sexta-feira, 16 de junho de 2017

➤BOA NOITE


Astor Piazzola, argentino de Mar del Plata, considerado o compositor de tango mais importante da segunda metade do século XX, decidiu introduzir forte influência do jazz em sua música, estabelecendo então uma nova linguagem, seguida até hoje.

Gerry Mulligan, saxofonista americano, nascido em Nova Iorque, especializou-se no sax barítono, instrumento no qual tornou-se, talvez, a maior referência mundial.

Em 1974, Piazzola e Mulligan decidiram gravar juntos e deram aos que gostam de música de qualidade, um disco com grandes momentos musicais. Para esta sexta-feira, selecionei o vídeo em que Astor Piazzola e Gerry Mulligan tocam Close Your Eyes And Listen.


➤Nova provocação

Trump anuncia cancelamento do acordo com Cuba
O presidente dos Estados Unidos anunciou a 
medida durante um comício em Miami


Donald Trump, anunciou nesta sexta-feira (16) que cancelará o acordo entre os Estados Unidos e Cuba assinado por Barack Obama em 2014.

"Eu estou cancelando o acordo completamente unilateral da última administração [Obama] assinado com Cuba", afirmou Trump em um comício realizado em Little Havana, na cidade de Miami, tradicional polo de exilados cubanos nos Estados Unidos.

Trump anunciou que reforçará o embargo contra a ilha e que seu governo adotará novas restrições a viagens de americanos para Cuba e a proibição para empresas norte-americanas de fazer negócios com empresas cubanas controladas pelas Forças Armadas do país latino-americano. O presidente denunciou o que chamou de "natureza brutal" do regime de Raúl Castro em Cuba. "Em breve alcançaremos uma Cuba livre", afirmou o presidente.

Em seu discurso, realizado no Manuel Artime Theater, que leva o nome de uma das brigadas da fracassada invasão da Baía dos Porcos, em 1961, Trump explicou como pretende rever a política de normalização das relações com a ilha iniciada por seu antecessor.

Acompanhado pelo vice-presidente Mike Pence, por vários membros de seu gabinete, pelo governador da Flórida, Rick Scott, por congressistas de origem cubana como Marco Rubio, Mario Diaz Balart e Carlos Curbelo e representantes de da comunidade de exilados cubanos, Trump disse que os dissidentes José Daniel Ferrer e Berta Soler, que não foram autorizados a viajar para Miami, "estão aqui com a gente."

“Negociaremos um acordo melhor [com Cuba]”, anunciou Trump, salientando, todavia, que isso será possível somente no caso ocorram avanços democráticos “concretos”, e a realização de “eleições livres” e a “libertação de prisioneiros políticos”.

“Quando os cubanos realizarem medidas concretas, estaremos prontos, dispostos e capazes de voltar à mesa de negociação do acordo, que será muito melhor ", disse Trump.

“É importante que haja liberdade em Cuba e na Venezuela”, declarou o mandatário, salientando como Cuba sofre há "décadas" por causa do regime de Castro, algo que não deve se repetir na Venezuela.

Trump agradeceu a comunidade de exilados cubanos por ser a "voz dos sem voz" e disse que eles fazem a diferença na luta para parar a perseguição do regime contra os dissidentes e para acabar com a "ideologia depravada" que existe em Cuba. Neste sentido, o republicano disse saber o que está acontecendo na ilha e lembrar do que aconteceu, o que o leva a mudar a sua política em relação à ilha.

➤OPINIÃO

A soberba de Lula*


Ao se descortinar os fatos graves contra o ex-presidente, 
ficou demonstrado que o mito do herói petista serve melhor 
à literatura do que à política

O oportunismo que marcou a trajetória política do ex-presidente Lula da Silva, desde sua ascensão como líder sindical, foi tomado durante muito tempo como uma das virtudes capazes de levar um ex-metalúrgico a ocupar a Presidência da República. A realidade dos fatos, sobejamente documentada nos autos de um número constrangedor de processos judiciais a que responde, encarregou-se de demonstrar que o mito do herói serve melhor à literatura do que à política. Ao descortinar aos olhos dos cidadãos minimamente informados fatos graves que só a fé cega em um demiurgo é capaz de obliterar, as investigações sobre a conduta do ex-presidente revelaram que de virtuoso o oportunismo não tem nada.

