domingo, 5 de agosto de 2018

➤BOA NOITE!

SEMANA DOS SERESTEIROS

JAMELÃO
MATRIZ OU FILIAL



➤RICARDO NOBLAT

Lula, de candidato a ventríloquo


Procura-se um candidato a vice que se resigne a ser uma espécie de boneco de ventríloquo de Lula. Pode ser de carne e osso e movimentar-se como se fosse uma pessoa normal. Exige-se apenas que abra e feche a boca em sincronia com a voz do seu dono. E que faça tudo o que ele mandar até o fim da campanha eleitoral e, caso se eleja, até o último dia do mandato de presidente da República.

Se tivesse procedido dessa maneira, é bem possível que Dilma ainda fosse a locatária do Palácio da Alvorada, às vésperas de transferir a faixa presidencial para seu sucessor – provavelmente Lula. Mas ela rebelou-se e preferiu governar ao seu estilo, obedecer às próprias ideias, candidatar-se a um novo mandato quando não deveria, e aí deu no que deu. É história conhecida.

A senadora Gleisi Hoffmann, presidente do PT, tem o perfil do boneco ao gosto de Lula. O ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, menos, mas Lula poderá escolhê-lo à falta de algo melhor. Manuela d’Ávilla foi reprovada no primeiro teste. Lula queria que ela renunciasse primeiro à candidatura a presidente mesmo depois de lançada por seu partido.Só mais tarde seria indicada para vice.

Manuela talvez topasse. Quem não topou foi o Partido Comunista do Brasil (PC do B). Seria humilhação demais para os dois – Manuella e o partido. E se mais tarde, por qualquer razão, Lula desse o dito pelo não dito? Não foi assim com Marília Arraes, candidata do PT ao governo de Pernambuco? Lula disse que votaria nela se militasse por lá. Depois rifou sua candidatura.

Não se descarte a hipótese de que Lula acabe por não escolher boneco algum. Ou que só o escolha vencido o prazo estipulado pela Justiça que termina hoje, e que ele quer prorrogar até o próximo dia 15 contra a opinião dos seus advogados. Mais uma afronta à Justiça que serviria a Lula para que se vitimizasse. Todavia, poderia ser também mais uma jogada bolada por ele de dentro do cárcere.

Sem candidato a presidente (e para Lula é inconcebível que o PT concorra ao cargo com outro nome), o partido usaria o que lhe cabe no milionário Fundo Partidário para financiar a eleição de deputados e senadores, preservendo sua força no Congresso. Ainda sobraria grana para sustentar-se pelos próximos anos. Seria, digamos assim, uma nova versão do mensalão. O mensalão ponto três.

Portal VEJA

➤ELEIÇÕES 2018

Mais vices confirmados

General Mourão será o vice de Bolsonaro

O general da reserva e presidente do Clube Militar, Hamilton Mourão (PRTB), confirmou neste domingo, 5, que recebeu e aceitou o convite para ser candidato a vice na chapa do deputado Jair Bolsonaro (PSL) ao Planalto nas eleições 2018. Pouco depois, foi oficializado candidato a vice durante convenção nacional do PRTB.

Em conversa com o Estado, Mourão disse que é uma “honra” participar da disputa ao lado do parlamentar e ex-capitão do Exército. “Estou honrado e muito feliz por receber esse convite. Agora, é participar junto com Jair Bolsonaro da campanha e percorrer o País”, disse. Mourão participa na tarde deste domingo de uma reunião com aliados para discutir sua participação na campanha presidencial. O nome do oficial da reserva chegou a ser anunciado por Bolsonaro no mês passado, em evento público em Rio Verde, Goiás. Mas, na ocasião, a cúpula do PRTB manifestou-se contra a aliança com o PSL.

Katia Abreu será a vice de Ciro

O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, afirmou que a senadora Kátia Abreu, do Tocantins, foi escolhida como vice de Ciro Gomes para a disputa presidencial nas eleições 2018.

A escolha pela chapa pura à Presidência ocorre após uma semana de seguidos reveses para Ciro. O ex-ministro estava em negociação avançada para compor com o PSB. No entanto, a executiva nacional pessebista acertou com o PT a neutralidade do partido na corrida ao Planalto. Em troca, foram retiradas as candidaturas do ex-prefeito de Belo Horizonte Marcio Lacerda (PSB) ao governo de Minas e da vereadora Marília Arraes (PT), em Pernambuco.

Historicamente ligada à bancada ruralista, a senadora foi eleita pelo Estado do Tocantins em 2006, pelo DEM (então PFL). Quando a ex-presidente Dilma Rousseff assumiu o Planalto, em 2011, as duas acabaram se aproximando. Já pelo MDB, em 2014, Kátia foi reeleita para o cargo.

No ano seguinte, foi nomeada ministra da Agricultura. No processo de impeachment de Dilma Rousseff, Kátia se tornou uma das mais ferrenhas defensoras da petista.

O apoio incondicional a Dilma, mesmo após o impeachment, custou à senadora a expulsão do MDB, em 2017. Em março deste ano, ela se filiou ao PDT para disputar a eleição suplementar do governo do Tocantins.

