segunda-feira, 22 de outubro de 2018

➤FUTEBOL

BRASILEIRÃO 2018

SÉRIE A - 30ª RODADA

Internacional 2 X 2 Santos - Beira Rio

CLASSIFICAÇÃO


➤PESQUISAS

 
Últimos resultados de pesquisas realizadas após o primeiro turno indicam que, nos oito levantamentos, a vantagem do candidato Jair Bolsonaro (PSL) se confirma diante de Fernando Haddad (PT). Confira os números, considerando os votos válidos:

CNT/MDA
Bolsonaro – 57%
Haddad – 43%

BTG/FSB
Bolsonaro – 60%
Haddad – 40%

XP/IPESP
Bolsonaro – 58%
Haddad – 42%

REAL TIME/RECORD
Bolsonaro – 60%
Haddad – 40%

DATA PODER 360
Bolsonaro – 64%
Haddad – 36%

DATAFOLHA
Bolsonaro – 59%
Haddad – 41%

PARANÁPESQUISAS/CRUSOÉ
Bolsonaro – 60,9%
Haddad – 39,1%

IBOPE
Bolsonaro – 59%
Haddad – 41%

➤Guilherme Fiúza

WhatsApp é 'gópi'


Se você pensa que viver fantasiado de herói progressista é moleza, está enganado. A vida é dura. Pensa que é só inventar uma mentira charmosa, dessas que funcionam maravilhosamente no Facebook, no Baixo Gávea e na Vila Madalena, e viver disso para sempre? Negativo.

Você terá que ser mais e mais criativo, se superar a cada dia – até chegar às raias da genialidade ao propagar que o WhatsApp ameaça a democracia. Sim, você pode! Mas não pense que é fácil.

Tudo começou quando deu errado o truque de reabilitar os bandidos gente boa do PT lutando contra a ditadura do século passado. Até chegou-se ao milagre de levar ao segundo turno o partido que depenou o Brasil, mas aí o Ibope e o Datafolha – que vinham sendo super legais e parceiros – tiveram que desmontar aquele cenário da vitória final inevitável contra a caricatura da direita, tão bem alimentada por mais de um ano.

Deu ruim, e o jeito foi mostrar a real: Haddad morrendo na praia de novo.

Mas se você é um suposto gladiador da elite cultural, ideias não te faltam. Quem passou mais de ano espalhando fake news do Rodrigo Janot, transformando açougueiro biônico (laranja bilionário do Lula) em denunciante da corrupção generalizada, pode criar outras narrativas espertas.

Foi assim que a cruzada do petismo enrustido foi dar nos costados do WhatsApp. A mensagem é clara: só quem está autorizado a espalhar fake news é veículo de mídia tradicional aparelhado pela narrativa politicamente correta. Ou seja: você só pode veicular notícia falsa se ela tiver sido produzida genuinamente pela sua empresa. Como o WhatsApp não produz notícia, não tem a prerrogativa de espalhar mentira.

Fica combinado assim: Lula ia salvar a democracia de dentro da cadeia e foi impedido por um golpe de estado do WhatsApp. Quem achar a formulação complexa demais, peça ao companheiro Cid Gomes para resumir.

Decidido o novo script dos cafetões da bondade, todos se tranquilizaram e partiram para o bom e velho show de bravura cívica a 1,99. Surgiu inclusive um slogan “ditadura nunca mais”, com um complemento que acabou não circulando, mas nós publicamos a seguir:

Ditadura nunca mais, a não ser uma como a do Maduro, ou a do Ortega, ou a do Kadhafi, ou a do Ahmadinejad, ou a do Saddam, ou a de algum outro amigo do Lula que arranque o couro do povo sem perder a ternura e a simpatia do Roger Waters. O resto a gente não aceita.

E o show tem que continuar. Preocupado com a liberdade de expressão, o grupo de artistas e intelectuais decidido a garantir a qualidade do conteúdo nas mídias e no WhatsApp deveria criar logo uma junta de notáveis para tomar conta disso. Alguns nomes naturais, dado o histórico do movimento, seriam os dos pensadores Nicolás Maduro, Lindbergh Farias, Robert Mugabe e Renan Calheiros.

Para mostrar que quem ameaçar a democracia eles prendem e arrebentam, poderiam difundir com mais intensidade o vídeo do professor Haddad explicando por que Stalin era melhor que Hitler: porque, diferentemente do nazista alemão, ele lia os livros de suas vítimas antes de fuzilá-las. Não é lindo?

Vai ver é por isso que há editores de livros no manifesto democrático em defesa do poste iluminado do PT.

O importante é afirmar, em defesa do estado de direito e das liberdades individuais, que o WhatsApp é golpista – e nós podemos provar. Por exemplo: estava tudo correndo perfeitamente bem na democrática operação de abafar a notícia de que o PT, na sua metamorfose verde-amarela, apagou seu apoio à ditadura pacifista e sanguinária do companheiro Maduro.

Se acabamos de demonstrar que Stalin é um ser evoluído, é claro que está tudo certo com a prática de fazer informações sumirem do mapa e, também, com a consequente ocultação do expurgo.

