sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

➤BOA NOITE!


Zeca Pagodinho ( Jessé Gomes da Silva Filho) é um cantor brasileiro que, até hoje, gravou mais de 20 discos e é considerado um grande nome do gênero samba e pagode
Em 20011, a Rede Globo lançou a novela O Clone que, na sua trilha de músicas nacionais, apresentou Zeca Pagodinho cantando o samba Alto Lá


➤OPINIÃO

Decisão inevitável*


A intervenção federal na Segurança fluminense foi forçada pelo quadro criado a partir da crise financeira do estado, com a perda de comando sobre as polícias e o esvaziamento do poder do governador Luiz Fernando Pezão, também atingido por estilhaços da explosão do seu grupo político, envolvido em corrupção, parte dele encarcerado, a começar pelo chefe, Sérgio Cabral.

As ocorrências no carnaval foram o ápice neste processo, e era mesmo imperioso decretar a intervenção na área de segurança do estado, historicamente problemática, com infiltrações visíveis do crime organizado. O caso do batalhão da PM de São Gonçalo, vizinho a Niterói, associado a traficantes da área, é emblemático. PMs chegavam a trabalhar em bocas de fumo.

Neste sentido, portanto, a crise financeira veio apenas agravar o que já acontecia. O aprofundamento da degradação do aparelho de segurança ao menos dá a chance de, com esta intervenção, ser preparado o terreno para a regeneração do aparato policial.

O ministro da Defesa, Raul Jungmann, tivera conversas reservadas no âmbito estadual sobre uma "intervenção branca" na Secretaria de Segurança. Uma forma de o Executivo federal assumir a área, sem a necessidade de, como estabelece a Constituição, suspender-se a tramitação no Congresso da reforma da Previdência. Mas o governador Pezão precisaria pedir esta ajuda.

Não o fez e só agora aquiesceu, e a uma intervenção formal, diante do avanço do crime, com tiroteios constantes em comunidades e fora delas, fazendo vítimas inocentes, várias crianças entre elas.

A situação de descontrole observada nas ruas terminou deixando em segundo plano a questão da reforma previdenciária, embora ela possa ser votada, numa suspensão momentânea do decreto de intervenção apenas para isso, como mencionou o próprio presidente Temer no pronunciamento que fez na solenidade de assinatura do decreto.

O comandante militar do Leste, general Braga Netto, conduzirá a intervenção, a primeira realizada sob a Constituição de 88, com a vantagem de já ter atuado em ações articuladas no Rio, de curto prazo, destacando-se o trabalho de segurança na Olimpíada. Conduziu, também, uma operação semelhante no Espírito Santo. Com os poderes de interventor, o general Braga Netto terá oportunidade de remover gargalos que impedem uma efetiva coordenação entre as Forças Armadas e as polícias fluminenses. Em ações tópicas anteriores, houve até sabotagem na área de informações, para desacreditar as forças federais.

Não há uma solução instantânea para a crise de segurança no Rio, parte de um problema que é nacional. Portanto, a intervenção em si é apenas um meio para conter e reverter a debacle. Serão necessárias ações efetivas na cidade, no estado e nas fronteiras, numa intensidade ainda não vista. A intervenção irá até 31 de dezembro. Talvez seja pouco.

*Publicado no Portal O Globo em 16/02/2018

➤Intervenção decretada

Temer: ‘Desordem é a pior das guerras’

Foto: NBR/Reprodução
O presidente Michel Temer (MDB) assinou no início da tarde desta sexta-feira o decreto de intervenção federal na segurança pública do estado do Rio de Janeiro. Ao lado do governador fluminense, Luiz Fernando Pezão (MDB), e do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que também assinaram a ordem, Temer declarou que “a desordem é a pior das guerras”, que o crime organizado é uma “metástase que se espalha pelo país” e confirmou que a intervenção, que impede a votação da reforma da Previdência, será interrompida se houver “condições” para que as mudanças nas aposentadorias sejam votadas na Câmara.

