O drama de um gênio brasileiro
Só com muita teimosia um artista consegue preservar sua
intimidade, principalmente nestes tempos de vidas escancaradas pela internet.
Teimoso como ele só, João Gilberto livrou-se
da exposição tecendo, ao longo de décadas, um casulo inviolável em torno de sua
pessoa: o recluso mestre da bossa nova não dá entrevistas, não sai de casa, não
vê e não conversa com quase ninguém.
Aos 86 anos, o músico celebrado no mundo inteiro mistura
momentos de lucidez com outros de confusão mental, torrou tudo o que tinha e
vive à míngua, soterrado em dívidas. No round mais recente, a filha do meio, a
cantora Bebel, 51 anos, conseguiu junto à Justiça do Rio de Janeiro interditar
o pai e obter a tutela provisória de seus contratos e movimentações
financeiras. Só que até hoje a notificação da interdição não foi entregue
porque João Gilberto não abre a porta.
Lembrança - Quando conheci João Gilberto, ele dava canja
nas apresentações do conjunto de Norberto Baldauf. Na minha juventude,
acompanhei algumas apresentações do Baldauf e do gênio brasileiro. Tenho
guardado entre meus bens preciosos, o primeiro LP dele.
Lula será interrogado em fevereiro em processo da Zelotes
O juiz federal Vallisney de
Souza Oliveira marcou a data do interrogatório do
ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva no processo aberto contra ele e outras três
pessoas a partir da Operação
Zelotes. Lula será ouvido na Justiça Federal do Distrito Federal no
dia 20 de fevereiro de 2018, às 10h.
Nesta ação, o petista é réu pelos crimes de tráfico de
influência, lavagem de dinheiro e organização criminosa nas negociações que
levaram à compra de 36 caças Gripen pelo governo brasileiro, por 5,4
bilhões de dólares, em 2014, e à prorrogação de incentivos fiscais destinados a
montadoras de veículos por meio da Medida Provisória 627.
Além de Lula, serão interrogados o filho do
petista, Luís Cláudio Lula da Silva, e o casal de lobistas Mauro Marcondes
e Cristina Mautoni, os três também réus. Segundo a denúncia do Ministério
Público Federal (MPF),
a atuação do petista teria rendido a Luís Cláudio 2,5 milhões de reais, pagos
pelo escritório Marcondes & Mautoni.
Cabral pede desculpa à população ao alegar uso de caixa 2
O ex-governador Sérgio Cabral (PMDB)
voltou a falar que fez uso de caixa dois para
campanha e de sobras para suas despesas pessoais e pediu desculpas ao povo do
Rio, em um novo depoimento ao juiz Marcelo Bretas nesta
quinta-feira.
- Esses recursos aí (retratados na denúncia) foram pegos
na Carioca Engenharia para caixa dois. Peço desculpas à população de ter feito
uso de caixa 2 e de ter feito uso da sobra dele — afirmou.
Bretas perguntou a Cabral se ele teria como provar os
gastos com caixa dois, e o ex-governador respondeu:
- Excelência, isso implicaria em citar companheiros meus
de todas as lutas politicas que realizamos ao longo dessa jornada...
Cabral também chamou o amigo de mais de 40 anos e agora
delator da Lava-Jato, Carlos Miranda, de traidor e mentiroso. Miranda reconheceu
ser o operador do esquema, controlando o recebimento de recursos e gastos, e
teve o acordo de colaboração homologado pelo ministro Dias Toffoli, do Supremo
Tribunal Federal (STF).
Segundo Cabral, Miranda ficou magoado por não ter sido
chamado para ter cargo em seu governo, recebendo a função de seu
"amarra-cachorro", pagando contas e outras despesas. A procurador
Fabiana Schneider perguntou se Miranda era pago. Cabral afirmou que o salário
era de R$ 70 mil, R$ 75 mil por mês e que, no final do ano, dava algum dinheiro
que sobrava ao delator.
Luislinda sai do PSDB, mas não do governo
A ministra dos Direitos Humanos, Luislinda Valois, se desfiliou,
na manhã desta quinta-feira, do PSDB.
Com isso, ela ficará no governo. Segundo assessores do Palácio do Planalto, a
ministra só sai se quiser.
— Ela fica. Se pedir para sair é por conta dela — disse
um aliado do presidente Michel Temer.
A permanência de Luislinda no cargo vinha causando constrangimento para o PSDB e para Temer,
que chegou a ser cobrado pelos tucanos a demiti-la do cargo, diante da
insistência da ministra em ficar na pasta. Ela já havia informado a dirigentes
tucanos que estava disposta a se desligar para permanecer no cargo.
Luislinda causou polêmica por, além de pedir para furar o
teto salarial se dizendo vítima de "trabalho escravo", querer receber mais de R$ 300 mil em supersalários retroativos.
Primeiro, ela encaminhou ao governo um pedido para
acumular o seu salário de ministra com o de desembargadora aposentada, o que
lhe garantiria um rendimento bruto de R$ 61,4 mil. Ele reclamou que, por causa
do teto constitucional, só pode ficar com R$ 33,7 mil, equivalente ao salário
de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). No documento, a ministra
afirmou que “sem sombra de dúvidas” essa situação se assemelha ao trabalho
escravo.A ministra também solicitou acúmulo de remunerações retroativamente,
desde julho de 2016, quando tornou-se secretária de Igualdade Racial, até
fevereiro deste ano, quando passou a ser ministra.
Corte dos EUA condena sobrinhos da mulher de Maduro por
narcotráfico
A Justiça dos EUA condenou nesta quinta-feira (14) dois
sobrinhos da primeira-dama da Venezuela, Cilia Flores, a 18 anos de prisão por
tráfico de drogas por negociarem o envio de uma carga de cocaína ao território
americano. Efraín Campo, 31, e Francisco Flores, 33, foram presos pela
DEA (Agência Antidrogas americana) em 2015 enquanto, segundo o órgão, acertavam
no Haiti o transporte de avião de 800 kg da droga da Venezuela a Honduras.
A partir do país centro-africano, o carregamento seguiria
por terra até os EUA. A Promotoria havia pedido 30 anos de prisão e chegaram a
cogitar a prisão perpétua. Os condenados não têm mais direito a recurso contra
a sentença.
O veredicto final foi adiado três vezes pela defesa, que
tentou pedir clemência aos dois com cartas de familiares. Na decisão, o juiz
Paul Crotty, responsável pelo caso, disse que os dois "não foram dos
traficantes mais espertos".
"Isso era mais complexo do que eles podiam
fazer", disse o magistrado, que os acusou de tentar usar sua proximidade
do mandatário venezuelano, Nicolás Maduro, e da cúpula do chavismo para fazer
seus negócios ilícitos.