sexta-feira, 25 de novembro de 2016

BOA NOITE!


James  Taylor (Boston, 12 de março de 1948) é um músico norte-americano, compositor e intérprete da fusão do "country-gospel-rock", que recebeu os maiores prêmios musicais do mundo.

Em 1971 e 1978 recebeu o Grammy como melhor cantor pop. Em 1997, levou o Grammy de Melhor Álbum do Ano.

Em 1998 recebeu “o prêmio do século”, The Century Award, a honra mais alta da Billboard Magazine.

De uma apresentação no Kennedy Center, uma interpretação magnifica de James Taylor em Here Comes The Sun, de George Harrison.


ENTREVISTA

Temer reage

Entrevista da jornalista Eliane Cantanhêde (Estadão) 
com o presidente Michel Temer

O presidente Michel Temer captou a gravidade da crise e decidiu reagir, aceitando (ou induzindo?) o pedido de demissão do secretário de Governo, Geddel Vieira Lima, e negando peremptoriamente que tenha tentado “enquadrar” 0 ex-ministro da Cultura Marcelo Calero. “Ora vejam, quem me conhece sabe que eu não sou de sair ‘enquadrando’ ninguém. O que eu falei a ele foram coisas absolutamente normais”.

Temer lamenta que “um episódio menor” – o embargo a um prédio em área histórica de Salvador, no qual Geddel tem um apartamento – tenha gerado tanta tensão política. Ele confirma a versão de Calero para a Polícia Federal sobre as duas  conversas que teve com Calero antes que este pedisse demissão e diz que, de fato, recomendou que procurasse a Advocacia Geral da União (AGU), órgão adequado para agir nesse tipo de conflito. Só rebate que tenha tido “algum tipo de enquadramento”.

“Disputas entre ministros é a coisa mais natural, vive acontecendo. Não sei por que esse rapaz (Calero) reagiu dessa forma”, diz o presidente, confirmando que insistiu para que ele permanecesse na Cultura e supondo que o ex-ministro tenha agido por influência de “amigos do Rio de Janeiro”.

Segundo Temer, “há fortes rumores” de que Calero tenha gravado conversas com ele, com Geddel e com o chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, mas disse que não recebeu nenhuma confirmação disso. “Se eu perguntar para a Polícia Federal, já vão dizer que é pressão. Veja como são as coisas.” Ele, porém, diz que torce para que haja gravações mesmo, “para comprovar que não houve nada demais, foram conversas normais”.

O presidente está agora às voltas com a escolha de um novo nome para substituir Geddel, que ocupa uma função chave, a de articulação política com o Congresso, num momento em que o governo precisa aprovar  a PEC do Teto de Gastos, espinha dorsal da política econômica, e está às vésperas de encaminhar a reforma da Previdência.

“Tem de ser alguém que não esteja metido com nada de nada”, disse, num tom próximo à ironia. Mas, de qualquer forma, diz ter certeza de que a crise Geddel e o envolvimento do seu nome não irão afetar negativamente as votações: “Efeito zero”.

A oposição anuncia que pretende entrar com um pedido de impeachment contra Temer, mas ele, que já presidiu a Câmara quatro vezes, diz que considera isso “absolutamente normal”: “Eles estão no papel deles”.

DEMISSÃO

Geddel vai deixar o ministério

O ministro da Secretaria Geral de Governo, Geddel Vieira Lima, já tomou a decisão de deixar o governo ainda nessa sexta-feira  para tentar estancar a crise política do governo. Geddel vai oficializar sua demissão  por causa da acusação de tráfico de influência feita pelo ex-ministro da Cultura Marcelo Calero.

Geddel foi acusado de pressionar Calero para autorizar que o Iphan da Bahia liberasse a construção de um prédio onde tinha adquirido um apartamento. Calero se recusou a atender o pedido e se queixou ao presidente Michel Temer. Percebendo que Temer decidiu ficar do lado de Geddel, o então ministro preferiu se demitir.


A crise aumentou muito de proporção e tornou a situação de Geddel insustentável depois que Calero prestou depoimento à Polícia Federal e acusou Geddel e o próprio Temer de o pressionar para que autorizasse a obra. Para tentar estancar a sangria política do governo, Geddel vai deixar a pasta.
Agência Estado


OPINIÃO – 2

Caminho único

Ibsen Pinheiro*

Incrível como  a iniciativa do governador Sartori, encaminhando à Assembleia Legislativa o chamado pacote de medidas destinadas a recompor as finanças do Estado, alcançou uma repercussão ao mesmo tempo imensa e diversificada entre os favoráveis e os contrários. Não os definira como dois times, pois nesta hipótese teriam que ter números idênticos, 11 contra 11.

Contrários são aqueles que se declaram diretamente atingidos, ou a maioria deles; favoráveis são todos os outros gaúchos. Mas existe entre eles uma semelhança: todos conhecem a causa, que consiste na calamitosa quebra das contas públicas como resultado de passadas políticas desastrosas pela incompetência ou a demagogia, quando não por ambas.