“O crime organizado quase tomou conta do estado do Rio de Janeiro, é uma metástase que se espalha pelo país e ameaça a tranquilidade do nosso povo, por isso acabamos de decretar, nesse momento, a intervenção federal na área da segurança pública no Rio de Janeiro. Os senhores sabem que eu tomo essa medida extrema porque as circunstâncias assim exigem”, afirmou o presidente.

Michel Temer ressaltou que a decisão da intervenção foi “construída em diálogo” com Pezão e confirmou que o interventor nomeado que comandará as forças de segurança no Rio será o general Walter Souza Braga Neto, comandante do Comando Militar do Leste, sediado no Centro da capital fluminense.

“A intervenção, registro a todos, foi construída em dialogo com o governador Luiz Fernando Pezão e eu comunico que nomei o interventor, o comandante militar do leste, general Walter Souza Braga Neto, que terá poderes para restaurar a tranquilidade do povo. As policias e as forças armadas estarão nas ruas nas avenidas, nas comunidades e, unidas, combaterão, enfrentarão e vencerão naturalmente aqueles que sequestram do povo as nossas cidades”

Com VEJA/Conteúdo

➤Buscando apoio

Alckmin tem novo amigo pra chamar de seu*

Lillian Witte Fibe

A partir de hoje, atende pelo nome de Luciano Huck o melhor amigo do presidenciável tucano Geraldo Alckmin

Graças aos movimentos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Huck mostrou, nos últimos meses, ter um enorme potencial de carregador de votos.

Representa o novo na política e já é pra lá de conhecido por causa da TV Globo.

Além do mais, aprendeu a se comunicar muito bem – outra qualidade preciosa em qualquer campanha, mais ainda na de Alckmin.

Era a principal ameaça às pretensões do governador de São Paulo.
Desistiu – por ora – e já está sendo cortejado por todos entre todos presidenciáveis que se consideram representantes do centro e da direita, o que exclui, claro, os dois extremos: Jair Bolsonaro, de um lado, e os tentáculos do PT, de outro.

Lançado no noticiário pelo representante de honra do PSDB, as chances maiores, hoje, são de que Huck apoie o candidato do partido.
E Alckmin, que até ontem o alfinetava, inclusive ao reiterar “não sou um showman”, hoje deve estar mandando uma floricultura inteira pra casa da Angélica.

Ou sonhando com um chá entre ela e dona Lu.

Em tempo: o apresentador vai continuar na Globo, mas alguém tem dúvida de que, daqui a 4 anos, ele volte a ocupar as manchetes políticas?
Publicado no Portal Veja em 16/02/2018

➤DESTAQUES

Justiça nega habeas corpus para proprietária de clínica interditada
O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul negou, nessa quinta-feira, o pedido de habeas corpus da proprietária de clínica de Novo Hamburgo investigada por suposta fraude em aplicação de vacinas. Com a decisão, a farmacêutica seguirá detida no Presídio Feminino Madre Pelletier, em Porto Alegre, por tempo indeterminado.
A decisão é do desembargador Aristides Pedroso de Albuquerque Neto, da 4ª Câmara Criminal do TJRS. De acordo com ele, o decreto prisional aponta fatos concretos que indicam a necessidade da prisão da dona da clínica.
A farmacêutica foi presa nessa quarta, após ação da Polícia Civil e da Vigilância Sanitária de Novo Hamburgo. Durante a operação, agentes policiais constataram a fraude na aplicação de vacinas e prenderam, em flagrante, a proprietária.
No mesmo dia, o juiz Marcos Braga Salgado Martins, da 2ª Vara Criminal do Foro de Novo Hamburgo, decretou a prisão preventiva – por tempo indeterminado - da investigada.
"As condutas imputadas à investigada revestem-se de extrema gravidade, pois as vítimas podem estar expostas a fatores de risco das doenças que supostamente estariam imunizadas, inclusive de moléstias que podem levar à morte. Ademais, há risco de que tenham sido contaminadas por outras doenças pelo compartilhamento de agulhas. Frisa-se que a acusação não conseguiu precisar o número exato de vítimas, porém indicou que, pelo menos, dezenas de pessoas foram vitimadas, inclusive crianças”, escreveu Martins na decisão.

