terça-feira, 16 de abril de 2019






Dodge manda arquivar inquérito 
aberto pelo STF que gerou censura a sites


Chefe do Ministério Público Federal (MPF), a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, enviou manifestação ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, nesta terça-feira (16), afirmando ter arquivado o inquérito 4.781, aberto de ofício (sem a provocação de outro órgão) pelo presidente do STF, Dias Tofolli, em 14 de março.

Foi com base nessa investigação, instaurada para supostamente apurar a disseminação de fake news contra ministros da Corte, que Moraes censurou uma reportagem da revista eletrônica Crusoé e do site O Antagonista que citava Toffoli, na segunda-feira (15). Na manifestação, Dodge diz que são nulas as medidas autorizadas pelo STF no âmbito desse inquérito.

Segundo Dodge, o arquivamento tem como fundamento o respeito ao devido processo legal e ao sistema penal acusatório. De acordo com a Constituição de 1988, o Ministério Público é o titular exclusivo da ação penal, fato que provoca efeitos diretos na forma e na condução da investigação criminal.

No documento, a procuradora-geral afirma que, embora os autos ainda não tenham sido enviados ao MPF, há notícias do cumprimento – no âmbito do inquérito – de medidas cautelares sujeitas à reserva de jurisdição sem atuação do titular da ação penal (MP), para avaliação dos parâmetros legais da medida ou em cumprimento ao controle externo da atividade policial.

“O sistema penal acusatório é uma conquista antiga das principais nações civilizadas, foi adotado no Brasil há apenas trinta anos, em outros países de nossa região há menos tempo e muitos países almejam esta melhoria jurídica. Desta conquista histórica não podemos abrir mão, porque ela fortalece a justiça penal”, pontua Dodge em um dos trechos da manifestação.

Ao mencionar o respeito ao devido processo legal, Raquel Dodge lembrou que o princípio exige a delimitação da investigação penal em cada inquérito, seja para permitir o controle externo da atividade policial, seja para viabilizar a validade das provas, definir o juízo competente, e assegurar a ampla defesa e o contraditório.

“O devido processo legal reclama o reconhecimento da invalidade de inquérito sem tal delimitação”, resumiu no documento. Além disso, a PGR destaca o aspecto da competência constitucional lembrando que, conforme a Constituição compete ao STF processar e julgar as ações criminais ajuizadas contra autoridades com prerrogativa de foro na Corte. “É fato de o ato da instauração do inquérito não ter indicado quem são as pessoas investigadas” completou.

Na petição, Raquel Dodge conclui que, como consequência do arquivamento, “nenhum elemento de convicção ou prova de natureza cautelar produzida será considerada pelo titular da ação penal ao formar sua "opinio delicti" (opinião sobre o delito). Também como consequência do arquivamento, todas as decisões proferidas estão automaticamente prejudicadas”.

Com Gazeta do Povo






Ações da Petrobras sobem mais de 3% 


As ações da Petrobras subiram 3,26% com a notícia de que o governo fechou um acordo com os caminhoneiros, afastando — ao menos, por enquanto — a possibilidade de uma nova greve que poderia paralisar o Brasil.

Com a alta dos papéis, o Ibovespa seguiu pelo mesmo caminho com um avanço de 1,45% para 94.434,15 pontos, no início da tarde desta terça-feira (16).

“O governo mostrou que tem bom trâmite com lideranças da categoria, e o mercado viu isso como algo positivo”, diz Pablo Spyer, diretor da Mirae Asset.

É bom lembrar que, no ano passado, uma greve dos caminhoneiros paralisou o país por 10 dias e os efeitos para a economia ultrapassaram 15 bilhões de reais, de acordo com estimativas da época do Ministério da Fazenda, e puxaram para baixo o Produto Interno Bruto (PIB) de 2018.






Governo anuncia linha de crédito 
de até R$ 30 mil para caminhoneiro


O governo federal anunciou nesta terça-feira, 16, uma linha de crédito de até 30 mil reais para caminhoneiros autônomos. O crédito seria voltado para compra de pneus e manutenção dos veículos, segundo o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.

A medida foi anunciada após diversas reuniões dos caminhoneiros autônomos com o governo, que detectou o risco de uma nova greve do setor. Na semana passada, devido à possibilidade de paralisação, o presidente Jair Bolsonaro interveio no anúncio do aumento do diesel. A Petrobras havia anunciado reajuste de 5,75% e voltou atrás.

