terça-feira, 25 de setembro de 2018

➤BOA NOITE!

SEMANA DA MÚSICA SUL-AMERICANA
ALFREDO ZITARROSA – URUGUAY
EL VIOLIN DE BECHO


➤Gustavo Nogy/Gazeta do Povo

Quem votou na Dilma, vota em Haddad
 

Não sei se a história é apócrifa, mas semanas atrás alguns sites veicularam a notícia de que certa senhora, filiada ao PT, garantiu: “Se Lula me disser para votar num jumento, eu voto”. Verdadeira ou não, o espírito é esse mesmo. Se Lula pede para votar num jumento, o eleitor vota num jumento. E quem vota num jumento, vota tranquilamente em Fernando Haddad.

As últimas pesquisas indicam o que teremos de cardápio no segundo turno. Jair Bolsonaro, com sua base eleitoral sólida, garantiu lugar; Fernando Haddad, como surto de febre tropical, contamina a sanidade de todo eleitorado; o trepidante Ciro Gomes aparece no retrovisor, mas com seu mau hálito eleitoral tão característico deve ficar pelo meio do caminho.

(Registre-se para o anedotário: menino Boulos não pontuou.)

O cenário não me surpreende. Mário Vitor Rodrigues apontou o quanto a pusilanimidade do PSDB é responsável por essas eleições serem disputadas nas extremidades, sem nenhum centro, o que é ruim. Um discurso de centro-esquerda e centro-direita serviria para atrair os extremos de um lado e outro, acalmar os ânimos e, consequentemente, moderar o que há de imoderado no discurso.

Consideradas todas as coisas, a inacreditável viabilidade de Fernando Haddad foi detectada nas pesquisas quando ainda levavam em consideração a candidatura impossível de Lula. Muita gente criticou os institutos de pesquisa, dada a desfaçatez ética de se cogitar o atual presidiário como futuro presidente.

Ocorre que essas sondagens, com Lula no tabuleiro, de alguma forma qualificavam as pesquisas subsequentes. Ora, se Lula, de dentro da cadeia, conseguia chegar a 30, 35% das intenções de voto, muito naturalmente ele conseguiria transferir parte desse capital para sua criaturinha. É o que parece estar acontecendo.

Não sei se a condução do processo e julgamento de Lula foi bem-feita, se houve exagerada espetacularização, se os juízes e promotores falaram mais do que deveriam ter falado, mas o fato é que o PT conseguiu manipular de tal modo o espírito brasileiro do deixa-pra-lá, que, a essa altura, parcela considerável do eleitorado já nem acredita tanto assim na culpa do petista.

Além disso, malfeitores com jeitão romântico ou melancólico seduzem muita gente. Lampião, Marighella, Maníaco do Parque, Bandido da Luz Vermelha são personagens que se movimentam simbolicamente num claro-escuro da consciência nacional, onde os instintos e os sentimentos falam mais alto que a razão e os princípios.

Daí a resiliência da figura de Lula. Daí o crescimento da figura de Haddad. Ocupados com a punição do chefe da quadrilha e com o impeachment de Dilma, talvez tenhamos nos esquecido de que muito da política acontece numa frequência mais baixa, menos ideológica, em que termos como “totalitarismo”, “ditadura”, “austeridade fiscal”, “contas públicas” e outras bruxarias não alcançam o eleitorado.

Como criticar o aparelhamento do Estado, praticado com gosto e fome pelo PT, se somos um país de funcionários públicos, cheio de ethos de funcionário público? Se até mesmo entre os militares, que deveriam servir de exemplo, ainda hoje pagamos vultosas pensões para as filhas solteiras que se mantém solteiras para continuarem a receber as vultosas pensões? E o que dizer de nosso judiciário de despesa faraônica e eficiência liliputiana?

Que Lula resista como figura política proeminente não espanta. Já me cansei de me espantar com absurdos. Por isso, a estratégia de Bolsonaro é arriscada. Faz tempo conquistou sua base eleitoral, mas ele e seus militantes não se preocuparam em ampliar a zona discursiva para nela atrair eleitorado diverso. Até porque um dia as eleições acabam, e ele terá de governar para um país inteiro. Governar é um pouco mais complicado do que ser eleito.