Agência Estado

➤FUTEBOL


SÉRIE A17ª RODADA

Sábado – 04/08
16 horas
Botafogo 0 X 0 Santos – Engenhão

19 horas
Grêmio 2 X 0 Flamengo – Arena Grêmio

21 horas
Corinthians 0 X 0 Atlético PR – Itaquerão

Domingo – 05/08
16 horas
Paraná 0 X 1 Ceará – Durival de Brito
América MG 0 X 0 Palmeiras – Independência
Vitória 1 X 1 Cruzeiro – Barradão
São Paulo 2 X 1 Vasco – Morumbi

19 horas
Sport 1 X 1 Chapecoense – Ilha Retiro
Fluminense 1 X 1 Bahia – Maracanã

Segunda – 06/08
20 horas
Atlético MG _ X _ Internacional – Independência
CLASSIFICAÇÃO


SÉRIE B19ª RODADA

Terça – 31/07
19h15
Figueirense 0 X 0 CRB – Orlando Scarpelli

21h30
Atlético GO 1 X 0 Paysandu – Olímpico

Sexta – 03/08
19h15
Londrina 1 X 2 Guarani – Estádio Café

20h30
Oeste 1 X 1 Boa Esporte – Arena Barueri

21h30
CSA 1 X 0 Juventude – Rei Pelé

Sábado – 04/08
16h30
Brasil 1 X 0 Goiás – Bento Freitas
Fortaleza 2 X 1 Coritiba – Castelão
Vila Nova 1 X 0 São Bento – Serra Dourada

19 horas
Ponte Preta 2 X 2 Avaí – Fonte Luminosa

21 horas
S. Corrêa 0 X 1 Criciúma – Castelão

CLASSIFICAÇÃO


➤OPINIÃO

Larga o osso, Lula!

Eliane Cantanhêde

Fecha-se o tabuleiro presidencial hoje, com aquela peça disforme e mal colocada que segura o jogo e imobiliza o próprio lado: Lula, preso há 100 dias, sem conseguir dar o sinal verde para Fernando Haddad parar de fingir que não é candidato e para Manuela Dávila parar de fingir que é.

Com a avalanche de convenções no fim de semana, vai se fechando a escolha dos vices com dois focos claros, resultados não de amor ou de saudável afinidade ideológica, mas do puro pragmatismo. Daí a preferência por mulheres e/ou nomes do Rio Grande do Sul.

A síntese disso é a senadora gaúcha Ana Amélia, que entra na chapa do tucano Geraldo Alckmin não apenas como três em um, mas seis em um. É mulher, do PP, do Sul, da área de comunicação, assumidamente de direita e crítica contundente das maracutaias na política.

Ana Amélia não está aí para só embelezar as fotos do PSDB, mas para conquistar os 80% do eleitorado feminino ainda indecisos ou dispostos a anular voto e para tentar frear o ímpeto do PP gaúcho para Jair Bolsonaro e do PP do Piauí para o PT. Além disso, ela tem uma missão específica: resgatar os 4% de votos surrupiados do PSDB no Sul pelo paranaense Alvaro Dias, ex-tucano hoje no Podemos.

E ela também cumpre funções mais subjetivas. Alckmin tem de se firmar à direita, para disputar com Bolsonaro a vaga de principal contraponto ao PT. Ana Amélia, clara e contundente, tem ação e discurso que calam fundo no agronegócio e no eleitorado irritado com os políticos e conservador nos costumes. Ou seja, nos bolsões do Bolsonaro (com perdão do trocadilho).

Assim como ela, são ou foram consideradas para vice, de olho nas mulheres, sempre desconfiadas: Janaína Paschoal, a advogada e professora histriônica, na chapa de Bolsonaro, e Manuela d’ Á vila, a jovem e aguerrida “candidata” do PCdoB, que espera sentada o anúncio para ser vice de Lula, ops!, do PT.
Manuela é outra do Rio Grande do Sul, que foi governado pelos petistas de raiz Olívio Dutra e Tarso Genro e onde o PT mantém núcleo forte, mas fraco eleitoralmente. Também gaúcho e ex-governador, Germano Rigotto é opção de vice para Henrique Meirelles. Atualmente, ele é.... o que mesmo? Bem, Rigotto anda sumido, mas resta a Meirelles chapa puro sangue (MDB-MDB) e quem quer ter mandato em 2019 pula fora.

Se o grande MDB só atraiu o pequeno PHS, quais são os aliados do PDT e as opções de vice de Ciro GomesSufocado pela aliança do Centrão com Alckmin e o ataque frontal do PT, que garantiu a neutralidade do PSB, Ciro tenta colher os dissidentes de um lado e do outro, enquanto o PT parte para a terceira etapa de aniquilar Ciro: a investida final para reunir as esquerdas. Viva-se – no caso de Ciro, sobreviva-se – com um barulho desses. Na GloboNews, Ciro se declarou “um cabra marcado para morrer”.

E, no Estado, Marta Suplicy ponderou que Ciro pode ser o melhor candidato, mas “talvez não queira ser presidente, porque ele se sabota. Como psicanalista, vejo isso claramente”.

Alvaro Dias compôs chapa insossa com o ex-BNDES Paulo Rabello de Castro e Marina fugiu ao mero pragmatismo de seus adversários. O médico e ex-deputado Eduardo Jorge é do PV, que tem tudo a ver com a Rede Sustentabilidade – ao menos no nome. Se há cálculo na escolha, é que ele fez carreira em São Paulo, onde reluzem 33 milhões de eleitores.

Agora, só faltam duas coisas: Lula largar o osso e os candidatos convencerem quem mais importa, Sua Excelência, o eleitor, de que o vice é para continuar sendo só vice até o fim, sem impeachment. Que os céus nos protejam!

Portal Estadão, em 05/08/2018