (6) a Letícia, na Colômbia, para uma reunião com os presidentes dos países amazônicos - exceto Maduro.

Bolsonaro não vai viajar porque começa, na sexta, a fazer dieta líquida. Ele só pode tomar líquido porque vai ser operado no domingo (8) para colocar uma tela em uma hérnia. A musculatura do intestino - depois de tantas furadas no abdômen - não está segurando direito os intestinos, e precisa descarregá-los. Para manter a hidratação, a dieta precisa ser líquida, exatamente em uma época em que Brasília está sequíssima.

No entanto, o presidente vai participar da reunião, de Brasília, por videoconferência. Ele quer participar de qualquer maneira e fazer o discurso sobre a Amazônia.

Bolsonaro também quer discursar na abertura da Assembleia Geral da ONU, que é no dia 23 de setembro. Mas ele vai antes, e volta no dia 25. Disse que vai nem que seja de maca ou cadeiras de rodas. Vamos ver. Tomara que o pós-operatório se desenvolva bem. Fala-se que ele precisa de dez dias de descanso. Agora é esperar.

O presidente também está preparando para esta quarta (4) ou quinta-feira (5) o anúncio dos vetos na lei de Abuso de Autoridade. O ministro Sergio Moro pediu nove vetos, mas o presidente falou em 20. E se forem 20 vetos é mais uma vitória da Lava Jato.

Por falar em Lava Jato
O processo de Lula sobre o sítio de Atibaia está na reta final. A defesa pediu para anexar ao processo mensagens que foram pirateadas criminosamente. Contudo, o relator da Lava Jato no Tribunal Regional Federal da 4ª Região, Gebran Neto, não deixou. O desembargador justifica que as mensagens são produtos de crime e não podem integrar o processo.

Assim como não pode integrar em processos qualquer declaração do Adélio Bispo, porque ele foi declarado inimputável e com transtorno. A Polícia Federal (PF) está pedindo inclusive um segundo processo. O primeiro já se esgotou, já que o esfaqueador não foi considerado culpado por não mandar nele mesmo. Mas quem pagou os advogados caros de Adélio, que chegaram de jatinho para defendê-lo? A PF pediu mais 90 dias e vem prorrogando essa investigação porque não apareceu nenhuma prova ainda.

A OAB entrou na Justiça com uma ação para impedir que a PF soubesse quem pagou. Ou seja, a OAB não tem interesse em esclarecer isso, sob a argumentação de que é do sigilo profissional do advogado. Mas neste caso tem algo maior, é um esclarecimento de um crime que atingiu a pessoa que mais tarde veio a ser o presidente da República. Mas enfim... são coisas do Brasil.

Capital dos ex-governadores presos
O Rio de Janeiro, que já foi capital da República, agora está sendo a capital dos ex-governadores presos. Já são quatro. Prenderam nesta terça-feira (3) Garotinho e Rosinha, a mulher dele. Já estão presos Pezão e Sérgio Cabral, que vai ficar preso o resto da vida de tanto que já foi condenado.

Que triste sina do Rio de Janeiro, onde nesta terça (3) a principal artéria rodoviária da cidade, a Avenida Brasil foi bloqueada e ainda queimaram um ônibus.

Ideologia de gênero
O governador de São Paulo, João Doria, mandou retirar do currículo da oitava série das escolas estaduais apostilas que falam da ideologia de gênero. Ele fez muito bem porque isso é uma bobagem inventada por quem não tem mais o Kremlin como matriz.

As pessoas começam a misturar coisas, ideologia de gênero, feminismo, aquecimento global, ambientalismo, essas coisas. Para resumir, a ideologia de gênero diz que um  menino não nasce menino, e se ele quiser ele pode virar menina; e a menina também. Isso é uma maluquice. Imagina colocar isso na cabeça das crianças.

Eu aproveito para lembrar que, na escola, o objetivo é o ensino. O nome do Ministério da Educação deveria ser o Ministério do Ensino porque educação é em casa. É em casa que se ensina cidadania, respeito às leis, ética, a cumprir compromissos, a ser honesto, e a diferença entre o bem e mal. Todos esses ensinamentos juntos formam a pessoa. Isso é e-du-ca-ção. 