Em evento de posse da nova direção do Partido dos Trabalhadores (PT) no sábado passado, na Assembleia Legislativa de São Paulo, Lula se apresentou como o único cidadão capaz de tirar o País da crise. Trata-se da imodéstia de quem se vê acima de qualquer responsabilidade que possa recair sobre seus atos, alguém ungido por um especial desígnio que justificaria qualquer desvario político. “Se o PT deixar, serei candidato para voltar a ver uma sociedade mais igual”, disse o ex-presidente. Poucas vezes uma afirmação de Lula soou tão embusteira. O PT é Lula, o rumo do partido é a expressão máxima de sua vontade. Portanto, o PT não tem qualquer ingerência sobre sua eventual candidatura à Presidência em 2018. Aliás, ainda que tivesse, esta prerrogativa, hoje, é exclusiva do Poder Judiciário, que pode torná-lo inelegível pela Lei da Ficha Limpa.

Durante o discurso, Lula mostrou que além de soberbo é incapaz de compreender a grandeza do cargo que ocupou e que sonha em voltar a ocupar. Afirmando que para voltar à Presidência “não precisa convencer os não convencíveis”, pois lhe bastariam “50% mais um” dos eleitores, Lula deixou clara a visão mesquinha que tem da Presidência da República, como se uma vez eleito estivesse comprometido apenas com o destino daqueles que o apoiam, e não com o de todos os brasileiros.

Ao arvorar-se em único capitão habilidoso o bastante para conduzir um navio à deriva, Lula esconde o papel determinante que teve na construção da pior crise política, econômica e moral da história recente, o mais eloquente atestado do desastre que o lulopetismo representou para o País. Em um misto de vaidade e desfaçatez, o ex-presidente afirmou em seu discurso na Assembleia Legislativa que “a melhor experiência de governança neste país foi do PT”. Para ele, a profunda recessão econômica e os 14 milhões de brasileiros desempregados são “fatos alternativos”.

Citado na delação superpremiada do empresário Joesley Batista como beneficiário de uma conta milionária abastecida com dinheiro de propina, Lula não se deu por constrangido e lançou mão de seu conhecido senso de humor rasteiro. “Estou quase fazendo delação para pegar os meus US$ 82 milhões”, ironizou. O problema seria encontrar um possível delatado, já que as investigações realizadas até agora colocam Lula no topo do esquema de corrupção engendrado para pilhar os recursos do Estado.

Mas não foi só a soberba, a imodéstia e a desfaçatez que marcaram o discurso de Lula na posse da nova direção de seu partido. O cinismo também deu as caras quando o ex-presidente afirmou que “o País nunca precisou tanto do PT como agora”. Prometendo resgatar o “Lulinha Paz e Amor”, o ex-presidente disse que “o PT é o único capaz de devolver a alegria ao povo brasileiro”. Lula é o grande artífice da grave crise por que passa o Brasil e por meio de seu discurso agressivo e excludente disseminou a cizânia e implodiu todas as pontes para uma reconciliação nacional em torno de um projeto de retomada do crescimento econômico, do desenvolvimento social e do debate de ideias próprio da democracia em um ambiente menos anuviado.

Se em meio à crise paira a incerteza sobre qual caminho o País deverá seguir em 2018, o lulopetismo já apresentou razões mais do que suficientes para a Nação saber qual deve ser evitado.
*Publicado no Portal Estadão em 16/06/2017

➤Inquérito de Temer

Joesley Batista depõe à Polícia Federal

Supremo Tribunal Federal deu prazo até a próxima segunda (19) para PF concluir inquérito que apura se presidente cometeu crimes de organização criminosa, obstrução de justiça e corrupção passiva



O empresário Joesley Batista, um dos donos da empresa JBS, prestou depoimento à Polícia Federal na manhã desta sexta-feira (16), em Brasília, no inquérito que investiga o presidente Michel Temer e o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures.

