domingo, 8 de julho de 2018

➤Foto com o ídolo

Lula e o plantonista
Rogério Favreto, desembargador plantonista do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, já tirou selfie com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a quem mandou soltar neste domingo, 8.

A medida não surtiu efeito, pois o presidente do TRF 4 decidiu manter Lula na prisão, contra a vontade do plantonista!

➤Rogério Fraveto

Quem é o plantonista que mandou soltar Lula


O desembargador federal Rogério Favreto, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, que mandou soltar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva neste domingo, 8, trabalhou no primeiro governo do petista ao lado de ex-ministro José Dirceu e com a presidente cassada Dilma Rousseff na época em que ela era ministra da Casa Civil. Horas depois, a decisão acabou suspensa  pelo relator do caso no TRF-4, João Pedro Gebran Neto, mas Favreto voltou a mandar tirar o ex-presidente da prisão.

Fraveto estava de plantão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região desde a sexta-feira, 6. Ele acolheu pedido de três deputados do PT -  Paulo Teixeira (PT-SP), Paulo Pimenta (PT-RS) e Wadih Damous (PT-RJ) -, suspendendo a execução provisória da pena até que a condenação em segundo grau contra o ex-presidente transite em julgado. Lula está preso desde 7 de abril 

Antes de ser desembargador, Fraveto ocupou cargos em gestões petistas, inclusive na era Lula e na gestão de Tarso Genro (PT) à frente da Prefeitura de Porto Alegre. Ao longo de 1996, coordenou a assessoria jurídica do Gabinete do Prefeito.  

Favreto foi filiado ao PT de 1991 a 2010. Depois, foi assessor da Casa Civil no governo Lula e do Ministério da Justiça quando Tarso era ministro, também no governo do ex-presidente.  

Nos governos Lula, esteve em quatro ministérios diferentes. Primeiro, foi para a Casa Civil em 2005, onde trabalhou na Subchefia para Assuntos Jurídicos sob a chefia de José Dirceu, e, depois, de Dilma Rousseff.

Nos anos seguintes, foi chefe da consultoria jurídica do Ministério do Desenvolvimento Social, cujo titular era o também petista Patrus Ananias. Depois, passou pela Secretária de Relações Institucionais e pelo Ministério da Justiça, nos anos em que Tarso comandava as pastas.

Lula foi preso em 7 de abril. O ex-presidente foi condenado pelo juiz Sérgio Moro por corrupção e lavagem de dinheiro em 12 de julho de 2017 a 9 anos e 6 meses de prisão. Em janeiro, o TFR-4 manteve a condenação e aumentou a pena para 12 anos 1 mês de prisão.

Agência Estado

➤Caverna na Tailândia

Quatro meninos resgatados já estão no hospital


Quatro dos 12 meninos que estavam presos há duas semanas em uma caverna inundada na Tailânida já estão em um hospital em Chiang Rai. Inicialmente, membros da equipe de resgate falavam em seis garotos resgatados. 

Autoridades locais afirmam que o resgate foi interrompido e será retomado daqui a dez horas. Os resgatistas precisam de "cerca de 10 horas" para se preparar para a próxima operação, disse o chefe da equipe de resgate. 

Segundo o governador interino da província de Chiang Rai, Narongsak Osottanakorn, 90 mergulhadores participam do resgate – entre membros da Marinha tailandesa e estrangeiros. Cada criança será acompanhada por até dois mergulhadores. Sem previsão de quanto tempo irá durar a operação, o governador informou que os profissionais devem levar 11 horas apenas para a retirada de cada criança e que o resgate completo do grupo poderá continuar por dias.


Especialistas alertam que um resgate pela água nestas condições deveria ser o último recurso, visto que nenhuma das crianças teve treinamento em mergulho e estão fora das condições físicas. No entanto, o governador diz que a melhora no tempo abriu uma janela de oportunidade que poderá se fechar caso as chuvas torrenciais retornem à região, dificultando a drenagem da água da caverna e limitando as chances de acesso às crianças. Osottanakorn afirmou também que os familiares das crianças foram alertados dos riscos da operação de resgate.

As doze crianças, com idades entre 11 e 16 anos, fazem parte de um time de futebol juvenil. Os jovens desapareceram no dia 23 de junho, quando estavam explorando uma caverna. Eles estavam acompanhados do técnico, de 25 anos. Todos ficaram presos no local após uma enchente inundar parcialmente a saída da caverna. O grupo foi localizado na última segunda-feira, 2.