Intervenção inviabiliza votação da Previdência até dia 28
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta sexta-feira, 16, que com a votação do decreto da intervenção no Rio será difícil votar a reforma da Previdência nas próximas semanas. Segundo ele, como a intervenção restringe a possibilidade de atuação do Legislativo, a votação das mudanças das regras de aposentadoria terá que ser adiada. "Se votar o decreto da intervenção dia 21, vai ser difícil votar a Previdência até o dia 28. Não dá para num dia votar o decreto, e no outro dia suspender", afirmou.
Maia disse, no entanto, que vai continuar o debate sobre a reforma da Previdência, e que a reunião com os governadores na próxima segunda-feira, 19, está mantida. "Nós vamos continuar trabalhando nossa agenda de despesas do Estado brasileiro independente das condições de votação", afirmou. Segundo ele, o decreto impede a votação e não a discussão de pauta que gere convergência entre Estados e União sobre redução de despesas.
Maia voltou a admitir que hoje a base aliada do governo não tem os 308 votos necessários para aprovar as mudanças nas regras previdenciárias, mas disse que vai continuar trabalhando para alcançar os votos. "Quando tiver os votos, vamos avaliar o que fazer. Eu espero que esse momento chegue e chegue rápido", afirmou.

Roberto Sá é afastado da função de secretário de segurança do Rio
O secretário de Segurança do Rio, Roberto Sá, será afastado das funções. A decisão foi tomada em uma reunião no Palácio Laranjeiras, que acabou por volta de 9h30 desta sexta-feira (16).
Sá, no entanto, não será exonerado. Com a intervenção federal, o General Walter Souza Braga Neto, do Comando Militar do Leste, assume as funções de chefia.
O governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) deve fazer o anúncio em uma entrevista coletiva que será dada em Brasília após a assinatura da intervenção. Ainda não há informação se coróneis da PM também serão afastados.
O afastamento ocorre pouco depois do anúncio da decisão do presidente Michel Temer (PMDB) de decretar intervenção na segurança pública no Estado do Rio.
Com essa medida, as Forças Armadas assumem a responsabilidade do comando das Polícias Civil e Militar no estado do Rio. A decisão ainda terá que passar pelo Congresso Nacional.

Propina financiava IPVA e conta de luz de Gleisi, diz delator
Em depoimento inédito colhido pela Procuradoria-Geral da República, o advogado Marcelo Maran detalhou como dinheiro desviado dos cofres públicos financiou, além das campanhas eleitorais de Gleisi Hoffmann, o conforto da senadora e de sua família.
Segundo Maran, despesas comezinhas da atual presidente do PT e do marido, o ex-ministro Paulo Bernardo, eram bancadas por uma conta-propina abastecida, na ponta, pelo dinheiro do contribuinte. Os gastos incluíam gasolina, taxas de IPVA, conta de luz, condomínio, conserto de liquidificador, brinquedos para seus filhos e pequenos luxos, como motorista particular – informações que ela nega.

Peru retira convite a Maduro para a Cúpula das Américas
O governo do Peru retirou o convite enviado ao presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, para que compareça à 8ª Cúpula das Américas, que será realizada em Lima, nos dias 13 e 14 de abril, segundo a carta que formalizou essa decisão, divulgada na quinta-feira pela imprensa local.
A carta foi assinada pela ministra das Relações Exteriores peruana, Cayetana Aljovín, e enviada na última terça-feira ao ministro do Poder Popular para Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza, segundo a cópia do documento.
Cayetana informou a Arreaza que por ordem do presidente peruano Pedro Pablo Kuczynski, foi decidida a retirada do convite ao governo de Maduro "de acordo com as disposições da Declaração de Quebec adotada na III Cúpula das Américas em 2001".
"Que a letra diz: qualquer alteração ou ruptura inconstitucional de ordem democrática em um Estado do Hemisfério constitui um obstáculo insuperável para a participação do Governo do dito Estado no processo da Cúpula das Américas", argumenta a carta.
A ministra anunciou na última terça, durante uma reunião do Grupo de Lima, que a presença de Maduro na Cúpula "não será bem-vinda" pelo Peru, uma declaração que foi apoiada pelos países presentes na reunião.