À PF, Joesley Batista, delator da Operação Lava Jato, "reforçou a verdade dita no depoimento por ocasião da colaboração, apenas a verdade dos fatos, ou seja, confirmou o que já foi dito e provado", segundo informação da defesa.

Temer e Loures são investigados no inquérito por organização criminosa, obstrução de justiça e corrupção passiva com base na delação do empresário. O Supremo Tribunal Federal deu prazo até segunda-feira (19) à PF para conclusão do inquérito.

Há expectativa de que na próxima semana o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresente ao STF denúncia contra o presidente, que, para ser analisada pelo tribunal, necessitará de autorização do plenário da Câmara dos Deputados.

Batista afirmou na delação que deu dinheiro para Loures – parte do qual seria supostamente destinado a Temer – com a intenção de ser favorecido pelo governo. A PF filmou o ex-deputado, ex-assessor especial do presidente, saindo de um restaurante em São Paulo com uma mala com R$ 500 mil em dinheiro.

Joesley Batista também registrou, com um gravador escondido, conversa com Temer na noite de 7 de março, na residência oficial do Palácio do Jaburu, na qual disse que pagava mesada ao ex-deputado Eduardo Cunha para que ele permanecesse em silêncio. Na interpretação da Procuradoria Geral da República, Temer deu "anuência" a esses pagamentos. Cunha nega ter recebido.

➤Lugar de Janot

Raquel Dodge é a mais cotada para assumir PGR 
Foto: FSP/Reprodução
Raquel Dodge é a que tem mais chance de ser indicada por Michel Temer para o comando da PGR (Procuradoria-Geral da República) entre os cotados para integrar a lista tríplice da categoria.

Além de adversária de Rodrigo Janot, ela seria a primeira mulher a assumir a PGR.

Temer pode, no entanto, optar por ignorar simplesmente a lista tríplice, enterrando a tradição inaugurada por Lula de nomear o mais votado pelos procuradores. A opção está em análise no governo.

Temer já prometeu, inclusive em nota pública, indicar o mais votado da lista. Mas dificilmente honrará a palavra caso da eleição não saia nome palatável para o governo.
Com informações de Mônica Bergamo

➤Delação de Funaro à PF

Temer articulava esquemas de corrupção para PMDB

Há tempos o doleiro Lúcio Funaro paira como uma espada de Dâmocles sobre a cabeça de políticos de diferentes partidos. No mensalão, ele era um dos responsáveis por gerenciar uma parte do dinheiro que movia as engrenagens montadas para comprar apoio ao governo Lula no Congresso. Pilhado, fechou um acordo de delação com o Ministério Público e ajudou a pôr na cadeia figurões do PT e de outros partidos. Mas não se emendou: considerado um exímio especialista em operações de lavagem de dinheiro, o doleiro apenas atualizou a carteira de clientes, até ser fisgado de novo em 2016. 

Os primeiros indícios apontavam para uma sociedade com o notório ex-depu­tado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Mas ele tinha parceiros muito mais importantes. Na semana passada, depois de onze meses de prisão, Funaro começou a revelar seus segredos. Intimado a prestar depoimento no inquérito que investiga Michel Temer, o doleiro afirmou que o presidente da República tinha pleno conhecimento de como funcionavam os esquemas de corrupção que abasteciam o cofre do PMDB. 

