terça-feira, 21 de agosto de 2018

➤BOA NOITE!

SEMANA DE MÚSICAS DE FILMES 
JUDY GARLAND
OVER THE RAINBOW
FILME: O MÁGICO DE OZ


➤Fernando Henrique Cardoso

‘Meu país merece mais respeito’


Em artigo publicado nesta terça-feira, 21, pelo jornal inglês Financial Times, o ex-presidente  Fernando Henrique Cardoso rebate as afirmações feitas pelo seu sucessor na Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, em texto divulgado semana passada no The New York Times, onde o petista condenado e preso pela Operação Lava Jato afirma que há um golpe de direita em andamento no Brasil para que ele não concorra às eleições deste ano. FHC afirma que Lula retrata o País como uma “democracia em ruínas”, na qual a lei foi usada de maneira arbitrária para minar o petista e seu partido, o que não é verdade. “Meu país merece mais respeito”, cobrou o ex-presidente tucano. 

No artigo, FHC afirma que a visão sobre o Brasil do seu sucessor, Luiz Inácio Lula da Silva, é uma "ficção danosa". "Meu sucessor como Presidente falsamente se apresenta como vítima de uma conspiração da 'elite'", acusou, acrescentando que o retrato pintado pelo petista de que o País conta com uma democracia em ruínas, na qual o Estado de Direito deu lugar a medidas arbitrárias destinadas a enfraquecê-lo e a seu partido, não é verdade.

Em seguida, FHC diz que a visão de Lula "é uma versão peculiar das últimas décadas da história do Brasil, na qual ele, às vezes, aparece como o salvador do povo e, às vezes, como vítima de uma conspiração de “elite”. O ex-presidente escreve ainda que o caso de Lula não é isolado e que, no Brasil, há políticos de todos os partidos na prisão e salienta que a Operação Lava Jato descobriu um esquema de desvio de bilhões de dólares para o Partido dos Trabalhadores (PT), de Lula. "O Brasil está passando por um doloroso, mas necessário processo de reaplicação da sua vida pública, e as ações do Ministério Público Federal e do Poder Judiciário fazem parte disso. Nem sempre me sinto à vontade com a extensão das penas impostas ou com a expansão da prisão preventiva, na qual o acusado é preso antes mesmo de seu primeiro julgamento em um tribunal inferior. É uma grave distorção da realidade, no entanto, dizer que há uma campanha direcionada no Brasil para perseguir indivíduos específicos. Meu País merece mais respeito."

Em outro trecho, Fernando Henrique também responde à declaração de Lula sobre a situação brasileira em 2003. “Também não é verdade, como Lula afirma, que o Brasil não tinha direção antes de ele assumir a Presidência, em 2003. É preciso lembrar que a estabilização depois de anos de hiperinflação começou com o Plano Real, lançado pelo ex-presidente Itamar Franco, e continuou no meu governo. Esse também foi um período marcado pelo estabelecimento de programas de bem-estar social que Lula posteriormente iria expandir”, ressalta o tucano.

"O impeachment e a destituição da Presidente Dilma Rousseff em 2016 não foram, ao contrário do que Lula afirma, um golpe de Estado. Foi o resultado, entre outras coisas, da violação do seu governo à lei de responsabilidade fiscal do Brasil no período que antecedeu a eleição de 2014", defendeu. 

Para Fernando Henrique Cardoso, o processo de impeachment seguiu todos os trâmites constitucionais sob a supervisão da Suprema Corte brasileira, na qual a maioria dos juízes foi nomeada por Lula e Dilma. "Minha crítica não é motivada pelo antagonismo pessoal. Lula e eu lutamos juntos contra o regime autoritário que governou o Brasil entre 1964 e 1985. Quando, depois, concorremos um contra o outro em eleições democráticas, mantive uma relação construtiva com ele", relatou ."Lamento que o ex-presidente enfrente acusações de corrupção e lavagem de dinheiro. Mas o fato é que os processos judiciais em que ele esteve envolvido seguiram o devido processo e foram conduzidos de acordo com a Constituição e o estado de direito", acrescentou.

O caso de Lula não é isolado, segundo o artigo. O autor lembrou que há políticos de todos os partidos na prisão, inclusive membros do PSDB, ao qual é ligado. Ele também citou que a inelegibilidade de Lula para concorrer à Presidência nas próximas eleições é a consequência de uma iniciativa popular que recebeu mais de 1 milhão de assinaturas, foi aprovada pelo Congresso e sancionada pelo próprio ex-Presidente em 2010. FHC ressaltou que a iniciativa foi uma resposta ao escândalo Mensalão, descoberto em 2005, mas que não impediu que outro, ainda maior, fosse perpetrado em algumas das maiores estatais, particularmente a Petrobras.