No ano passado, caminhoneiros autônomos pararam por cerca de dez dias protestando contra a alta dos preços dos combustíveis e pedindo uma tabela de preços mínimos para o frete. Durante a paralisação, houve desabastecimento de combustíveis e de alimentos em boa parte do país.

Segundo Lorenzoni, a linha de crédito faz parte de uma agenda que está sendo discutida entre os caminhoneiros e o Ministério da Infraestrutura. Serão liberados 500 milhões de reais para essa linha via BNDES.

O caminhoneiro pode pegar o empréstimo primeiro nos bancos públicos, Banco do Brasil e Caixa, e depois nos “demais bancos e cooperativas de crédito de todo o Brasil”, segundo o governo. De acordo com o ministro, a linha de crédito é restrita a caminhoneiros que tenham até dois caminhões por CPF.

Demais medidas

O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes, anunciou a liberação de 2 bilhões de reais para obras e manutenção de estradas consideradas prioritárias, entre elas a pavimentação da BR-163, que liga o Centro-Oeste ao Norte do país.

Haverá também manutenção nos pontos de parada dos caminhoneiros. “É um aumento de qualidade de vida e segurança para os caminhoneiros”, afirmou. Os contratos das novas concessões a serem lançadas trarão a obrigatoriedade de construção de pontos de parada adequados e com segurança, segundo o ministro.

Ainda de acordo com Freitas, o governo vai fomentar a criação de cooperativas de caminhoneiros. Além disso, há uma iniciativa de desburocratização, como a introdução de um documento único de transporte. Haverá um piloto a ser feito no Espirito Santo. Todos os documentos seriam reunidos em uma única nota.






A censura do STF dá mais 
visibilidade à reportagem da Crusoé

Incêndio na história

No mundo a grande notícia é o fogo na Catedral de Notre-Dame, tomara que não tenha sido criminoso, que tenha sido acidental, um uso de maçarico numa parte que estava sendo restaurada. Aliás, a catedral está constantemente sendo restaurada, eu vi cair – vocês todos viram – a agulha do teto da Notre-Dame. Isso é uma coisa que choca. A gente vai procurando ângulos para tirar fotos dessa igreja medieval, que inclusive foi palco do Alexandre Dumas, autor de O Corcunda de Notre-Dame, o Quasimodo. Na minha infância era um ícone, o Charles Laughton fazendo o papel de Quasimodo com a Maureen O’Hara no papel da cigana naquele filme. Enfim, isso é só para lembrarmos um pouco para nós brasileiros onde pega um pouco esse incêndio da Notre-Dame.

O sumiço dos autos

No Brasil, pior do que o incêndio foi essa censura do Supremo sobre a revista digital Crusoé, que eu assino e sei que é uma revista excelente. É uma revista eminentemente jornalística, com excelentes profissionais. Não é uma revista digital sensacionalista, mas é investigativa e descobriu e denunciou que nos autos da Lava Jato estava lá uma declaração da delação premiada de Marcelo Odebrecht sobre dinheiro para o “amigo, do amigo, do amigo”, dizendo que esse “amigo, do amigo…” era Dias Toffoli, presidente do Supremo. Acho que a censura fez o papel contrário porque chamou atenção para o fato. Quem não conhecia o fato ainda agora está conhecendo. Quem não conhecia ainda a revista digital Crusoé, agora está conhecendo. A revista vai dar um salto de assinantes. Agora, o pior de tudo, o mais grave de tudo, sumiu dos autos essa parte. E isso é o pior de tudo. Foram investigar e descobriram que o que havia entrado nos autos lá atrás, agora não está mais. Isso é gravíssimo, gravíssimo.

Gravação com Gentili

Eu ontem gravei com um condenado, o Danilo Gentili, do programa The Noite, no SBT em São Paulo. Ele não estava de tornozeleira, não. Foi condenado a seis meses de prisão por uma queixa da deputada Maria do Rosário. É um outro caso que Maria do Rosário acabou promovendo aquele contra o qual ela se queixou na Justiça, e a Justiça também acabou promovendo. Eu vou desfrutar disso, com um programa também com a audiência lá em cima.

