terça-feira, 13 de novembro de 2018

➤Banco do Brasil e Caixa

Bolsonaro de olho em apadrinhados políticos

A equipe do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), pretende fazer um pente-fino nas próximas semanas no que classifica como “aparelhamento” dos bancos federais, como Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, nas gestões do MDB e do PT. Eles começaram a preparar relatórios sobre quem é quem em cargos com salários entre R$ 30 mil e R$ 60 mil. O objetivo é saber quem está somente por apadrinhamento político e fazer uma ampla reestruturação no comando dos bancos estatais.

As informações, segundo integrantes da transição, estão sendo levantadas por “grupos voluntários” de funcionários de carreira do Banco do Brasil (BB), da Caixa Econômica Federal (CEF), do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), do Banco do Nordeste (BNB) e do Banco da Amazônia (BASA).

O pente-fino nos bancos federais será feito a partir desses relatórios, com o objetivo de mexer nos cargos executivos - demitir não concursados e trocar funcionários de carreira nesses postos, afastando indicados políticos e até cortando funções para reduzir o quadro total. Em relação aos executivos de carreira, o novo governo também pretende diminuir benefícios, que acabam inflando os gastos totais.

Uma parte dos funcionários do BB, porém, avalia que há exagero na visão do “aparelhamento” e que muitos dos ocupantes dessas funções ascenderam por meritocracia num momento de ampliação dos investimentos da instituição.

Das 11 unidades criadas, eles afirmam que quase todos são técnicos, sendo pelo menos dois indicados nos governos do PT e dois do MDB. O apadrinhamento político ocorre mesmo sendo o BB uma instituição com ações no mercado e sujeita a fiscalizações de órgãos de controle maior que nos demais bancos federais.

Já no caso da Caixa, a diretoria do banco tinha um presidente e seis diretores em 1994. Hoje, a instituição conta com 12 vice-presidentes que recebem salário de cerca de R$ 50 mil, fora gratificações. No fim de outubro, auxiliares de Bolsonaro reclamaram da decisão do presidente Michel Temer de chancelar a nomeação de quatro vice-presidentes, cargos que estavam vagos desde o começo do ano quando o governo recebeu recomendação do Banco Central e do Ministério Público do Distrito Federal para demitir executivos citados nas delações da Operação Lava Jato. O Palácio do Planalto informou ao grupo de Bolsonaro que o processo de seleção foi “profissional”.

Gazeta do Povo

➤Gastos com pessoal

14 estados superam limite legal


A Secretaria do Tesouro Nacional informou nesta terça-feira (13) que 14 estados da federação superaram em 2017 o limite da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) de 60% da receita corrente líquida em gastos com pessoal, incluindo ativos a aposentados. Os dados constam no boletim de finanças dos entes subnacionais.

Os estados que ficaram acima do limite, no ano passado, foram: Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Sergipe, Acre, Paraíba, Roraima, Paraná, Bahia, Santa Catarina e Alagoas.

O Tesouro Nacional observa que há diferença nas metodologias, sancionadas pelos respectivos Tribunais de Contas, dos cálculos da despesa com pessoal nos estados, de modo que há "diversos critérios de apuração".

Alguns estados, por exemplo, não consideram gastos importantes, como despesas com pensionistas, imposto de renda retido na fonte e as despesas com obrigações patronais.

A instituição explica, porém, que seus números foram "ajustados visando seguir da melhor forma possível os conceitos e procedimentos do Manual de Demonstrativos Fiscais (MDF) e do Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (MCASP)".

Para tentar harmonizar as estatísticas, o Tesouro Nacional já assinou acordo com os tribunais de contas dos estados. A ideia é que essa padronização de regras para os estados comece a vigorar a partir de 2019.


Os estados ficam proibidos, neste caso:

- concessão de vantagem, aumento, reajuste ou adequação de remuneração, salvo por sentença judicial ou de determinação legal ou contratual;

- criação de cargo, emprego ou função;

- alteração de estrutura de carreira que implique aumento de despesa;

- provimento de cargo público, admissão ou contratação de pessoal, a não ser em caso de aposentadoria ou morte de servidores das áreas de educação, saúde e segurança;

- contratação de hora extra, exceto em caso de urgência e interesse público relevante.

Agência Estado

➤Incêndio na Califórnia

Número de mortos chega a 42


O incêndio que atinge o norte da Califórnia desde quinta-feira, o Camp Fire, deixou 42 mortos até agora e se tornou o mais letal registrado no estado americano. Já o Woolsey, que atinge o sul, deixou dois mortos.

