quinta-feira, 23 de novembro de 2017

➤ANÁLISE

Apresentador vira o ‘novo’ com Doria fora*

Luciano Huck está no jogo e a sociedade continua 
em busca de um nome de centro

Eliane Cantanhêde

As duas principais conclusões do salto da aprovação a Luciano Huck são, primeiro, que ele está no jogo e, segundo, que a sociedade continua em busca de um nome de centro que signifique o “novo”, uma alternativa aos políticos tradicionais. Saiu João Doria, entrou Huck no foco político e eleitoral.

Em política não há vácuo. Doria vai deixando o campo, mas a torcida insiste em alguém com as mesmas características e expectativas. Huck está no aquecimento. Apesar de reclamar das pressões e do frio na barriga, tem deixado claro que “tem responsabilidade com o País”.

Quanto mais a aprovação de Doria cai, mais a de Huck sobe. Em julho, com sua pré-campanha a todo vapor, o índice de aprovação de Doria (38%) quase empatou com o de desaprovação (45%). A distância disparou: a aprovação despencou para 19% e a desaprovação subiu para 63%, aproximando-se dos índices dos políticos tradicionais do quais ele pretendia se descolar.

Os que demonstravam simpatia por Doria foram transferindo o sentimento para Huck, que tem enorme exposição pública e deu sinais de estar no páreo: conversa com líderes políticos e privados e participa de movimentos que chama “do bem”, como o Agora! e o Renova-BR, para estimular a renovação política.

Doria e Huck servem como teste para as chances do governador Geraldo Alckmin, que venceu o embate com o prefeito e se prepara para enfrentar uma celebridade com todas as vantagens, mas também com todas as desvantagens, das celebridades. Se vencer mais essa, Alckmin herdará a aprovação a Huck. Se perder, vai ter um duro adversário nas forças de centro.

*Publicado no Portal Estadão em 23/11/2017

➤COMENTANDO

Nas rádios, nos jornais, na internet...

O Rio de Janeiro é uma vergonha
Quem escuta, lê ou vê o noticiário, fica horrorizado com o que está acontecendo no Rio de Janeiro, nossa Cidade Maravilhosa. Nada mais, nada menos do que três ex-governadores estão presos em celas vizinhas. Mas não é só. Os três últimos presidentes da Assembleia Legislativa carioca, também ocupam celas no presídio de Benfica.
Mas não é uma vergonha, uma coisa nunca vista?
E todos, absolutamente todos, por corrupção, lavagem de dinheiro, comprometimento com desvio de verbas, favorecimento de empresas em proveito próprio.
Podemos dizer que, juntos, os seis roubaram um Estado inteiro. Conseguiram levar o Rio de Janeiro à falência. Roubaram tanto, que se tivessem um pingo de vergonha na cara, admitiriam que exageraram, roubaram demais que merecem estar na cadeia.
Claro que jamais admitirão, que se julgam inocentes, que são perseguidos políticos, como todo o político ladrão afirma que é.
E a força militar está atuando nas favelas do Rio. Não seria o caso de colocar, pelo menos um pelotão, na sede do governo e na Alerj?

Brasil mal educado
Acabo de ler que 90% das cidades brasileiras descumprem meta de crianças nas creches. Pois é a partir de uma in formação assim que se pode analisar o grau de  desinteresse de governantes com o ensino de nossas crianças e jovens.
Pode ser que muitos pensem que creche é para criancinhas que ainda não entendem aquilo que deverão, ou deveriam, aprender a partir do primeiro ano. Estão enganados. É nas creches, nos jardins de infância, que a estrutura educacional, o futuro e a preparação para a vida começam.
Se 90% de nossas cidades, leia-se prefeito, secretário de educação e encarregados, não tem qualquer preocupação com as creches, imaginem só o que será das crianças que não são atendidas convenientemente quando mais precisam. E os pais, que precisam trabalhar, jamais terão a tranquilidade em suas atividades, pois não conseguem saber como estão seus filhos.
É a partir daí que a gente descobre os motivos que levam o Brasil a ser um país extremamente mal educado.

O caldeirão do Huck
Toda vez que algo , digamos assim, surreal acontece, tenho o hábito de dizer que não podemos esquecer que estamos no Brasil. Se formos tratar da política, então, o surrealismo vai até as últimas e mais imprevisíveis consequências.
Acabo de ler uma informação do Estadão, que o apresentador de televisão, Luciano Huck, aquele do Caldeirão, possível candidato à Presidência da República, tem melhorado significativamente na aprovação do público brasileiro. E olhem que não é só entre os telespectadores, mas entre o público em geral.
Em pesquisa do Barômetro Político Estadão-Ipsos, a aprovação ao nome dele deu um salto positivo de 17 pontos desde setembro, passando de 43% para 60%. E não é só. O número daqueles que desaprovam Luciano Huck, caiu de 40% para 32%.
Que fique claro que os demais nomes citados na pesquisa, são de políticos, a maioria totalmente desacreditada ou envolvida em problemas de corrupção.
Posso estar enganado, mas acho que a partir desta pesquisa, o caldeirão vai ferver.

“Um presente de Deus”
A Polícia Federal descobriu que alguns pastores evangélicos estão envolvidos com uma organização criminosa que aplica golpes milionários em fiéis de algumas igrejas. Até agora, pela notícia que li, foram atingidas 25 mil pessoas em todo o Brasil.
Resumindo, o grupo prometia, ou promete lucros milionários às vitimas em negócios fictícios envolvendo ‘ouro do tempo do Império’ e antigas ‘letras do Tesouro Nacional’. Um dos líderes do golpe já foi identificado e é o responsável por arregimentar pastores com a finalidade de enganar fiéis.
Pastores pregavam, ou pregam em suas igrejas, que fiéis podem chegar ao enriquecimento rápido e fácil como um “verdadeiro presente de Deus”. E como a maioria dos crentes não está preocupada em verificar se a coisa é séria, mas só pensa em acreditar na palavra do pastor, tudo fica mais fácil.
E pensar que tem fiel que leva todo o dinheirinho que ganha no final do mês, para entregar nas “mãos abençoadas do pastor” para pagar o dizimo!