O acirramento ideológico, desnecessário e gratuito, pode até mesmo leva-lo à inesperada derrota, ainda que o festejado Capitão desponte como grande favorito. Só não convém duvidar dos poderes de Lula, nem de sua influência sobre o imaginário da nação; aqui mora o perigo. Pois quem vota no Lula vota na Dilma. Quem vota na Dilma vota num jumento. Quem vota num jumento vota facilmente em Fernando Haddad."

➤Recuperação da freeway

Obras começam nesta terça-feira

Foto:GaúchaZH/Reprodução
A partir de hoje (25) a empresa Neovia começa a recuperar o asfalto da freeway a partir da ponte do Guaíba até a RS 30, em Osório. A operação denominada Buraco Zero, terá a duração de dois anos e custará R$ 90,88 milhões para o DNIT.

Além de tapar os buracos da estrada, a empresa contratada ficará encarregada da roçada e eventual poda nos acostamentos. A Neovia também será responsável pelo recolhimento do lixo depositado irregularmente na rodovia.

A recuperação do trecho de 23 quilômetros entre Porto Alegre e Guaíba (BR 116 e BR 290) que será feita pela construtora Compasul, ainda não foi assinado, não estando prevista uma data para o início das obras.

➤Horário de verão

Vai começar mais tarde em 2018


Diferente dos anos anteriores, o horário de verão vai começar um pouco mais tarde em 2018 do que nos anos anteriores. Neste ano, os relógios vão ser adiantados somente no primeiro fim de semana de novembro e não mais no terceiro domingo de outubro, como de costume. Assim, prepare-se para mexer no seu relógio somente no dia 4 de novembro.

A mudança acontece justamente por causa de um pedido do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por causa do segundo turno das eleições, que está marcado para o dia 28 de outubro. De acordo com a solicitação, a mudança de horário poderia prejudicar a apuração de votos por causa da diferença no relógio entre os estados que têm e aqueles que não têm o horário de verão.

Por outro lado, o fim do período segue o mesmo, ou seja, no terceiro domingo de fevereiro.

Os estados que vão avançar uma hora com o horário de verão são:

Paraná
Santa Catarina
Rio Grande do Sul
São Paulo
Rio de Janeiro
Espírito Santo
Minas Gerais
Goiás
Mato Grosso
Mato Grosso do Sul
Distrito Federal

A ideia do horário de verão é justamente ajudar na economia de energia. Com os relógios desses estados avançando em uma hora, a população aproveita mais a iluminação natural do Sol — economizando o consumo de energia elétrica nos horários de pico.

Gazeta do Povo

➤OPINIÃO

É preciso não banalizar o risco de golpe



Talvez devido a uma característica desta eleição — o confronto direto entre duas posições extremadas: à direita (Bolsonaro) e à esquerda (Haddad ) —, o risco de golpe apareça com perigosa naturalidade nas análises político-eleitorais. Trata-se de uma banalização indevida e desinformada.

Mas apenas a disputa entre campos ideológicos opostos não explica esta banalização com que a possibilidade de ataques ao estado democrático de direito tem sido tratada em debates, conversas e prospecções.

Há também especulações desastradas de candidatos sobre situações-limite de anarquia derivadas da ausência do Estado em que seria necessária a intervenção estabilizadora de militares.

Existem também, como ameaça à democracia, menções, na esquerda, ao controle dos meios de comunicação — censura — e um descabido apoio à ditadura nacional-populista venezuelana, regime que deve ser repudiado sem condescendência.

Admitir a possibilidade de golpe, não importa de que lado venha, é subestimar as instituições e uma sociedade civil robusta que se constrói no Brasil.

São três décadas de edificação, desde a promulgação da Carta de 1988, que lançou as bases da redemocratização, do restabelecimento das liberdades democráticas, processo que se fortaleceu e se consolidou nestes 30 anos.

São poucos anos, mas se trata do mais longo período consecutivo sem rupturas institucionais vivido pelo país no regime republicano.

E é dentro deste marco de legalidade que o Brasil tem enfrentado e superado crises. Foi assim no impeachment do primeiro presidente eleito pelo voto direto depois da ditadura, Collor de Mello, e acaba de ser assim no afastamento da presidente Dilma Rousseff, por comprovado crime de responsabilidade ao investir contra a Lei de Responsabilidade Fiscal. Dois presidentes de campos políticos opostos.

A lei vale para todos. É o que também tem sido praticado no combate à corrupção, em que representantes da direita e da esquerda são denunciados pelo Ministério Público e condenados pela Justiça.

É neste espaço de institucionalidade que o vencedor das eleições, não importa de que partido, tentará implementar seu programa, de forma legítima.

