quinta-feira, 14 de setembro de 2017

➤BOA NOITE!



Juan d'Arienzo (Buenos Aires, 14 de dezembro de 1900 — 14 de janeiro de 1976) foi um diretor de orquestra e compositor de tangos argentino,  dos mais populares de todos os tempos. 

Em 1934 começou a formar sua orquestra, dotada de uma forma muito peculiar de tocar tangos, que encontrou uma notável aceitação pública. D'Arienzo resgatou o primitivo 2x4 do tango, modernizando-o para o delírio dos amantes do ritmo, que consumiam avidamente os seus discos e lotavam os locais onde a orquestra se apresentava.

Para esta quinta-feira selecionei a grande Orquestra de Juan D’Arienzo executando um dos tangos mais populares em todos os tempos, La Cumparsita.


➤Compra de ações

‘Recebemos a ordem do Wesley’

PF resgata e-mail que cita principal acionista do Grupo J&F 
mandando comprar R$ 50 milhões de ações da JBS no mercado 
às 15h54 do dia 24 de abril

Os irmãos Batista foram presos preventivamente por se beneficiar no mercado financeiro com informações privilegiadas de suas delações.
A Polícia Federal recuperou um e-mail que confirma ter sido de Wesley Batista, principal acionista do Grupo J&F, a ordem para comprar R$ 50 milhões de ações da JBS no mercado. A mensagem foi enviada por Felipe Bianchi às 15h54 do dia 24 de abril, quando, de acordo com relatório da Comissão de Valores Mobiliários, a JBS comprou ações da FB Participações. “Concomitantemente, a controladora FB Participações S/A atua em sentido contrário: vendendo parte das ações que detinha da JBS S/A nos mesmos dias de compra de ações por sua controlada, a saber, 24, 25,26 e 27.04 e 17.05”. As duas empresas são controladas pelos irmãos Batista. As transações são alvo da Operação Tendão de Aquiles, que mira a delação da JBS.

Segundo o Ministério Público Federal, ‘os irmãos Batista, com estas operações, em pouco tempo conseguiram “pagar” mais do que tinham se comprometido a pagar para a Justiça com o seu acordo’. “Conforme é notório, Joesley se comprometeu a pagar R$ 110 milhões em 10 anos”.

A Procuradoria da República sustenta que, ‘o e-mail do dia 24 de abril de 2017 deixa claro que foi Wesley Batista quem determinou a compra do equivalente a R$ 50 milhões de ações da JBS no mercado’.

Em e-mail nesta data, o funcionário da JBS Felipe Bianchi explica: ‘Hoje, recebemos a ordem do Wesley para comprar o equivalente a 50 milhões de reais em ações da JBS no mercado’.

Em relação à autoria delitiva, os diversos depoimentos colhidos indicam que foi Joesley Batista quem determinou a venda de ações JBSS3 pela FB, ao passo que quem deu as ordens de compra de ações JBSS3 pela JBS S/A foi Wesley Batista.
Agência Estado

➤DESTAQUES!



Corrupção
PF cumpre mandado de busca no apartamento de Blairo Maggi em Brasília. Policiais fazem diligências em 64 endereços de DF, SP e MT. Ex-governador afirmou, em delação, que ministro atuou em esquema de corrupção. G1 ainda não localizou assessoria de Blairo.

Economia
'Prévia' do PIB do Banco Central registra alta de 0,41% em julho. Resultando aponta que economia continua a crescer no início do terceiro trimestre. No ano, IBC-Br teve expansão de 0,14% mas, em 12 meses até julho, registrou tombo de 1,37%.

Depoimento
Lula chama Palocci de 'calculista e frio' e diz a Moro que ex-ministro mentiu. Ex-presidente foi ouvido por 2h10 nesta quarta (13) em ação que investiga se ele recebeu propina da Odebrecht. Em depoimento semana passada, Palocci disse que Lula tinha 'pacto de sangue' com empresa. 'Ele inventou a frase de efeito', disse ex-presidente.

A coisa piorou
Com delação adiantada, Palocci vai deixar o PT.  Definida por quem participa das negociações como um “pouso de jumbo” e não de um “teco-teco”, a delação de Antonio Palocci demorou, mas está próxima de ser concluída.

Herói do povo brasileiro
Desembargador pede vista e julgamento de Dirceu é adiado.  Dos três desembargadores, dois já votaram pela condenação do ex-ministro.