Em outras palavras, Temer sabia que o partido financiava suas campanhas com dinheiro oriundo de propinas. Não foi a única revelação. Funaro contou também que já se encontrou pessoalmente com Michel Temer, que chegou a tratar com ele de questões referentes ao financiamento do partido. O presidente garante que nem sequer conhece Funaro.
Com Veja/Conteúdo

➤RESUMO

Comece o dia bem-informado

Bandidagem
Quadrilha explode três agências bancárias e faz cordão humano com reféns no RS, Ação foi no Vale do Rio Pardo. "Foi um horror", diz morador ameaçado

Ocupação Lanceiros Negros
Piratini critica deputado detido em desocupação por "incitar o descumprimento da lei".Governo diz que ofereceu opções de moradia para acomodar famílias, mas que alternativas foram recusadas por motivos ideológicos e políticos.

Será verdade?
Rússia diz que matou líder do EI, Abu Bakr al-Baghdadi. Segundo militares russos, no ataque também foram mortos outros líderes do grupo terrorista, integrantes do chamado conselho militar do EI.

Pacotão de bondades
Temer libera R$ 1 bilhão em emendas durante crise. Verba já estava prevista, mas repasses foram feitos a partir de 17 de maio, quando veio à tona delação dos irmãos Joesley e Wesley Batista; Planalto nega relação com turbulência

Tragédia britânica
Número de mortos no incêndio em Londres sobe para 30. Polícia britânica segue com o trabalho de identificação das vítimas; das 24 pessoas internadas, 12 estão em estado grave

Beneficiados
‘A sensação é de que o crime compensou’, diz presidente da Riachuelo. Para empresário, episódio da delação da JBS prejudicou a agenda de reformas, que ele considera vital ao País

E agora, José?
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso fez uma brusca inflexão ao defender, nesta quinta-feira (15), a realização de eleições diretas por iniciativa do presidente Michel Temer que, na avaliação de FHC, perdeu a legitimidade para continuar no cargo.

Está subindo?
'Prévia' do PIB do BC aponta alta de 0,28% em abril na comparação com março
Números do IBC-Br foram divulgados nesta sexta-feira pelo Banco Central. Em 12 meses até abril, sem ajuste sazonal, índice teve uma queda de 2,75%.

Prepare o bolso
Receita paga nesta sexta 1º lote de restituição do Imposto de Renda de 2017
Cerca de 1,6 milhão de contribuintes serão contemplados. Por lei, idosos e pessoas com deficiência ou com doença grave têm preferência pela restituição no 1º lote.

É muito dinheiro!
Brasileiros já pagaram R$ 1 trilhão em impostos em 2017
No ano passado, o mesmo montante foi registrado em 5 de julho.
Estadão/O Globo/Exame/clicRBS/G1

➤BOM DIA!

A sexta-feira, depois de um feriado na quinta, tem cara de feriadão, coisa que muitos fizeram, ou estão fazendo. Como meu expediente é normal e como tenho apresentação do Consumidor em Pauta, às 18:30, na TVE, estou forte e firme no trabalho.

Leio que teremos temperaturas mais elevadas durante o dia, mas que a chuva deve voltar no final de semana. Reclamar do que, já que estamos nos aproximando do inverno e o natural é que as temperaturas caiam. Se não chover muito, melhor, mas o frio é inevitável.

Para começar a sexta e iniciar o final de semana, deixo com todos um comentário da jornalista Eliane Cantanhêde analisando a situação, nada boa, do presidente Michel Temer. Aliás, desde que assumiu, Temer vem sofrendo um bombardeio de todos os lados. O Fora Temer, que para alguns casos significa golpe, está em muitas bocas, em muitas paredes, em faixas e em alto-falantes. 

É o famoso dois pesos e duas medidas. O que vale para um, não vale para outro. E olhem que não votei em Temer e nem apoio muitas de sus decisões nem seu método de fazer política. Acho que ele merece ser investigado e, se for condenado, amargar uma cadeia ao lado de todos os corruptos. Eu disse todos, não apenas aqueles que não estão do meu lado pois tem muita gente defendendo corruptos, ladrões e mentirosos e acha que está lutando em favor do Brasil. Estes são tão ou mais desavergonhados do que os que roubaram o Brasil, principalmente nos últimos anos.

Tenham todos um Bom Dia!

