quinta-feira, 18 de outubro de 2018

➤PIS/PASEP

Para quem nasceu em outubro


Começou a ser pago nesta quinta-feira (18) o abono salarial PIS do calendário 2018-2019, ano-base 2017, para os trabalhadores da iniciativa privada nascidos em outubro. No caso do Pasep, que é pago para servidores públicos por meio do Banco do Brasil, o pagamento começa para quem tem final da inscrição 3. O PIS é pago na Caixa Econômica Federal.

De acordo com o calendário, os nascidos nos meses de julho a dezembro receberão o PIS ainda no ano de 2018. Já quem nasceu entre janeiro e junho receberá o PIS no 1º trimestre de 2019. Em qualquer situação, o recurso ficará à disposição do trabalhador até 28 de junho de 2019, prazo final para o recebimento.

O valor do abono varia de R$ 80 a R$ 954, dependendo do tempo em que a pessoa trabalhou formalmente em 2017. A estimativa do Ministério do Trabalho é que sejam destinados neste 4º lote mais de R$ 1,5 bilhão a aproximadamente 2 milhões de trabalhadores.

Segundo o ministério, ao todo, serão pagos R$ 18,1 bilhões para 23,5 milhões de trabalhadores.

Quem tem direito


Tem direito ao abono salarial quem recebeu, em média, até dois salários mínimos mensais com carteira assinada e exerceu atividade remunerada durante, pelo menos, 30 dias em 2017. É preciso ainda estar inscrito no PIS/Pasep há pelo menos cinco anos e ter os dados atualizados pelo empregador na Relação Anual de Informações Sociais (Rais), ano-base 2017.

Trabalhadores da iniciativa privada retiram o dinheiro na Caixa Econômica Federal, e os servidores públicos, no Banco do Brasil. É preciso apresentar um documento de identificação e o número do PIS/Pasep.

No caso do PIS, para quem é correntista da Caixa, o pagamento é feito 2 dias antes do restante dos outros trabalhadores. Já no caso do Pasep, o crédito em conta para correntistas do Banco do Brasil será efetuado a partir do 3º dia útil anterior ao início de cada período de pagamento.

Portal G1

➤Marcos Paulo Candeloro*

O assombro Bolsonaro


Às vésperas do segundo turno presidencial, uma parcela significativa de brasileiros, avessa à inevitável ascensão de Jair Bolsonaro ao Planalto, permanece incrédula e histérica, incapaz de compreender e assimilar o processo consolidado nas urnas eletrônicas. Desvelar tal fenômeno, todavia, demanda um passo atrás, com cautela e frieza.

O voto brasileiro é multifacetado. Ideologia é apenas uma pequena face desses prismas. Há hoje um movimento que delineia majoritariamente as decisões de urna: o pragmatismo. Nesse primeiro turno, o eleitor maioritário, flagelado pelas intermináveis crises desta república, demandou respostas objetivas para as dolorosas problemáticas de seu cotidiano. Houve um evidente clamor por uma prática política voltada ao essencial, ao básico. Por soluções práticas e enérgicas, que pudessem ser efetivadas de imediato. Que fosse prioridade o famoso “arroz e feijão”.

Pouco importa ao morador de periferia, por exemplo, as causas históricas e sociais que levaram à falta de merenda na escola de seu filho e o roubo de sua bicicleta. Para ele, importa mesmo é a resolução rápida do problema e, talvez, a prisão dos responsáveis. Afinal, sana-se fome com comida. É esta a chave-mestra do exercício político: compreender o que assola, incomoda e aflige o eleitor; na medida em que se constrói um discurso propositivo alicerçado em tais percepções. De nada adianta para o trabalhador e seu filho o discurso de que são vítimas de um processo abolicionista que os lançou à própria sorte, enquanto o prato na mesa continua vazio.

Em outro exemplo, a trabalhadora do centro de São Paulo demanda segurança para que não seja novamente assaltada em seu percurso de volta. Seu já abarrotado e incômodo regresso. Seus filhos com os avós, sem creche. Exausta, sem ajuda e com pouco dinheiro: como esperar desta trabalhadora escolhas eleitorais diferentes daquelas que prometem um mínimo de auxílio em seu estafante cotidiano? Nesta situação, qual a permeabilidade de um discurso subjetivo (democracia, machismo, opressão etc.)? Nenhuma. O brasileiro médio preocupa-se em pagar contas, criar, sustentar e educar seus filhos, além de sanar suas necessidades básicas. Aquela mãe, então, escolherá como representante aquele que promete, de alguma forma, propiciar um mínimo a mais de conforto e segurança.

Jair Bolsonaro, há algum tempo, condensa diversas e fundamentais características para a construção de uma empatia política em âmbito nacional, na qual estabelece um diálogo pragmático e assimilável à massa eleitoral do país. Embora carregue densas ideias/perspectivas e seja dono de uma retórica lamentável, Bolsonaro inteligentemente utilizou-a para fortificar a empatia com seu eleitorado, além de transformá-la em uma ferramenta de didatização de ideias complexas e, muitas vezes, incompreensíveis ao brasileiro médio.

Assim, pouco interessa ao eleitor as típicas polemizações do processo. Os 45 milhões que votaram em Jair Bolsonaro fizeram-no sob uma perspectiva essencialmente objetiva. O homem, de acordo com a narrativa, de discurso e conduta firmes, não corrupto, determinado e com força para fazer o que precisa ser feito. Vale ainda retomar a subjetividade do voto: muitos que viram Ciro Gomes sob o mesmo prisma não encontrarão candidato similar no mesmo espectro ideológico. Ao contrário, Fernando Haddad é dono de uma fala cadenciada, vocabulário sofisticado, discurso polido, pós-moderno, e que em momento algum transmite a energia e a coragem do tal “cabra macho” ansiado pelo eleitor. São características antagônicas àquelas indispensáveis para a formatação imagética de uma liderança política, principalmente presidencial.

