quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

➤Nicolás Maduro:

“Falta de pernil no Natal é sabotagem”


O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, acusou nesta quarta-feira Portugal de sabotar a importação de pernis de porco, em meio aos protestos pela falta de um dos principais pratos da ceia dos venezuelanos no Natal e no Ano Novo.

— O que aconteceu com o pernil? Nos sabotaram. Posso dizer isso de um país: Portugal — disse Maduro, em um ato transmitido pela rede de televisão estatal VTV.
Segundo o presidente, seu governo comprou “todo o pernil que havia na Venezuela” e ordenou a importação de mais peças. "

— Mas perseguiram nossas contas bancárias, perseguiram os dois barcos gigantes que vinham.

Pequenos protestos foram registrados nos últimos dias em Caracas e em outras cidades venezuelanas pela ausência da carne de porco prometida pelo governo de Maduro para as festas natalinas, por meio de um sistema de venda de comida a preços subsidiados em zonas populares.

Maduro também voltou a criticar o presidente argentino, Mauricio Macri, a quem chamou de rato. Segundo ele, no entanto, se algum dirigente da oposição venezuelana chegasse à Presidência, “faria pior que Macri na Argentina”.

— Macri é o padrinho da direita fascista venezuelana. É um rato, desprecia o povo e subiu a idade para aposentadoria para os 70 anos na Argentina — afirmou, dizendo que a oposição faria o mesmo caso fosse eleita.
Agência Globo

➤Ditadura de Nicolás Maduro

Venezuela fechou quase 70 veículos de imprensa em 2017


Apenas este ano, 69 emissoras de rádio e TV foram retiradas do ar e jornais fecharam as portas sem papel na Venezuela. A crise que atinge os meios de comunicação ainda se dá em meio a uma escalada de agressões contra jornalistas, de acordo com um balanço anual publicado ontem pelo Sindicato Nacional de Trabalhadores da Imprensa (SNTP, em espanhol), principal sindicato do setor do país. A lista inclui 46 rádios, três emissoras de televisão e 20 jornais. O SNTP também registrou 498 agressões e 66 detenções contra jornalistas este ano, e atribuiu ao governo a “intenção de silenciar, a qualquer preço, o descontentamento pela cada vez mais crítica situação econômica e social” no país, com hiperinflação e escassez aguda de alimentos e remédios.

Em relação às agressões, segundo o relatório, a cifra aumentou 26,5% em relação a 2016, quando foram contabilizados 360 ataques. A maioria das 273 agressões ocorreu durante os protestos contra o presidente Nicolás Maduro, que deixaram 125 mortos entre abril e julho. De acordo com o sindicato, 70% são atribuídas a militares e policiais. O documento ainda cita 498 atos que constituem “violações à liberdade de expressão que levaram a níveis insuspeitos do cerco à imprensa independente”: “Utilizando o braço e as armas da Guarda Nacional (militarizada) e as polícias regionais e municipais, a burocracia oficial tentou tornar o conflito invisível”, acrescentou o documento.


Apenas este ano, cerca de 20 jornais se viram obrigados a suspender suas tiragens permanente ou temporariamente, e de acordo com o SNTP todos os jornais que restam tiveram que limitar sua paginação e circulação.
Agência Globo
Fotos: AFP/Reprodução

➤Organização criminosa

Ônibus intermunicipais para transportar drogas


A Polícia Civil realiza na manhã desta quinta-feira (28) uma operação contra uma organização criminosa suspeita de traficar drogas em Santo Ângelo e cidades da Região das Missões. Nove pessoas foram presas.

A operação, que recebeu o nome de Tersus, é fruto de uma investigação iniciada em maio deste ano e foi dividida em fases - três até o momento. Conforme a polícia, a droga era transportada com ajuda de mulas (pessoas cooptadas pelos traficantes) dentro de ônibus intermunicipais.

Os policiais cumprem 35 ordens de judiciais, sendo 10 de prisão e 25 de busca e apreensão, nas cidades de Santo Ângelo, São Miguel das Missões, Cerro Largo e Ijuí.


Em meio à investigação, foram identificados diversos grupos criminosos responsáveis também pelos crimes de roubo a propriedades rurais, lojas e residências. Os alvos da operação desta quinta mantinham contato com facções criminosas gaúchas e de fora do estado.

Os policiais acompanharam, por exemplo, no mês de agosto, a negociação e remessa de 34 kg de maconha que foi interceptada pela polícia em Santana do Livramento, na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul.

Na ação desta quinta, a polícia realizou prisões e cumpriu ordens de busca e apreensão no Presídio Regional de Santo Ângelo e no Instituto Penal de Santo Ângelo, onde líderes da organização estão presos, mas seguiam no comando das ações criminosas. Familiares dos presos também estão entre os alvos da operação.