O aumento e a provocação

Sobre a questão do preço do diesel, vocês preferem que se aumente o diesel nesse aumento recordista de 5,7%? É muito estranho, porque o maior aumento tinha sido três e pouco por cento, ou fomentar, incentivar uma ameaça de parada – mais uma parada – dos caminhoneiros? Vocês lembram daqueles 11 dias de país parado, já começando a faltar alimentos, faltando remédio. Nós cometemos um grande erro nas rodovias, se tivéssemos ferrovias isso não aconteceria. Mas, enfim, havia essa possibilidade. O aumento de 5,7% parece uma provocação, parece uma tentativa de açular os caminhoneiros para essa parada, essa imobilização, para que o país se dê mal. Parece que há a quinta coluna dentro da Petrobras estimulando isso. A empresa foi tão aparelhada em outras épocas que a gente fica desconfiando.

Perto do tri

Mas o ex-presidente Temer, que perdeu o foro privilegiado como presidente, perdeu também as imunidades previstas para presidente, que não podem ser processados por questões fora do mandato. Agora o Ministério Público encaminha para a Justiça Federal em Brasília mais uma denúncia em que ele pode ser convertido a réu pela terceira vez, sobre aquele decreto que teria sido feito para beneficiar empresas portuárias amigas e que ajudam na campanha eleitoral.

Pausa no exército vermelho

O MST não está invadindo mais, 43 invasões em março do ano passado, uma neste ano. O que está havendo? Um: não tem mais o dinheiro que vinha dos nossos impostos para eles. Dois: os fazendeiros se armaram. Três: não tem mais um INCRA favorável e nenhum governo favorável. Então esvaziou-se pelo menos as invasões, o exército vermelho, digamos assim, do MST apertou o freio por falta de logística para fazer as invasões.

Alexandre Garcia
Gazeta do Povo






Muzema: número de mortos chega a 16

Foto: Agência Brasil
Os bombeiros encontraram na manhã desta terça-feira (16) mais quatro corpos nos escombros dos dois prédios que caíram na comunidade da Muzema, Zona Oeste do Rio de Janeiro, na última sexta (12). Durante a madrugada, as equipes já tinham encontrado o corpo de uma mulher, por volta das 4h30. Com isso, 
sobe para 16 o total de mortos.

Segundo informações iniciais, entre os últimos corpos encontrados, havia uma mulher grávida. Os outros dois eram uma mãe e um filho.
Os corpos ainda não foram identificados. Oito pessoas permanecem desaparecidas. As buscas nos escombros entraram no quinto dia na manhã desta terça.

O trabalho de busca é feito com a ajuda de cães farejadores e também com as informações dadas pelos moradores da área. Militares do Exército também auxiliam na busca.

A 16ª DP (Barra da Tijuca), com a ajuda da Delegacia de Repressão a Ações Criminosas (Draco), especializada na atuação de milícias, investiga as causas do desabamento e tenta identificar os responsáveis pela construção. As vítimas deverão ser ouvidas pelos policiais, mas apenas quando estiverem em condições de prestar depoimento.

Com G1







‘Vai além da censura’, diz Mourão 
sobre decisão de Moraes


Na avaliação do vice-presidente, general Hamilton Mourão, a decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes de mandar retirar do ar de uma matéria da revista Crusoé que cita o presidente da Corte, ministro Dias Toffoli, “vai além da censura”.

“Não tenho dúvida de que é censura, mas vai além da censura. No momento em que (a decisão), além de interditar a publicação, convoca os jornalistas a depor (significa que) já estão respondendo a inquérito”, disse Mourão ao site O Antagonista, também atingido pela decisão tomada na segunda-feira, 15.






Nova censura: ministro do STF manda 
bloquear redes sociais de 7 investigados

Foto:AFP/Reprodução
O ministro Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, no despacho em que determinou na manhã desta terça-feira (16) operação de busca e apreensão de investigados por suspostas fake news contra a Corte, também mandou bloquear as redes sociais de sete investigados – em mais um ato de censura à liberdade de expressão. Moraes argumenta que o inquérito do STF encontrou nessas redes sociais "sérios indícios da prática de crimes" e "graves ofensas a esta Corte e seus integrantes, com conteúdo de ódio e de subversão da ordem".

No mesmo inquérito, Moraes já havia censurado reportagem da revista Crusoé e do site O Antagonista que relatava que o presidente do STF, Dias Toffoli, foi citado na delação premiada do empreiteiro Marcelo Odebrecht.

