Eu não consigo entender
Decididamente, acontecem
certas coisas no Brasil que eu não consigo entender. Ou por não conseguir ou
por não ter condições de saber como podem acontecer.
A participação de Lula na
campanha, é uma delas. A pergunta, por sinal bem simples, é como é que um
condenado em duas instâncias por corrupção e lavagem de dinheiro, impedido de
concorrer a cargo de Presidente da República, que está preso numa sala especial
da Polícia Federal de Curitiba, pode se manifestar como apoiador de alguém na
campanha da qual foi afastado como incurso na Lei da Ficha Limpa? Não se trata de um Ficha Suja?
Seria, por acaso, o
condenado melhor do que qualquer brasileiro para poder, mesmo preso, ditar
normas de dentro da cadeia? Até aqui, pelo menos, só li, escutei e vi que
chefes de facções comandam o crime de dentro da cadeia. Nunca soube de qualquer
um que ditasse normas de uma campanha, principalmente para Presidente do
Brasil.
Agora, acabo de ler que o
ex-presidente seguirá ditando as normas da campanha, que dirá o que deve ser
feito e como. Haddad, então, será um mero repassador de recados, um boneco de
marionetes, um ventríloquo!
Leio, também, que o
ex-ministro Palocci, homem forte nos governos petistas e no próprio partido,
elemento de extrema confiança em qualquer um dos governos do Partido dos
Trabalhadores, em delação, declarou que Lula e Dilma ficaram alucinados quando
se deram conta do que poderiam ganhar com a descoberta do pré-sal. “No governo
Lula, o pré-sal foi enxergado como um passaporte para o futuro, que foi um
bilhete premiado no fim do governo. Que o clima era de delírio político”, disse
Palocci. Também afirmou que os dois foram beneficiados, principalmente Lula,
com a bilionária compra de jatos da França e com a Usina de Monte Belo.
Disse, o homem de extrema
confiança do PT, que Dilma e Lula, não necessariamente nessa ordem, nunca se
importaram em saber que estavam enriquecendo com o dinheiro de trabalhadores ao
interferirem nos fundos de pensão, coisa que Lula faz\ia desde os anos 90.
Quem considerava Antônio
Palocci homem da mais extrema fidelidade, da maior confiança, agora diz que ele é um mentiroso e que suas afirmações
são feitas para tentar sair da cadeia, já que não existem provas.
Mas li mais. Li que a
polícia pediu a quebra de sigilo do celular e do notebook do homem que
apunhalou Bolsonaro. Mas não se trata de um homem pobre, que vive de favores da
família, que não tem dinheiro para manter um tratamento? E vai prestar
depoimento acompanhado de quatro advogados, todos pagos não se sabe por quem.
A procuradora Raquel
Dodge, também li, pediu o arquivamento do inquérito contra Aécio Neves na CPMI
dos Correios, alegando que 'não há, no momento, suporte fático e jurídico para
dar continuidade à investigação' Mas a procuradora deixou uma saída ao
afirmar em seu despacho: “ressalvando a possibilidade de revisão em caso de
surgimento de novos elementos.”
Existem muitas outras
questões que me fazem pensar que nunca terão respostas. Acho que jamais vou
conseguir entender como tanta coisa acontece e o brasileiro aceita tudo
pacificamente, tanto que muitos afirmam, juram e defendem de pés juntos, que o
condenado de Curitiba é inocente e alguns fazem vigília, greve de fome e vivem
felizes da vida com o Bolsa Família, que não tirou ninguém da miséria e com o
Minha Casa Minha Vida, que está caindo aos pedaços.
Mas lembrei que tem uma coisa da
qual esqueço seguidamente: eu vivo no Brasil!
É como eu penso!
Machado Filho