Até a operação desta quinta, 29 pessoas foram presas desde o início das investigações. O delegado responsável pelo inquérito, Heleno Dos Santos, acredita que dentro de 60 dias, 17 pessoas devem ser indiciadas pelos crimes de tráfico de drogas e organização criminosas.

Ainda conforme a polícia, novas ações devem ser deflagradas nos primeiros meses de 2018.
Agência Globo
Fotos: RBS/Reprodução


➤OPINIÃO

O pitbull*

Deveria ser consensual entre os brasileiros preocupados em viver em um país mais justo e equilibrado financeiramente, malgrado as eventuais divergências de natureza político-ideológica, a urgência da aprovação da PEC 287/2016, que altera as regras para a concessão de pensões e aposentadorias. Ainda que uma ou outra medida contida na proposta em tramitação na Câmara dos Deputados possa ser questionada ou aprimorada, o debate quanto à premência de sua aprovação já deveria estar superado no seio da sociedade.

Ao contrário do que apregoa uma campanha de falsidades em andamento para desqualificar a PEC 287/2016, que funciona como mero subterfúgio para a manutenção de privilégios que a reforma visa a acabar, o sistema previdenciário não só é deficitário, como, sozinho, compromete 57% das despesas da União, de acordo com dados do Ministério do Planejamento. Poucas anomalias aviltam de tal forma o interesse público e limitam as possibilidades futuras da Nação.

Entretanto, a gravidade do desequilíbrio fiscal imposto por um sistema previdenciário desigual e anacrônico não autoriza o vale-tudo em troca de sua justa reformulação. Assim pode ser entendida a truculência do ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, que admitiu que o governo do presidente Michel Temer está condicionando a liberação de recursos de bancos públicos aos Estados à pressão dos governadores sobre suas bancadas na Câmara dos Deputados a fim de que votem a favor da PEC 287/2016.

“Realmente, o governo espera daqueles governadores que têm recursos a serem liberados, como de resto todos os agentes públicos, reciprocidade no que tange à questão da (reforma da) Previdência”, disse o ministro.

O ministro Carlos Marun, conhecido em Brasília como “pitbull” por seu estilo de fazer política, negou se tratar de uma “chantagem” com os governadores, argumentando que as liberações de financiamentos da Caixa Econômica Federal, do Banco do Brasil e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) são meras “ações de governo”. Não são.

As liberações de financiamentos de projetos com recursos dos bancos públicos devem ser pautadas por critérios que levem em máxima conta o interesse nacional e a estrita observância à lei e às normas técnicas que autorizam as suas concessões. As “ações de governo” devem ser dirigidas no sentido de garantir o respeito a esses critérios. 

É justamente pelo longo histórico de uso político dos bancos públicos que muitas destas instituições financeiras se encontram em situação preocupante. Embora se trate de uma prática há muito conhecida no meio político, não deixa de causar estupor ser classificada como uma singela “ação de governo” pelo ministro Carlos Marun em prol da reforma da Previdência, quando, na verdade, o próprio presidente Michel Temer, corretamente, tem sido enfático ao dizer que a aprovação da PEC 287/2016 não é uma agenda específica de seu governo e, sim, uma imprescindível política de Estado.

A reforma da Previdência tem sido tema de amplo e alongado debate na sociedade. A sua aprovação pelo Congresso Nacional deve ser resultado de uma campanha responsável que esclareça a população quanto à sua importância para o reequilíbrio das contas públicas e, assim, permitir que a União possa destinar recursos a áreas essenciais como saúde, segurança pública e educação.

O comportamento destemperado de Carlos Marun contraria o necessário consenso em torno de um projeto que beneficia a coletividade e que, portanto, deve ser fruto de uma concertação política, não de ameaças – e muito menos de chantagens. Fiquem esses recursos espúrios à conta das organizações que divulgam campanhas mentirosas contra a reforma. 

Se o governo não quer que a agressividade de Carlos Marun produza efeitos contrários ao esperado, é o caso de exigir que o “pitbull” se comporte civilizadamente.

Em carta pública dirigida ao presidente Michel Temer, os governadores do Nordeste já admitem processar o ministro da Secretaria de Governo por suas ações. É com atitudes como a de Marun que os inimigos da reforma prosperam.