Quem são os investigados

As pessoas que foram alvo do bloqueio de suas redes sociais e da operação de busca e apreensão, realizada pela Polícia Federal (PF), são o general da reserva Paulo Chagas; o policial civil de Goiás Omar Rocha Fagundes; Isabella Sanches de Sousa Trevisani; Carlos Antonio dos Santos; Erminio Aparecido Nadini; Gustavo de Carvalho e Silva; e Sergio Barbosa de Barros. Todos deverão prestar esclarecimentos à PF.

Com Gazeta do Povo






Não vão gritar?

É impressionante a atitude da imprensa, de entidades profissionais, mas principalmente de partidos como PT, PSOL e PC do B, diante do absurdo cometido pelo STF, censurando explicitamente a Revista Crusoé e o site Antagonista. Como no tempo da ditadura, Alexandre Moraes, ministro do STF, mandou retirar de circulação nos dois veículos, matéria sobre o presidente da Corte, Dias Toffoli.

Além de impor a censura clara nas circulações, determinou o pagamento de multa caso os veículos não cumprissem sua ordem, como faziam os militares, tão criticados por organizações como FENAJ, OAB, Sindicatos e partidos como os já citados, e tantos outros que se proclamam de esquerda.

Conhecidos por suas atitudes umbilicais, tais organizações e partidos, gritaram contra toda e qualquer censura praticada pelos militares. Berraram seus representantes contra a censura, contra o poder de mando militar, contra os limites impostos. Hoje silenciam.

Acostumados a apoiar ditaduras, inclusive as mais sanguinárias, o PT, o PSOL e o PC do B, principalmente, estão escondidos sob o manto da vergonha ao silenciar sobre o absurdo cometido pelo STF. A censura, no caso, nada significa para esses partidos que pensam única e exclusivamente no poder, mentindo, roubando e iludindo eleitores brasileiros.

Para eles, para a OAB, para a Fenaj, para a maioria dos sindicatos, o STF cometeu uma grande injustiça com Lula. Fizeram movimentos nas ruas, criaram um acampamento ridículo e desfilam camisetas com a frase “Lula Livre”, afrontando ministros, desembargadores e juristas.

Agora, quando se deparam com a atitude policialesca do STF, quando o Supremo impõe a censura, quando um inquérito é destroçado por conter delações que, supostamente, incriminam seu presidente Dias Toffoli, arrancam sem o mínimo pudor todo o conteúdo do processo em que Toffoli é citado. Falar contra “o amigo do amigo do meu pai”, é ofender a verdade, por mais verdadeira que sejam as declarações de Marcelo Odebrecht.

A revista Crusoé publicou, tão somente, aquilo que estava na delação do empresário, que estava na PGR, ou seja, transcreveu o que passou a ser de domínio público. Mas cometeu o grave equívoco de publicar algo que desmascara o petista Dias Toffoli.

Não tenho nenhuma dúvida em afirmar que esse é o motivo do silêncio total e absoluto do PT, do PSOL, do PC do B, da Fenaj, da OAB e de sindicatos. Todos eles sabem que se trata de um ato de censura digno de ditaduras, mas silenciam e, no íntimo, apoiam como apoiam Cuba, Venezuela, Coréia e tantos outros regimes comandados por ditadores.

Aqueles que berraram, espernearam e tem algum envolvimento com a lei, estão cumprindo o mais absoluto silêncio.

Não vão gritar?

Machado Filho






O presidente do Clube de Opinião, entidade que reúne jornalistas de opinião de Porto Alegre, envia nota de repúdio à censura imposta pelo STF a veículos de comunicação.

- Não podemos pensar que, como não é conosco diretamente, isso não nos atinge. Pelo contrário, o que nossa suprema Corte está fazendo é próprio de ditaduras. Temos que levantar nossa voz contra isso.



Clube de Opinião repudia censura do STF a veículos de comunicação

O Clube de Opinião, que reúne alguns dos principais jornalistas do Rio Grande do Sul, vem a público repudiar, com veemência, o ato de censura imposto pelo Supremo Tribunal Federal à revista Crusoé e ao site O Antagonista. 


Causa-nos enorme preocupação que a suprema Corte, responsável pela salvaguarda da Constituição Federal, invista contra um dos princípios fundamentais de nossa Carta Magna: a Liberdade de Imprensa. 

