Sabe quanto custa um pardal na estrada?
Pelo preço,
melhor cancelar mesmo
O ex-presidente Michel Temer foi denunciado em São
Paulo, e virou réu no Rio de Janeiro. A origem é sempre a mesma: dinheiro da
Eletronuclear da usina Angra 3. Dinheiro que é do povo brasileiro para que haja
oferta de energia elétrica com origem nuclear e que acaba indo para partido
político – ou para político, segundo o Ministério Público Federal (MPF).
Em São Paulo, o MPF acusa o ex-presidente Temer; a filha
dele Maristela; o auxiliar dele, coronel Lima com a mulher dele. Todos
envolvidos em lavagem de dinheiro vindo de Angra 3. Dinheiro que teria sido
usado para reformar uma casa da filha de Temer, no Alto Pinheiros, de 350 m².
Uma reforma que teria custado R$ 1,6 milhão, segundo o Ministério Público. Essa
foi só a denúncia oferecida ao juiz, em São Paulo.
Mas no Rio de Janeiro, o juiz Marcelo Bretas, da Justiça
Federal, aceitou a denúncia que foi oferecida pelo Ministério público. Esse é o
mesmo juiz que mandou prender Temer e o Moreira Franco.
Nessa denúncia que foi aceita viraram réus: o
ex-presidente Temer, o ex-governador do Rio e ex-ministro Wellington Moreira
Franco, o coronel Lima, o presidente da Eletronuclear, o Almirante Othon, entre
outras pessoas.
A denúncia é por peculato e lavagem de dinheiro, mas a
defesa do ex-presidente disse que ele nem tomou conhecimento dos autos.
Pardais nas estradas
O presidente Bolsonaro já havia expressado isso no
primeiro café da manhã que ele fez com os jornalistas – inclusive eu estava
presente. Ele disse que é um absurdo o excesso de radares/pardais nas rodovias
federais.
Por ordem dele, a Agência Nacional de Transportes
Terrestres (ANTT) anunciou que suspendeu uma instalação de 8.015 radares em
rodovias federais. É uma agência que deveria ser independente e autônoma, mas,
enfim, o presidente recomendou e eles cumpriram.
Essas rodovias estão sob administração do Departamento
Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), e os radares custariam pouco
mais de R$ 1 bilhão nos próximos 5 anos.
Eu botei na calculadora: sabe qual é o preço de cada
radar? Dá R$ 125 mil! Eu pensei que havia algum problema na minha conta, que
talvez fosse R$ 1.250. Mas não: é R$ 125 mil. Aí tinha que cancelar mesmo.
Eu fico imaginando o negócio todo, o que poderia estar
nisso.
Também houve a recomendação de que nas rodovias com
pedágio haja um critério melhor em relação a 633 pardais em 9,5 mil quilômetros
de BRs pedagiadas.
Um último assunto…
Aquele vídeo, um belo vídeo, que começa preto e branco,
que depois vai colorindo e ganhando cores sobre o movimento cívico religioso
midiático militar de 1964. Disseram que saiu do Palácio do Planalto e até o
vice, General Mourão, acreditou. Mas não saiu do Palácio do Planalto. Saiu de
um conselheiro vitalício do Corinthians.
Ele contou que foi ele que fez. Que não foi caro, que foi
baratinho. Que ele tem feito vídeos para o Corinthians. O nome dele é Osmar
Stábile. E aí, gente: como fica essa história? Como ficam as pessoas que
receberam fake news? Estranho, né?! Muito estranho. Mais uma…
Alexandre Garcia
Gazeta do Povo