segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

➤ATENÇÃO


RS tem alerta de temporais e granizo nesta segunda-feira
A segunda-feira (17) será marcada por temporais em todo o Rio Grande do Sul. A primeira região atingida é a metade Sul, onde a nebulosidade aumenta durante a manhã e já pode chover antes das 12h. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um aviso alertando sobre a possibilidade de tempestade entre 16h e 23h59min desta segunda nas áreas da Campanha, Encosta Do Sudeste, Serra Do Sudeste, Depressão Central e Litoral.  Segundo o Inmet, há possibilidade de chuva entre 30 e 60 mm/h ou 50 e 100 mm/dia, ventos intensos de até 100 Km/h e queda de granizo. Há também risco de corte de energia elétrica, estragos em plantações, queda de árvores e de alagamentos. Já nas áreas central e norte do Estado a chuva ocorre à tarde, na forma de pancadas rápidas. Por conta da nebulosidade na metade sul, as temperaturas não sobem tanto quanto nas áreas a norte, onde a sensação é de abafamento. 

Conmebol sorteia hoje os grupos da Libertadores
Acontece nesta segunda-feira, em Luque, no Paraguai, o sorteio da Copa Libertadores de 2019. O Brasil conta com oito times, entre eles Grêmio e Inter, que entram direto na fase de grupos, ao lado de Palmeiras, Flamengo, Cruzeiro e Athletico-PR. São Paulo e Atlético-MG jogam a segunda fase eliminatória. A escolha das chaves ocorrerá a partir das 21h30min.  Para a formação dos grupos, a Conmebol definiu que Palmeiras, Cruzeiro e Grêmio serão cabeças de chave. E eles não poderão cruzar com Flamengo, Inter e Athletico-PR. No entanto, São Paulo e Atlético-MG podem cruzar com qualquer outro brasileiro. Neste ano, a decisão da Libertadores será realizada em jogo único, em Santiago do Chile, no Estádio Nacional, em novembro.

Brasil desconvidou Cuba e Venezuela para posse
Por solicitação da equipe de Jair Bolsonaro, o Itamaraty enviou novos comunicados aos governos de Cuba e Venezuela os desconvidando de participar da cerimônia de posse do presidente eleito no dia 1.º de janeiro, em Brasília. Os termos são protocolares. A sinalização inicial foi chamar todos os países com os quais o Brasil mantém relações diplomáticas – razão pela qual o convite foi feito. Mas houve mudança de posição, o que levou o Itamaraty a enviar uma segunda comunicação aos governos dos dois países os desconvidando para a cerimônia. O futuro chanceler Ernesto Araújo negou pelo Twitter, ontem, que o Itamaraty tenha convidado o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. Os desconvites, porém, foram enviados às embaixadas dos dois países na semana passada. Nos dois casos, os textos enxutos pediam que desconsiderassem a nota anterior. 

João de Deus passa 1ª noite na cadeia
O médium João de Deus, preso suspeito de abusos sexuais durante tratamentos espirituais em Abadiânia, passou a primeira noite no Núcleo de Custódia, no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital. O líder religioso dormiu em uma cela de 16 m². Ele teve a prisão decretada a pedido da Polícia Civil e do Ministério Público Estadual de Goiás (MP-GO). De acordo com a assessoria de imprensa da Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP), o médium passou a noite bem e dormiu junto com outros três presos. O órgão disse também que João de Deus está recebendo todos os medicamentos que ele faz uso contínuo. João de Deus se entregou à polícia no domingo (16), às 16h20, em uma estrada de terra em Abadiânia.

Cesare Battisti
O italiano Cesare Battisti continua sendo procurado pelas autoridades brasileiras, que tentam cumprir um mandado de prisão autorizado pelo STF. Assim que for detido, ele será extraditado para a Itália, onde é condenado por homicídio. O delegado de Cananeia, cidade do litoral de SP onde o italiano mora, disse que Battisti foi visto pela última vez em uma balsa há 15 dias.