A liberdade para que profissionais de imprensa possam investigar, apurar, escrever e publicar informações — agradem essas, ou não, aos poderosos de plantão — é parâmetro aferidor e garantidor, de qualquer democracia. 

Os últimos movimentos do STF, com a abertura de inquérito para investigar manifestações contra a instituuição e seus ministros, e que no dia de ontem, 15 de abril, culminou com a censura imposta a veículos de comunicação, se configura numa preocupante escalada ditatorial, uma ameaça à nossa claudicante democracia. 

Esperamos — e mais do que isso, exigimos — uma mudança urgente no posicionamento da nossa corte constitucional, a fim de que todos nós brasileiros, e em especial a imprensa de nosso país, possamos ter garantia, assegurada e reafirmada nossas liberdades mais caras e voltemos a respirar ares de plena democracia em nosso país! 

Porto Alegre, 16 de abril de 2019. 
JULIO RIBEIRO 
Presidente do Clube de Opinião RS C






Crusoé e Alexandre de Moraes: decisão equivocada em um inquérito ilegal e abusivo

Em mais um movimento temerário no seio do inquérito ilegal e abusivo aberto no Supremo Tribunal Federal (STF) para apurar “fake news” e injúrias, difamações e calúnias que atingem a “honorabilidade e a segurança” do tribunal, o ministro Alexandre de Moraes mandou retirar do ar uma reportagem da revista Crusoé, divulgada também pelo portal O Antagonista, segundo a qual o empreiteiro Marcelo Odebrecht teria apontado que o presidente do STF, Dias Toffoli, é o “amigo do amigo do meu pai” na famigerada planilha da empresa. Embora a decisão não possa ser classificada como censura, ela carrega graves equívocos jurídicos.

Neste sábado (13), tivemos a oportunidade de discutir, por ocasião da condenação em primeira instância do humorista Danilo Gentili, o justo limiar entre a liberdade de expressão e a proteção da honra no tocante à liberdade de opinião e de crítica. Neste caso, estamos diante da mesma questão, mas agora no que diz respeito à “liberdade de crônica”, ou seja, à liberdade de noticiar e narrar fatos que podem ser desabonadores à honra dos indivíduos. Embora o conflito seja o mesmo, há critérios específicos que devem ser observados e nos quais a decisão de Moraes sequer chegou a esbarrar. 

Como regra geral, ninguém tem o direito de reproduzir versões ou suspeitas de fatos que sejam difamatórias ou caluniosas contra algum indivíduo. Nesses casos, quem escolhe divulgar tem o dever de apurar (por exemplo, se determinado indivíduo praticou um crime), para que se forme uma convicção acerca da veracidade do fato, e não apenas de uma ou outra versão que se conta dele. Se o conjunto probatório não for suficiente para gerar essa convicção, a prudência recomenda que se abstenha de divulgá-lo. No entanto, quando se trata de pessoas públicas ou de temas de interesse público, mesmo as suspeitas já são relevantes, justamente por permitir que os temas sejam tratados com transparência no debate público e que as autoridades competentes tomem as providências necessárias para investigar essas suspeitas. Nos casos em que há interesse público, portanto, a veracidade do que se narra deve ser analisada em seus próprios termos, ou seja, ela diz respeito, por exemplo, a alguém ter feito alguma denúncia ou haver algum documento que indique uma suspeita – e não à plena convicção de que existe um fato ilícito. Em suma, não se deve, aqui, exigir a plena convicção do fato antes que se possa noticiá-lo. 

Ora, a reportagem da revista Crusoé faz exatamente isso, uma vez que não imputa este ou aquele crime a Dias Toffoli, nem sequer ações concretas além do que revelam as fontes obtidas pelos repórteres. Os autores se fiam em documentos cujas imagens se veem reproduzidas na matéria, que mostram uma troca de e-mails entre o empreiteiro Marcelo Odebrecht, e Adriano Maia, ex-diretor jurídico da empresa. Nela, Odebrecht pergunta “Afinal vocês fecharam com o amigo do amigo do meu pai?”, e Maia responde: “Em curso”. O relato jornalístico conta então que Marcelo Odebrecht enviou, na terça-feira (9), um documento à força tarefa da Operação Lava Jato, em Curitiba, afirmando que o “amigo do amigo do meu pai”, um velho mistério da planilha da Odebrecht, é “José Antonio Dias Toffoli”, hoje presidente do STF e, em 2007, quando da troca de e-mails retratada, advogado-geral da União. Odebrecht, porém, diz que o teor das conversas só pode ser elucidado por Maia. 