Portal Estadão

➤Ricardo Noblat

O candidato de Haddad é Bolsonaro
 
Todos os candidatos a presidente da República torcem para enfrentar Jair Bolsonaro no segundo turno, mas nenhum torce tanto quando Fernando Haddad, o estepe de Lula, por ora disfarçado de candidato a vice.

Contra Geraldo Alckmin, Haddad só contaria com o apoio da esquerda no segundo turno. A maior parte dos votos de Bolsonaro migraria naturalmente para Alckmin. Contra Bolsonaro, grande parte do voto de Alckmin migraria para Haddad.

Em 1989, uma vez derrotado no primeiro turno, Mário Covas levou o PSDB a apoiar a candidatura de Lula no segundo turno contra Fernando Collor. Não foi o suficiente para eleger Lula – Collor venceu. Mas por pouco Lula não chegou lá.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que atura, mas não simpatiza com a candidatura de Alckmin, já deu todos os sinais de que apoiará Haddad no segundo turno no caso de Haddad ter que enfrentar Bolsonaro. A recíproca não é verdade.

Em entrevista ao programa “Canal Livre”, da Rede Bandeirantes de Televisão, Haddad disse que o PT não apoiaria Alckmin contra Bolsonaro em um eventual segundo turno. Segundo ele, Alckmin é o candidato de Temer e dos que derrubaram Dilma.

Fora do segundo turno, o melhor para o PT seria a eleição de Bolsonaro. Um governo do capitão é garantia certa de confusão e instabilidade por pelo menos quatro anos, tempo bastante para o PT se reorganizar e crescer em meio ao caos.

Portal VEJA

➤O sol pode aparecer

Mas a terça será fria no RS
 

O sol, entre nuvens, deve aparecer em algumas regiões do Rio Grande do Sul. O tempo nublado, mesmo assim, deve permanecer. A chuva deve cair em cidades da divisa com Santa Catarina, mantendo o tempo fechado.

Na Serra, Litoral Norte, Grande Porto Alegre e Noroeste, a nebulosidade tende a aumentar, fazendo com que uma onda de frio permaneça sobre cidades das regiões. É possível que a temperatura suba um pouco durante a tarde, fazendo com que o tempo abra um pouco mais durante a madrugada.

Em São José dos Ausentes, os termômetros andarão por volta de 5°C, enquanto que em Santana do Livramento a temperatura mínima chegará a 2°C. Quem espera que a temperatura suba bastante, não deve ficar muito animado já que as previsões serão de que elas alcancem, no máximo, 15°C, incluindo Porto Alegre.

Assim, nada de guardar as roupas de inverno. Casacos de lã, cachecóis e guarda-chuvas devem permanecer em locais de fácil acesso.

➤Lucro dos bancos

5 maiores tem alta de 15% no 2º trimestre


O lucro líquido dos maiores bancos do País atingiu R$ 21,27 bilhões de abril a junho deste ano, cifra 15,3% maior que o mesmo período do ano passado. Os resultados incluem Bradesco, Banco do Brasil, Itaú Unibanco, Santander Brasil e Caixa, que divulgou balanço nesta segunda-feira, 20.

O desempenho foi impulsionado, em boa parte, pelo menor gasto dos bancos com a inadimplência. As instituições financeiras, embora tenham apresentado melhora na oferta de crédito, estão debruçadas em aumentar as receitas com tarifas e serviços, uma vez que a demanda por empréstimo ainda não voltou com tanto vigor.

Os resultados do segundo trimestre dos cinco maiores bancos superaram as despesas com provisões para devedores duvidosos. O feito, que acontece pela primeira vez desde o início do impacto da crise político-econômica que atingiu em cheio as instituições por conta da inadimplência, já havia sido alcançado no resultado dos bancos de capital aberto no primeiro trimestre. Agora, se estende ao balanço divulgado pela Caixa, que não tem ações em Bolsa.

Somados, os gastos dos grandes bancos com devedores duvidosos, sem considerar a recuperação de créditos, somou R$ 20,3 bilhões no segundo trimestre, queda de 22,3% em 12 meses. Em relação ao primeiro trimestre, a cifra encolheu em cerca de R$ 800 milhões.