O mais grave contra Temer*

Assim como o sítio e o triplex complicam Lula, 
a casa da filha complica Temer

Eliane Cantanhêde

Como parecia claro desde o início, o que vai se configurando como mais grave e concreto contra o presidente Michel Temer é a relação dele com o coronel PM João Baptista Lima, o “coronel Lima” das delações da JBS. Por enquanto, e até surgirem fatos novos, bem mais grave e concreto do que a mala de R$ 500 mil do ex-assessor Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) e a fita gravada clandestinamente por Joesley Batista.

Tudo parece indicar que foi a JBS quem pagou a reforma da casa de uma das filhas de Temer, em São Paulo. O dinheiro sairia da empresa sob pretexto de doação de campanha, iria parar na empresa do coronel Lima e dali sairia para o pagamento de arquitetos e fornecedores de material para a obra.

A isso junte-se o depoimento do delator Ricardo Saud, da J&F, ao Ministério Público Federal. Segundo ele, dos R$ 300 milhões da “conta propina” do PT, R$ 15 milhões foram para a campanha à Vice-Presidência em 2014, mas Temer teria feito “uma coisa até deselegante”: surrupiado uma parte para uso pessoal.

“Eu já vi o cara pegar o dinheiro da campanha e gastar na campanha. Agora, ganhar dinheiro do PT e guardar para ele no bolso dele, eu acho muito difícil. Aí, ele (Temer) e o Kassab (Gilberto Kassab, ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação) guardaram o dinheiro para eles usarem de outra forma”, diz Saud no vídeo de 23 minutos. Dinheiro de empresa privada em campanha era legal. No bolso dos candidatos, não. 

Adiante, ele ratificou: “Nessa eleição, só vi dois caras roubar deles mesmos. Um foi o Kassab, o outro foi o Temer. O Temer me deu um papelzinho e falou: ‘Ricardo, tem um milhão que eu quero que você entregue em dinheiro nesse endereço aqui’”. Era o endereço da empresa do coronel Lima, que, conforme recibos e mensagens colhidas pela PF, foi quem financiou as obras na casa da filha do então vice.

Temer tem se enrolado diante de perguntas que não são só da PF e da mídia, mas da sociedade. Negou que viajara no jatinho da JBS para Comandatuba, na Bahia, depois confirmou, mas dizendo que não sabia de quem era o avião. Agora, tudo o que tem a dizer é que a filha tinha recursos, na época, para bancar as obras. É pouco, senhor presidente.

Assim como as obras no sítio e no triplex criam um link direto entre Odebrecht e OAS e o ex-presidente Lula, a da casa da filha é considerada o link entre a JBS e Temer. Daí porque é temerário ele prever, como fez ontem com ministros e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que o provável pedido de processo da PGR contra ele será “fraquíssimo”.

Com o coronel Lima entrando em cena como protagonista, as reações são contundentes. Temer quer pressa na votação do pedido da PGR na Câmara, Maia acena até com o cancelamento do recesso de julho e o ex-presidente Fernando Henrique dá uma guinada importante, que pode mudar a disposição do PSDB e do Congresso.

Assim como pediu a renúncia como “gesto de grandeza” de Dilma Rousseff em 2015, FHC enviou nota ontem ao jornal O Globo e à agência Lupa sugerindo a Temer antecipar as eleições gerais como “gesto de grandeza”. Ele admitiu que sua percepção sobre a crise tem sofrido “abalos fortes”. Tem mesmo, já que FHC sempre foi contra eleições diretas agora e havia liderado, três dias antes, a decisão do PSDB de continuar no governo. 

Entre a reunião do “fico” e a defesa de eleições antecipadas, o que houve? Certamente, o avanço das investigações sobre os vínculos entre Temer, o coronel Lima e papéis rasgados na casa deste. Quem tem provas a destruir é porque tem culpa no cartório. A culpa de um coronel aposentado é uma coisa, a de um presidente da República é outra. Ainda mais com crise, tensão e futuro incerto.
*Publicado no Portal Estadão em 16/06/2017