segunda-feira, 25 de junho de 2018

➤COPA 2018

OITAVAS DE FINAL


Dois jogos já estão definidos, 
após o encerramento da 
3ª Rodada da Fase de Grupos

1º Grupo A 
URUGUAI
X
2º Grupo B 

PORTUGAL




1º Grupo B 

ESPANHA
X
2º Grupo A 

ALEMANHA

➤COPA DO MUNDO

JOGOS DE HOJE, 25/06
FASE DE GRUPOS
3ª RODADA

GRUPO A

11:00
Uruguay 3 X 0 Rússia
Arábia 2 X 1 Egito

GRUPO B

15:00
Irã 1 X 1 Portugal
Espanha 2 X 2 Marrocos

CLASSIFICAÇÃO




➤Ricardo Noblat

O que esperar das urnas de outubro

A insatisfação do brasileiro com os políticos e sua pouca disposição para votar ficaram demonstrados mais uma vez na eleição suplementar em segundo turno para governador realizada, ontem, no Estado do Tocantins.

Mais da metade dos eleitores aptos a votarem preferiu não fazê-lo. Ou votou em branco. Ou anulou o voto. No primeiro turno, em junho último, os dois candidatos mais votados tiveram, juntos, 302 mil votos. Abstiveram-se 305 mil eleitores.

No ano passado, em eleição suplementar em segundo turno para governador do Amazonas, quase metade dos eleitores – mais de um milhão – absteve-se. Ou votou em branco. Ou anulou o voto. Tem sido assim nas eleições de 2016 para cá.

Também ontem, 34% dos eleitores de Cabo Frio, no Rio de Janeiro, recusaram-se a escolher o novo prefeito da cidade. Em Rio das Ostras, também no Rio, a abstenção na eleição para prefeito foi de 21%. Votos nulos e brancos, 14%.

Há três meses, o Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe) ouviu 1.200 eleitores para avaliar seus sentimentos em relação às eleições de outubro próximo. 83% dos pesquisados disseram ter emoções negativas.

Que emoções negativas? Preocupação (33%), indignação ou raiva (27%), tristeza (12%) e medo (11%). Nada sugere que até outubro possa haver uma reversão em um quadro de tamanha descrença, desinteresse e falta de esperança no ato de votar.

Portal Revista VEJA

➤Eleições no Tocantins

Brancos e nulos superam votação em candidatos
Locais de votação ficaram vazios - Foto: Reprodução

A soma de votos brancos, nulos e abstenções novamente foi expressiva na eleição suplementar para o governo do Tocantins. Ao todo, 51,83% dos eleitores não escolheram nenhum dos candidatos no segundo turno, realizado neste domingo (24). Esse percentual representa 527.868 eleitores e superou a soma dos votos conquistados pelos dois candidatos (490.461).

No primeiro turno, quase metade dos eleitores não optou por nenhuma das candidaturas. A abstenção, somada de votos brancos e nulos, chegou a 43,54% dos votos no dia 3 de outubro. O número também é muito superior ao registrado na última eleição regular para governador, em 2014. Na época, os índices somados chegaram a 31,84% do eleitorado.

Segundo o Tribunal Regional Eleitoral (TRE), neste domingo, a abstenção chegou a 355.032 mil eleitores. Além disso, 17.209 votaram em branco e 155.627 preferiram anular o voto.

Apesar dos números, Mauro Carlesse (PHS) foi eleito no segundo turno com 75,14% votos válidos, 368.553. Vicentinho ficou em segundo com 24,86% dos votos válidos, 121.908. A apuração do TRE terminou por volta de 19h20 do domingo (24).

A eleição suplementar foi convocada após a cassação do ex-governador Marcelo Miranda (MDB) e da vice dele, Cláudia Lelis (PV). Os dois foram considerados culpados por captação ilegal de recursos para a campanha eleitoral de 2014 pelo Tribunal Superior Eleitoral.

Carlesse vai ficar no cargo até 31 de dezembro e pode concorrer à reeleição em outubro.