Apesar de ainda ver uma queda na carteira de crédito, um contraste à expansão registrada nos bancos privados, a Caixa acredita que seu balanço atual é suficiente para permitir mostra uma tendência de retomada nos resultados. O vice-presidente de finanças e controladoria do banco estatal, Arno Meyer, disse que a Caixa precisava de ajustes de capital para seguir um caminho sustentável de crescimento.

Agência Estado

➤Eliane Cantanhêde

Lula, leve e solto

Sabe aquela história do “falem mal, mas falem de mim”? É exatamente o que ocorre com o ex-presidente Lula, que está preso em Curitiba, mas corre livre, leve e solto na mídia. É pelo “recall” do seu governo, mas também pelo excesso de exposição, que Lula se mantém disparado na liderança do Ibope, apesar de ser flagrantemente inelegível.

A cada habeas corpus, Lula ganha boa visibilidade tanto no pedido quanto na negativa. Quando o desembargador Rogério Favreto deu uma canetada para soltá-lo, Lula ganhou sucessivas manchetes ao longo de um domingo inteiro, com a decisão de Favreto, a reação do juiz Sérgio Moro, as negativas do relator e do presidente do TRF-4, a nota da presidente do STF, Cármen Lúcia.

E a intensa exposição continuou ao longo da semana, com as cacetadas da presidente do STJ, Laurita Vaz, e da procuradora-geral da República, Raquel Dodge. Sem contar as reportagens, colunas, análises e entrevistas que inundaram a mídia brasileira. Só se falava em Lula.

E continua assim. Tem greve de fome de militante, manifestação vermelha parando o trânsito na capital da República, o mais do que polêmico registro da chapa, a dúvida sobre quem seria relator dos dez pedidos de impugnação. Até um comitezinho técnico de um órgão da ONU ganha primeiras páginas. E o que já se disse e se escreveu sobre Lula e Fernando Haddad?

É assim que Lula, sem tirar o pé da cela, continua crescendo como candidato que ele efetivamente não é. No último Ibope, tinha 33%, agora tem 37%, enquanto os demais continuam praticamente congelados, oscilando dentro da margem de erro. Jair Bolsonaro se consolidou com 18%, Marina Silva tem 6%, Ciro Gomes e Geraldo Alckmin estão empatados em 5%, e Alvaro Dias fica em 3%. Ou seja, Marina, Ciro e Alckmin estão embolados.

Lula conseguirá transferir seu imenso capital de votos para o “vice” Haddad, que aparece com apenas 4%? Sem Lula, o que aumenta é o estoque de votos brancos, nulos e indecisos (38%), enquanto os demais candidatos, à exceção de Dias, beliscam votos do ex-presidente. Até Bolsonaro e Alckmin ganham dois pontos cada, e Ciro Gomes, quatro. Mas quem mais lucra é Marina, que dobra seu porcentual. Com Lula, ela tem 6%; sem ele, 12%.

Entram aí dois fatores relevantes. Um é que Marina foi do PT, ministra do governo Lula, e é a terceira vez que disputa a Presidência. Outro é que a biografia dela não fica nada a dever à dele: cabocla nortista, também nasceu pobre, num seringal no Acre, foi alfabetizada já na adolescência e é vista pelo eleitorado como “gente como a gente”. De quebra, Marina Silva é a única mulher no pelotão de frente da sucessão e é a que tem o maior porcentual de votos femininos.

É assim que a eleição vai chegando ainda indefinida até o início da propaganda no rádio e na televisão, a partir do dia 31, com Haddad correndo contra o tempo e uma disputa acirradíssima entre o cristalizado poder eleitoral da TV e o emergente poder eleitoral das redes sociais que transformaram Bolsonaro no fenômeno da campanha de 2018.

Contra o crescimento de Haddad e a consolidação de Bolsonaro trabalham Ciro e Marina, que perderam a guerra pelas alianças, e Alckmin, que tem várias vezes mais tempo na TV e mais estrutura de campanha. É exatamente por isso que Ciro e Marina deixam Haddad e Bolsonaro para lá e focam suas baterias contra o tucano. Querem impedir que cresça.

Significa que, na tentativa de isolar Alckmin, Marina, Ciro e também Alvaro Dias podem estar trabalhando efetivamente para garantir o segundo turno entre Bolsonaro e Haddad. Os três não têm força para ganhar, mas têm para derrotar o PSDB e, enfim, eleger PT ou Bolsonaro.

Portal Estadão, em 21/08/2018