Vigarice
E-mail mostra que Wesley Batista ordenou compra de ações da JBS. Irmão de Joesley foi preso nesta quarta-feira em operação que investiga se a JBS lucrou ilegalmente no mercado após o vazamento de delação.

Santa Catarina
Polícia Federal prende reitor da UFSC em operação contra desvio de recursos.  Professores, empresários e funcionários teriam atuado para desviar bolsas e verbas de custeio, repassando valores para pessoas sem vínculo com a universidade.

Melhor que o SUS
Agência Nacional de Saúde Suplementar dá sinal verde para planos de saúde populares. Relatório aprovado pela entidade diz não haver obstáculos para planos com mensalidades mais baixas e cobertura reduzida.

Torcedor
MP pede afastamento de Eurico Miranda do Vasco. Órgão alega que o cartola e toda sua diretoria foram coniventes com torcida organizada que está banida dos estádios.

Te mete!
Coreia do Norte ameaça 'afundar' Japão e reduzir EUA a 'cinzas', diz agência estatal. Agência norte-coreana pediu a dissolução do Conselho de Segurança da ONU, que aprovou novas sanções recentemente.

➤OPINIÃO

Lula, segundo Palocci*

Ex-ministro corrobora que os escândalos da corrupção 
petista não foram eventos isolados

O depoimento do ex-ministro Antonio Palocci ao juiz Sérgio Moro é mais que um libelo acusatório. É uma peça histórica que corrobora que os escândalos de corrupção dos governos petistas não foram eventos isolados. O mensalão e o petrolão foram o resultado de uma operação criminosa instalada na mais alta cúpula do governo federal a partir do primeiro mandato de Lula da Silva e que se manteve após a eleição de Dilma Rousseff. Ao evidenciarem uma vez mais a continuidade no ilícito ao longo dos anos, imune às mais variadas trocas de cargos, as declarações de Palocci deixam também claro quem era o chefe desse sistema perverso que tantos males causou e causa ao País. Não era José Dirceu, nem Antonio Palocci, nem Dilma Rousseff. Quem detinha o comando e quem batia o martelo nas negociações era o sr. Lula da Silva.

Palocci confirmou ao juiz Sérgio Moro que são verdadeiras as denúncias de pagamento de vantagens indevidas, em forma de doação de campanha e benefícios pessoais durante os governos de Lula da Silva e de Dilma Rousseff. Suas declarações não foram feitas no âmbito de uma delação premiada, mas ditas ao final do depoimento que o ex-ministro da Fazenda prestou, no dia 6 de setembro, à 13.ª Vara Federal de Curitiba, num processo em que Palocci, Lula e mais seis pessoas são réus sob a acusação de terem recebido propina da empreiteira Odebrecht por contratos com a Petrobrás.

Segundo o ex-ministro da Fazenda, Lula fez um “pacto de sangue” com a Odebrecht no qual a empreiteira se comprometeu a pagar R$ 300 milhões ao PT. Realizado no final do segundo mandato de Lula, o acerto incluiria um terreno para o Instituto Lula, o sítio de Atibaia e o aluguel de um apartamento de cobertura em São Bernardo do Campo. “Eu chamei de pacto de sangue, porque envolvia um presente pessoal que era o sítio (de Atibaia)”, esclareceu Palocci. Na ocasião, a empreiteira teria ainda se comprometido a contratar o ex-presidente para palestras com cachê de R$ 200 mil cada. Em troca, a Odebrecht continuaria recebendo favores ilegais do governo federal sob a gestão de Dilma Rousseff.

Palocci assegurou que a pupila Dilma Rousseff sabia do esquema criminoso do chefe Lula e com ele compactuava. “Numa reunião no dia 30 de dezembro de 2010 (...) o presidente Lula leva a presidente Dilma, presidente eleita, para que ele diga a ela das relações que ele tinha com a Odebrecht e que ele queria que ela preservasse o conjunto daquelas relações em todos os seus aspectos, lícitos e ilícitos”, disse Palocci.

O depoimento também desmascara a falsa imagem com que Lula da Silva gosta de se apresentar, de líder político que enfrenta os poderosos em nome das causas dos pobres. Ao retratar a relação do líder petista com o clã Odebrecht, o ex-ministro indicou não haver qualquer tipo de tensão. “Esse relacionamento (entre Lula e os representantes da empreiteira) sempre foi fluído e na base de confiança.”