Não sendo um time contra outro, pode-se avaliar que são alguns, talvez milhares, contra os milhões de gaúchos atingidos pelo prejuízo imposto aos serviços públicos essenciais e que estarão, direta ou indiretamente, entre os beneficiários da aprovação. E quando as galerias estiverem lotadas para acompanhar a votação, não haverá proporcionalidade na distribuição dos assentos, porque nesse caso à minoria não caberiam mais do algumas escassas testemunhas.

Se tantos beneficiários aparecem tão pouco e poucos atingidos aparecem tanto, qual será o mistério? Não há nenhum mistério, pelo menos desde que Maquiavel matou a charada quando ensinou que toda a mudança útil e necessária atinge, quando não prejudica, alguns interesses minoritários, nem todos injustos, mas todos os titulares desses direitos se mobilizam com grande energia e visibilidade.

E os outros? Os outros, na grande maioria, não sabem do resultado positivo que virá, se é que minimamente conhecem o processo de mudanças em curso. Por isso é difícil mudar para melhor nas complexas regras do jogo democrático. Discutir e votar é o caminho. Por ser amargo, certamente não é o melhor dos caminhos, é o único. Sem exagero: ÚNICO!

*Deputado estadual e presidente do PMDB-RS. 
  Publicado em ZH de 25/11/2016

25/11/2016



Estadão - Calero gravou conversas com Temer, Geddel e Padilha
Em depoimento à PF, ex-ministro da Cultura acusa o presidente de ter o pressionado para que liberasse um empreendimento em Salvador de interesse do ministro Geddel Vieira Lima

Folha de São Paulo - Procuradoria deve pedir inquérito contra Geddel e estuda incluir Temer
Inclusão de presidente em eventual pedido ao STF depende de análise mais detalhada

O Globo - Acusado por Calero, Temer agora quer tirar Geddel
Ex-ministro diz que presidente o pressionou a liberar obra embargada

Correio Braziliense - Garotinho deverá sair de prisão domiciliar já nesta sexta-feira
A decisão dos ministros do TSE impõe restrições a Garotinho. Ele deverá permanecer no endereço onde está, no bairro do Flamengo, zona sul do Rio, e não poderá viajar à cidade de Campos dos Goytacazes

Estado de Minas - Lula quer 'caciques' do PT na disputa pela Câmara dos Deputados em 2018
Ideia do ex-presidente é que partido recue e coloque suas principais lideranças, como Fernando Haddad e Jaques Wagner, para disputar as vagas de deputados federais nas próximas eleições

Tribuna da Bahia - Ex-deputado Eduardo Cunha recorre ao STJ para deixar prisão
Cunha está preso desde o mês passado em Curitiba, por determinação do juiz federal Sérgio Moro. O caso será decidido pelo ministro Felix Fischer

Diário do Nordeste - Ceará é o 4º em mortes por febre chikungunya
Levantamento revela que a doença já matou 14 pessoas neste ano, sendo 12 em Fortaleza e duas no Interior

Diário Catarinense - Pacientes menores de idade têm sobrevida de 64% no Brasil
Região Sul tem índice mais elevado, com 75%, segundo dados do Inca

Revista VEJA - Mensagens reforçam que sítio de Atibaia pertence a Lula
Mensagens eletrônicas obtidas pela PF mostram que Rogério Aurélio Pimentel, assessor do então presidente Lula, orientou as reformas na propriedade

Revista EXAME - PGR pode pedir que Temer seja investigado após denúncia
O ex-ministro da Cultura Marcelo Calero afirmou ter sido pressionado por Temer sobre questão envolvendo o secretário de governo, Geddel Vieira Lima

Revista ÉPOCA - Moro irá ao Senado no dia 1º de dezembro discutir projeto de abuso de autoridade
Protagonista da Lava Jato, o juiz federal tem várias de suas decisões contestadas por políticos

Agência BRASIL - País perdeu 74.748 vagas formais em outubro, mostra Caged
A perda de empregos ficou abaixo da registrada em outubro de 2015, quando houve fechamento de 169.131 vagas

Portal G1 - Número de brasileiros com visto negado para os EUA mais que triplica
Europeus também adotam medidas para frear entrada de estrangeiros

Portal IG - Calero gravou conversas com Temer e caso pode causar impeachment
Planalto fala em crise "generalizada"; Maia diz que "Calero enlouqueceu"

TEMER, PADILHA E GEDDEL

Calero gravou conversa com eles

Foto: Agência Brasil/Reprodução
Depois de acusar a cúpula do governo de tentar pressioná-lo a liberar uma obra de interesse pessoal do ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero entregou à Polícia Federal gravações das conversas que teve sobre o assunto com o presidente Michel Temer, com o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, e com o próprio Geddel. Em depoimento à PF, o ex-ministro narrou detalhes de como Temer e seus dois principais ministros teriam tentado forçá-lo a liberar a construção de um prédio residencial em uma região tombada pelo patrimônio histórico em Salvador. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, subordinado a Calero, havia embargado a obra.

