Irracionais
Dificilmente
falo em futebol nos comentários que faço aqui. Acho que torcer por um ou outro
time, é decisão individual. Cada um defende o clube que escolhe. Só que alguns
exageram e esquecem que futebol é um esporte, que torcer faz parte da vida de
muitos e que, olhando friamente, o futebol se transformou num negócio onde
giram bilhões de dólares, euros, reais e não sei mais o que. Alguns jogadores,
muitos treinadores, recebem quantias fantásticas, inimagináveis por
profissionais do mais alto gabarito.
Logo
aparecerão os que contestam tal versão ao afirmar que clube de futebol
sobrevive de suas próprias rendas e, sendo particular, pode pagar o que bem
entender. Não é bem assim.
As
rendas só acontecem por investimentos de milionários que, por sua vez, ganham
cifras bilionárias apostando em craques (?) ou treinadores diferenciados. Pelo
menos no julgamento deles. O resto vem do pagamento de mensalidades ou da venda
de ingressos, pagos por pessoas do povo, torcedores que vivem de salários que
podem ser considerados miseráveis perto da fortuna que ganham jogadores e
treinadores.
Escrevi
tudo isso para lembrar os episódios ocorridos depois do GreNal de ontem (09)
vencido pelo Internacional. Lembrar, principalmente, do que aconteceu depois do
apito final, dentro e fora do campo de jogo.
Jogadores,
dos dois lados, começaram um episódio que deveria, no máximo, ficar limitado ao
que ocorreu dentro do campo. Dirigentes teriam que impedir que o episódio
prosseguisse, pois é tristemente comum assistir cenas lamentáveis de atletas
partindo para a agressão verbal ou, o que é pior, para agressões físicas.
O
que ocorreu após o GreNal de ontem, que pena, não foi assim. Foi muito pior,
pois envolveu treinador e dirigentes, exatamente aqueles que devem manter a
cabeça no lugar e tentar esfriar a cabeça de seus atletas. Parece que muitos
estão com a cabeça muito mais quente. Os que têm, é verdade.
O
treinador Renato, que estava de aniversário, que chamou o Inter de “time pequeno” após o empate no primeiro
GreNal do brasileirão, concedeu uma lamentável entrevista depois da partida. Se
confessou “um gentleman” e buscou desmentir a versão de que tentou entrar no
vestiário do adversário para ofender, mas sim cumprimentar os vencedores. Vídeos e fotos mostram exatamente o contrário. Não sei se dirigentes, seguranças ou torcedores, mas muitos colorados participaram do episódio. Fazer o que?
Na
Arena, ou em algum lugar, a estátua em homenagem a ele segue sendo preparada
para uma homenagem, ainda em vida, para lembrar conquistas muito bem pagas. É a
profissão dele, é obrigação ganhar, embora muitas vezes não ganhe nem sempre
por culpa dele. Não
falou nada em futebol, apenas “fustigou” o adversário tentando usar palavras
que provavelmente nem saiba o que significam.
Odair
Hellmann, um quase novato na profissão, que enredou o mais antigo em esquemas
táticos pelo menos nos dois grenais do brasileirão, é o que diz a imprensa,
limitou-se, apropriadamente, a comentar o jogo. Briga de jogador é para ficar
dentro das quatro linhas.
Nem
vou comentar as palavras do presidente do Grêmio que afirmou alto e bom som,
que seu clube “foi desrespeitado pelo adversário”. Deve ter esquecido que
chamar o outro time de “pequeno” foi obra de seu treinador que vai virar
estátua, com a participação dele.
Que triste! Assim
é o futebol. Hoje milhares de pessoas estão postando nas redes sociais, muitos
tentando ofender, agredir adversários esquecendo que o que deve ser um esporte, está
sendo transformado, por eles, em verdadeira batalha, dentro e fora das quatro
linhas. Realmente lamentável.
Uma
sugestão: querem demonstrar seu amor pelo clube, vistam a camisa tricolor ou a vermelha,
e saiam pelas ruas, mas sem brigas, por favor.
É
o que penso!
Machado
Filho