O Camp Fire, que afeta uma ampla região do condado de Butte, na cordilheira Sierra Nevada, ao norte da capital do estado, Sacramento, é o maior e mais devastador dos três que estão ativos no estado.


O xerife do condado de Butte, Kory Honea, explicou que 13 mortos foram encontrados nesta segunda-feira (12). Dez deles estavam na cidade de Paradise, que tem 26 mil habitantes e que foi completamente destruída pelas chamas. Os outros três estavam na pequena cidade de Concow.

O número de vítimas ainda pode subir nos próximos dias porque 228 pessoas estão desaparecidas.


O incêndio obrigou 52 mil pessoas deixar suas casas – cerca de 1,3 mil delas estão em abrigos improvisados. Mais de 7.000 imóveis, na sua maioria casas, foram destruídos. Ele destruiu um total de 45.700 hectares e, até na noite de segunda-feira, os bombeiros só conseguiram conter 25% das chamas.

Até então, o incêndio que atingiu o Griffith Park (Los Angeles), em 1933, tinha deixado 29 mortos era considerado o mais letal da história da Califórnia, de acordo com o Departamento de Bombeiros da Califórnia (Cal Fire).

O tempo seco e os fortes ventos contribuíram para a propagação das chamas dos últimos dias. As causas dos incêndios são investigadas.

Portal G1

➤Ministério da Defesa

Bolsonaro anuncia general Fernando Azevedo e Silva


O presidente eleito Jair Bolsonaro anunciou nesta terça, 13, pelo Twitter, o nome do general Fernando Azevedo e Silva, ex-chefe do Estado Maior do Exército, como seu indicado para estar à frente do Ministério da Defesa em seu governo.  "Bom Dia! Comunico a todos a indicação do General-de-Exército Fernando Azevedo e Silva para o cargo de Ministro da Defesa", escreveu Bolsonaro.

O primeiro nome cotado para o Ministério era o do general Augusto Heleno, que acabou sendo indicado por Bolsonaro para o Gabinete de Segurança Institucional (GSI). 


Agência Estado 

➤OPINIÃO

A radicalização nas universidades


Apesar de o 2.º turno da eleição presidencial ter sido realizado há mais de duas semanas, em clima de absoluta normalidade democrática, em muitas universidades a polarização ideológica e partidária continua crescendo de modo preocupante, a ponto de denúncias, acusações, ameaças de agressão física e afrontas morais a professores e estudantes estarem comprometendo o convívio acadêmico.

Como mostrou o Estado em reportagem da jornalista Renata Cafardo, o clima de radicalização na vida universitária se disseminou em todo o País. Em algumas instituições, circulam listas com nomes de professores acusados de ser fascistas ou comunistas e de expressar “opiniões preconceituosas”. No Centro de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Pernambuco, um docente não conseguiu entrar em sala de aula e teve de ser escoltado até em casa pela guarda universitária. Em universidades do Sudeste, estudantes têm fotografado a lousa em aulas das quais discordam da orientação dos professores e divulgado o conteúdo nas redes sociais. Na USP, a reitoria precisou acionar a polícia para impedir confrontos em algumas faculdades logo após o término do 2.º turno.

Antes das eleições, os embates entre grupos de direita e de esquerda foram agravados por decisões dos Tribunais de Justiça Eleitoral de alguns Estados, cujos juízes proibiram debates e a colocação de faixas contra e a favor dos dois candidatos que disputaram o segundo turno, Fernando Haddad (PT) e Jair Bolsonaro (PSL). Depois do pleito, o acirramento político foi estimulado pelas discussões sobre a votação do projeto conhecido como Escola sem Partido. O projeto, que proíbe o uso dos termos gênero ou orientação sexual nas atividades acadêmicas e veda aos professores a manifestação de suas preferências ideológicas, religiosas e morais, tem sofrido críticas de diretores de faculdades e reitores de universidades públicas.

Segundo eles, a sala de aula sempre foi, por princípio, um espaço para divergências doutrinárias e troca de ideias a partir de perspectivas teóricas. Universidades dignas do nome são as que toleram o dissenso e a pluralidade de visões de mundo – condições necessárias, ainda que não suficientes, para a reflexão e alargamento das fronteiras do conhecimento.