Além de gravar Temer e seus dois ministros de confiança, o ex-ministro da Cultura registrou as conversas que teve com dois auxiliares do presidente. O próprio Palácio do Planalto obteve a confirmação da existência dos áudios. “As gravações não são de boa qualidade, porque foram feitas com um aparelho que aparentemente estava no bolso do Calero”, disse um ministro palaciano..

Depois de receber a informação de que o ex-ministro havia gravado as conversas, o próprio governo confirmou as reuniões com Calero. Por meio do porta-voz da presidência, Michel Temer admitiu que conversou com Marcelo Calero para “arbitrar o conflito” entre o então ministro da Cultura e o titular da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, mas negou qualquer pressão no caso.

“O presidente trata todos seus ministros como iguais. E jamais induziu algum deles a tomar decisão que ferisse normas internas ou suas convicções. Assim procedeu em relação ao ex-ministro da Cultura, que corretamente relatou estes fatos em entrevistas concedidas”, disse o porta-voz Alexandre Parola.

Questionado se irá deixar o cargo, Geddel Vieira Lima foi direto: “Ôxi! Eu? Claro que não!”.
Fonte: PORTAL VEJA

OPINIÂO

Crise no colo de Temer*

Eliane Cantanhêde

Está em curso um movimento separatista para isolar Brasília do resto do País, ou é só impressão? Enquanto a sociedade brasileira de Norte a Sul exige transparência, lisura e um combate implacável à corrupção, o Palácio do Planalto age como se tráfico de influência fosse a coisa mais natural do mundo, a Câmara dos Deputados insiste em preventivamente anistiar crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e peculato em meio à Lava Jato e, no Senado, faltam dedos para contar os inquéritos contra Suas Excelências no Supremo.

Ao tomar posse definitivamente na Presidência da República, em 31 de agosto, Michel Temer fez um apelo e assumiu um compromisso pela “pacificação nacional”. Menos de três meses depois, em vez de paz, o País vive uma guerra: a economia ainda não deslanchou, a previsão de crescimento piora, o núcleo duro do governo amolece diante das delações da Odebrecht e a crise Geddel Vieira Lima adentra o gabinete presidencial e cai no colo do próprio Temer.

Como escrito aqui na última terça-feira, Temer precisa ter muito cuidado com a corda: nem deve esticar uma corda que já é naturalmente curta, nem pode balançar numa corda bamba, nem convém aproximar a corda do pescoço, porque pode ser mortal. Ele não tem popularidade de sobra, não tem controle sobre a evolução da Lava Jato, não tem como se descolar de um PMDB tão comprometido e não está acima do bem e do mal. Mas...

No governo, o ex-ministro Marcelo Calero arrasta Temer para o centro da história sobre tráfico de influência a favor de um prédio em que toda a família Vieira Lima parece ter interesse direto – e que ameaça área histórica da bela Salvador, com seus 30 andares e com o ridículo nome de “La Vue”. Se os líderes aliados davam de ombros e diziam que a mídia, por exemplo, estava fazendo tempestade num copo d’água, está na hora de enxergarem o tsunami.

No Senado, o presidente Renan Calheiros, do PMDB, enfrenta 12 inquéritos e pode se tornar réu num julgamento do Supremo no dia primeiro de dezembro; o ex-ministro e atual líder do governo Romero Jucá coleciona, até agora, oito inquéritos; a PEC do Teto dos gastos ainda será votada; e a reforma da Previdência nem chegou.

Na Câmara, o procurador Deltan Dallagnol esperava “uma revolução” com a aprovação das 10 medidas anticorrupção, que pularam para 18, recuaram para 17, viraram 12 na comissão especial e... empacaram no plenário. Se há uma “revolução”, ela é capitaneada pelo “Centrão” para pegar carona nas medidas fingindo que é para anistiar o caixa 2, quando na verdade é para se proteger, preventivamente, de crimes mais graves: corrupção, peculato e lavagem de dinheiro. Obviamente, como vacina para o que vem aí da Lava Jato e, em particular, das delações da Odebrecht.

O Centrão capitaneia esse movimento, mas o fato é que os grandes partidos integram a tropa para derrubar o bom parecer do deputado Onyx Lorenzoni, aprovado por unanimidade na comissão. Enfileiram-se aí, por exemplo, o PMDB, o PSDB, pelo menos metade do PT. Só os pequenos partidos rebelaram-se contra.

Segundo Dallagnol, “a sociedade pediu uma Ferrari e ganhou um bom carro de classe média, mas isso é muito melhor do que andar a pé”. O problema é que o carro morreu dentro do plenário e, para pegar de novo, só no tranco – o tranco da pressão popular.

E é assim que a opinião pública, o Ministério Público, a justiça e a Polícia Federal caminham para um lado, enquanto o governo, a Câmara e o Senado parecem caminhar para o outro, em sentido contrário. O momento é de instabilidade e de muitas e angustiantes dúvidas sobre o que vem por aí, entre cordas, carros, trombadas, delações e prédios em Salvador.

*Publicado  no portal Estadão em 25/11/2016