O depoimento de Palocci, que foi por longo tempo homem de confiança de Lula e o poderoso ministro da Fazenda no primeiro mandato do petista, complica qualquer tentativa de defesa do ex-líder sindical. Além de confirmar que Lula sabia das falcatruas envolvendo o governo federal e a Odebrecht, o depoimento mostra também um traço de comportamento do ex-presidente que era inaceitável, não faz muito tempo, até pelo laxo PT: a corrupção para proveito pessoal. O partido fingia não ver os desvios em nome da causa, mas continuava criticando o enriquecimento ilícito pessoal. Parecia ser o modo como a legenda tentava enganosamente se diferenciar da imagem típica de políticos corruptos. Na sua estranha ética, os “bons petistas” infringiam a lei em prol do partido, mas não punham dinheiro no próprio bolso. Pois bem, até desse último ponto de honra o PT abriu mão para não ter de abandonar seu líder. Após o depoimento de Antonio Palocci, o partido emitiu nota se solidarizando com o ex-presidente, justamente aquele que, antes de deixar o cargo, deu um jeito de entesourar um sítio, uma cobertura e polpudos cachês.
*Publicado no Portal Estadão em 14/09/2017

➤BOM DIA!

A lógica do Lula

Os que o acusam mentem, os documentos 
são falsos, só ele diz a verdade.

Se não fosse trágico, seria até cômico o depoimento de Luiz Inácio Lula da Silva ao juiz Sérgio Moro, em Curitiba. Acusado de lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva, recebimento de propinas e outras vigarices normais em sua vida, Lula ficou duas horas destilando ódio, nervoso, furioso, atacando tudo e a todos, sem apresentar uma única prova de que não está mentindo nem envolvido em tudo o que é acusado.

Aliás, bastaria que ele mostrasse algum tipo de prova, algum documento, para acabar com tudo o que chama de perseguição, de injustiça, de mentira. Muito pelo contrário, quando perguntado sobre os recibos de aluguel do apartamento que ele diz ter servido para moradia de sua segurança, afirmou que “devem existir, devem estar num baú lá em casa, a Marisa é quem controlava isso”. Falou que deve constar de seu imposto de renda, “que a Marisa mandou para o contador”. Mas não mostrou nada.

Elegeu para tema de suas acusações, seu companheiro, seu amigo, seu escudeiro, seu ex-ministro Antonio Palocci, que de uma hora para outra virou inimigo “um homem frio e calculista, mentiroso, capaz de inventar uma mentira digna de filme”. Lula disse, acreditem os que não escutaram que dificilmente se encontrava com Palocci, "no máximo de oito em oito meses”. Mas o mentiroso é o Palocci.

Desmerecer o depoimento de Antonio Palocci é uma tentativa clara, uma demonstração explícita de desespero, de confusão mental, de tentar tapar o sol com a peneira. Ou será que alguém duvida que Palocci, petista desde sempre, esteve permanentemente ao lado de Lula, chamado para ajudar na formação do governo Dilma, para ser intermediário entre Lula e os empresários. O “italiano” sempre foi homem de extrema confiança de Luiz Inácio, mas de uma hora para outra, passou a ser o pior dos seres humanos.

Lula estava tão desesperado, tão nervoso, tão apavorado que nem se preocupou em falar para os gatos pingados que estavam em Curitiba para dar apoio ao líder. Foi rápido, disse as mesmas bobagens de sempre (ele está permanentemente no palanque) e saiu para o carro que o levou de volta.

Foi uma tarde em que se viu, mais uma vez, Lula tentar impor sua lógica absurda e quase cômica. Para o ex-presidente, todos os acusadores são mentirosos, golpistas ou perseguidores, a imprensa não presta, o Ministério Público montou um esquema de perseguição contra ele, os delatores querem apenas usufruir de benefícios da delação, ele não sabe de nada, não tem culpa de nada, não é dono de nada e, para que fique bem claro, ele é a única pessoa honesta, a única que fala a verdade, a única que não mente, “nesse país”.  E quando não tem mais como mentir, joga a culpa para cima da “Marisa, que era quem cuidava de tudo”. Só que Dona Marisa não está mais aqui, ou seja, não pode testemunhar mais nada.

Quem ainda tinha alguma dúvida, acho que não pode mais ter, pois o mito, o lendário, o farsante, esteve sentado frente ao juiz Sérgio Moro, por duas horas, fazendo o que mais sabe: mentindo e defendendo o indefensável.

Uma coisa não se pode negar, Lula conseguiu, ou tentou manter a sua lógica: os que o acusam mentem, os documentos são falsos, só ele diz a verdade.