sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

➤BOA NOITE

Moacyr Franco (Ituiutaba, 5 de outubro de 1936), 
é um ator, cantor, compositorautor, apresentador deTV, humorista 
e político brasileiro.

Começou sua carreira nos anos 60 no programa Praça da Alegria, interpretando o personagem "Mendigo", emplacou um grande sucesso ao gravar a marchinha de carnaval "Me Dá Um Dinheiro Aí". Continua a seguir  a carreira de cantor, apresentando-se por todo o Brasil.

Os mais antigos lembrarão, provavelmente com saudades, de Moacyr Franco cantando Distante dos olhos.


➤OPINIÃO

Suicídio do Congresso*

Eliane Cantanhêde

O mundo está desabando e as chances de o Congresso Nacional virar uma Arca de Noé e de os políticos se salvarem do dilúvio parecem cada vez menores, até porque não se vê nenhum Monte Ararat à frente. Depois do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, agora é o do Senado, Renan Calheiros, que vira réu do Supremo, enquanto os deputados estraçalham o pacote anticorrupção na calada da noite e o Senado tenta regime de urgência para amarrar os cacos do pacote e jogar no colo do presidente Michel Temer.

Se a economia estivesse reagindo bem, todos esses erros e solavancos políticos poderiam ser mitigados. Mas não é o que acontece e chega-se ao círculo vicioso em que a política puxa a economia para baixo, a economia puxa a política e o redemoinho traga tudo e todos. E o Congresso? Entra em choque com o Poder Judiciário, isola-se perigosamente da opinião pública e deixa o Poder Executivo entre a cruz e a espada: ou aliar-se a ele contra o Judiciário e a opinião pública, ou virar-se contra ele e perder votos em projetos fundamentais para a sua própria sobrevivência.

Temer tenta se equilibrar entre os Poderes, lamentando que até a aprovação folgada da PEC do Teto de Gastos no Senado tenha sido tragada pela queda do avião da Chapecoense, o pacote de maldades da Câmara, a Odebrecht e o julgamento de Renan no STF. Está difícil conquistar manchetes otimistas e uma “agenda positiva”. O risco para o Planalto é uma onda de manifestações pelo País afora, com grupos, táticas e objetivos muito diferentes.

Na terça-feira, enquanto o Brasil vivia intensamente a comoção pelo acidente, vândalos quebraram vidraças, picharam prédios públicos, incendiaram e viraram carros na Esplanada dos Ministérios. A votação da Câmara sobre o que seria o pacote anticorrupção seria horas depois, mas nenhum “manifestante” abriu a boca, ou uma bandeira, para defender as dez medidas do MP, subscritas por mais de 2 milhões de pessoas. Só na quarta-feira veio o panelaço contra o Frankenstein corrupção e, na quinta, o protesto de juízes e procuradores diante do STF.

Com Judiciário e Legislativo em pé de guerra, um debate no Senado reuniu ontem Renan, falando pelo Congresso horas antes de virar réu, Gilmar Mendes, contrapondo-se a lugares-comuns, e Sérgio Moro, com ponderações técnicas e didáticas sobre os perigos do pacote da Câmara. Em vez de disparar adjetivos e desaforos, o juiz foi surpreendentemente político e sugeriu um único antídoto para preservar os agentes do combate à corrupção: especificar que divergências na aplicação da lei, na interpretação dos fatos e na avaliação de provas não podem ser criminalizadas. Para que juízes e procuradores possam discordar sem que isso seja caracterizado como má-fé ou crime.

Juízes, procuradores, policiais federais erram, como todo mundo, e os juízes gozam de excessiva imunidade. Juiz perde ação? Perde a aposentadoria mesmo afastado? E o que dizer do juiz que quebrou o sigilo telefônico da jornalista Andreza Matais para escancarar suas fontes de informação? Mas, convenhamos, mexer nisso agora é dar murro em ponta de faca. Com esse Congresso? Com a Lava Jato a mil? Com a delação da Odebrecht?

Prensado entre Renan, Gilmar e os senadores, principalmente do PT (quem te viu, quem te vê...), Moro parecia isolado, falando sozinho, mas, se havia alguém ali com real apoio popular, falando por milhões de cidadãos e cidadãs, era o juiz de Curitiba. Nesse clima que o Brasil vive, cristaliza-se infelizmente uma sensação do bem contra o mal. Seguramente, não é Moro que incorpora o mal. Aliás, ele nem está na lista da Odebrecht.

*Publicado no Portal Estadão em 02/12/2016

➤13º salário

Fortunati anuncia atraso

A redução nos repasses estaduais e federais, juntamente com o fim do desconto para pagamento antecipado IPTU de 2017, foram apontados pelo prefeito José Fortunati (PDT) como causas principais para o atraso no pagamento do 13º salário do funcionalismo municipal. Fortunati avisou que não há prazo para a quitação do 13º.

É a primeira vez que a prefeitura municipal, em 28 anos, deixa de conceder o desconto para o pagamento antecipado do IPTU, que este ano foi de 12%. Desde 1987, quando a lei que autoriza o desconto foi promulgada, a prefeitura sempre fez uso dela, concedendo beneficios para quem pagasse o IPTU adiantado. Para este ano, estava previsto um desconto de 15%. Atendendo solicitação do prefeito eleito, Nelson Marchezan (PSDB), Fortunati anunciou que não haverá descontos no IPTU de 2017.

O valor do imposto será calculado quando for divulgado o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) dos últimos 12 meses. Em outubro, o índice chegou a 7,87%.

➤Delação de Odebrecht

Dilma não pediu vantagens, mas sabia tudo


Acordo de leniência assinado ontem, delações na mesa, vai aqui quase direto da fonte: Marcelo Odebrecht, em sua delação premiada, livrou Dilma de crime mais grave ao declarar que a ex-presidente nunca pediu recursos para ela mesma.

Entretanto, ele foi claro ao afirmar que ela tinha, sim, conhecimento de todo o esquema da Petrobrás.

Assim, na avaliação de jurista conhecido, Dilma teria cometido prevaricação – e por isso poderia ser punida mesmo agora, como cidadã comum.

Como presidente, poderia estar submetida ao art. 85 da Constituição – que, em seu inciso V, considera crime de responsabilidade “a improbidade na administração”.

Que, na prática, é uma das definições da prevaricação.

Agência Estado