*Publicado no Portal estadão em 28/12/2017

➤DESTAQUES


Deputada Maria do Rosário tem o carro roubado
A deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) teve o carro roubado no bairro Chácara das Pedras, na zona norte de Porto Alegre, no início da noite desta quarta-feira (27). 
De acordo com o comunicado feito pela parlamentar à Brigada Militar (BM), ela e o marido, Eliezer Pacheco, estavam em frente à casa deles, carregando com bagagem o seu Citroen C3  para uma viagem. Por volta das 19h, três ladrões chegaram em um veículo vermelho, cujo modelo não foi identificado, e anunciaram o assalto.  Pelo menos um dos assaltantes estava armado. 
O veículo da deputada foi levado com pertences pessoais. Segundo informações preliminares, os ladrões fugiram em direção à Avenida Saturnino de Brito, na Vila Jardim. A BM realizou, na noite de quarta-feira, buscas na região para tentar localizá-lo, mas não obteve sucesso até as 23h15min.   Maria do Rosário e o marido não sofreram ferimentos.



Raquel Dodge vai ao STF para anular indulto de Natal 
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, ingressou nesta quarta-feira (27), no Supremo Tribunal Federal (STF), com uma ação direta de inconstitucionalidade contra o indulto de Natal concedido pelo presidente Michel Temer na sexta-feira (22) . 
Ela pede que a corte suspenda, por liminar, o decreto do Planalto porque entende que a medida fere a Constituição "ao prever a possibilidade de  exonerar o acusado de penas patrimoniais e não apenas das relativas à prisão, além de permitir a paralisação de processos e recursos em andamento". Como o Judiciário está em recesso, o pedido da Procuradoria deverá ser analisado pela presidente do Supremo, ministra Cármen Lúcia. 
Ao assinar o decreto, Temer ignorou a solicitação da força-tarefa da Operação Lava-Jato e a recomendação das câmaras criminais do Ministério Público Federal. Os procuradores pediam, entre outros pontos, que os condenados por crimes de corrupção não fossem beneficiados pelo indulto. O decreto publicado no Diário Oficial também reduz o tempo necessário de cumprimento de pena para obter o perdão.

Bretas se diz sob ameaça e admite deixar o Rio
O juiz da 7.ª Vara Federal Criminal do Rio, Marcelo Bretas, responsável pelos julgamentos da Lava Jato no Estado, visitou o Papa Francisco nesta quarta-feira, 27, no Vaticano, e, em entrevista à TV Globo, disse que os riscos de seu trabalho podem levá-lo a deixar o Rio.
Ele já recebeu ameaças de morte, investigadas pela Polícia Federal. “É triste, mas a liberdade de um juiz, de um agente público que está nessa situação é muito reduzida, para não dizer eliminada”, afirmou.
O juiz, que agradeceu ao papa por posicionamentos anticorrupção, acredita que a Lava Jato “sempre esteve e sempre estará” sob a ameaça de políticos. “Não podemos ser ingênuos, acreditando que no meio de uma investigação que envolve algumas pessoas que têm autoridade, alguns agentes políticos, não vai haver algum tipo de resistência.”

Montadoras fecham o ano com aumento de mais de 9% nas vendas
Após quatro anos de queda, a indústria automobilística brasileira vai encerrar o ano com crescimento de mais de 9% nas vendas, uma alta acima das projeções feitas pelas montadoras. Segundo analistas, a recuperação do mercado de carros novos começou no segundo semestre, pautada pela melhora da economia – ou seja, sem artificialismos como corte de impostos e crédito facilitado, medidas adotadas no período pré-crise.
Até o dia 26 deste mês foram vendidos 178.900 automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, segundo dados do mercado. Se a média de vendas diárias for mantida até esta sexta-feira (29) dezembro fechará com cerca de 210.000 unidades vendidas. No ano, a soma já está em 2,206 milhões de unidades e deve ficar próxima a 2,240 milhões, ante 2,050 milhões em 2016.
“Essa retomada veio para ficar, pois tem como base a melhora da renda do consumidor, do emprego e do crédito, e não de artificialismos do governo”, diz João Morais, economista da Tendências Consultoria. Ele projeta nova alta de 15% em 2018, movimento que será seguido pelo setor de consumo em geral em diferentes proporções.

Liverpool contrata defensor mais caro da história
Liverpool colocou fim aos rumores e oficializou nesta quarta-feira a contratação do zagueiro holandês Virgil Van Dijk, que estava no Southampton. O clube não revelou os valores da transação, mas segundo publicações britânicas como a BBC e o The Telegraph, o Liverpool pagou 75 milhões de libras (cerca de 331 milhões de reis) pelo jogador de 26 anos.
A quantia faz de Van Dijk o defensor mais caro de todos os tempos, superando os 52 milhões de libras pagos pelo Manchester City para tirar Benjamin Mendy do Monaco. Van Dijk foi revelado pelo Groningen, passou pelo Celtic e estava no Southampton desde 2015, ano em que também estreou pela seleção holandesa. Ele vestirá a camisa 4 do Liverpool a partir de janeiro.