Aí o que faz o WhatsApp? Espalha essa informação que tinha sido tão bem escondida. É ou não é golpista?

Outra notícia que estava fora das manchetes e esse aplicativo fascista mandou para todo mundo foi a da conclamação do companheiro Boulos à invasão da casa de Bolsonaro. É o tipo da informação irrelevante, considerando que Boulos é ex-companheiro de partido do homem que tentou matar o candidato com uma facada – portanto está todo mundo cansado de saber que o negócio deles é barbarizar geral, nenhuma novidade aí.

O Brasil não sabe o que será o provável governo Bolsonaro. Mas os progressistas de carnaval que cultivaram tão dedicadamente a polarização burra em que o país entrou já sabem o que farão: atiçarão sofregamente a boçalidade para tentar continuar vivendo (bem) como vítimas profissionais.

Gazeta do Povo (PR)

➤OPINIÃO

Uma campanha diferente


Em 2015, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) declarou inconstitucional a doação de pessoas jurídicas para campanhas políticas, houve quem apregoasse que a decisão da Suprema Corte inviabilizaria a democracia. Segundo esses alarmistas, as campanhas eleitorais eram necessariamente muito caras, também por força das dimensões territoriais do Brasil. Sem o dinheiro das empresas, o sistema eleitoral simplesmente ruiria, num verdadeiro desastre democrático.

Agora, transcorrida a primeira eleição nacional sem o financiamento por pessoas jurídicas, ficou claro que tais prognósticos não tinham fundamento. Foi perfeitamente possível fazer campanha eleitoral sem dinheiro das empresas. Com isso, foi enterrado de vez o argumento de que as doações de pessoas jurídicas para partidos políticos seriam um mal necessário, como se o sistema eleitoral precisasse fechar os olhos para as distorções causadas pela interferência de empresas na política - as empresas não têm direitos políticos - a fim de assegurar condições econômicas para a realização das campanhas. As empresas não deram dinheiro e a campanha eleitoral transcorreu normalmente.

Trata-se de uma mudança saudável. O País conseguiu se livrar, sem maiores traumas, de uma interferência que gerava inúmeras distorções na representação popular e abria as portas para a corrupção. Mais do que uma doação de caráter filantrópico ou de promoção de determinados ideais políticos, os recursos econômicos que as empresas destinavam aos partidos políticos representavam um poderoso investimento para a consecução de seus interesses corporativos. A interferência econômica deturpava a política.

As eleições de 2018 revelaram também outro dado muito positivo. Não é apenas do dinheiro das empresas que a campanha eleitoral pode se ver livre. Ela também não precisa ser refém do dinheiro público. Reportagem do Estado mostrou que, na campanha eleitoral deste ano, mais da metade dos candidatos não usou recursos do Fundo Eleitoral. Por exemplo, houve 8.591 candidatos a deputado federal em todo o País. Desse total, 4.817 não receberam nenhum recurso do chamado “Fundo Especial de Financiamento de Campanha”, criado especialmente para destinar dinheiro público às campanhas. Em 2018, o valor do fundo foi de R$ 1,7 bilhão.

Os números do financiamento eleitoral deste ano desmontam a tese da suposta necessidade de dinheiro público para financiar os partidos políticos. Muitos candidatos foram eleitos sem usar dinheiro do contribuinte. Além disso, houve também quem tenha usado bastante dinheiro público na sua campanha e mesmo assim foi rejeitado pelas urnas. Dos recursos públicos que o PT recebeu, o partido destinou R$ 4 milhões à campanha da ex-presidente Dilma Rousseff para o Senado. Ela ficou em 4.º lugar na disputa em Minas Gerais. A candidata ao Senado pelo PSB em Goiás Lúcia Vânia recebeu R$ 3,5 milhões dos cofres públicos para a sua campanha e também não foi eleita.

Na Câmara dos Deputados, foi notório o fracasso de duas candidatas. Danielle Cunha, filha do deputado Eduardo Cunha, recebeu R$ 2 milhões do Fundo Eleitoral e mesmo assim não conseguiu se eleger. Cristiane Brasil, filha do presidente do PTB, Roberto Jefferson, recebeu R$ 1,85 milhão do Fundo, mas não obteve votos para a vaga de deputada federal.

Neste ano, ficou claro que a alegada imprescindibilidade dos recursos públicos para a campanha eleitoral é tão frágil quanto a argumentação a favor das doações de pessoas jurídicas. O sistema eleitoral subsiste muito bem sem essas duas interferências nefastas.

Em 2015, o País deu um grande passo ao proibir as doações de pessoas jurídicas. Cabe agora, com a comprovação empírica de que o dinheiro público não é essencial para a campanha eleitoral, também eliminar o financiamento público, que gera graves desequilíbrios. Os partidos políticos são entidades privadas, que não devem ser sustentadas com dinheiro público. Acabar com o dinheiro público na campanha não é uma utopia e tampouco uma loucura. É um passo plenamente possível, que fortalece o papel do cidadão no processo político.

Portal Estadão