Todas as ideias e propostas devem ser debatidas na campanha. O povo escolhe aquele candidato que considerar o melhor, cabendo às instituições vigiarem a aplicação da Constituição. Como vem sendo feito. Não há espaço para conjecturas fora da Carta.

O próximo presidente enviará ao Congresso suas propostas, para serem aprovadas ou não. No caso de divergências, o Judiciário fará a mediação. Neste ambiente institucional de estado de direito, não é cabível sequer cogitar um golpe. Prejudica a democracia.

Portal O Globo




➤É O QUE PENSO!

Sobre as pesquisas


No começo da noite de ontem (24) tomei conhecimento da nova pesquisa do IBOPE sobre as eleições que acontecem dentro de poucos dias. Não só eu, mas todo o Brasil, é claro, tomou conhecimento do que mostraram os números divulgados pelo instituto. Para não demorar muito, ficamos sabendo que, pela pesquisa do IBOPE, Bolsonaro estacionou em 28% e Haddad vem crescendo em ritmo acelerado. A rejeição de Bolsonaro cresceu e ele perderia em todas as simulações de segundo turno. Em todas não, pois, pelos dados da pesquisa,  empataria com Marina Silva.

A partir daí, fui dar uma olhada nos portais de notícias, sites, blogs, rádio e televisão. Todos, ou a grande maioria, parecia babar de satisfação com os números divulgados. Não foi surpresa, pois há, no meu entender, uma campanha clara e absoluta contra a candidatura do representante do PSL e, a partir da pesquisa divulgada, uma insensata e incompreensível alegria pela possibilidade da volta do PT ao governo brasileiro.

Alguém, e admito que possa ser eu, deve estar errado naquilo que pensa e quer para o Brasil. Já disse aqui mesmo, que não sou adepto da candidatura de Bolsonaro, mas não posso admitir que alguém, a não ser os petistas, desejem o retorno da corrupção, da lavagem de dinheiro, da destruição da economia, do sucateamento da Petrobras, dos presos e condenados pela Lava Jato ao Planalto.

Só posso imaginar que alguma coisa extraordinária ou muito bem engendrada deve estar em andamento ou sendo preparada para que algo de indesejável, pelo menos para a maioria, aconteça  em relação ao que será decidido, ou encaminhado, no dia 7 de outubro.

Como ilustração sobre as pesquisas, gostaria de colocar aqui algo que, me parece, acontece com a maioria das pessoas. Estou em Porto Alegre há 67 anos e nunca, repito, nunca fui entrevistado, consultado,  pessoalmente, por telefone, carta ou seja lá o que for, por ninguém que fizesse alguma pesquisa eleitoral. Jamais tive a oportunidade de dizer o que quero ou o que não quero em termos de eleições. Mas elas, segundo os institutos (e como tem) refletem o pensamento da maioria. Devo fazer parte da minoria ignorada pelos pesquisadores.

Daí aparecem milhares de pesquisas, muito bem pagas, informando que este ou aquele candidato tem a preferência do eleitor e que este ou aquele candidato não seria votado de jeito nenhum. Aliás, sobre pesquisas eleitorais, defendo a tese de que as mesmas deveriam seguir algum tipo de lei que permitisse somente uma sondagem logo após a indicação dos candidatos, uma 30 dias antes da eleição e uma de boca de urna. As pesquisas, atualmente, acontecem quase que diariamente e resultam numa clara intenção de influir na vontade daqueles que ainda não decidiram em quem votar. Afinal, muitos votam em quem as pesquisas dizem que será o vencedor, uma manipulação clara e que atende, não tenho dúvidas, aos interesses de quem patrocina tais levantamentos.

Somente para ilustrar o comentário que faço, reproduzo o que escreveu uma jornalista, que ocupa espaços em vários veículos, sobre os últimos números do IBOPE: “ Bolsonaro continua vencendo em quatro das cinco regiões e é, sem dúvidas, muito forte, Mas Haddad se afirmou e vai dar muito trabalho e Ciro e Alckmin lutam bravamente”

Será que o comentário não sofreu nenhuma influência das pesquisas eleitorais? Será que as pesquisas não representam a vontade de quem patrocina? Será que são confiáveis?

Tomara que o melhor prevaleça e que, se alguém estiver errado, que seja eu, pois represento apenas um voto no esquema inteiro.

É o que penso!

Machado Filho