A reportagem segue explicando a linha de investigação da Lava Jato sobre a usina de Belo Monte e rememora o histórico profissional de Dias Toffoli para explicar porque ele teria sido apelidado de “amigo do amigo do meu pai”, isto é, amigo do ex-presidente Lula da Silva, no jargão da planilha da empreiteira. Ao final, a reportagem ainda tem o cuidado de dizer que “como advogado-geral da União, Toffoli tinha a atribuição de lidar com o tema. Até por isso, não é possível, apenas com base na menção a ele, dizer se havia algo de ilegal na relação com a empreiteira”. A publicação informa também que o presidente do STF foi procurado para comentar o assunto, mas não respondeu. 

O ministro Alexandre de Moraes, porém, não analisou nenhuma dessas dimensões, apegando-se a uma questão lateral, orientado por mensagem eletrônica do presidente Dias Toffoli, para imputar à reportagem a pecha de “fake news” e atrair para si a competência de investigá-lo no inquérito ilegal e abusivo que apura esse tema no STF. Em determinado momento da reportagem, seus autores afirmam que uma cópia da mensagem de Odebrecht foi enviada à Procuradoria-Geral da República (PGR) – já que Toffoli tem foro privilegiado – “para que ela avalie se é o caso ou não de abrir uma frente de investigação sobre o ministro”. Ocorre que, na sexta-feira (12), a PGR divulgou uma nota negando ter recebido qualquer material da Força Tarefa ou do delegado que preside o inquérito. Disso, Moraes extrai a razão para mandar excluir todo o conteúdo da reportagem, quando, na verdade, só confirma o ponto que expusemos acima: se realmente Marcelo Odebrecht prestou essa informação e a PGR não a recebeu, o que a reportagem faz é permitir que Raquel Dodge peça os esclarecimentos necessários à primeira instância. 

A posição que equilibra a liberdade de crônica e a proteção da honra com base nos critérios do interesse público e da veracidade do relato, além de ser a que melhor protege os bens em jogo, é praxe no Brasil. No contexto das grandes operações contra a corrupção, já houve notícias muito mais desabonadoras sobre agentes públicos divulgadas pela imprensa. Aliás, basta lembrar que já tivemos a divulgação de denúncias de corrupção contra um presidente da República, no exercício do mandato, e nenhum tribunal cogitou tirá-las do ar. Não faria sentido alterar esse entendimento tradicional apenas porque se trata do presidente do STF – ao contrário, seria dar a ele um privilégio imoral e antirrepublicano. Ainda mais preocupante é que essa decisão equivocada tenha sido dada a pedido do próprio Toffoli – e no bojo de um inquérito, como já discutimos nesse espaço, absolutamente ilegal e abusivo.

Editorial
Gazeta do Povo






ORLA DO GUAÍBA - O prefeito Nelson Marchezan Júnior e o vice-prefeito Gustavo Paim lançam, nesta terça-feira, 16, às 9h, em evento no Salão Nobre do Paço Municipal, o edital de licitação que definirá a empresa responsável pelas obras de revitalização do Trecho 3 da Orla do Guaíba, que fica entre a foz do Arroio Dilúvio na Av. Ipiranga até o início do Parque Gigante. O projeto desenvolvido pelo arquiteto Jaime Lerner, é voltado à potencialização e ampliação da vocação do local ligada à prática do esporte. Além de ciclovias, áreas de convivência e contemplação do pôr-do-sol, o projeto prevê quadras esportivas e a maior pista de skate da América Latina.
 
SAÚDE - A Prefeitura de Porto Alegre, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, apresentará, nesta terça-feira, 16, edital de chamamento público para selecionar organização da sociedade civil para gestão e operação do Pronto Atendimento Bom Jesus e do Pronto Atendimento Lomba do Pinheiro.  A apresentação ocorrerá as 10h30, no Salão Nobre do Paço Municipal (Praça Montevidéu, 10). O objetivo é a melhoria de estrutura e atendimento à população, além de otimizar os recursos públicos com agilidade na aquisição e substituição de bens, inclusive com maior custo-benefício.  Com isso, será possível a transformação dos Pronto Atendimentos em Unidades de Pronto Atendimentos (UPAs) junto ao Ministério da Saúde, com o recebimento de recursos financeiros de R$ 1 milhão por mês para custeio dos serviços.
 
