quinta-feira, 22 de novembro de 2018

➤Ministério da Educação

Bolsonaro diz que Guilherme Schelb é cotado


O presidente eleito, Jair Bolsonaro, confirmou hoje (22) que analisa o nome do procurador da República da 1ª Região Guilherme Schelb para o Ministério da Educação. “Guilherme Schelb é cotado, sim”, destacou. Bolsonaro reiterou que a educação escolar deve ser destinada a ensinar disciplinas e que temas relativos a questões de gênero devem ser abordadas pela família.

“Quem ensina sexo para criança é papai e mamãe”, afirmou o presidente eleito, após reunião no Comando da Marinha. “Escola é lugar de se aprender física, matemática, química e fazer com que no futuro tenhamos um bom empregado, um bom patrão e um bom liberal. Esse é o objetivo da educação.”

Ao mencionar a relevância do Ministério da Educação, Bolsonaro destacou sua preocupação. “É um ministério importantíssimo [o da Educação] porque o futuro do Brasil passa por ali. Situação complicada por ali, porque nas últimas décadas gastou-se mais com educação e a qualidade caiu. Portanto é um ministério que tem de ser muito bem escolhido.”

Bolsonaro confirmou que conversará ainda hoje com Guilherme Schelb, sem entrar em detalhes.

Escola sem Partido

Em discussão, o projeto da Escola sem Partido conta com apoio de correligionários de Bolsonaro, que hoje defendeu a proposta. “Na verdade o nome certo é ‘Escola com Partido’. O que diz o projeto? Se o professor quiser usar o espaço cativo para dizer que o partido A é melhor que o B, o aluno pode fazer o contraponto, dizer que o B é melhor que o A e não sofrer retaliação.”
Questionado se pretende substituir ideologias nas escolas ao apoiar projetos como o Escola sem Partido, Bolsonaro disse que a própria pergunta já era uma resposta porque o questionamento sobre estar substituindo ideologias “é sinal de que existe a esquerda aí”.

“Falo muito alto: ‘o que queremos é a verdade’. Agora verdade não é o outro lado. A verdade é a verdade”, destacou o presidente eleito, que o futuro ministro da Educação tem de ser alinhado à proposta.

Agência Brasil

➤Mais Médicos

6.394 já se inscreveram até agora


O Ministério da Saúde registrou, até a manhã desta quinta-feira (22), 6.394 inscrições na seleção emergencial para substituir profissionais cubanos no Mais Médicos. No total, são 8.517 vagas ofertadas. 2.209 profissionais já escolheram onde vão atuar.

A opção é feita no momento da inscrição e reserva a vaga para o médico, mas a garantia só é feita após a entrega dos documentos, segundo assessoria do Ministério da Saúde. As inscrições para profissionais formados no Brasil ou com diploma revalidado vão até o próximo domingo (25). Um segundo edital, para profissionais estrangeiros sem diploma revalidado, está previsto para a próxima segunda-feira (26).

A expectativa da pasta é de que o número de inscritos seja atualizado novamente ainda hoje, mas um levantamento detalhado sobre os locais de atuação não deve ser feito até domingo.

No segundo dia de inscrições, a página do Mais Médicos continuou instável, ficando fora do ar na manhã de quinta-feira (22). Já na quarta (21), primeiro dia de cadastro no programa, o site também ficou fora do ar. O Ministério da Saúde atribuiu a falha ao alto número de acessos e, possivelmente, a ataques cibernéticos.

Depois, disse que os acessos simultâneos tinham característica de ataques cibernéticos e que o governo federal tentava isolar as ações que comprometiam o sistema. No entanto, o problema persiste.

Portal G1

➤BOM DIA!

A Flauta é livre!

Essa é uma história muito antiga no futebol. Principalmente aqui no Rio Grande do Sul onde, na realidade, temos apenas dois times. Aqui, quem não é colorado é gremista e vice versa. Alguns afirmam que torcem pelos times de suas cidades, mas todos são, de alguma forma, gremistas ou colorados.

A realidade é que, sem nenhuma dúvida, um depende do outro. Quando um está em alta, o outro está em baixa. E assim tem sido por todos os tempos. Mas é inegável que a grandeza de um está proporcionalmente ligada à grandeza do outro. Não existiria o Grêmio se não existisse  o Internacional, bem como não existiria o grande Inter se não existisse o grande Grêmio.

Pois foi da instabilidade de um e de outro que surgiu a expressão “a flauta é livre”. Existem torcedores, e não são poucos, que torcem muito mais pelo fracasso do adversário que propriamente pela vitória do time do coração. Pelo menos foi o que, mais uma vez, tive oportunidade de viver na noite de ontem.

Fiquei no meu escritório assistindo ao jogo do Internacional contra o Atlético Mineiro, duas equipes que demonstram a cada partida que não passam de times médios, sem craques e que já alcançaram, pela mediocridade de suas equipes, um patamar mais alto do que o merecido.

Aliás, o futebol brasileiro está em nível muito baixo como um todo. Se a senhora ou o senhor pensar um pouco, sem colocar o coração no lugar do cérebro, vai concordar que não temos, pelo menos até aqui, um grande time, um conjunto de destaque no Brasileirão. Salva-se o Palmeiras, que gastou muito e tem um plantel acima do razoável. O resto...