Alexandre Garcia






Justiça do Rio solta Garotinho e Rosinha menos de 24 horas após prisão
Menos de 24 horas após a prisão preventiva dos ex-governadores do Rio Anthony Garotinho e Rosinha Matheus, o desembargador do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) Siro Darlan acolheu o pedido da defesa do casal e concedeu habeas corpus para a soltura. Os dois ex-governadores haviam sido presos preventivamente na terça-feira (3), após denúncia a partir de delação de dois executivos da Odebrecht na operação Lava Jato, que informaram superfaturamento em contratos de casas populares celebrados em Campos dos Goytacazes e a construtora, nos mandatos de Rosinha entre os anos de 2009 e 2016, que chegam a R$ 1 bilhão.

Câmara aprova retorno da propaganda partidária gratuita
O retorno da propaganda partidária gratuita foi aprovado na noite de terça-feira (3) pelo Plenário da Câmara dos Deputados. A proposta faz parte do texto-base, aprovado por 263 votos a 144, e que traz novas regras para o Fundo Partidário. A propaganda partidária gratuita no rádio e na televisão foi extinta pela Lei 13.487/17, com o objetivo de economizar recursos a serem direcionados ao fundo eleitoral criado após a proibição de financiamento de campanhas por empresas privadas. Pelo texto aprovado na última terça, o formato será semelhante ao que era utilizado antes da revogação, mas com inserções de 15 ou 30 segundos, e de 1 minuto, em três faixas de horário ao longo do dia.

Inquérito das fake news já pode entrar na pauta do plenário do STF
Relator do inquérito das fake news, instaurado pelo próprio Supremo Tribunal Federal (STF) para apurar notícias falsas e ameaças aos integrantes da Corte, o ministro Alexandre de Moraes pediu nesta terça-feira (3) a inclusão do tema na pauta do plenário. Cabe ao presidente do STF, Dias Toffoli, definir a data do julgamento. Foi no âmbito desse inquérito que Moraes determinou a suspensão imediata de todos os procedimentos investigatórios instaurados na Receita Federal envolvendo 133 contribuintes que entraram na mira do órgão por indícios de irregularidades. Moraes também decidiu afastar temporariamente dois servidores da Receita por "indevida quebra de sigilo".
A Procuradoria-Geral da República (PGR) contesta o fato de ter sido escanteada das investigações, que ocorrem à revelia do Ministério Público, e também entrou com recurso no STF contra a decisão de Moraes que suspendeu a apuração na Receita. A expectativa dentro do Supremo é a de que esse recurso contra a decisão da Receita seja analisado pelo plenário, que poderá confirmar ou não o entendimento de Moraes.

TRF-4 nega a Lula uso de mensagens vazadas
O desembargador João Pedro Gebran Neto, relator da Lava Jato do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), negou o pedido da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ter acesso ao conteúdo de mensagens trocadas entre procuradores da Operação Lava Jato no aplicativo Telegram. O magistrado considerou que as interceptações são ilícitas, não podendo ser, por isso, usadas na defesa do ex-presidente. Segundo o juiz, a "ilegalidade da obtenção do material" torna "impossível o seu aproveitamento" na ação.

Hong Kong atende demanda de manifestantes e retira projeto de extradição para China
A líder de Hong Kong, Carrie Lam, anunciou nesta quarta-feira (4) que retiraria formalmente de tramitação um projeto de lei que permitiria a extradição de cidadãos da cidade semi-autônoma para a China continental - uma das demandas dos manifestantes pró-democracia. Seu objetivo é diminuir os protestos, atendendo à menos difícil das cinco demandas do movimento, em meio a uma profunda crise política. Porém, muitos dizem que essa concessão veio tarde demais.
Lam já havia engavetado o projeto de lei em junho. Mesmo assim, um dia depois, cerca de 2 milhões de pessoas foram às ruas, a primeira indicação clara de que aquela havia sido uma decisão insuficiente. Lam então o rotulou como "morto", mas os protestos continuaram; crescendo em intensidade, escala e escopo. Os manifestantes insistiram em que ela o retirasse completamente da agenda legislativa, o que requer um processo formal.

Mega-Sena pode pagar R$ 72 milhões nesta quarta-feira
O concurso 2.185 pode pagar um prêmio de R$ 72 milhões para quem acertar as seis dezenas. O sorteio ocorre às 20h (horário de Brasília) desta quarta-feira (4).
As apostas podem ser feitas até as 19h (de Brasília) do dia do sorteio, em qualquer lotérica do país ou pela internet. A aposta mínima custa R$ 3,50.
A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada. Para a aposta simples, com apenas seis dezenas, com preço de R$ 3,50, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 50.063.860, segundo a Caixa.
Já para uma aposta com 15 dezenas (limite máximo), com o preço de R$ 17.517,50, a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 10.003, ainda segundo a Caixa.






