Franck Pourcel foi um maestro francês, diretor de orquestra conhecido
por suas versões de músicas de sucesso e muitos clássicos.
segunda-feira, 24 de julho de 2017
➤BOA NOITE!
➤Depois de 8 meses
STF destrava processo contra Renan
O Supremo Tribunal Federal (STF) destravou nesta
segunda-feira, 24, um processo envolvendo o senador Renan Calheiros (PMDB-AL)
quase oito meses depois de o plenário da Corte aceitar a denúncia contra o peemedebista
pelo crime de peculato. O acórdão, uma espécie de resumo do julgamento, deve
ser publicado no início do próximo mês, depois de o ministro Celso de Mello
concluir a revisão de um voto proferido em 1º de dezembro do ano passado.
Naquela ocasião, por 8 votos a 3, os ministros do STF
decidiram tornar Renan réu por peculato – o peemedebista é acusado de desviar
recursos públicos de verbas indenizatórias do Senado por meio da contratação de
uma locadora de veículos em 2005.
Em dezembro, os ministros do Supremo aceitaram a denúncia
apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) pelo crime de peculato,
mas rejeitaram as acusações de falsidade ideológica e uso de documento falso.
Celso de Mello foi um dos oito ministros que votaram pelo recebimento parcial
da denúncia contra o peemedebista.
Agora que o ministro Celso de Mello concluiu a revisão do
voto, o acórdão deve ser publicado no início de agosto no “Diário da Justiça
Eletrônico”. O acórdão é um documento escrito, constituído pelo relatório e
pelos votos de todos os ministros que participaram do julgamento.
Após a publicação do acórdão, será aberto um prazo de
cinco dias para a defesa de Renan apresentar embargos de declaração, que são um
recurso para o tribunal esclarecer a sentença, prosseguindo assim com o
andamento do processo.
Em resposta ao Estado, o gabinete do ministro Celso de
Mello informou que não houve prejuízo ao processo e que não há risco de
prescrição no caso.
No processo, que tramita desde 2007 no STF, Renan
Calheiros era suspeito de receber propina da construtora Mendes Júnior, que
pagaria as despesas pessoais da jornalista Mônica Veloso, com quem mantinha
relacionamento extraconjugal. Na época, o peemedebista renunciou à presidência
do Senado em uma manobra para não perder o mandato.
Com o desdobramento das investigações, surgiram indícios
de que parte da verba indenizatória estaria sendo desviada por Renan – uma das
hipóteses levantadas é a de que o desvio teria como finalidade o pagamento da
pensão.
O ministro Edson Fachin, relator do processo, destacou no
julgamento de dezembro que a defesa de Renan apresentou notas fiscais emitidas
em nome da empresa Costa Dourada Veículos, totalizando R$ 89,6 mil. No entanto,
depois da análise dos extratos bancários da empresa e do próprio Renan, não
ficou confirmado o efetivo pagamento dos valores. A defesa alega que o
pagamento foi feito em dinheiro.
Depois do julgamento, Renan Calheiros afirmou em nota que
recebia com “tranquilidade” a decisão do STF e “permanece confiante na
Justiça”.
“A aceitação da denúncia, ainda que parcial, não antecipa
juízo de condenação”, dizia o comunicado divulgado pela assessoria de imprensa
de Renan na época.
Agência Estado
➤Retorno dia 25
Diretoria de Direitos Humanos
Mesmo sem poder ainda digitar direito, depois da cirurgia na mão, estarei
retomando minhas atividades na Diretoria de Direitos Humanos da Secretaria
Municipal de Desenvolvimento Social nesta terça-feira, dia 25. Aos poucos vou
retomando o contato com o teclado e deixo de ser apenas um leitor do noticiário
no computador. Quero, desde já, agradecer a todos os que foram solidários e
amigos, e quem entendeu que durante alguns dias fui apenas informante de quem
digitava por mim. Obrigado!
