sábado, 18 de março de 2017

➤BOA NOITE!


A Bela e a Fera, lançado no ultimo dia 16, tem atraído grandes públicos para as salas de cinema em todo o Brasil.

Moradora de uma pequena aldeia francesa, Bela tem o pai capturado pela Fera e decide entregar sua vida ao estranho ser em troca da liberdade do progenitor. No castelo ela conhece objetos mágicos e descobre que a Fera é na verdade um príncipe que precisa de amor para voltar à forma humana.

Sucesso em desenho animado de Walt Disney, A Bela e a Fera volta, agora com Ema Watson, Dan Stevens, Luke Evans, John Gad e outros.

Para este sábado selecionei o vídeo com cenas do filme e a música Beauty and the Beast com Ariana Grande e John Legend


➤RAPIDINHAS


O mensalinho de Lula

Com a delação dos executivos da Odebrecht, a situação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que já não era boa, vai ficar ainda mais complicada. Um ex-diretor da empreiteira contou aos procuradores que pagava uma mesada a um dos irmãos do ex-presidente. Além disso, a empreiteira confirmou que reformou o sítio de Atibaia, comprou um lote para abrigar o Instituto Lula, financiou palestras e ainda patrocinou o filho mais novo do petista – tudo a pedido do ex-presidente.



Gerente da BRF se entrega à PF no aeroporto de Guarulhos
O gerente de Relações Institucionais da BRF, Roney Nogueira dos Santos, foi preso na madrugada deste sábado ao desembarcar no aeroporto de Guarulhos, na Grande São Paulo. Alvo de um mandado de prisão preventiva no âmbito da Operação Carne Fraca, Santos estava na África do Sul e avisou às autoridades que voaria hoje ao Brasil para se entregar.
Roney é investigado pelos crimes de corrupção (passiva e ativa), concussão, peculato, prevaricação, advocacia administrativa, falsificação e adulteração de substância ou produtos alimentícios e lavagem de dinheiro.

Carne Fraca: PF caça dois empresários foragidos
A Polícia Federal está no encalço dos empresários Nilson Alves Ribeiro e Nilson Umberto Sacchelli Ribeiro, que tiveram prisão preventiva decretada dentro da Operação Carne Fraca, mas estão foragidos. O primeiro Nilson é pai do segundo e ambos são sócios do frigorífico Frigoberto. Os dois são acusados de pagar 350.000 reais em propina para fiscais do Ministério da Agricultura no Paraná em troca de uma licença em tempo recorde para abate de carne de cavalo. Tanto um como o outro têm cidadania italiana, o que deixou a Polícia Federal em alerta. Nilson pai, por exemplo, já está fora do Brasil. E Nilson filho está sendo monitorado pela PF, mas tem escapado do cerco policial. Os investigadores descobriram que ele havia comprado uma passagem para a Itália e armaram um esquema para prendê-lo no aeroporto. Mas ele deu o “bolo” e deixou os policiais chupando o dedo. Dos 38 mandados de prisão expedidos na operação, só os da família Ribeiro não foram cumpridos até agora.

Defesa de Dilma alega que despesas de Temer foram pagas por comitê
A defesa da ex-presidente Dilma Rousseff protocolou no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) uma petição em que aponta que o presidente Michel Temer teve despesas pagas pelo comitê central da campanha presidencial de 2014 – na qual a chapa vencedora era formada pela petista e pelo peemedebista. A intenção dos advogados de Dilma é derrubar a tese de que é possível separar as condutas da então candidata a presidente e do vice na ação que tramita na corte eleitoral.
Uma ação de investigação judicial eleitoral tramita no TSE desde 2014 e pode gerar a cassação do mandato de Temer e a inelegibilidade dele e de Dilma. O Tribunal investiga se houve abuso de poder político e econômico na campanha presidencial. Para instruir o processo, o ministro relator, Herman Benjamin, ouviu inclusive delatores da Operação Lava Jato, como ex-executivos da Odebrecht. 

Temer convoca reunião de emergência com ministros e frigoríficos
Com a crise aberta pela Operação Carne Fraca, que deflagrou um esquema de corrupção envolvendo frigoríficos e fiscais agropecuários, o presidente Michel Temer convocou para este domingo reuniões com o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, o ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira, e representantes de frigoríficos. 
Às 14h, Temer teve um primeiro encontro apenas com Maggi, no Palácio do Planalto. Em seguida, recebeu também Pereira e os representantes dos frigoríficos. Nem a assessoria da Presidência nem do Ministério da Agricultura soube informar quem participa da reunião em nome do setor. 1


➤BOM DIA!

