Crise financeira: Refis de Estados tem perdão de até 100%
Em meio à crise financeira que atinge os governos
regionais, pelo menos 14 Estados e 16 capitais deram descontos a contribuintes
devedores por meio de programas de parcelamentos de dívidas (Refis) em 2017,
segundo levantamento do ‘Estadão/Broadcast’. A praxe é oferecer condições mais
generosas do que a União negociou com parlamentares ao longo da última semana
para devedores do governo federal. Em mais da metade dos casos, há o abatimento
de 100% de multas ou juros (ou ambos) para pagamentos à vista. Técnicos da
Receita Federal e especialistas na área tributária alertam para os efeitos
negativos que esse tipo de iniciativa tem sobre a arrecadação corrente, uma vez
que premia o mau pagador com descontos, em detrimento de quem paga suas
obrigações em dia. Mas o próprio governo federal não só criou nova edição do
Refis como sofreu investidas de parlamentares devedores do Fisco que queriam
emplacar condições ainda mais generosas. Em meio à tramitação da segunda
denúncia contra o presidente Michel Temer, o governo acabou cedendo e ampliou o
tamanho do perdão para até 90% nos juros e 70% nas multas.
Parecer da AGU é contra afastamento de parlamentares
Após o Senado e a Câmara, agora foi a vez de o presidente
Michel Temer (PMDB) se colocar contra a aplicação de medidas cautelares a
parlamentares alternativas à prisão. A manifestação foi encaminhada na
sexta-feira ao Supremo Tribunal Federal (STF) para a análise dos ministros da
Corte, que na quarta-feira vão julgar uma ação direta de inconstitucionalidade
(Adin) em que determinará se Congresso tem a palavra final sobre o afastamento
de políticos das funções parlamentares e aplicação de medidas previstas no
Código Penal, como o recolhimento domiciliar noturno. O Senado aguarda o
resultado do julgamento para avaliar como fica o caso de Aécio Neves (PSDB-MG),
afastado das funções parlamentares desde 27 de setembro e obrigado a cumprir o
recolhimento noturno determinado pela Primeira Turma do Supremo. O
posicionamento de Temer vai além do que foi solicitado PP, PSC e Solidariedade
em maio do ano passado na Adin. Na ação, as legendas defendem que o Congresso
decida, em 24 horas, se é cabível ou não a medida judicial aplicada contra um
parlamentar. A posição das duas Casas e do Planalto é para que o Supremo deixe
de aplicar medidas cautelares contra deputados e senadores, exceto a prisão em
flagrante por crime inafiançável, previsto na Constituição Federal.
Receita abre hoje consulta ao 5º lote de restituições de
IR
A Receita
Federal abre hoje consulta ao quinto lote de restituições
do Imposto de
Renda de 2017. Para verificar se a declaração foi liberada o
contribuinte pode acessar o site da
Receita ou ligar para o Receitafone 146. Serão liberados mais
de 2,8 bilhões de reais para cerca de 2,359 milhões de contribuintes. O
dinheiro será depositado no dia 16 deste mês. Do montante liberado, 99,2 milhões
de reais referem-se ao pagamento de restituições prioritárias – para idosos
(22.351 pessoas) ou contribuintes com algum tipo de deficiência (2.849
pessoas). Neste lote também foram incluídas restituições residuais
dos exercícios de 2008 a 2016, que estavam presas na malha fina – com esse
grupo, o valor liberado pela Receita salta para 3 bilhões de reais,
beneficiando mais de 2,420 milhões de contribuintes. A consulta à liberação das
restituições poderá ser feita no aplicativo para tablets e smartphones da
Receita. Também é possível verificar as declarações do IRPF e
situação cadastral do CPF. A restituição ficará disponível no banco durante um
ano. Se o contribuinte não fizer o resgate nesse prazo, deverá requerê-la por
meio da internet.
Collor está de olho no governo de Alagoas. De novo!
Fernando Collor (PTC-AL) está mais que atento à
movimentação eleitoral em Alagoas. O ex-presidente tem dito que aposta na
ascensão de um nome que enfraqueça a candidatura do governador Renan Filho
(PMDB). Mesmo estando envolvido em muitas acusações e passando por dificuldades
no Senado, Collor parece não ligar muito para a situação e espera, até 2018, estar
livre das acusações para poder concorrer. Na impossibilidade concorrer, Collor
diz que está buscando um nome para concorrer ao governo de Alagoas, mas há quem
aposte que será ele próprio.
STF deve aceitar denúncia contra Renan Calheiros
O peemedebista, já réu em uma ação por peculato, é
acusado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro e teria
recebido propina de R$ 800 mil por meio de doações da empreiteira Serveng . Em
meio à crise entre o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Senado, desencadeada
pelo afastamento do senador Aécio Neves (PSDB-MG), a Segunda Turma da Corte
tende aceitar nesta terça-feira, 10, a denúncia do ex-procurador-geral da
República, Rodrigo Janot, contra o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) O
peemedebista, já réu em uma ação por peculato, é acusado pelos crimes de
corrupção passiva e lavagem de dinheiro e teria recebido propina de R$ 800 mil
por meio de doações da empreiteira Serveng. O deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE)
também é alvo da denúncia. De acordo com a peça de Janot, Aníbal e Renan
receberam propina em troca da manutenção do ex-diretor Paulo Roberto Costa na
Petrobras. A Segunda Turma do STF é composta pelos ministros Edson Fachin,
Celso de Mello, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli. São os
mesmos ministros que, há dois meses, chancelaram a denúncia contra o senador
Fernando Collor (PTC-AL) pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro
e organização criminosa no âmbito da Lava Jato.