quarta-feira, 8 de maio de 2019






Toffoli muda voto e Supremo estende imunidade de prisão a deputados estaduais
  

Com a mudança do voto do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, nesta quarta-feira (8), o plenário da Corte decidiu por maioria estender a possibilidade de imunidade de prisão a deputados estaduais. Segundo a maioria, as assembleias estaduais podem reverter ordem de prisão preventiva dada pelo Judiciário contra parlamentares estaduais.

Até o início do julgamento, havia maioria de votos no sentido de que as assembleias não poderiam reverter a ordem de prisão dada contra deputado estadual. Seis ministros votaram neste sentido. Porém, com a mudança de entendimento do presidente da Corte, o placar virou.

Votaram a favor de assembleias revogarem prisões:

Marco Aurélio Mello
Alexandre de Moraes
Gilmar Mendes
Celso de Mello
Ricardo Lewandowski
Dias Toffoli

Votaram contra possibilidade de assembleias reverterem prisões:

Luiz Edson Fachin
Rosa Weber
Luiz Fux
Cármen Lúcia
Luís Roberto Barroso

O julgamento tem como alvo as constituições estaduais do Rio Grande do Norte, de Mato Grosso e do Rio de Janeiro, que replicaram norma prevista na Constituição Federal e que estabelece que deputados federais e senadores só podem ser presos em flagrante. E que o Congresso deve decidir em 24 horas se mantém ou não a prisão. No caso das regras estaduais, cabe às assembleias reverem as prisões. Foram julgadas três ações apresentadas pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB).






Enfim, decreto de registro e porte de arma derruba fatos ridículos da lei

Hoje é um dia importante em Brasília. Vejam os fatos de hoje:

Na Secretaria Geral da Presidência da República vai acontecer uma reunião comandada pelo general Santos Cruz, ministro secretário chefe da Secretaria Geral, sobre o plano de participação de investimento. É para estimular a vinda de investimento em parceira com o setor público.

O principal assunto é a cessão onerosa de áreas do Pré-Sal, que foi fracionado e a Petrobras sempre tem participação. Mas a Petrobras está sem condições de investir e cede sua parte onerosamente. A União que é dona do petróleo – está na Constituição “a União é dona das riquezas do subsolo” -, mas a iniciativa privada, inclusive a brasileira, podem entrar nessa exploração do petróleo e de gás.

Outro encontro importante é a presença de todos os governadores em Brasília. Alguns vão ter uma reunião com o chefe do Gabinete Civil, no Palácio do Planalto à tarde. Mas todos os 27 governadores vão estar juntos, além do chefe do poder Executivo, o presidente da República; o chefe de poder do Senado, Davi Alcolumbre; e o presidente da Câmara, o deputado Rodrigo Maia.

Essa reunião vai ser importante porque diz respeito à reforma da Previdência. Os governadores estão preocupados em incluir os governos dos estados, porque também estão tendo muito deficit na previdência, assim como, os municípios.

Os novos velhos ministérios
Na Câmara e no Senado acontece o exame de uma medida provisória do presidente. Aquela que no início do governo reduziu para 22 o número de ministérios. Deve haver algumas mudanças, mas vão continuar sendo 22 ministérios, porque aquele Ministério de Desenvolvimento volta a estar dividido entre o Ministério da Cidade e o da Integração.

Em compensação, logo depois, o status de ministro que tem o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, vai terminar. Ele vai deixar de ser ministro porque o Banco Central vai ganhar autonomia conforme vem se discutindo há anos e ninguém teve coragem de fazer.

A necessidade de o Banco Central ter autonomia e não ficar dependendo de palpite político do governo – palpites com interesses políticos e eleitorais, por exemplo, no tamanho dos juros.

A função do Banco Central é cuidar da moeda e do crédito: cuidar para que não haja inflação e para que a moeda continue saudável. Nós não tivemos moeda saudável antes do Plano Real. Aliás, a única moeda que a gente tinha antes do Plano Real, de fato, era o dólar, que era a referência monetária. Porque o nosso dinheiro na época estava com 5 mil por cento de inflação ao ano. Teve um mês com 84% de inflação. Uma maluquice.

Então a função do Banco Central tem que ser independente dos interesses políticos do governo. Tem que ter interesses meramente de proteção à moeda e ao crédito para que  a gente tenha uma economia saudável.