➤Segurança no Rio - 2

Intervenção durará até o fim do ano*

Miriam Leitão

O senador Eunício Oliveira terá 24 horas para convocar sessão conjunta do Congresso para em dez dias aprovar a intervenção na área de segurança do Rio, mas ela terá validade imediatamente. O decreto deve ser publicado até o meio dia de hoje. A área de segurança do Rio ficará sob intervenção até dezembro de 2018.

Com o decreto, haverá uma espécie de governador para a área de segurança do Rio. O general Braga Neto, carioca, chefe do Comando Militar do Leste, vai assumir a área e passará a ter poderes de comando sobre toda o setor de segurança, inclusive Bombeiros, sistema prisional e Secretaria de Segurança.

A decisão de decretar a intervenção no Rio foi tomada depois de uma série de reuniões com o governador Pezão, com os comandantes militares. Inicialmente os comandantes relutaram, mas entenderam como missão.

Quando for o momento de votar a reforma da Previdência, a intervenção será suspensa por 24 horas. Votando-se, o resultado que for, ela voltará a ter seus efeitos. Pela Constituição quando há uma intervenção não pode haver votação de emendas constitucionais. O problema será resolvido desta forma.

Essa medida é inteiramente nova e está baseada no artigo 34 da Constituição. Chegou a ser pensada também uma intervenção na área de Finanças e Planejamento, mas depois foi descartado.

Nas discussões, também foram ouvidos os ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, e o Planejamento, Dyogo Oliveira.

*Publicado no Portal O Globo em 16/02/2018

➤Segurança no Rio

Governo federal decreta intervenção

 O presidente Michel Temer decidiu no início da madrugada desta sexta-feira decretar intervenção na segurança pública do Rio de Janeiro. O Exército passará a ter responsabilidade sobre as polícias, os bombeiros e a área de inteligência do Estado, inclusive com poder de prisão de seus membros. O interventor será o general Walter Braga Neto.

Na prática, o oficial vai substituir o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (MDB), na área de segurança. A decisão do governo federal contou com o aval de Pezão.

Pela Constituição, cabe ao presidente do Congresso, Eunício Oliveira (MDB-CE), convocar sessão para que as duas Casas Legislativas aprovem ou rejeitem a intervenção em dez dias. O decreto, que será publicado ainda nesta sexta-feira, tem validade imediata.

General Walter Braga Neto
Enquanto a intervenção vigorar, não pode haver alteração na Constituição. Ou seja, nenhuma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) pode ser aprovada. É o caso da reforma da Previdência, que começa a ser discutida na segunda-feira pela Câmara. Discute-se a ideia de que a intervenção tenha os efeitos suspensos por um dia para que a votação ocorra.

A decisão pela intervenção foi tomada em uma reunião tensa no Palácio da Alvorada, com a presença de ministros e parlamentares. No mesmo encontro, Temer bateu o martelo sobre a decisão de criar o Ministério da Segurança Pública. A proposta partiu do presidente do Senado. Não se trata de uma ideia nova, mas ela foi desengavetada agora pelo Palácio do Planalto na tentativa de emplacar uma agenda popular, a sete meses e meio das eleições.

Pesquisas encomendadas pelo Planalto mostram que a segurança é uma das principais preocupações da população, ao lado da saúde. Na avaliação de auxiliares de Temer, as iniciativas de decretar a intervenção na segurança pública do Rio e de criar um ministério para cuidar da área passam a imagem de que o governo federal não está inerte e age para enfrentar o problema, embora a competência no setor seja dos estados.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), precisou ser convencido da decisão pela intervenção. O deputado se queixou de que não foi convidado a participar de reuniões sobre a crise na segurança desde o início da crise e demonstrou irritação com o ministro da Justiça, Torquato Jardim.

Inicialmente contra a intervenção no Rio, o deputado foi avisado de que seria responsabilizado publicamente pela crise na segurança do Estado, e acabou cedendo. Durante o encontro, a situação vivida no Rio foi comparada a uma “guerra civil”.

A intervenção é prevista no artigo 34 da Constituição, segundo o qual “a União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para manter a integridade nacional”. O artigo 60, parágrafo primeiro, diz que “a Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio”.

Com Agência Estado/Veja/Globo