A equipe do presidente
eleito, Jair Bolsonaro (PSL), pretende fazer um pente-fino nas próximas semanas
no que classifica como “aparelhamento” dos bancos federais, como Banco do
Brasil e Caixa Econômica Federal, nas gestões do MDB e do PT. Eles começaram a
preparar relatórios sobre quem é quem em cargos com salários entre R$ 30 mil e
R$ 60 mil. O objetivo é saber quem está somente por apadrinhamento político e
fazer uma ampla reestruturação no comando dos bancos estatais.
As informações, segundo
integrantes da transição, estão sendo levantadas por “grupos voluntários” de
funcionários de carreira do Banco do Brasil (BB), da Caixa Econômica Federal
(CEF), do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), do
Banco do Nordeste (BNB) e do Banco da Amazônia (BASA).
O pente-fino nos bancos
federais será feito a partir desses relatórios, com o objetivo de mexer nos
cargos executivos - demitir não concursados e trocar funcionários de carreira
nesses postos, afastando indicados políticos e até cortando funções para
reduzir o quadro total. Em relação aos executivos de carreira, o novo governo
também pretende diminuir benefícios, que acabam inflando os gastos totais.
Uma parte dos funcionários
do BB, porém, avalia que há exagero na visão do “aparelhamento” e que muitos
dos ocupantes dessas funções ascenderam por meritocracia num momento de
ampliação dos investimentos da instituição.
Das 11 unidades criadas,
eles afirmam que quase todos são técnicos, sendo pelo menos dois indicados nos
governos do PT e dois do MDB. O apadrinhamento político ocorre mesmo sendo o BB
uma instituição com ações no mercado e sujeita a fiscalizações de órgãos de
controle maior que nos demais bancos federais.
Já no caso da Caixa, a
diretoria do banco tinha um presidente e seis diretores em 1994. Hoje, a
instituição conta com 12 vice-presidentes que recebem salário de cerca de R$ 50
mil, fora gratificações. No fim de outubro, auxiliares de Bolsonaro reclamaram
da decisão do presidente Michel Temer de chancelar a nomeação de quatro
vice-presidentes, cargos que estavam vagos desde o começo do ano quando o
governo recebeu recomendação do Banco Central e do Ministério Público do
Distrito Federal para demitir executivos citados nas delações da Operação Lava
Jato. O Palácio do Planalto informou ao grupo de Bolsonaro que o processo de
seleção foi “profissional”.
Gazeta do Povo