Trabalho conjunto pela privatização da Eletrobrás


Quando o governo federal anunciou, em meados de agosto, uma lista de empresas que pretendia privatizar, uma gigante cobiçada estava de fora: a Eletrobrás. Isso, no entanto, não significava que o presidente Jair Bolsonaro, o ministro Paulo Guedes e Salim Mattar, o secretário de Desestatização, tivessem mudado de ideia quanto à estatal: ela só não estava na relação porque, afinal, já existe até mesmo um projeto de lei tramitando no Congresso para permitir a venda. O assunto voltou à pauta em uma reunião nesta segunda-feira, envolvendo Guedes, o ministro das Minas e Energia, Bento Albuquerque, e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia.

Um aspecto positivo é o fato de o trio não estar discutindo se a Eletrobrás deve ser privatizada, mas o passo seguinte: como fazê-lo. Que há necessidade de aprovação do Legislativo já era algo certo mesmo antes da equivocada decisão do Supremo Tribunal Federal que condicionou todas as privatizações ao aval do Congresso. Isso porque a Eletrobrás já dependia de lei específica para sua venda, assim como a Petrobras, a Caixa Econômica e o Banco do Brasil. No entanto, a modalidade escolhida pelo governo de Michel Temer, por meio do Projeto de Lei 9.463/18, era a emissão de novas ações, diluindo a participação da União até ela deixar de ser a acionista majoritária. A opção de Paulo Guedes é pela venda da maior parte das ações que hoje estão nas mãos do governo, transformando a Eletrobrás em uma corporation, uma companhia de capital privado pulverizado sem acionista controlador. Para isso, ou o PL 9.463/18 terá de ser abandonado, com o envio de um novo projeto ao Congresso, ou o projeto atual terá de ser emendado para alterar a forma como ocorrerá a privatização. É esse dilema que governo e Câmara estão decidindo, para encontrar a forma que permitirá ao projeto ser aprovado mais facilmente.

O setor elétrico como um todo 
(e a Eletrobrás em particular) foi um dos 
que mais sofreu com o intervencionismo 
estatal da era Dilma Rousseff

E por “mais facilmente” entenda-se “com menos resistência”, já que privatizações sempre são tema sensível no Congresso, mexendo com brios nacionalistas e estatizantes, ressuscitando slogans fáceis sobre “soberania nacional” e “patrimônio do povo brasileiro”, mesmo sabendo que, no passado recente, as estatais acabaram transformadas em patrimônio não dos brasileiros, mas de um partido político que as usou como ferramenta de corrupção para alimentar seu projeto de poder. E também será preciso vencer a oposição de um grupo suprapartidário e nada ideológico, o dos parlamentares acostumados a fazer indicações políticas para cargos importantes na Eletrobrás e suas subsidiárias, e que perderão esse poder com a privatização.

Enquanto há subsidiárias da Eletrobrás cujos prejuízos as deixam perto de quebrar – e entidades sindicais aparentemente preferem esse desfecho, ou que a população toda pague pelo rombo, a vê-las privatizadas e eficientes –, a matriz sofre com investimentos abaixo do ideal. Recentemente, Guedes e Maia afirmaram que a privatização é a chave para que a Eletrobrás possa fazer os investimentos necessários para manter sua posição de relevância no setor de energia. Segundo o presidente da Câmara, dos R$ 16 bilhões anuais necessários de investimento, a estatal consegue aplicar apenas R$ 3 milhões a R$ 4 milhões. Situação que, até pouco tempo atrás, também era vista em outras estatais como Petrobras e Infraero, incapazes de cumprir sua parte em investimentos em blocos de pré-sal ou aeroportos concedidos à iniciativa privada.

O setor elétrico como um todo (e a Eletrobrás em particular) foi um dos que mais sofreu com o intervencionismo estatal da era Dilma Rousseff, mas também é um dos que podem ser perfeitamente operados pela iniciativa privada, dentro do espírito da subsidiariedade. Privatizar a Eletrobrás e as subsidiárias é, portanto, reconhecer que também nesta área o protagonismo cabe à iniciativa privada. Uma vez definido o melhor modelo para a venda, que governo e Congresso sigam trabalhando juntos e empenhados para que a privatização ocorra de modo a trazer o máximo de benefícios para os consumidores e para o governo.

Gazeta do Povo