segunda-feira, 17 de setembro de 2018

➤FUTEBOL

BRASILEIRÃO 2018

SÉRIE A25ª RODADA

Segunda – 17/09
20 horas
Chapecoense 2 X 1 Internacional – Arena Conda

CLASSIFICAÇÃO



➤BOA NOITE!

SEMANA DOS GRANDES CANTORES
CAUBY PEIXOTO
BASTIDORES



➤Em visita ao Unicef

Alckmin promete escola à crianças de 4 e 5 anos


O candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, afirmou nesta segunda-feira (17), em Brasília, que, se eleito, vai garantir vagas na pré-escola para todas as crianças de 4 e 5 anos. O candidato também prometeu acesso à creche para crianças de até 3 anos.

Ele se encontrou com a representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) no Brasil, Florence Bauer. No encontro, Alckmin assinou um compromisso com a agenda do fundo para crianças e adolescentes.

“A melhor maneira de garantir oportunidade, igualdade de oportunidade em um país tão desigual quanto o Brasil é investindo na educação infantil. Então, crianças de 4 e 5 anos de idade, que são pré-escolas, todas na escola. Não ter nenhuma criança fora e garantir todas as vagas necessárias”, disse.

A agenda do Unicef tem seis pontos, entre os quais a redução de homicídio de crianças e adolescentes; assegurar o direito a educação; e melhorar a nutrição.

“Se por um lado a comunidade indígena ainda sofre com desnutrição, por outro lado a obesidade tem aumentado”, afirmou Florence. Os candidatos Alvaro Dias e Marina Silva também já assinaram o compromisso com o Unicef.

Jovens

Alckmin também falou que vai trabalhar para garantir acesso à educação e à qualificação profissional para os jovens e também para reduzir o número de homicídios de jovens.

Segundo Alckmin, o Brasil tem uma taxa de homicídio de 65,5 por 100 mil habitantes entre jovens de 15 a 29 anos, no entanto em São Paulo essa taxa é de 19 por 100 mil habitantes.
"Então é possível sim, reduzir, e vamos trabalhar firmemente para salvar a vida dos nossos jovens e investir na primeira infância", afirmou.

Eleição
Após se reunir com jornalistas da imprensa estrangeira, Alckmin comentou declaração do rival Jair Bolsonaro (PSL), que neste domingo (16) afirmou que a possibilidade de "fraude" na eleição é "concreta".

Alckmin defendeu o processo eleitoral brasileiro e disse que o país é exemplo para o mundo na área.

“Mas por que ter fraude? Ele está querendo justificar a derrota antecipada? Disputei 10 eleições, ganhei, perdi, não teve fraude nenhuma. Aliás, o Brasil é um exemplo para o mundo na área tecnológica, na área eleitoral”, disse.

Definição nos últimos dias
Alckmin voltou a dizer, como tem feito em declarações recentes, que, na opinião dele, a definição da disputa eleitoral vai ocorrer nos últimos dias antes da votação, marcada para 7 de outubro.

“As decisões das últimas eleições foram mais para o final, perto do dia da eleição, e nesta, com muito mais razão, será mais para o final, pelos fatos que ocorreram durante o processo eleitoral”, afirmou.

O candidato disse ainda que o país tem que ter um governo que ponha a economia "nos trilhos, e não um que represente uma "aventura".

“O mundo inteiro quer investir no Brasil. O Brasil tem demanda, pode voltar a crescer, agora, precisa ter, não aventura, precisa ter governo que ponha nos trilhos nossa economia, que faça as reformas”, disse.

Portal G1

➤Análise

Haddad virou um político velho

Alberto Bombig

Quem sonhava que Fernando Haddad iria conduzir a esquerda brasileira a novos tempos e a novos padrões políticos deve estar, no mínimo, constrangido ao assistir o mergulho cego dele rumo ao populismo, ao proselitismo e ao radicalismo. Como pagamento por ter sido sagrado candidato a presidente na vaga de Lula, o moço da ciclovia abandonou o apelido de que tanto se orgulhava reservadamente, o de ser o "mais tucano dos petistas" (por tirar dele a pecha de radical que acompanha alguns petistas), e passou a comungar em público de todos os dogmas do PT

Em privado, Haddad gostava de celebrar sua amizade com Fernando Henrique Cardoso, com quem costumava ir à Sala São Paulo, e com Geraldo Alckmin, que o livrou de apanhar ainda mais durante a rebelião das ruas em 2013. Naquele tempo, então no cargo de prefeito de São Paulo, Haddad também cultivava, sempre reservadamente, uma distância crítica da presidente Dilma Rousseff. Não são poucos os interlocutores que ouviram dele cobras e lagartos sobre ela e o governo dela. Um deles conta que, na eleição de 2014, Haddad chegou a especular com mais de um aliado que a vitória de Marina Silva poderia ser melhor para o País e para a cidade de São Paulo do que a reeleição de Dilma.

Mas eis que agora nos deparamos com um Haddad diferente daquele que, nos meios acadêmicos e nas pizzarias dos Jardins (bairro nobre de São Paulo), mantinha o tal distanciamento crítico em relação às práticas pouco ortodoxas do PT e se gabava de liderar a nova esquerda brasileira, uma esquerda "imaterial", preocupada não apenas com a luta de classes, mas também com a mobilidade urbana, com a questão de gênero e com o ambientalismo.

Desde que virou candidato a presidente, após ter beijado o anel de Lula, Haddad tem se rebaixado ao que há de pior no petismo: a recusa (patológica) em admitir erros, o populismo descarado, construção de narrativas fantasiosas e a velha tática do nós contra eles. Nessa toada, não hesitou em subverter o que disse Tasso Jereissati (PSDB) ao Estado.