Outra questão é que o registro sindical, que era do Ministério do Trabalho – que foi extinto – havia passado para o Ministério da Justiça. Não vai ficar no Ministério da Justiça, vai para o Ministério da Economia, porque está mais ligado ao Ministério da Economia a administração de sindicato.

Aliás, o Brasil é o rei do sindicato no mundo, são 17 mil sindicatos. Sindicatos que viviam do imposto sindical que agora não é mais obrigatório. Mudou a situação.

Registro e porte de armas
A notícia que interessa aos caçadores – que eu não sou -, aos atiradores esportivos – isso eu sou – e aos colecionadores. Saiu um decreto do presidente da República facilitando a vida. O decreto aumenta para dez anos o prazo do registro de arma, tornando o porte uma concessão e direito pessoal – e não mais ligado à arma.

Isso quer dizer que se a pessoa ganha a confiança do Estado de que pode portar uma arma – claro que tem que passar por uma série de exames, inclusive psicológico, de manuseio da arma, de equilíbrio emocional, provar que guarda direito a arma, assumir o compromisso de não frequentar multidões com arma, nem em espetáculos e shows e não andar mostrando a arma por aí. Em casos raros concede-se o porte e dura, agora, dez anos. Tanto o registro, quanto o porte.

Esses atiradores, caçadores e colecionadores agora têm o direito circular em direção ao lugar em que irão caçar ou às associações de tiro esportivo com a arma municiada. Porque tem fatos ridículos em que a pessoa é assaltada, está com a arma no porta-malas desmuniciada e não tinha a menor condição de se defender. Esse decreto é para a defesa e para a garantia que as pessoas treinem tendo arma.

O decreto também é uma garantia para o proprietário rural, pois ele pode usar a arma na propriedade dele. Se ele quiser treinar na propriedade dele, se isso não criar perigo para as pessoas que lá trabalham e para os vizinhos, ele pode usar a arma dele livremente.

Enfim, era um decreto que já havia sido prometido na campanha eleitoral e que agora alivia um pouco a vida de quem tinha que estar toda hora procurando Polícia Federal ou Exército para renovar as suas respectivas licenças e concessões.

Alexandre Garcia
Gazeta do Povo






DENGUE
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informa que ruas do bairro Sarandi terão aplicação de inseticida na manhã de quarta-feira, 8, por caso confirmado de dengue autóctone. Os imóveis que receberão a pulverização ficam localizados nas ruas Domingos de Abreu, José Huberto Bronca, Angelina Gonçalves e uma parte da Aderbal Rocha de Fraga, entre a Avenida dos Gaúchos e a rua Martins Bastos. De acordo com o balanço de segunda, 6, da SMS, Porto Alegre contabiliza, até sexta-feira, 171 casos de dengue, sendo 162 contraídos na cidade e nove importados. O caso do Sarandi não está contabilizado e passará a integrar o levantamento semanal que será divulgado na próxima segunda-feira, 13.

CASTRAÇÃO DE ANIMAIS
A Diretoria Geral de Direitos Animais abrirá nesta quarta-feira, 8,  agendamento para a esterilização de cães e gatos. A ação é voltada aos animais de tutores inscritos no Cadastro Único, mediante apresentação do Número de Identificação Social (NIS) ou Bolsa Família. Os interessados devem registrar protocolo pelo telefone 156 da prefeitura e os procedimentos serão realizados na Unidade de Saúde Animal Victória (Usav). O solicitante será informado posteriormente sobre a data e o horário marcado para a realização da esterilização. O transporte dos animais até as instalações da Usav, na Lomba do Pinheiro (estrada Bérico José Bernardes, 3489), deve ser realizado, exclusivamente, pelos tutores, que deverão assinar termo autorizando a castração.