Ontem os dois times de Porto Alegre perderam. Derrotas que se explicam por si só. O Inter no Beira Rio e o Grêmio no Maracanã. Normal, pelo que apresentaram ou pelo que não apresentaram no campo. O colorado, então, deixou de ganhar a partida duas vezes por absoluta falta de um matador, de um centro avante que decida na hora que precisa. Já o tricolor gaúcho, repetiu os mesmos defeitos de sempre e, tirando a voluntariedade demonstrada sob o comando de Renato, que muito mais reclama e passa a culpa para o time, repetiu os erros de sempre e a dependência de um ou outro jogador que, caso não consiga jogar bem, prejudica todo o time.

Mas voltando ao título da crônica de hoje, logo após a derrota do Inter, gremistas da minha rua festejaram, gritaram soltaram foguetes e comemoram a derrota colorada como se festejassem a vitória do seu time. Esqueceram que o Grêmio jogaria logo a seguir.

A festa da torcida gremista murchou aos poucos e, aos poucos, o silêncio foi tomando conta dos que gritavam e soltavam foguetes. Quando o Flamengo fez  o segundo, muitos devem ter desligado a televisão e o rádio.

É a história da flauta livre. É a confirmação de que a derrota do adversário tem um sabor maior do que a própria vitória do time do coração. Foi o que aconteceu ontem: primeiro a festa, depois o silêncio.

Uma frase ficou na minha lembrança. Quando os gremistas soltaram os foguetes após o segundo gol do Atlético, alguém foi para a janela, certamente um colorado, e perguntou: “os foguetes sobraram da Libertadores?”

Definitivamente, na vitória ou na derrota, a flauta é livre!

Machado Filho

➤OPINIÃO

Bom sinal

Uma parte considerável das desventuras nacionais tem origem no chamado presidencialismo de coalizão, que vigora no País, com maior ou menor força, há cerca de três décadas. Esse sistema, como se sabe, é consequência do fato de que nenhum partido, nem mesmo o do presidente da República, consegue eleger mais do que 20% do Congresso, obrigando o chefe do Executivo a construir maioria por meio de negociações com os muitos partidos e, não raro, diretamente com deputados e senadores. Essa combinação frequentemente se dá não em termos de propostas ou ideias para o País, e sim no simples toma lá dá cá de cargos e verbas.

Nos últimos anos, o País assistiu, entre o atônito e o enojado, ao mais desbragado loteamento da máquina pública entre os partidos e políticos que – diga-se em português claro – venderam seus votos em troca de vagas no governo. No mandarinato lulopetista, o presidencialismo de coalizão atingiu o estado da arte, sendo mais bem definido como presidencialismo de cooptação – em que o Executivo pagou por apoio no Congresso e franqueou aos partidos de sua base o acesso aos cofres de empresas estatais e a negociatas em geral, num amplo esquema de corrupção que começou como mensalão e terminou como petrolão.

O impeachment da presidente Dilma Rousseff interrompeu esse festim, em grande medida por pressão irresistível da opinião pública, conforme se viu em imensas manifestações de rua contra a corrupção. Não à toa, o candidato à Presidência que defendeu com maior vigor o fim desse sistema político, conforme demandava a maioria dos cidadãos cansados da roubalheira e da avacalhação do Congresso, acabou vencendo a eleição de outubro. Desde então, Jair Bolsonaro, o presidente eleito, tem demonstrado, na montagem de seu Ministério, que está mesmo disposto a acabar com o presidencialismo de coalizão.

Dos escolhidos por Bolsonaro para o primeiro escalão do governo até ontem, apenas três são parlamentares – os deputados Onyx Lorenzoni (Casa Civil), Tereza Cristina (Agricultura) e Henrique Mandetta (Saúde). O fato de os três serem do DEM, segundo o presidente eleito, não significa que a indicação tenha como objetivo obter o apoio daquele partido. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), confirmou que “as indicações não são do DEM”. Bolsonaro explicou que Onyx Lorenzoni já estava em sua equipe desde a campanha, enquanto Tereza Cristina e Henrique Mandetta foram indicações das frentes parlamentares da Agricultura e da Saúde, respectivamente.

Assim, Bolsonaro sinaliza que sua intenção é articular apoio não de partidos, mas dos agrupamentos suprapartidários no Congresso, que seriam mais coesos que as bancadas partidárias por defenderem interesses específicos de setores da sociedade e por não se submeterem a este ou àquele cacique partidário. A lógica sugere que, nesses termos, a coalizão se dará por meio da negociação de uma agenda política e administrativa comum, e não como consequência da distribuição de vagas no governo e nas estatais.

O sistema vigente, é claro, reagiu. Os partidos do chamado “centrão”, que se julgam preteridos por Bolsonaro na formação do Ministério, já mandaram avisar, segundo informa o Estado, que vão sabotar o futuro governo na votação da reforma da Previdência. Tal ameaça, mesmo que dê em nada, serve para confirmar a natureza deletéria do presidencialismo de coalizão e o acerto do presidente eleito em tentar desmontar esse mecanismo.

Para a turma acostumada ao fisiologismo desbragado, pouco importa se a reforma da Previdência é inadiável diante do iminente colapso das contas públicas. O que interessa é tentar manter o governo como refém de suas demandas, quase sempre relacionadas a interesses escusos que fazem da atividade parlamentar um lucrativo ramo de negócios.

Não se sabe se o esforço do futuro governo em dar um basta no presidencialismo de coalizão será bem-sucedido, pois se trata de tarefa espinhosa e apenas iniciada, mas é preciso louvar a tentativa de demonstrar que, ao contrário do que parece, é possível governar o País sem o recurso ao contubérnio com os lambazes do Congresso.

Portal ESTADÃO