➤OPINIÃO
A miséria da esquerda
Sem Lula, os partidos do dito 'campo popular'
dificilmente
serão capazes de comover os eleitores com seu discurso estatizante
Os intelectuais petistas começam a admitir em voz alta
aquilo que seus colegas militantes apenas murmuravam aqui e ali: a esquerda -
como eles a entendem - é totalmente dependente de Lula da Silva para existir
como força eleitoral. Sem o demiurgo petista e suas bravatas demagógicas,
reconhecem esses amuados ativistas, os partidos do dito “campo popular”
dificilmente serão capazes de comover os eleitores com seu discurso
estatizante, baseado na puída tese marxista da luta de classes. Ou alguém
acredita que Dilma Rousseff, que se julga herdeira de Leonel Brizola e seu
esquerdismo terceiro-mundista, teria sido eleita e reeleita presidente da
República não fosse seu padrinho?
“Impedir o PT de ter um candidato competitivo a um ano do
pleito equivale a banir a esquerda da vida política”, sentenciou o professor de
História da USP e autor do livro História do PT, Lincoln Secco, em recente
entrevista ao Estado. Segundo Secco, “a esquerda não tem plano B sem o Lula”.
Mais do que isso: o professor petista considera que, “sem apoio do Lula, nenhum
candidato da esquerda se viabiliza”.
O professor Secco não está sozinho nessa avaliação. A
sentença do juiz federal Sérgio Moro que condenou Lula a mais de nove anos de
prisão por corrupção e lavagem de dinheiro teve o condão de fazer com que
outros militantes manifestassem sua preocupação com o futuro eleitoral da
esquerda, depois de mais de uma década de bonança petista. Para essa turma, é
preciso começar a encarar a vida sem Lula na cédula de votação em 2018.
O mais curioso desse diagnóstico é que Lula da Silva
jamais foi de esquerda. Sua carreira como líder sindical e depois como político
se notabilizou pelo oportunismo desbragado. “Eu nunca fui um esquerdista”,
disse o chefão petista em 2006, quando era presidente, buscava a reeleição e
tinha de convencer o mercado de que nada mudaria na condução prudente da
política econômica. Já quando precisa insuflar a militância esquerdista, Lula
não tem dúvida em bradar, como fez no mais recente congresso do PT, que é
necessário fazer “a esquerda voltar a governar o País”. Cabe aos ingênuos
escolher em qual Lula se deve acreditar.
Diante da perspectiva muito concreta de passar os
próximos anos na cadeia, Lula da Silva parece ter intuído que o melhor a fazer
no momento é travestir-se de esquerdista, vociferando palavras de ordem contra
o capital, a imprensa e a classe média, de modo a eletrizar os tolos que ainda
se dispõem a defendê-lo, a despeito de todas as evidências. Sua intenção é
óbvia: transformar seu julgamento em um caso político, como se sua condenação
judicial, acompanhada de carradas de provas, fosse uma ação da “direita”,
interessada em destruir as chances eleitorais da “esquerda”.
Essa encenação para engambelar esquerdistas bocós conta
com a participação ativa da cúpula do PT, ciente, é claro, do risco de ver o
partido encolher drasticamente nas próximas eleições caso Lula não possa
concorrer. No mais recente encontro do Foro de São Paulo - o notório convescote
de partidos esquerdistas da América Latina que acabam de se reunir em Manágua
-, a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann, disse que “a direita
reacionária e golpista não descansa” em seu intento de “destruir o PT e impedir
que o maior líder popular brasileiro, Lula, seja nosso candidato nas eleições
presidenciais de 2018”. Segundo a petista, “mais do que nunca necessitamos de
um governo de esquerda de volta ao nosso país”. No mesmo discurso, sem
ruborizar, a senadora aproveitou para se solidarizar com as ditaduras da
Venezuela, de Cuba e da Nicarágua.
A estratégia petista de vincular o destino de Lula ao da
esquerda - não só brasileira, mas latino-americana - parece estar funcionando
bem, a julgar pelo lamento dos esquerdistas que já se consideram órfãos do
chefão petista. Isso só comprova a miséria do pensamento dito “progressista” no
País. Afinal, se essa esquerda, para existir, depende de um rematado demagogo
condenado por corrupção, então é mesmo o caso de considerá-la moralmente
extinta.
*Publicado no Portal Estadão em 24/07/2017
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