EMPREGO
O Sine Municipal oferece 118 vagas de emprego, até que sejam preenchidas. A maior oferta é para costureira com 13 postos, seguido de soldador com 12 oportunidades. Os interessados devem procurar a unidade localizada na esquina da avenida Sepúlveda com Mauá, no Centro Histórico, das 8h às 17h, com carteira de trabalho e comprovante de residência. As vagas têm limite de cartas de encaminhamento

TESOURINHA
A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e Esporte recebe inscrições, nesta quarta-feira, 8, para aulas gratuitas de capoeira, kung fu e judô no Ginásio Tesourinha. Interessados devem comparecer à secretaria do Ginásio das 8h30 às 12h e das 15h30 às 18h. As vagas são ofertadas sempre no quinto dia útil de cada mês, conforme disponibilidade, por desistência ou não comparecimento de alunos antigos. Aulas nas segundas, quartas e sextas, sempre às 19h30, e aos sábados às 8h30. Kung Fu, aulas nas quartas-feiras, às 10h30; judô, aulas nas terças e quintas, às 14 e às 16h, e nas sextas, às 8h30

CHAPEUZINHO VERMELHO
O espetáculo Chapeuzinho Vermelho está em cartaz no Teatro Renascença (av. Erico Verissimo, 307) nesta quarta-feira, 8, às 15h, e na quinta-feira, 9, às 19h. A apresentação compõe a programação do Festival Palco Giratório. Os ingressos custam R$ 30 inteira e R$ 15 meia-entrada, podendo ser adquiridos no site do festival ou na bilheteria do local uma hora antes do evento. Com linguagem híbrida, o espetáculo mescla teatro, dança e música. 

GRÊMIO X UNIVERSIDAD CATÓLICA
A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) preparou esquema de trânsito e transporte para o jogo Grêmio x Universidad Católica (CHI), nesta quarta-feira, 8, na Arena, início às 19h15, válido pela Copa Libertadores da América. Os portões abrem às 17h15, com previsão de cerca de 30 mil torcedores. A linha Especial Futebol circulará com dez ônibus para atender os torcedores do Grêmio, saindo do Largo Glênio Peres, Centro Histórico, em direção ao estádio, a partir de três horas antes da partida. Quem optar por ir de carro ao estádio precisa ficar atento às possíveis mudanças: a chegada à Arena pela alça de acesso à BR-448 (Rodovia do Parque) poderá sofrer bloqueio três horas antes do jogo. Este horário pode até ser antecipado para uma maior segurança dos torcedores, com monitoramento dos agentes da EPTC e Brigada Militar (BM)






Lava Jato: três executivos do 
Banco Paulista S/A presos 
por lavagem de dinheiro

A Polícia Federal (PF) prendeu três funcionários do Banco Paulista S.A., nesta quarta-feira (8), na 61ª fase da Operação Lava Jato. Esta nova etapa mira um esquema de lavagem de dinheiro que, segundo o Ministério Público Federal, movimentou R$ 48 milhões do Grupo Odebrecht. Executivos do banco assinavam contratos falsos para repassar o dinheiro, diz o MPF.

A Lava Jato também apura outros repasses que somam R$ 280 milhões.

As prisões ocorreram em São Paulo. Mandados judiciais também são cumpridos no Rio de Janeiro e em Porto Alegre. Além dos três mandados de prisão preventiva, que é por tempo indeterminado, há 41 mandados de busca e apreensão. A PF diz que é a primeira vez que a Lava Jato cumpre mandados na sede um banco.


Segundo o MPF, os alvos do Banco Paulista são:

Paulo Cesar Haenel Pereira Barreto, funcionário da mesa de câmbio do banco. É suspeito de receber valores em espécie e manter contato com integrantes do “Setor de Operações Estruturadas” do Grupo Odebrecht

Tarcísio Rodrigues Joaquim, diretor da área de câmbio. É suspeito de assinar contratos falsos

Gerson Luiz Mendes de Brito, diretor-geral. É suspeito de assinar contratos falsos

Os presos serão levados para a sede da PF em São Paulo e, depois, serão encaminhados para Curitiba.

Esses altos funcionários faziam a contratação de empresas de fachada, que emitiam notas fiscais e contratos fictícios para justificar serviços não prestados. Dessa maneira, pagamentos feitos e recebidos pelo banco no exterior eram encobertos.

Com PORTAL G1






Esquecendo o necessário

No início deste mês de maio, o banco Goldman Sachs, com sede nos Estados Unidos, autor de análises de alto nível sobre a economia mundial, publicou um relatório sob o título O Brasil caminha para a segunda década perdida em 40 anos. O título é um pouco estranho, pois o banco diz textualmente que, em suas estimativas, o crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) por habitante entre 1981 e 2020 deve ficar, na média, em torno de 0,8% ao ano. A considerar que o período abrangido são os últimos 40 anos, o crescimento medíocre mostra que o Brasil terá perdido quatro décadas, não duas. A afirmação do Goldman Sachs de que o país poderá ter a segunda década perdida decorre de que houve períodos de crescimento, mas duas décadas foram tão negativas – os anos 1981-1990 e os anos a 2011-2020 – que os períodos de crescimento foram anulados pelo tamanho da recessão dessas duas décadas em particular.