AGÊNCIA ESTADO. ASSOCIATED PRESS, EFE, 
THE WASHINGTON POST, AFP

➤OPINIÃO

Guerra de foice

Eliane Cantanhêde

Acaba a Copa para nós e começa de fato a eleição, ainda cercada de interrogações, mas com o tempo correndo cada vez mais rápido. Até 15 de agosto, prazo final para o registro de candidaturas, as respostas mais importantes terão que ser dadas, queiram ou não os partidos. É quando ficará claro quem entra, quem sai, quem está com quem.

Cresce a pressão para que o ex-presidente Lula faça uma “Carta à Nação” a ser lida na convenção do PT, no dia 28, para sair de campo espetacularmente, lançar Fernando Haddad e articular a candidatura dele a partir da cela em Curitiba – enquanto ainda estiver na cela em Curitiba.

Essa carta, com a renúncia à candidatura, serviria, ou servirá, como sinal verde para o Supremo dar o passo seguinte: livrar Lula da prisão. Em resumo, Lula abdica de ser candidato em troca de conquistar a liberdade. Uma complexa negociação, com Dias Toffoli afirmando-se não só como o próximo presidente de fato do STF, mas como o mais audacioso entre os onze ministros. 

Fora da prisão e da chapa, Lula apresenta um candidato que mantém o PT e as esquerdas unidas, oferece enfim um nome ao Nordeste, que vota em quem seu mestre Lula mandar – e atrai dois tipos essenciais de eleitores: petistas decepcionados com o partido, mas sem alternativa, e também eleitores de outras siglas, igualmente desanimados com os nomes já colocados.

Do lado oposto, na raia da direita, Jair Bolsonaro repete Collor em 1989 e Trump agora nos EUA: a mídia e os analistas não conseguem acreditar que ele está consolidado para o segundo turno, mas ele vai vencendo resistências. Aplaudido na CNI? Sem entender de economia e sem ter administrado coisa nenhuma? Pois é. Collor, o marajá número um, venceu com o marketing de “caçador de marajás”. 

Bolsonaro desdenha de alianças e partidos e cobre preventivamente a falta de tempo na TV com as redes sociais, enquanto seus principais concorrentes fazem o oposto: desdenham a internet e mergulham em cafés, almoços, jantares e reuniões em busca de alianças que lhes deem minutos de TV, palanques e condições futuras de governabilidade.

No foco está o tucano Geraldo Alckmin, que, pelo currículo ou pelo partido (que vence ou disputa o segundo turno desde 1994), é, ou seria, o maior beneficiário de uma união ao centro. Mas o aliado e até afilhado João Doria lhe fez o imenso favor de criar, antes do início da eleição, a sensação de que ele “não tem chance”. A cada pesquisa, a cada nome alternativo, aumenta o medo dos aliados naturais do PSDB, a começar do DEM. Os partidos querem que Alckmin cresça nas pesquisas para se definir. Alckmin quer que eles se definam para poder crescer nas pesquisas.

O futuro de Ciro Gomes está atrelado ao PT, desde que ele cismou de se colocar como opção de esquerda, mas fez um movimento esquizofrênico: disputava o PT, enquanto soltava cobras e lagartos contra o partido e contra Lula. Agora, disputa o DEM, que pode ser tudo, menos de esquerda. “O que nós temos em comum com o Ciro? Nada!”, resume José Carlos Aleluia (DEM-BA).

Marina Silva é o voto confortável, de quem valoriza ética, biografia, simbologia, mas isso nunca será suficiente para levar uma candidatura ao segundo turno, muito menos para empurrá-la rampa acima. Mais uma vez, Marina parece candidata a válvula de escape para aqueles que não encontrarem uma opção entre os que são “para valer”.

É assim que a eleição mais pulverizada desde 1989 vai caminhando, trôpega, surpreendente e, de certa forma, amedrontadora. Mas, com o fim da Copa e a chegada, já, já, de agosto, tudo vai começar a afunilar. E a exigir que você, eleitor, eleitora, pare de resmungar e passe a fazer o mais difícil: analisar e decidir.

Portal Estadão/08/07/2018