PF identifica compra de Porsche a Eduardo Cunha pelo dono
da Gol
A Polícia Federal identificou, entre planilhas do
corretor Lúcio Funaro, notas fiscais relativas a pagamentos de supostas
propinas que o delator teria operado em nome do dono da Gol, Henrique
Constantino. O empresário, que tenta acordo de colaboração, é citado em
diversos trechos dos anexos de Funaro como pagador de vantagens indevidas a
peemedebistas em troca de edições de Medidas Provisórias. Entre os itens
identificados nos documentos do doleiro pela PF e confirmados por ele, está a
compra de um Porsche Cayenne, pelo executivo da empresa aérea, para o
ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Acionista da Gol Linhas Aéreas, Constantino afirmou à
Lava Jato ter feito pagamentos para Cunha (PMDB-RJ) e ao corretor Lúcio Funaro,
em troca de apoio na liberação de valores do fundo de investimento do Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
Maia cobra ‘mais respeito’ do Planalto
Às vésperas de a segunda denúncia contra o presidente
Michel Temer chegar à Câmara, o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), fez
nesta quarta-feira, 20, duras críticas ao peemedebista, e disse que ele
faltou com a palavra e ameaçou com a retaliação do DEM em votações de interesse
do governo. Mais cedo, em entrevista ao Estadão/Broadcast, Maia pediu que
o Palácio do Planalto pare com o “fogo amigo” e seja mais respeitoso durante a
tramitação da ação penal contra Temer, por organização criminosa e obstrução da
Justiça.
Segundo Maia, que ocupa interinamente a Presidência
da República até a manhã de sexta-feira, o mal-estar com o Planalto se deve ao
fato de o PMDB ter filiado, no início deste mês, o senador Fernando Bezerra
(PE), ex-PSB. O DEM vinha negociando havia meses a migração do parlamentar e de
outros deputados para sua legenda.
“Quando a gente faz um acordo, tem de cumprir a palavra.
A coisa mais importante da política é a palavra. Eu já avisei o presidente,
isso causou muito desconforto dentro da bancada”, disse.
Pyongyang compara ameaças de Trump na ONU a ‘latidos de
cachorro’
Ministro norte-coreano das Relações Exteriores afirmou
que ‘há o ditado de que a caravana passa e os cães ladram’; na terça-feira,
americano declarou que ‘se os EUA forem forçados a se defender ou a seus
aliados, não haverá outro remédio que não destruir totalmente a Coreia do
Norte’.
O ministro das Relações Exteriores da Coreia do Norte, Ri
Yong-ho, declarou nesta quinta-feira, 21, em Nova York, que as declarações
do presidente americano, Donald Trump, de que vai "destruir
totalmente" seu país são ameaças de quem apenas
"late".
"Há o ditado de que a caravana passa e os cães
ladram", declarou ele na entrada de seu hotel. "Se querem nos ameaçar
com um latido, estão tendo claramente um sonho de cachorro.” A expressão
"sonho de cachorro" é usada pelos norte-coreanos para se referir a
coisas absurdas ou que não têm muito sentido.
Trump usou todo o seu arsenal retórico na terça-feira, na
Assembleia-Geral das Nações Unidas, ao declarar que "se os EUA forem
forçados a se defender ou a seus aliados, não haverá outro remédio que não
destruir totalmente a Coreia do Norte".
Padilha e Moreira receberam R$ 13,3 milhões, diz PGR
A Procuradoria-Geral da República (PGR) conseguiu
recuperar dados contidos no sistema Drousys da Odebrecht e elaborou relatórios
nos quais diz haver provas de repasses de propina de R$ 13,3 milhões — em
dinheiro vivo — aos ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha, e da Secretaria
Geral da Presidência, Moreira Franco. Os dois são amigos íntimos e principais
ministros do presidente Michel Temer. Os três despacham no Palácio do Planalto.
Padilha, nos dados que estavam no Drousys, é “Fodão”, “Primo” e “Bicuira”.
Moreira é o “Angorá”.
Os relatórios elaborados pela Secretaria de Pesquisa e
Análise da PGR, na gestão de Rodrigo Janot, serviram para comprovação do que
foi dito pelos delatores da Odebrecht. A perícia dos dados extraídos corroborou
o que os executivos disseram nos depoimentos, como informam relatórios
concluídos entre maio e o último dia 8.
O Drousys era um sistema paralelo de registro de
informações utilizado pelo setor de propina da empreiteira. Um modo de garantir
segurança à informação. Os dados inseridos em um terminal no Brasil eram
registrados em um ambiente virtual hospedado na Suécia.
Aprovado fim de coligações e criação de cláusula de barreira
A Câmara dos Deputados aprovou
na noite desta quarta-feira, em segundo turno, o texto principal da Proposta de
Emenda Constitucional (PEC) que trata do fim
das coligações em eleições proporcionais a partir de 2020
e da criação de uma cláusula de desempenho dos
partidos já nas eleições de 2018. Mas a Câmara não conseguiu concluir a votação
da PEC. Faltaram três destaques apresentados no segundo turno em votação.
Na noite desta quarta-feira, os deputados derrubaram os
destaques e mantiveram as regras para a adoção de uma cláusula de desempenho a
partir das eleições de 2018, de forma gradativa. A votação será retomada na
próxima terça-feira. O segundo turno do texto principal da reforma foi aprovado
por 363 votos a favor e 24 contra, além de duas abstenções. Para ser aprovada,
uma PEC precisa de pelo menos 308 votos favoráveis.
Mesmo sem concluir a votação da PEC relatada pela
deputada Shéridan (PSDB-RR), os deputados avançaram na discussão. Por acordo,
concluíram a votação do primeiro turno da PEC, que tinha iniciado no último dia
cinco de setembro. Os deputados primeiro aprovaram um destaque adiando para
2020 o fim das coligações proporcionais. O texto inicial estipulava que o fim
das coligações já ocorreriam em 2018, mas isso foi alterado.
Maioria do STF vota por enviar denúncia contra Temer
Câmara
A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF)
votou para que a segunda denúncia contra o presidente Michel Temer fosse
enviada à Câmara dos Deputados. A sessão, que começou por volta das 15h, foi
suspensa às 18h50 desta quarta-feira (20/9) e deve ser retomada amanhã. O
placar parcial é de 7 a 1, ou seja, sem possibilidade de ser revertido, já que
a Corte conta com 11 ministros.
Temer foi denunciado pelo ex-procurador-geral da
República, Rodrigo Janot, por organização criminosa e obstrução da
Justiça. Amparada na delação da JBS, a acusação contra o presidente foi
apresentada em 14 de setembro.
A provável decisão do STF de encaminhar diretamente à
Câmara a denúncia, e deixar para depois a análise da validade das provas da
delação da J&F, contrariando
o que querem os advogados de Temer, deve prejudicar a estratégia do
Planalto de acelerar a agenda econômica na Câmara.