*Cientista político e professor de Humanidades

Gazeta do Povo (PR)

➤OPINIÃO

Os militares e a política
Nas eleições deste ano, notou-se uma presença acentuada de militares reformados concorrendo a cargos políticos, na esfera estadual e na federal, no Legislativo e no Executivo. O destaque tem sido o capitão reformado Jair Bolsonaro, candidato pelo PSL, com sua expressiva votação no primeiro turno. Ainda que esteja há muito tempo fora das Forças Armadas - deixou o Exército em 1988, ano em que foi eleito vereador do município do Rio de Janeiro, e desde 1991 ocupa ininterruptamente uma cadeira na Câmara dos Deputados -, Bolsonaro construiu e mantém sua identidade política vinculada à sua passagem no Exército.

Ao mesmo tempo que há maior participação de ex-militares na vida político-partidária, deve-se reconhecer que as Forças Armadas têm se mantido exemplarmente isentas nas questões eleitorais, numa demonstração de arraigada maturidade institucional. Não se viu, por exemplo, nenhuma ação político-partidária oriunda de quartéis ou algum movimento organizado por militares da ativa.

O alto-comando militar foi, a todo momento, muito enfático na isenção das Forças Armadas em questões políticas. Antes do primeiro turno, o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, fez uma firme defesa do papel institucional das Forças Armadas, em entrevista ao Estado. “Nós somos instituição de Estado que serve ao povo. Não se trata de prestar continência para A ou B. Mas, sim, de cumprir as prerrogativas estabelecidas a quem é eleito presidente”, disse Villas Bôas.

Quando questionado se Jair Bolsonaro era o candidato das Forças Armadas, o comandante do Exército não titubeou: “Não é candidato das Forças. As Forças Armadas são instituições de Estado, de caráter apolítico e apartidário”.

Mais recentemente, em conversa com Eliane Cantanhêde, colunista do Estado, o comandante da Marinha, o almirante de esquadra Eduardo Leal, frisou a distância entre o papel institucional das Forças Armadas e as questões eleitorais. “O candidato ‘x’ ou ‘y’ pode ter muitos eleitores nas Forças Armadas, mas as Forças Armadas não têm candidato. Repito: as Forças Armadas, particularmente a Marinha do Brasil, não têm candidato. Não há nenhuma atividade, nenhuma campanha interna, nenhuma ação que possa nos associar a um dos dois candidatos. Estamos, institucionalmente, neutros”, disse Leal.

São muito oportunas essas manifestações dos comandantes do Exército e da Marinha, pois reforçam uma ideia central de todo Estado Democrático de Direito: a organização do poder político é tarefa dos civis, e não dos militares. E essa premissa não é modificada pela presença de militares reformados na política. Justamente por serem reformados, já não detêm nenhum poder sobre as instituições militares. Eles são iguais aos outros candidatos sem histórico militar - e é por isso que podem concorrer, num Estado Democrático de Direito, a cargos políticos.

As Forças Armadas são enfáticas ao rejeitarem qualquer hipótese de futura intervenção militar, como se a presença de militares reformados na política pudesse representar um primeiro passo para a tomada do poder civil por militares. “Não há ambiente nem condições para qualquer tipo de golpe, muito menos para um golpe militar. As instituições são fortes, a iniciativa privada é forte, a mídia é forte e as Forças Armadas cumprem suas atribuições dentro da Constituição”, afirmou o comandante da Marinha.

A neutralidade das Forças Armadas nas questões políticas não representa apenas uma garantia de que o poder civil está, de fato e de direito, nas mãos dos civis. Serve também de exemplo para outros órgãos do Estado, influenciados muitas vezes por voluntarismos fora de suas competências institucionais. Por exemplo, nos últimos anos, membros do Ministério Público, que estavam em plena atividade, alguns deles comandando importantes operações, tiveram denodada atuação pública com fins políticos.

Em tempos de polarizações, radicalismos e paixões exacerbadas, as Forças Armadas exercem, com seu profundo respeito aos cânones republicanos, um papel muito importante para a estabilidade e serenidade do País.

Portal Estadão

➤IBOPE/PRESIDENTE

Pesquisas Ibope realizadas em seis unidades federativas onde ocorrerá o segundo turno para governador também perguntaram sobre a disputa para presidente da República.

Jair Bolsonaro lidera em quatro estados e no Distrito Federal. No DF, ele alcança 70% dos votos válidos. Haddad aparece em primeiro, com 57% das intenções de voto, no Rio Grande do Norte.

DISTRITO FEDERAL
Jair Bolsonaro (PSL) – 70%
Fernando Haddad (PT) – 30%

MINAS GERAIS
Jair Bolsonaro (PSL) – 62%
Fernando Haddad (PT) – 38%

RIO DE JANEIRO
Jair Bolsonaro (PSL) – 65%
Fernando Haddad (PT) – 35%

SÃO PAULO
Jair Bolsonaro (PSL) – 63%
Fernando Haddad (PT) – 37%

RIO GRANDE DO SUL
Jair Bolsonaro (PSL) – 59%
Fernando Haddad (PT) – 41%

RIO GRANDE DO NORTE
Fernando Haddad (PT) – 57%
Jair Bolsonaro (PSL) – 43%