➤OPINIÃO

Uma nova relação entre governo e partidos


Com o anúncio, no dia 9, de Ricardo Salles para o Ministério do Meio Ambiente, o presidente eleito Jair Bolsonaro completou a montagem de seu primeiro escalão. Após diversas idas e vindas, nas quais a própria pasta do Meio Ambiente correu risco de desaparecer na fusão com a Agricultura, o gabinete que assume em 1.º de janeiro terá 22 ministérios – não os “mais ou menos 15” anunciados durante a campanha, mas uma melhora na comparação com os 29 que o governo Michel Temer tem hoje, e uma evolução notável em relação às inacreditáveis 39 pastas que Dilma Rousseff chegou a ter.

A característica notável em todo o processo de escolha dos nomes do futuro ministério é a ausência de negociações com os partidos, o toma-lá-dá-cá que vinha marcando nomeações ministeriais havia décadas, e que chegou a ser considerado intrínseco ao modelo político desenhado na Constituição de 1988, o chamado “presidencialismo de coalizão”. Mesmo nos casos em que o gabinete de Bolsonaro tem políticos de carreira, as recomendações vieram não dos caciques partidários, e sim de bancadas temáticas. Foi o caso, por exemplo, de Tereza Cristina (Agricultura) e Luiz Henrique Mandetta (Saúde), ambos do Democratas, mas cujos nomes vieram das bancadas do agronegócio e da saúde – o terceiro ministro do DEM, Onyx Lorenzoni (Casa Civil), tem ligação de longa data com Bolsonaro.

A estratégia de recorrer ao apoio de bancadas temáticas, em vez da negociação com partidos, já tinha sido adotada por Bolsonaro durante o primeiro turno da campanha presidencial. Com uma coligação formada por apenas duas legendas, o PSL e o PRTB, o apoio regional ao candidato veio de parlamentares comprometidos com causas e grupos específicos, como a segurança e o público evangélico. As bancadas costumam funcionar de forma coesa e eficiente, mas as legendas que estiverem mais afastadas do ideário de Bolsonaro podem aplicar mecanismos de fidelidade partidária (fechando posição sobre um tema, por exemplo) que atrapalhariam a aprovação de projetos caros ao novo governo. Por isso, Bolsonaro tem iniciado uma rodada de conversas com os partidos para consolidar o apoio que já tem e, se possível, ampliá-lo.

Até o momento, a base aliada de Bolsonaro no Congresso conta com apenas um partido que não havia integrado sua coligação, o PR. Nos bastidores, DEM e PTB também consideram a possibilidade de uma adesão formal, enquanto outros cinco partidos, segundo o jornal Folha de S.Paulo, admitem uma proximidade ideológica com pautas de Bolsonaro, tendendo a votar com o governo mesmo sem fazer parte da base aliada. Essa afinidade, no entanto, tem contornos variados – a agenda econômica tende a ser mais consensual, enquanto projetos ligados a temas morais causam mais controvérsia.

O PR é um caso interessante. O partido que esteve nas bases aliadas de Lula, Dilma e Temer; fez parte da coligação do tucano Geraldo Alckmin em 2018; e tradicionalmente se via como dono do Ministério dos Transportes, mas não tem pasta no gabinete de Bolsonaro. A julgar pelas declarações dos líderes partidários, a adesão do PR também parece indicar que alguns velhos métodos estariam para ser superados. José Rocha, líder do partido na Câmara, disse que não faria indicação nem para os dois ministérios que ainda estavam em aberto quando da declaração de apoio, nem para o segundo e terceiro escalões, que Bolsonaro começará agora a definir.

Por mais que, quando se trata da política brasileira, uma certa dose de ceticismo nunca seja demais, o fato é que a porta está aberta para uma nova relação entre o governo e os partidos, em que o apoio se dê com base no mérito de cada proposta ou projeto de lei, e não mais na troca espúria de cargos por votos no parlamento. Reformas como a tributária e a previdenciária exigem o apoio de mais de 300 deputados e quase 50 senadores. Este número só será atingido se os partidos, estejam ou não na base formal de apoio de Bolsonaro, agirem de forma republicana, compreendendo a urgência e a importância de tais pautas.

Gazeta do Povo