“Não é possível consolidar as bases de um ambiente acadêmico sem garantia do livre debate, que assegure a todos o direito de assumir e externar livremente suas convicções”, afirma o reitor da Unicamp, Marcelo Knobel. “Os problemas da sociedade repercutirem na universidade é uma coisa natural. Escola sem Partido não entra na USP”, diz o reitor Vahan Agopyan. “É preciso entender que não existe um bloco homogêneo de esquerda ou de direita na Universidade. Isso é estigma. Dependendo da área há uma tendência, mas ela muda conforme o contexto histórico”, lembra o professor Flávio Campos, do curso de História da USP.

De fato, desde que foi criada no século 12, em Bolonha, a Universidade espelha o ambiente social, econômico, político e cultural em que está situada. Contudo, por mais que seja um espaço de reflexão e debate, à direita e à esquerda sempre há extremistas que, invariavelmente, exorbitam ao acusar de fascista ou de comunista aqueles com os quais não concordam. Em vez de expor argumentos e críticas e debater de modo franco e honesto, eles recorrem ao proselitismo, a falácias e a dogmas e optam por desprezar e desqualificar os interlocutores – estratégias autoritárias que, na prática, dificultam o desenvolvimento do pensamento, embotam a criatividade intelectual e abrem caminho para a censura e para controles ideológicos no ambiente acadêmico.

São esses extremistas que, infelizmente, estão tumultuando nossas universidades. Mas não terão êxito, como disse à reportagem do Estado o professor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP Brasílio Sallum. “Há temores de que coisas arbitrárias possam vir. Mas acho difícil, pois as estruturas estão muito consolidadas na universidade”, afirmou. No que tem toda razão.

Portal Estadão

➤BOM DIA

Prêmio Press - O jornalista do ano

Mais uma vez me aprontei, divulguei, prometi, mas não consegui comparecer ao Prêmio Press que premiou, na noite de ontem, os destaques do jornalismo gaúcho em 2018. Compromissos profissionais impediram, novamente, que eu estivesse lá para rever e abraçar velhos e novos colegas de uma profissão da qual me orgulho muito.

O Júlio Ribeiro, diretor da Revista Press, criador do “Oscar” do jornalismo gaúcho, sabe o quanto sinto e saberá entender e me perdoar. Jornalista como eu, o Júlio sabe que nem sempre a gente faz o que quer, na hora que quer. Mas ele sabe, também, do meu imenso orgulho por ser seu amigo e entender das dificuldades que ele enfrenta, todos os anos, para não só manter uma revista impressa como segurar a realização de um prêmio que movimenta o mundo jornalístico do Estado. Júlio, meu velho (no bom sentido) e querido amigo, PARABÉNS!

Meu sentimento maior de não poder estar na festa do Prêmio Press, além do que já comentei, tem a intimidade de algo extremamente pessoal, de um abraço que não pude dar, de uma comemoração que não consegui extravasar, de uma salva de palmas que não ofereci ao grande, ao merecido Jornalista do Ano, o André Machado.

Ninguém melhor do que ele sabe do quanto vibro, do tamanho do meu orgulho, pelo trabalho profissional, sério e competente que ele sempre desenvolveu. Não tem lugar por onde o André passe que não deixe sua marca de honestidade e de conhecimento do verdadeiro trabalho que um jornalista que se preze tem que desenvolver. O André é daqueles jornalistas que encara a profissão que escolheu, com a força e a consciência de que fala e escreve para milhares de pessoas que buscam no que ele fala e escreve a verdade dos fatos que ele comenta.

O André tem berço. Cresceu e buscou o jornalismo inspirado na mesma seriedade que o pai dele, um dos grandes, quem sabe um dos maiores, jornalistas e radialistas que conheci,  o Dilamar Machado. E sou obrigado a repetir que ninguém melhor do que ele sabe da imensa gratidão, do tamanho do orgulho que carrego pela vida, ao lado da saudade permanente, de ter trabalhado com o pai dele, meu irmão, meu amigo, meu parceiro.

Não estive na festa do Prêmio Press, mas o André teve o cuidado de levar com ele, a companheira, a incentivadora, a força de quem esteve sempre ao lado dele para não só incentivar como criticar e exigir que ele seguisse firme e inabalável em sua determinação de ser o jornalista do ano, de muitos anos, de sempre, a Léa, mãe e amiga, minha cunhada e comadre, mas muito mais minha amiga de sempre.

Parabéns, André. Fico te devendo o abraço apertado e orgulhoso, mas sabes que nenhum momento será tão especial quanto o de saber que, mais uma vez, tu és o JORNALISTA DO ANO!

Machado Filho