PT cede e deve fazer
alianças inéditas
para eleições municipais de 2020
Diante do avanço das
forças de direita no plano nacional, os partidos de esquerda que fazem oposição ao
governo do presidente Jair Bolsonaro planejam alianças inéditas para a
eleição municipal do ano que vem.
Como sinal mais evidente
desse movimento, pela primeira vez na História, o PT deve apoiar em primeiro
turno candidatos do PSOL em
disputas importantes.
São dadas como certas
adesões dos petistas às candidaturas de Marcelo Freixo, no Rio, e Edmilson
Rodrigues, em Belém. O PSOL foi fundado em 2004 por deputados que haviam sido
expulsos do PT por se posicionarem de forma crítica ao governo do ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva.
Freixo deve disputar no
ano que vem pela terceira vez a prefeitura de Rio. Nas duas vezes anteriores,
teve os petistas como adversários. Em 2012, o partido de Lula se aliou a
Eduardo Paes (PMDB), que saiu vitorioso já no primeiro turno. Em 2016, os
petistas aderiram a Jandira Feghali (PCdoB) e só apoiaram o candidato do PSOL
no segundo turno contra o atual prefeito Marcelo Crivella (PRB).
— Está bem encaminhado
para apoiar o Freixo, só não digo que há consenso porque no PT não existe
consenso. Mas uma ampla maioria caminha nesse sentido — afirma Alberto
Cantalice, um dos vice-presidentes nacionais do PT.
Costuras em BH e Belém;
impasse em SP
No Pará, petistas devem
apoiar Edmilson Rodrigues, que comandou Belém por duas vezes pelo PT
(1997-2004)— mas mudou de partido em 2005, após o escândalo do mensalão. Em
2012 e 2016, na nova sigla, teve o PT como adversário no primeiro turno e foi
derrotado pelo tucano Zenaldo Coutinho.
O PT ainda prevê aliança
em torno de Manuela D’Ávila (PCdoB) em Porto Alegre. Vice de Fernando Haddad na
disputa presidencial do ano passado, Manuela já tentou se eleger na capital gaúcha
em 2008 e 2012, quando teve candidatos do PT como adversários.A chapa
encabeçada pela comunista também pode atrair o PSOL e o PDT.
Partidos de esquerda
também costuram alianças em Belo Horizonte e Florianópolis. Nas duas cidades,
já houve reunião entre representantes do PT, PSOL e PCdoB.
Esse grupo, porém,
enfrenta problemas na maior cidade do país. Nem mesmo o PT, que já governou São
Paulo por três vezes, tem um nome forte para disputa local. Em agosto, o
partido começa os debates para chegar a um nome considerado competitivo na
cidade.