“Só eu posso enfrentar essa euforia da insanidade
judicial”
Réu da Lava Jato, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva investiu destemidamente contra a histórica Operação que lhe atribui
corrupção e lavagem de dinheiro no esquema de propinas da Petrobrás. Durante
jantar com petistas e correligionários, semana passada, o ex-presidente
classificou os procuradores da força-tarefa do Ministério Público Federal de
‘moleques que falam bobagem’ e afirmou ser ele a pessoa que ‘pode resistir à
essa euforia da insanidade judicial’.
“É você ter em Curitiba (base da Lava Jato), sabe, um
agrupamento especial de pessoas ungidas por Deus prá salvar o mundo”, disse
Lula.
Referindo-se expressamente aos procuradores da República
e aos delegados da Polícia Federal que fecham o cerco a ele, Lula jogou sobre
os ombros de seus algozes a grave crise econômica do País. “Eles têm noção de
quanto a Operação Lava Jato já causou de prejuízo na economia desse País?, ao
PIB desse País? Eles têm noção de quanto desemprego (a Lava Jato) já causou?”
Outra vez, como já havia dito no grampo da PF em março, o
petista atirou para todos os lados e Poderes. “Um Congresso desmoralizado,
Suprema Corte, sabe, com problemas, o Superior Tribunal de Justiça com
problemas, o Ministério Público então virou, sabe, um bando de ungidos que vão
salvar a humanidade.”
“O que aqueles moleques falam de bobagem é muito grande”,
disse.
Dirigiu-se a um dos procuradores da força-tarefa, Deltan
Dallagnoll, que o acusou de ser o ‘comandante máximo da organização criminosa’
do esquema de propinas na Petrobrás.
“Ora, o cidadão tem a petulância de dizer: o Lula é chefe
de uma organização criminosa que é o PT. Eu já abri proceso contra o delegado
(Filipe Pace, da Polícia Federal), já abri contra o Moro (juiz da Lava Jato),
tô abrindo agora contra o Dallagnol e vou abrir contra todos.”
Lula ganhou aplausos da sua platéia.
“Preciso brigar com eles porque alguém tem que reagir.
Alguém tem que reagir.”
“Com muita humildade se tem alguém que pode resistir à
essa euforia da insanidade judicial sou eu. Estou disposto a fazer o que for
necessário.”
Agência Estado