quinta-feira, 3 de agosto de 2017

➤FUTEBOL

Campeonato Brasileiro – 18ª Rodada

SÉRIE A

Quinta – 03/08
19:30
São Paulo 1 X 2 Coritiba – Morumbi
Atlético PR 5 X 0 Avaí  – Arena da Baixada

20:00
Vasco 0 X 3 Cruzeiro – Raulino de Oliveira

CLASSIFICAÇÃO

➤BOA NOITE!



Meus dois carinhos (Pal Joey)  é um filme feito nos Estados Unidos em 1957. No elenco, Frank Sinatra, Rita Hayworth e Kim Novak.

A música que selecionei para hoje, e que faz parte da trilha sonora do filme, é I Didn’t Know What Time It Was, com Frank Sinatra.


➤Ruptura democrática

Venezuela deve ser suspensa do Mercosul
Decisão corresponde à punição máxima prevista no Protocolo de Ushuaia,
que determina os compromissos do bloco econômico com os princípios da democracia


A Venezuela deverá ser suspensa do Mercosul neste sábado, em uma reunião extraordinária de chanceleres convocada pela Presidência, informaram fontes diplomáticas. O encontro ocorrerá em São Paulo. A medida corresponde à punição máxima prevista no Protocolo de Ushuaia, que determina os compromissos do bloco econômico com os princípios democráticos.

Para que a suspensão ocorra, é preciso que haja consenso entre os quatro sócios: Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Em entrevista concedida ao Estado no dia 31, o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, avaliou que não deverá haver polêmica, pois a reunião vai basicamente constatar o fato de que foi rejeitada a tentativa do bloco de estabelecer um diálogo entre governo e oposição, com o intuito de restabelecer a democracia na Venezuela.

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, recusou um convite formulado pelo Mercosul para dialogar com a oposição no Brasil, país que atualmente exerce a presidência do bloco econômico. A oferta de intermediação funcionou como a etapa de consultas prevista no Protocolo de Ushuaia. O passo seguinte é a suspensão.

A suspensão funcionará como o reconhecimento do bloco de que a Venezuela rompeu com os princípios democráticos. Dessa forma, será mais uma pressão política sobre Maduro, intensificada após a eleição da Assembleia Constituinte. A Organização dos Estados Americanos (OEA) e os EUA, por exemplo, condenaram a realização da votação.

Agência Estado

➤DESTAQUES

Comece o dia bem informado

Pagando a conta
Vitória de Temer custa caro. A vitória do presidente na Câmara teve um custo alto para os cofres públicos e deve afetar o bolso do setor privado, afirma o Valor Econômico. Somente três iniciativas para agradar aos parlamentares – a liberação de emendas, o refinanciamento de dívidas de produtores rurais e o aumento dos royalties da mineração – somam R$ 13,2 bilhões.

E agora?
Rejeitada, a denúncia contra Temer ficará parada no Supremo e o caso só poderá ser retomado quando Temer deixar a Presidência

Mais estratégias
Para o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, o governo precisa reorganizar a base aliada para aprovar reformas, como a da Previdência.Para Maia será importante reconstruir laços com o PSDB.

Reforma da Previdência
Barrada no plenário da Câmara a denúncia pelo crime de corrupção passiva contra o presidente Michel Temer, o governo planeja retomar a agenda de reformas. A prioridade permanece na reforma previdenciária,  conforme afirmou o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) ao G1.

Concessões
Governo prepara novas concessões.  Planalto quer mostrar resultado na economia e com isso fortalecer a atual administração para aproveitar o período pós-votação antes da chegada de uma eventual nova denúncia, publica O Estado de São Paulo.  

Querem pegar Janot
Janot pode ser processado assim que deixar o cargo. De acordo com a Folha de São Paulo,  alvos da Operação Lava Jato estariam discutindo sobre possíveis ações judiciais contra Rodrigo assim que deixar o comando da Procuradoria-Geral da República.

Repercussão
Com vitória na Câmara, Temer barra denúncia e sai mais forte. Temer obteve os votos necessários para ter tranquilidade no Congresso. Dai a aprovar reformas como a da Previdência vai uma longa distância. O resultado da votação foi repercutido tanto pela imprensa americana como pela européia.

Temer falou
Vitória é da Constituição, diz Temer após barrar denúncia. Em pronunciamento após vitória na Câmara, Temer anunciou que vai retomar agenda econômica. 

Janot quer mais
Janot pede inclusão de Temer no inquérito do quadrilhão do PMDB. O procurador afirma que a organização criminosa investigada a partir da delação da JBS é apenas um “desdobramento” da que já era investigada no inquérito.

Combustíveis
AGU derruba liminar que impedia alta de combustíveis na Paraíba. A ação havia sido movida pelo Sindipetro-PB e impedia o aumento das alíquotas do PIS/Pasep e da Cofins somente no estado.

Devolvendo
O ministro e ex-governador do Estado do RJ, Moreira Franco,é acusado de ferir a moralidade administrativa ao entregar dois cheques a Jairo Tostes, ex-prefeito de Miracema.