Ao admitir erros do PSDB, o tucano cearense jamais afirmou que o fracasso magnânimo do governo Dilma se deu por conta do PSDB. Haddad deveria era ter se espelhando na autocrítica de Tasso para responder a quem o pergunta sobre os erros de seu partido. Em vez disso, preferiu a desonestidade intelectual de usar a autocrítica e a clareza de Tasso para mascarar as mancadas de Dilma e do PT.

Para a militância petista, isto não tem a menor importância, pelo contrário, os que tinham alguma restrição a Haddad na igreja do PT agora deverão passar a venerá-lo também. Porém, para quem tem o desafio de ampliar apoios num eventual segundo turno, provavelmente contra Jair Bolsonaro (PSL), e diminuir a rejeição do campo antipetista, essa inflexão radical de Haddad pode se mostrar desastrosa. Sem falar no compromisso com a democracia e com outros valores essências, como a verdade e a transparência. 

O único traço que, infelizmente, permanece autêntico no Haddad atual é o de um certo autoritarismo, aquele olhar de cima para baixo de quem pensa "eu sei o que é bom para vocês e pronto, acabou". Em entrevista ao "Jornal Nacional" na sexta-feira passada, Haddad afirmou que não foi reeleito porque o povo foi induzido a um erro. Para Haddad, o povo é apenas uma massa de manobra que, ora é induzida ao acerto, quando vota nele e no PT, ora é induzida ao erro, quando não consegue reconhecer suas inegáveis qualidades.

O moço da ciclovia envelheceu 20 anos em menos de uma semana. Virou um político velho, fazendo uma política velha, sem autocrítica e sem transparência, desperdiçando uma grande chance de se contrapor de verdade ao radical Bolsonaro, aquele que nega a história e não admite o contraditório.

Portal Estadão

➤OPINIÃO

Um pacote de modernização


Para voltar a crescer e retornar ao grupo das economias dinâmicas, o Brasil precisa com urgência de impostos mais modernos e mais compatíveis com a eficiência. O País continua operando, e muito mal, com um sistema criado há meio século, coberto de remendos e ampliado com tributos inventados para extrair mais dinheiro do mercado, quase sem preocupação com a produtividade e o poder de competição internacional. Incentivos também foram inventados, mas seus efeitos positivos, às vezes muito limitados, tornaram o conjunto mais confuso, menos funcional e às vezes muito custoso para a União e para alguns Estados. Por todos esses fatos, é bem-vinda a iniciativa da equipe do Ministério da Fazenda de preparar um pacote de reformas para envio ao Congresso depois das eleições, ou, pelo menos, para legar ao próximo governo como contribuição.

São promissoras, até agora, as informações sobre as mudanças em estudo. Segundo informou a Agência Estado, o pacote inclui simplificação do sistema, novos critérios de tributação de lucros e dividendos, alteração do Supersimples e um começo de revisão e redução da enorme lista de isenções e reduções de encargos.
O efeito mais notável das inovações, se passarem pelo Congresso e forem sancionadas pelo próximo presidente da República, será um grande ganho de racionalidade. A proposta começa pela unificação do PIS e da Cofins num Imposto sobre Valor Agregado (IVA) gerido pelo governo federal. A tributação do lucro empresarial será reduzida, para alinhar-se aos padrões internacionais, e ao mesmo tempo será tributada a distribuição de dividendos – um novidade no sistema brasileiro.

A cobrança de imposto sobre os dividendos pagos tornará mais progressivo o Imposto de Renda Pessoa Física. Ao mesmo tempo, a diminuição do encargo sobre o lucro das empresas preservará seu poder de investimento e de expansão, permitindo-lhes operar em condições mais próximas daquelas observadas em economias mais desenvolvidas e mais dinâmicas.

O Brasil seguiria, nesse caso, a tendência internacional de aliviar a tributação sobre os ganhos empresariais. O Imposto de Renda cobrado das empresas caiu de 32,5% em 2000 para 23,9% em 2018, segundo levantamento publicado no começo de setembro pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), formada por 35 países desenvolvidos e emergentes – estes ainda minoritários.
Ainda na área federal, os estudos preveem um corte de 50% dos benefícios e renúncias tributários nos próximos dez anos. Será necessário rever o Supersimples, diminuindo o número de setores beneficiados e baixando, provavelmente para R$ 3 milhões anuais, o teto de faturamento das empresas participantes. O teto é hoje de R$ 4,8 milhões.

Alguma eliminação de renúncias foi conseguida pelo atual governo, mas o resultado foi inferior ao pretendido, por causa da resistência de congressistas. Mesmo com algum avanço, ainda se estimam para 2019 renúncias fiscais de R$ 306 bilhões, equivalentes a 4,2% do Produto Interno Bruto (PIB).

Não se trata, no caso da redução de benefícios, apenas de salvar uma parcela maior da arrecadação. Trata-se de buscar maior eficiência. Vantagens têm sido concedidas de várias formas, por muitos anos, com pouco ou nenhum esforço de avaliação de resultados. Mesmo sem essa avaliação, a maior parte das isenções e outros benefícios pouco têm beneficiado o crescimento econômico e a criação de empregos. Têm servido exclusivamente, ou quase, para tornar alguns negócios mais lucrativos, sem ganhos para o País.

Mudanças mais ambiciosas terão de envolver os Estados e municípios e serão politicamente complicadas. Será preciso disciplinar a tributação estadual – hoje há 27 legislações do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) – e abrir caminho para a criação de um IVA nacional.

Pouco se tem falado, na campanha eleitoral, de modernização e racionalização do sistema tributário. Isso torna ainda mais importante o pacote em estudo no governo federal.

Portal Estadão -17/09/2018