Portal G1

➤OPINIÃO

Um escândalo sem fim

Não cessa de render frutos, dos mais amargos, o escândalo da delação premiada do sr. Joesley Batista. E, a cada nova informação que surge, a cada notícia que alcança as manchetes, pior fica a imagem da Procuradoria-Geral da República nesse lamentável caso, que tanto mal causou ao País.

No mais recente desdobramento, a Polícia Federal (PF) indiciou o ex-procurador da República Marcelo Miller por corrupção passiva. Segundo a investigação, Miller, ainda na condição de procurador da República e lotado na equipe dedicada à Operação Lava Jato, assessorou o escritório de advocacia que trabalhou para os irmãos Joesley e Wesley Batista na negociação do acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral, em março de 2017. Miller só deixaria o cargo em abril – para trabalhar de vez no escritório de advocacia que prestava serviços para a JBS, a empresa dos irmãos Batista.

De acordo com o relatório da PF, Miller recebeu R$ 1,8 milhão em “vantagens indevidas” por parte do escritório de advocacia – que, segundo a investigação, tinha plena ciência do vínculo de Miller com a Procuradoria-Geral e pretendia explorar esse trunfo para favorecer seus clientes, os irmãos Batista. Por essa razão, conforme o relatório, duas advogadas desse escritório, que participaram das tratativas com Miller e com os donos da JBS, também foram indiciadas por corrupção passiva. Para reforçar esse vínculo triangular, a PF informa que a atuação de Miller ocorreu “comprovadamente” desde 6 de março de 2017, data da assinatura do contrato do tal escritório de advocacia com a JBS.

O mais espantoso da informação sobre o indiciamento de Marcelo Miller pela PF é que nada do que ali vai descrito, salvo os detalhes, chega a ser novidade. Desde setembro do ano passado o País sabe que o sr. Miller, que era um dos principais assessores do então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ajudou o sr. Joesley Batista a alcançar o melhor acordo de delação premiada da história – total imunidade e impunidade, mesmo tendo confessado mais de 200 delitos. Em troca, o empresário envolveu o presidente Michel Temer em um escândalo feito sob medida para que o sr. Janot passasse à posteridade como o herói da luta anticorrupção, acima de partidos e preferências políticas – afinal, ainda que não houvesse senão fiapos de suspeitas, era preciso demonstrar que, a começar pelo presidente da República, todos os políticos eram corruptos, e não apenas os petistas e seus associados, presos ou processados em decorrência dos comprovados casos do mensalão e do petrolão.

Essa fogueira de vaidades atirou o governo e o País em uma crise da qual ainda não se recuperou. Fiel a seu estilo, contudo, o sr. Janot nunca tratou desse caso com o devido empenho, preferindo, ao contrário, desmerecer as cobranças por correção e por uma investigação séria, atribuindo as críticas que recebeu a uma tentativa de “desacreditar a figura das pessoas encarregadas do combate à corrupção”. 

O sr. Marcelo Miller, por sua vez, disse que não prestou serviço aos irmãos Batista – apenas examinou por “cortesia” um dos anexos da delação e que só fez “ajustes linguísticos e gramaticais” no texto. A PF não deve ter tido muito trabalho para concluir que tal versão é falsa – além de ser um insulto à inteligência do distinto público.

Enquanto isso, a Procuradoria-Geral da República, cuja tarefa de defender a ordem jurídica demanda total transparência sobre seus métodos, não consegue concluir sua própria investigação sobre o caso. O sr. Janot chegou a pedir a prisão de Marcelo Miller, para mostrar algum empenho, no que não passou de um arroubo tardio. A sucessora de Janot, Raquel Dodge, avançou um pouco mais, ao pedir ao Supremo Tribunal Federal a revogação dos acordos de delação de Joesley Batista e ao ampliar a investigação. Mas, até agora, nada. Como essa investigação está sob sigilo – e, ao contrário do que acontece com a investigação de políticos em geral, as informações sobre esta não vazam –, o País segue sem saber se e quando os principais envolvidos nesse vergonhoso escândalo serão devidamente responsabilizados pelo que fizeram.

Publicado no portal do Jornal Estado de São Paulo em 25/06/2018