EUA não descartam ação militar
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Donald Trump - Foto:Reuters/Reprodução |
O presidente dos EUA, Donald Trump, disse nesta
sexta-feira que não descarta a possibilidade de uma ação militar para
solucionar a crise na Venezuela. "As pessoas estão sofrendo e estão
morrendo", disse Trump. “Temos muitas opções, incluindo a militar, se necessário."
"O ministro da Defesa venezuelano, general Vladimir
Padrino López, reagiu e afirmou que a declaração do americano foi um gesto
louco" e "extremista". O presidente Nicolás Maduro
frequentemente acusa os EUA de tentar derrubá-lo.
Pouco depois da declaração de Trump, o Pentágono informou
não ter recebido da Casa Branca qualquer orientação sobre a Venezuela. A
declaração, rara e pouco usual em termos diplomáticos na América Latina, foi
dada após o governo americano ter sancionado uma série de autoridades chavistas
nas últimas semanas.
Nesta semana, o Departamento do Tesouro anunciou sanções
contra oito membros da cúpula chavista, incluindo o irmão do ex-presidente Hugo
Chávez, Adán Chávez. Maduro e seu vice-presidente Tareck El Aissami
também tiveram ativos bloqueados nos EUA. Maduro já havia sido incluído na
lista em uma rodada anterior de sanções.
Após a ameaça feita por Trump, o governo americano
confirmou que o vice-presidente, Mike Pence, embarcará para um giro pela
América Latina no domingo. O republicano passará por Colômbia, Argentina, Chile
e Panamá. Na agenda dos encontros que terá com líderes da região, as
preocupações com a Venezuela serão tema central.
Desde abril, a crise na Venezuela vem se agravando e a
onda de protestos e violência já deixou 125 mortos. No final de julho, o
chavismo elegeu, sob protestos internos e da comunidade internacional, uma
Assembleia Nacional Constituinte em uma votação boicotada pela oposição e
desenhada para privilegiar o governo.
Nas primeiras reuniões da Constituinte, os deputados
chavistas adotaram um discurso radical, no qual prometeram punir com até 25
anos de prisão quem propague “ódio” em manifestações de rua e só aceitar a
candidatura de opositores para futuras eleições se tiverem “bom
comportamento”.
O ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, afirmou que o Brasil não apoiaria uma intervenção militar na
Venezuela. "O tempo do big stick já passou", disse o chanceler.
Reuters/Agência Estado