Número de mortos na
Indonésia passa de 1.200
Mais de 1.200 pessoas
morreram no terremoto e tsunami que atingiram a ilha indonésia de
Célebes, onde nesta terça-feira, 2, prosseguem as operações de busca e as
autoridades tentam evitar os saques.
A polícia deu tiros de
advertência e usou gás lacrimogêneo para dispersar as pessoas que saqueavam
lojas em Palu, cidade devastada pelo tremor de 7,5
graus de magnitude e o posterior tsunami na sexta-feira.
Os sobreviventes
lutam contra a fome e a sede. Os hospitais estão saturados com o grande número
de feridos. O balanço oficial chegou a 1.234 mortos, anunciou o
governo nesta terça-feira. "Às 13 horas (3 horas de Brasília) registramos
1.234 mortos", afirmou Sutopo Purwo Nugroho, porta-voz da Agência Nacional
de Gestão de Catástrofes.
As autoridades do país
também disseram que as equipes de resgate ainda não conseguiram chegar em todas
as áreas afetadas pelo desastre. "Em Donggala, por exemplo, há alguns
distritos onde temos que enviar suprimentos por helicóptero", disse o
coronel Muhammad Thohir, do Exército indonésio.
Ele afirmou que gasolina e
água potável estão chegando à ilha, embora ainda de forma insuficiente para as
necessidades de dezenas de milhares de vítimas que perderam tudo. Segundo o
militar, outras prioridades são enviar alimentos para as pessoas mais
necessitadas, sepultar os corpos nas valas comuns e garantir a segurança do
aeroporto, onde os voos comerciais devem ser retomados nesta quarta-feira, 3.
O desespero é visível nas
ruas de Palu, onde os sobreviventes escalam as montanhas de destroços para
procurar objetos. Outros se reúnem nas proximidades dos poucos edifícios com
energia elétrica ou entram em filas para receber água, dinheiro ou combustível,
observados por policiais armados.
"O governo, o
presidente, todos vieram, mas o que realmente precisamos é de comida e
água", disse Burhanuddin Aid Masse, de 48 anos.
As equipes de emergência
não têm equipamentos suficientes e os trabalhos são dificultados pelas estradas
bloqueadas e os danos nas infraestruturas. Além disso, nesta terça-feira o país
registrou dois tremores na costa, mas a centenas de quilômetros de Palu.
O Exército lidera os
trabalhos de resgate, mas após um pedido do presidente, Joko Widobo, ONGs
internacionais também enviaram equipes à região.
O Escritório para a
Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) da ONU calcula que 191.000 pessoas
precisam de ajuda humanitária de emergência, incluindo 46.000 crianças e 14.000
idosos. A catástrofe que atingiu a cidade de Palu, onde moram 350.000 pessoas,
também deixou 61.867 desabrigados.
Os mortos - muitos deles
ainda não registrados ou com seus corpos ainda presos nos escombros - preocupam
as autoridades. O clima na Indonésia acelera a decomposição dos corpos, um
grave risco sanitário.
Para evitar um cenário
ainda pior, grupos de
voluntários começaram a enterrar as vítimas em uma grande fossa comum em
Poboya, nas colinas que cercam Palu, com capacidade para 1.300
corpos.
Caminhões lotados de
cadáveres chegam ao local para os enterros em massa. Ao mesmo tempo, as equipes
de resgate lutam contra o tempo para tentar encontrar sobreviventes entre os
escombros. Muitas pessoas passaram os últimos dias em busca de
informações sobre parentes, nos hospitais e necrotérios improvisados.
A Indonésia, um
arquipélago de 17.000 ilhas, fica no Anel de Fogo do Pacífico e é um dos países
do mundo mais propensos a sofrer desastres naturais.
AE / AFP
e EFE