Credibilidade em falta*

Reforma política é mais do que necessária. 
O momento é que é ruim

João Domingos


De uma realidade é muito difícil fugir: sem credibilidade por parte de quem se propõe a fazer algo, qualquer coisa, por mais bem feita que seja, não conseguirá dissipar a suspeita de que é defeituosa. 

Por isso mesmo, antes até que o texto seja conhecido, a proposta de reforma política que o Congresso pensa em levar para frente já é tida como um aleijão, uma tentativa de fugir da Lava Jato, de anistiar caixas 1 e 2 e quantos mais houver.

“O Congresso terá muito desgaste se insistir nessa tecla. O poder do Legislativo não é ilimitado, é submetido à moralidade”, advertiu o ex-juiz Marlon Reis, um dos criadores da Lei da Ficha Limpa.

“O que eles querem anistiar não é caixa 2. Querem anistiar corrupção e lavagem de dinheiro. Pretendem anistiar o coração da Lava Jato. E, se anistiarem, a Lava Jato vai acabar”, reagiu o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, um dos coordenadores da Lava Jato. 

Que o Brasil precisa de uma reforma política isso ninguém discute. O problema é o momento em que todos se lembraram de que ela é urgente, que coincide com os novos pedidos de investigação das cúpulas do Senado e da Câmara, de direções partidárias, de ministros, de deputados e senadores por suspeita de envolvimento com a Lava Jato.

Para piorar o problema, se é que isso é possível, o porta-voz da reforma política é o líder do governo no Senado, Romero Jucá (RR), presidente do PMDB, partido mais do que envolvido nas denúncias. Ele pode ter muita credibilidade entre os colegas e no governo, porque é um desatador de nós. Do lado de fora, porém, a credibilidade de Jucá é pequena. Quanto mais ele aparecer na linha de frente da reforma política, maior poderá ser a reação da sociedade a ela. 
Jucá já adiantou que a ideia é criar um fundo misto, composto tanto por recursos públicos quanto de pessoas físicas para o financiamento das campanhas já a partir de 2018. Para que o financiamento público possa funcionar, a tendência é aprovar o voto em listas fechadas, e não mais individualmente, como tem sido a tradição brasileira.

Os críticos da tese lembram que essas listas serão controladas justamente pelas direções partidárias, enroladas na Lava Jato. Quem garante que elas não serão as primeiras da lista? Com a manobra, poderão permanecer na alçada do Supremo Tribunal Federal, que, por uma série de razões, até por não ser um tribunal penal, leva um grande tempo para condenar alguém. Com o juiz Sérgio Moro é diferente, é vapt-vupt. Deus os livre. 

Como a proposta de reforma política ainda é uma ideia, Câmara e Senado resolveram se resguardar. Todos os 513 deputados e 54 dos 81 senadores vão renovar seus mandatos no ano que vem. Muitos resistem à reforma da Previdência por considerar que ela poderá até inviabilizar a reeleição deles, caso não façam modificações no projeto e deixem isso muito claro para o eleitor.
Aos apelos do presidente Michel Temer, de que a aprovação da reforma previdenciária é importante para a sobrevivência do grupo que está no poder, respondem que não podem perder tudo por um governo que tem data de validade para sair de circulação.

O líder do movimento é o senador Renan Calheiros (PMDB-AL). Mas ele apenas verbaliza o que pensam os colegas. A maior resistência vem das regiões Norte e Nordeste, onde 32 senadores querem renovar o mandato. É um número suficiente para inviabilizar não só uma reforma constitucional, como a da Previdência, mas o próprio governo.

Por isso mesmo é que Temer já disse que aceita mudanças na Previdência, porque a palavra final é do Congresso, e o Congresso é “o senhor da questão”. Mas não é só por isso. É porque Temer só sobrevive até o fim de 2018 se tiver apoio do Congresso. O mesmo Congresso que, mesmo sem credibilidade, tenta ainda manobras para salvar a si mesmo.

*Publicado no Portal Estadão em 18/03/2017