O relatório coloca alguns verbos no condicional mais por precaução redacional do que por haver possibilidade de o Brasil se recuperar e não incorrer em desempenho tão fraco. Essa cautela é apenas uma gentileza desnecessária, pois o país está diante de apenas um ano e oito meses para encerrar a atual década e não há milagre capaz de, até o fim de 2020, reverter o baixo crescimento médio dos últimos quarenta anos. Essa taxa média de 0,8% de aumento do PIB é tão mais pífia quando se considera que a população brasileira em 1980 era de 120 milhões e terminará 2020 com 209,7 milhões. É um resultado decepcionante para um país que dispunha das condições suficientes para crescer e superar a pobreza, mas terminará a segunda década deste século bastante atrasado e pobre.

Os governantes, e até mesma a sociedade, 
não tiveram a real percepção de que o 
Estado brasileiro cresceu e se atrofiou

Em editoriais anteriores neste espaço, este jornal já vinha alertando para a ocorrência do mau desempenho que o relatório do Goldman Sachs agora traz à tona, bem como sobre a necessidade de sociedade e governo trabalharem para que o Brasil pare de desperdiçar oportunidades de sair do estado de pobreza, o que depende de políticas, práticas e reformas cuja necessidade são um consenso nacional, mas que o país nunca concretiza. O economista-chefe para América Latina do Goldman Sachs, Alberto Ramos, afirma que "a realidade marcante e desconfortável é que o crescimento da renda real per capita do Brasil desapontou durante as últimas quatro décadas", acrescentando que a expansão do PIB foi uma decepção em 2017 e 2018, a recessão de 2015 e 2016 foi a mais grave nos últimos 100 anos e a recuperação depois da recessão foi muito fraca.

O Ministro da Economia, Paulo Guedes, vem explicando a vários públicos que todos os governos das últimas cinco décadas cometeram o mesmo erro, cujo preço político foram derrotas eleitorais na sequência. Os efeitos desse erro estão no baixo crescimento do PIB, na pobreza e no atraso do país. Trata-se do fato de que todos os governos, ainda que tendo políticas econômicas diferentes, tiveram política fiscal frouxa, com déficits públicos crônicos, inchaço do setor público e explosão de dívida governamental, coisas que, Guedes lembra, geram inevitavelmente elevação de juros e elevação de impostos, o que transforma o país no paraíso de bancos e rentistas, enquanto prejudica empreendedores e desestimula a criação de negócios.

O ministro lembra que, mesmo na gestão de Fernando Henrique Cardoso, quando o país teve vitória espetacular no combate à inflação e uma política monetária eficiente, o governo não fez a reforma do Estado, não diminuiu o tamanho do setor público em seu conjunto, não eliminou os déficits fiscais, a dívida explodiu e o PSDB, partido do governo, perdeu as cinco eleições presidenciais seguintes. Lula e Dilma também incorreram no mesmo erro, além de outros peculiares a cada um deles, o governo cresceu, a máquina estatal inchou, os déficits fiscais continuaram e a dívida pública explodiu, e o PT terminou seus quatro mandatos de forma melancólica no campo econômico, no campo político e no campo jurídico-moral.

Pois, com outras palavras, é exatamente isso que diz o relatório do banco Goldman Sachs. Os governantes, e até mesma a sociedade, não tiveram a real percepção de que o Estado brasileiro cresceu e se atrofiou, tornando-se um monstro perdulário, endividado e caro para a sociedade. E o banco alerta que, enquanto o país não fizer a reforma fiscal e a reforma do Estado, as chances de crescer e superar o atraso são quase nulas. O não reconhecimento da falência estatal em todas esferas – municípios, estados e União – pode manter o país nessa situação de uma nação que, apesar de recursos naturais abundantes, patinará no subdesenvolvimento econômico e social. Tanto para o Ministro Paulo Guedes quanto para o banco Goldman Sachs, todos os governos dos últimos 50 anos esqueceram o necessário: o equilíbrio fiscal, o controle da dívida e o controle do crescimento do setor estatal.

Editorial
Gazeta do Povo