domingo, 4 de dezembro de 2016

➤Alvo de ataques

Renan diz que atos são ‘legítimos’


Principal alvo dos protestos deste domingo, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), divulgou uma nota hoje para dizer que os atos são “legítimos” e que o Senado “continua permeável e sensível às demandas sociais”. “O presidente do Senado entende que as manifestações são legítimas e, dentro da ordem, devem ser respeitadas. Assim como fez em 2013, quando votou as 40 propostas contra a corrupção em menos de 20 dias, entre elas a que agrava o crime de corrupção e o caracteriza como hediondo, o Senado continua permeável e sensível às demandas sociais”, disse o senador, em texto enviado por sua assessoria de imprensa.

Bonecos com a imagem do político alagoano vestido de presidiário foram inflados em Brasília e São Paulo. Além dos gritos de “Viva Moro”, manifestantes fizeram coro para pedir a saída de Renan da presidência do Senado. Nesta semana, ele tentou uma manobra para acelerar a votação do pacote anticorrupção, que havia sido desfigurado na Câmara dos Deputados. Mas acabou perdendo a votação da urgência por 44 votos contrários a 14 a favor. Na ocasião, Renan chegou a se mostrar irritado com a reação de procuradores que convocaram coletivas para se manifestar contra as mudanças feitas nas 10 Medidas Contra a Corrupção.

➤Requião sobre manifestantes

“Mentecaptos manipuláveis”

O senador Roberto Requião (PMDB-PR), relator do projeto de abuso de autoridade no Senado, usou o seu perfil no Twitter para criticar os manifestantes que saíram às ruas neste domingo em apoio à Lava Jato e contra as mudanças feitas no pacote anticorrupção. O senador chamou os participantes dos atos de “mentecaptos manipuláveis” e os integrantes da força-tarefa da Lava Jato de “fundamentalistas e paladinos”. Nos últimos dias, membros do Judiciário e do Ministério Público têm atacado o projeto de abuso de autoridade por o verem como uma tentativa de intimidar as investigações.

No Twitter, Requião também prometeu entregar um substitutivo ao projeto na próxima terça-feira. “Com pitis ou sem pitis, com histerias e passeatas, ou sem, estou trabalhando para oferecer ao Senado, na terça, uma boa proposta de lei”, escreveu. O senador ainda fez posts contra o pacote das Dez Medidas contra a Corrupção, que foi aprovado na Câmara com diversas mudanças e agora está em discussão no Senado. “O conteúdo das ‘dez medidas’ vendia combate a corrupção, mas entregava fascismo e regressão a barbárie corporativa”, escreveu o senador.

Na última quinta-feira, o juiz Sergio Moro foi ao Senado para discutir a proposta de abuso de autoridade. Na ocasião, o magistrado defendeu  que ela não fosse debatida neste momento e que fosse incluído um artigo, garantindo que não configuraria crime a divergência na interpretação da lei penal.
Fonte: VEJA

➤BOA NOITE!


O poeta, escritor e teatrólogo Ferreira Gullar morreu na manhã deste domingo, aos 86 anos, no Rio de Janeiro.



Um dos maiores nomes da poesia e da literatura brasileira, Ferreira Gullar escreveu vários poemas que foram musicados e interpretados por Raimundo Fagner.


Selecionei para lembrar do poeta que nos deixa, um de seus mais belos sonetos, musicado e gravado em 1984 por Fagner: Me leve (Cantiga para não morrer)





➤Manifestação pacífica - 2

De verde e amarelo e sem vandalismo


Fotos de manifestantes em todo o Brasil mostrando sua 
inconformidade com o que ocorreu com o pacote anticorrupção. Os manifestantes pediram, em todo o Brasil a saída de Renan da presidência do Senado e de Rodrigo Maia da presidência da Câmara. 

Blumenau

São Paulo

Goiás

Porto Alegre










➤Manifestação pacífica

De verde e amarelo e sem vandalismo

Avenida Paulista - São Paulo
Moradores de várias cidades brasileiras saíram para as ruas neste domingo para apoiar a Operação Lava Jato, o juiz Sérgio Moro e protestar contra as mudanças na lei anticorrupção e, principalmente, contra o senador Renan Calheiros (PMDB) e o deputado Rodrigo Maia (DEM)

Pacifica e democraticamente, milhares de pessoas foram para avenidas e praças, vestindo camisas verdes ou amarelas, com a bandeira do Brasil nas mãos, sem ônibus pago, sem lanche subvencionado, sem máscaras ou rosto encoberto, mas acima de tudo, sem quebrar nada, sem enfrentar a polícia, sem depredar, sem feridos!

Copacabana - Rio de Janeiro
Completamente diferente do que aconteceu na semana passada na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, o povo foi para as ruas para mostrar seu desencanto com os políticos que, na madrugada, mudaram profundamente o projeto de lei anticorrupção.

Não havia outra cor, não havia outra bandeira, não havia outro canto a não ser o verde e o amarelo, a bandeira do Brasil e o Hino Nacional. Houve tempo até para homenagear os mortos na tragédia em que morreram os jogadores da Chapecoense.