FEIRA DO PEIXE - A tradicional Feira do Peixe de Porto Alegre chega a sua 239ª edição. A programação vai até sexta-feira, 19, e prevê um ato solene de abertura nesta terça-feira, 16, às 14h, no Largo Glênio Peres (Centro Histórico), com a presença do vice-prefeito Gustavo Paim e do secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Eduardo Cidade, entre outras autoridades. Além de fomentar a cadeia produtiva da piscicultura e das demais atividades agrícolas, o evento apresenta o potencial do município no setor de comércio, indústria e serviços. Paralelamente, ocorrem também a 17ª Feira do Peixe da Restinga e a 8ª Feira do Peixe do Extremo Sul, em Belém Novo – em ambas, a população encontrará, além dos peixes, mostras de vinhos, artesanato e hortigranjeiros. No Largo Glênio Peres, o espaço conta com aproximadamente 2,5 mil metros quadrados, com 51 bancas de pescado, quatro bancas de entidades representativas do setor, uma com peixes vivos e quatro com artigos de alimentação – como o peixe assado na taquara, bolinhos e espetinhos de peixe. 

ÁGUA 1 - Nesta terça-feira, 16, o Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) vai substituir um registro de água diâmetro 600 milímetros na avenida Coronel Marcos, 2447, e efetuar corte de rede na esquina da Coronel Marcos x rua Déa Coufal. Em função do serviço complexo e demorado, o abastecimento será interrompido, a partir das 9h, para os bairros Espírito Santo, Guarujá, Ipanema, Jardim Isabel, Pedra Redonda e Serraria. Haverá bloqueio do trânsito local, a cargo da EPTC, com orientações aos motoristas. A previsão é normalizar o abastecimento durante a noite de terça, 16, podendo demorar mais nas partes altas e nas pontas do sistema de distribuição. 

ÁGUA 2  - Com a finalidade de colocar em carga uma nova rede de água, o Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) vai interligar, nesta terça-feira, 16, a partir das 9h, essa rede com a canalização já existente na esquina das ruas Ramiro Barcelos e César Lombroso. Haverá interrupção no abastecimento de água apenas no lado ímpar da Ramiro Barcelos, entre os números 1481 e 2013, bairro Rio Branco. O abastecimento deve ser normalizado até a noite desta terça. Caso chova, o serviço será adiado para outra data.

TRÂNSITO - Devido a um conserto do Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae), a Empresa Pública de Transporte Circulação (EPTC) informa que haverá bloqueio nesta terça-feira, 16, a partir das 9h, na rua Prof. Cristiano Fischer com a Antônio Carlos Tibiriçá, próximo ao número 530, no bairro Jardim do Salso. O bloqueio será de meia pista com previsão de liberação de via às 17h de terça.  Haverá também desvio no transporte público.

MERCADO PÚBLICO - Nesta semana, as bancas do Mercado Público Central (MPC) de Porto Alegre funcionarão em horários diferenciados para atender a demanda do feriado de Páscoa: terça-feira (16): das 7h30 às 20h30; quarta-feira (17): das 7h30 às 20h30; quinta-feira (18): das 7h às 21h; sexta-feira (19): das 7h30 às 13h; sábado (20): das 7h30 às 18h30.

ÁREA AZUL - A partir desta semana, começa a implantação de uma nova área de estacionamento rotativo na região do Iguatemi.  A previsão é disponibilizar, aproximadamente, 170 vagas e nove equipamentos nas ruas Antônio Carlos Berta, Túlio de Rose e Ivéscio Pacheco. O início da operação, cobrança e fiscalização do estacionamento rotativo nesta área está previsto para o dia 15 de maio. A substituição do antigo sistema para o novo foi concluída 29 de março, e integrou a programação da Semana de Porto Alegre deste ano.

EMPREGO - Estão disponíveis no Sine Municipal 140 vagas de empregos. A maior oferta é para  operador de máquinas fixas, com 25 postos, seguida de operador de telemarketing, com 16 postos abertos. Os interessados devem procurar a unidade localizada na esquina da avenida Sepúlveda com Mauá, das 8h às 17h, levando carteira de trabalho e comprovante de residência. As vagas têm limite de cartas de encaminhamento.