Pagando
Ex-presidente da UTC deverá pagar R# 38 mi à Petrobras. A decisão do tribunal,  unânime, atende a recurso apresentado pela Petrobras contra decisão do juiz Sério Moro.

Multando
Cade aplica multa de R$ 40 mi a JBS por descumprimento de acordo.Em maio deste ano, o JBS desfez a operação com frigoríficos, mas sem seguir as condições pré-determinadas pelo conselho.

Futebol
Campeonato Brasileiro – Série A
19h30: São Paulo x Coritiba
19h30: Atlético-PR x Avaí
20 horas: Vasco x Cruzeiro

Vôlei feminino
Grand Prix
8h30: Brasil x Holanda

Previsão do tempo
Chove fraco em parte do Sul e na faixa entre o RN e a BA. Frio chega ao Rio. No restante do país, o tempo estará firme e bem seco.

➤OPINIÃO

A ‘política radical’ de Lula*

O fascínio do PT pela experiência venezuelana torna difícil 
imaginar que Lula esteja disposto a mudar seu discurso populista

Lula da Silva chegou à conclusão de que o Brasil precisa de um programa “radical no sentido político”. Defendeu a ideia na segunda-feira, em São Paulo, durante reunião convocada para “debater” o programa do partido a ser apresentado na campanha presidencial do ano que vem. Não entrou em detalhes sobre o que entende por um programa político “radical”. Há, entretanto, fortes indícios de que está convencido de que só um governo forte, autoritário, será capaz de “salvar” o País. Dias antes, falando em nome do PT – portanto, em nome de Lula – no Foro de São Paulo realizado em Manágua, capital da Nicarágua, a presidente do partido, senadora Gleisi Hoffmann (PR), manifestou apoio e solidariedade “ao governo da Venezuela e ao presidente Nicolás Maduro”, bem como a esperança de que a eleição de uma Constituinte, que se realizaria no domingo passado, “possa contribuir para uma consolidação cada vez maior da revolução bolivariana”.

O regime venezuelano consolida-se como ditadura, após o golpe de Nicolás Maduro com essa Assembleia Constituinte, cujo verdadeiro objetivo é anular o poder da Assembleia Nacional de maioria oposicionista. Com a economia destroçada, uma inflação de cerca de 800% ao ano e a falta crônica de bens essenciais como comida e medicamentos, os venezuelanos emigram em massa, enquanto a repressão violenta às manifestações de protesto deixou mais de uma centena de mortes. Tudo isso define a tragédia do regime chavista. Mas Lula e o PT permanecem firmemente solidários ao governo de Caracas. É o seu espelho e modelo. Não é de estranhar, portanto, que estejam dispostos a mergulhar na campanha eleitoral de 2018 defendendo um programa político “radical”.

Uma análise retrospectiva dos 13 anos do lulopetismo na Presidência da República fornece abundantes demonstrações de desapreço pelos fundamentos da democracia e da liberdade. Lastreado pelos ensinamentos de sua prática sindicalista, que implica uma visão superada e obtusa da “luta de classes”, mas de excelente efeito nos palanques, Lula tentou sempre incutir no coração dos brasileiros o sentimento maniqueísta do “nós” contra “eles”. Um sentimento que sugere confronto e exclusão – na verdade, o ódio – negando a racionalidade dos fundamentos democráticos do diálogo e da conciliação, imprescindíveis num regime de liberdade.

Se radicalizar a política significa persistir no “nós” contra “eles”, Lula estará desconsiderando o resultado de pesquisa realizada pela instituição cuja finalidade é promover estudos e pesquisas destinados a subsidiar os programas políticos do PT, a Fundação Perseu Abramo. Em abril deste ano a fundação divulgou o resultado de pesquisa realizada com um grupo de eleitores pobres da periferia de São Paulo que deixaram de votar no PT depois de 2010. Os entrevistados não se consideram vítimas de exploração pelos patrões num contexto de luta de classes. Entendem que pobres e ricos são vítimas de um inimigo comum: o Estado burocrático que só pensa em cobrar impostos e não presta os serviços pelos quais a população paga.

Segundo a fundação, os antigos eleitores de Lula têm uma visão política conflitante com o discurso do PT. Revela o estudo que os eleitores entrevistados “têm a igualdade de oportunidades como ponto de partida e a defesa do mérito como linha de chegada. Tratam o mercado como instituição mais crível que o Estado”. Diante disso, conclui o estudo que “o campo democrático-popular precisa produzir narrativas contra-hegemônicas mais consistentes e menos maniqueístas sobre noções de indivíduo, família, religião e segurança”.

O lulopetismo caiu pelos próprios erros e Lula deveria saber que, repetindo-os, não voltará ao poder. Mas o fascínio do PT pela experiência venezuelana torna difícil imaginar que Lula esteja disposto a mudar seu discurso populista. A simples tentativa de implantar aqui um regime bolivariano golpeará fortemente a democracia. É aí que reside, para o País, o perigo do programa “radical no sentido político” que o ex-presidente defende.

*Publicado no Portal Estadão em 03/08/2017