Congresso - Brasília
Antes de quebrar carros, de jogar coquetéis molotov, de destruir fachadas de ministérios, de incendiar veículos da imprensa, ordeiramente os manifestantes foram para as ruas cumprir um único objetivo, demonstrar sua inconformidade com a maneira como determinados políticos estão agindo. O corporativismo político não está mais sendo aceito pela sociedade. Ninguém quer mais que os envolvidos nas denúncias da Lava Jato, votem projetos e artigos que protejam, única e exclusivamente, seus interesses escusos.

Ninguém quer a impunidade de um ou outro lado, mas sim decisões que representem a justiça em toda a sua extensão. Culpar juízes e promotores, livrando a cara de corruptos e ladrões, não é o que passa pela cabeça dos brasileiros. O que todos queremos é que, seja quem for, enfrente os rigores da lei, sejam magistrados, sejam políticos, sejam pessoas do povo.

Manifestação em Curitiba
Acabou o tempo do foro privilegiado somente para quem faz as leis. Acabou o tempo de usar o tal privilegio para criar formas de punir quem busca o que é justo. Chega de criar obstáculos para quem busca acabar com a corrupção. Se alguém merece ser punido, certamente não é quem manda para a cadeia aqueles que roubaram o dinheiro dos brasileiros, quem destruiu empresas, que
]enriqueceu com propinas.

Nada melhor do que postar aqui algumas fotos, como fiz na semana passada. Enquanto hoje mostro o verde e amarelo, as bandeiras do Brasil, as faixas de protestos contra os corruptos e ouço na TV o Fora Renan, Fora Maia, nas manifestações em Brasília, o que vimos foram marginais, com a cara coberta, jogando bombas incendiárias, quebrando, virando e incendiando veículos, destruindo ministérios e patrimônio público, para protestar contra o que, provavelmente, nem sabem o que.

Belo Horizonte
Que o exemplo dado pelos brasileiros na tarde de hoje, surta o efeito que todos querem. Que a paz prevaleça sobre o ódio, o vandalismo e, mais do que tudo, que a impunidade acabe e que a corrupção tenham um fim definitivo.

Está na hora de botar na cadeia quem roubou o Brasil. Se no meio deles aparecer algum magistrado, que sofra os mesmos rigores, o que não aceitamos mais é saber de pessoas que entraram pobres na política a acabaram com os bolsos recheados de dinheiro.

Queremos e devemos nos manifestar, sair para as ruas, gritar contra o que não queremos. Mas que seja tudo pacificamente, de verde e amarelo e sem vandalismo.

➤Aos 86 anos

Morreu Ferreira Gullar


O escritor, poeta e teatrólogo Ferreira Gullar morreu na manhã deste domingo, 4, no Rio de Janeiro, aos 86 anos. Gullar estava internado no Hospital Copa D'Or, na Zona Sul do Rio com um quadro de insuficiência respiratória e pneumonia, apontada como a causa da morte.

Um dos mais importantes literatos da história da literatura brasileira, Ferreira Gullar passeou por vários campos da expressão poética, literária e crítica, quase sempre com um forte tom político. Avesso a rotulações binárias, usualmente se colocava no sentido contrário ao do poder em questão.

Seu primeiro livro, depois renegeado pelo autor, foi Um Pouco Acima do Chão, em uma edição de 1949. Cinco anos depois, veio A Luta Corporal, este já com os primeiros esboços da poesia esteticamente ambiciosa em que ele trabalharia incansavelmente até Em Alguma Parte Alguma e Bananas Podres, dois de seus livros mais recentes.

Ele estava com os irmãos Augusto e Haroldo de Campos na Exposição Nacional de Arte Concreta, em 1956, considerada o marco inicial do movimento concretista, expressão poética fundamental do século 20. Porém a contribuição foi breve: em fevereiro do ano seguinte, Gullar publicou um artigo no Suplemento Dominical do Jornal do Brasil questionando as teses do movimento, e o rompimento viria em seguida.

A disputa entre "concretos" e "neoconcretos" sempre ocupou um campo mais ou menos nebuloso entre a intelectualidade, mas os ecos, que influenciaram muitas das expressões artísticas nacionais desde os anos 1960, chegaram até 2015, quando Augusto de Campos e Ferreira Gullar trocaram cartas agressivas pelo jornal Folha de S. Paulo.

Em 1976, ele lançou seu trabalho mais célebre, o Poema Sujo -- cem páginas de poesia na sua mais alta expressividade política. Símbolo de resistência à ditadura, o poema chegou aos brasileiros primeiro por uma fita que pertencia a Vinicius de Moraes, trazida de Buenos Aires, onde Gullar estava exilado.
Colecionador de prêmios, Gullar venceu o Machado de Assis da Biblioteca Nacional em 2005, e o Camões, o mais importante da língua portuguesa do mundo, em 2010. Era membro da Academia Brasileira de Letras (ABL) desde 2014 - depois de anos dizendo que esta honraria ele não aceitaria. 

Ele nasceu em São Luís (MA), em 10 de setembro de 1930, como José Ribamar Ferreira. Gullar deixa a esposa, dois filhos e oito netos.
Agência Estado