O time de
Bolsonaro
Jair
Bolsonaro confirmou até agora apenas três futuros ministros: o deputado federal
Onyx Lorenzoni (DEM-DF), articulador político da candidatura, na Casa Civil; o
economista Paulo Guedes, na Fazenda; e o general da reserva do Exército Augusto
Heleno, no Ministério da Defesa. O presidente eleito se comprometeu a ocupar o
alto escalão de sua administração com nomes técnicos e sem compromisso de
agradar partidos aliados. Por outro lado, se cercou de aliados e consultores em
diversas áreas que passaram, automaticamente, a serem cotados para ministros.
ONYX
LORENZONI
O
deputado gaúcho, futuro ministro da Casa Civil, foi o responsável por construir
a estrutura de apoio político à campanha. Rígido e pouco aberto a concessões,
enfrenta resistências no Congresso após ter sido criticado ao relatar projeto
de medidas contra a corrupção em 2016. Depois, confessou a prática de caixa
dois e submergiu.
AUGUSTO
HELENO
General
da reserva, será ministro da Defesa. Respeitado nas Forças Armadas, foi o
primeiro comandante das tropas brasileiras no Haiti e é conselheiro de
Bolsonaro sobre segurança pública. Heleno é próximo dos principais líderes da
caserna e, na campanha, foi o responsável pela atração de técnicos que tocaram
as propostas do plano de governo.
PAULO GUEDES
PAULO GUEDES
Ciente
das limitações de seu conhecimento sobre economia, Jair Bolsonaro destacou
durante a campanha que consultaria Paulo Guedes, seu "posto
Ipiranga", para tomar decisões na área. O economista foi anunciado como a
escolha do político do PSL para assumir o ministério da Fazenda. Em entrevista
após a confirmação da eleição, Guedes ressaltou que o Mercosul "não será prioridade". Ele
ressaltou, durante a campanha, que o projeto econômico do governo passará pelo
comércio "sem viés ideológico" e por uma agenda de privatizações.
GUSTAVO BEBIANO
GUSTAVO BEBIANO
Presidente
do PSL, o advogado carioca é cotado para o Ministério da Justiça, porém a
relação de confiança com Bolsonaro pode levá-lo à Secretaria-Geral da
Presidência. Bebianno articulou as negociações para a ida do presidente eleito
para o PSL. O estilo controlador lhe rendeu desafetos entre aliados e até ciúme
por parte dos filhos de Bolsonaro.
OSVALDO FERREIRA
OSVALDO FERREIRA
General
da reserva, comandou a área de Engenharia no Exército e foi levado por Heleno
para o círculo de Bolsonaro. Esteve à frente do trabalho realizado pelo grupo
de Brasília para o plano de governo. É apontado como provável titular de uma
pasta na área de Infraestrutura. Ferreira, porém, diz não ter desejo de ocupar
um ministério.
MAGNO MALTA
MAGNO MALTA
Recusou a
vaga de vice-presidente para tentar reeleição ao Senado no Espírito Santo. Sua
derrota foi em parte atribuída à dedicação à campanha de Bolsonaro, com viagens
até as vésperas da eleição. Um dos poucos com acesso livre à casa de Bolsonaro
e ao hospital durante a internação, tem a confiança do presidente eleito e terá
espaço no governo.
MARCOS PONTES
MARCOS PONTES
Único
brasileiro a participar de uma missão aeroespacial, em 2006, o tenente-coronel
da reserva Marcos Pontes é o provável ministro de Ciência e Tecnologia. Filiado
ao PSL, foi eleito suplente do senador Major Olímpio (PSL). Pontes deixou a
Aeronáutica após a missão espacial, chegou a ir para o PSB e tentar sem sucesso
vaga na Câmara em 2014.
NELSON TEICH
NELSON TEICH
Consultor
da campanha na área de Saúde, é um dos assessores mais discretos. Oncologista e
empresário do setor de saúde, chegou à campanha por meio do economista Paulo
Guedes e ganhou espaço. Além de Teich, o diretor do hospital de Câncer de
Barretos, Henrique Prata, é outro nome cogitado para ser ministro da Saúde.
STRAVOS XANTOPHOYLOS
STRAVOS XANTOPHOYLOS
Ex-diretor
da área de cursos on-line da FGV, o professor defende a educação à distância
(EAD) até mesmo para o ensino fundamental. É contra o sistema de cotas. Outro
cotado para a Educação é o general Aléssio Ribeiro Souto, que defende a revisão
bibliográfica e curricular, segundo ele, para evitar o ensino partidarizado.
LUIZ ANTONIO NABHAN GARCIA
LUIZ ANTONIO NABHAN GARCIA
Presidente
da União Democrática Ruralista, é um dos conselheiros do presidente eleito para
o agronegócio. É o autor da proposta de unir os ministérios da Agricultura com
o do Meio Ambiente. Bolsonaro encampou a ideia, mas, após críticas, voltou
atrás. Disputa com indicações da Frente Parlamentar da Agropecuária o
Ministério da Agricultura.
PAULO MARINHO
O
empresário ajudou na interlocução da campanha com jornalistas e empresários.
Sua casa virou escritório para a produção dos programas de TV e cenário para
entrevistas do candidato. Nega que ocupará cargo no governo, mas poderá atuar
como conselheiro na área de comunicação. É suplente do senador eleito Flávio
Bolsonaro.
HUMBERTO
MOURÃO
Vice-presidente eleito, o
general da reserva contornou resistências a Bolsonaro nas Forças Armadas e
manteve a interlocução privilegiada mesmo diante das seguidas polêmicas em que
se envolveu, como a crítica ao 13º salário. Mourão garante que não será um vice
decorativo e pediu a instalação de uma sala próxima ao gabinete presidencial.O Globo